NETOS (Poesia)



NETOS

 

Pequenos,

Lindos,

Sapecas...

Capazes de gerar ondas borbulhantes,

De extrema felicidade,

De amor e de paz, 

Quando falam minha avó...

Ou simplesmente vó...

Vó é palavra mágica,

Feita de favos de mel,

Por fadas do bem querer.

Ser avó é ter desejos de mudanças,

Aceitar pacificamente as mudanças dos desejos...

É quebra de paradigmas.

Conquista de novos olhares,

São diferentes visões de mundo,

Num mundo mais colorido,

Feito de pura emoção que segue a cada momento,

A cada dia a explodir de prazer o coração,

De excesso de emoção...

As avós sabem que,

Netos não podem sofrer...

Também não podem chorar...

Mas,

Como fazê-los crescer?

Amadurecer?

O limite tem a dimensão de refrear o que é inadequado, o que é indevido.

Limite é palavra dolorida, mas tem relação com a boa educação.

Limitar é educar.

Mas, como permitir o apropriado, o limitante, sem partir o coração?

Vó...

Palavra que corrompe as certezas incondicionais,

Que anula a percepção sobre:

O que é certo?

O que é errado?

Vó...

É palavra indescritível.

Amar os netos faz-nos enxergar os erros educativos como acertos do coração.

Fazem-nos transgredir sem nenhuma reflexão, sem nenhuma intimidação,

Ser avó serve para despedaçar a autoridade dos pais sem a menor cerimônia.

Vó...

Quando as avós avistam os netos, esquecem como educaram os filhos.

Afinal, não são filhos, são netos.

Eles beijam, abraçam e dizem com toda sinceridade...

-Minha avó linda... Eu estava com saudades de você, viu vó?...

Acredito que todos os netos foram criados pelas Mãos Divinas

Num momento de traquinagem de Deus.


Autor: Maria José de Azevedo Araujo


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