RELACIONAMENTO FAMÍLIA-ESCOLA E SUAS IMPLICAÇÕES NA APRENDIZAGEM NAS SÉRIES INICIAIS DO ENSINO FUNDAMENTAL EM ESCOLAS PÚLBLICAS



RELACIONAMENTO FAMÍLIA-ESCOLA E SUAS IMPLICAÇÕES NA APRENDIZAGEM NAS SÉRIES INICIAIS DO ENSINO FUNDAMENTAL EM ESCOLAS PÚLBLICAS

Cleide Maria de Souza

RESUMO

A presente pesquisa tem por finalidade investigar como o relacionamento família-escola pode influenciar no processo de aprendizagem. Portanto o problema deste estudo busca soluções para conflitos nas dimensões afetivas e socializadora para que assim a escola em conjunto com as famílias possa ajudar os alunos a alcançarem melhores rendimentos. A primeira análise fundamentada em Kaloustian (2000), retrata como a família vem se modificando e estruturando nos últimos tempos e como fatores relacionados afetam o meio escolar. A segunda baseada em Tiba (2005) e Maldonado (1985) salienta que o ser humano na sua relação com o outro reforça laços de afetividade essenciais para seu desenvolvimento. Também em Briggs (2000), podemos perceber a fundamental importância da saúde emocional constituída em família para o progresso intelectual da criança. Quanto à relação família-escola recorreu-se Freire (1986) entre outros que tratam do envolvimento dos pais e mães na formação de seus filhos. Dessa forma pretende-se aperfeiçoar tanto a contribuição das famílias no ambiente escolar quanto à atuação positiva da escola nas condutas familiares que possam trazer conseqüências negativas aos alunos. Essa pesquisa foi desenvolvida em unidades escolares da Rede municipal de ensino no município de Formosa, no intuito de diagnosticar como anda o relacionamento família-escola, quais são as dificuldades enfrentadas pelas famílias e pela escola e como isso se reflete na aprendizagem. Os dados apontam para a necessidade de se oferecer treinamento adequado aos docentes apoiando-os no desenvolvimento de estratégias para colaborar com pais, mães ou responsáveis na formação das crianças e convivência familiar e assim transformar a atuação das famílias na escola, resgatando a sua participação o que por conseqüência trará grandes avanços no desenvolvimento dos alunos.

Palavras-chave: família, escola, relacionamento, aprendizagem, desenvolvimento.























Introdução

A presente pesquisa tem a finalidade de investigar como a relação família-escola pode interferir no processo de aprendizagem.
A educação familiar deve ser priorizada quando pretendemos melhorar o rendimento escolar. Levando em consideração que se a convivência familiar se dá de forma harmoniosa pode-se perceber o bom desempenho escolar, caso contrário os mesmos conflitos mal resolvidos em família tendem a afetar a vida escolar das crianças.
A escola atual é o reflexo das famílias e por si própria não pode avaliar e promover o desenvolvimento do educando, sem buscar uma aproximação e diálogo com as mesmas. É preciso ter conhecimento do contexto familiar, saber suas origens, seus costumes, valores, ideologias, problemas por quais passa ou já passou. Fazer parte da realidade vivenciada pelo aluno significa compreendê-lo melhor e assim ajudando sua família poder ajudá-lo.
A criança se espelha primeiramente na família, toma como referência para sua vida as pessoas e as situações com as quais convive no meio familiar. Dessa forma a escola deve ter o máximo de conhecimento sobre as famílias para assim poder agir na raiz do problema e ajudar os alunos com dificuldades a progredir. Comprovadamente crianças que apresentam deficiências na aprendizagem geralmente enfrentam conflitos familiares de variados gêneros.
Todavia ao analisar as mudanças pelas quais a família vem passando notaremos o quanto a mesma vem se desestruturando. Diversos fatores contribuem para que isso ocorra, problemas de ordem social e econômica acarretam um crescente número de divórcios. A mulher por sua vez, vem assumindo o papel de sustentar ou ajudar nas despesas da casa, dedicando-se cada vez menos aos filhos.
O conceito de família ideal composta pelo pai, mãe e filhos vem mudando com o tempo. Os filhos com certa freqüência passam maior parte do tempo com alguém da família ou outra pessoa, exemplo: avós, tios, professores, babás e outros.
Dentro da sala de aula presenciamos várias situações de indisciplina, má conduta e dificuldade na aprendizagem, ao observar melhor essas crianças e procurar saber mais sobre sua convivência familiar pôde-se constatar que tais problemas tinham relação com o contexto familiar.
Determinadas condutas quando adotadas em família podem trazer sérias conseqüências no ambiente escolar. A baixa auto-estima, por exemplo, é um fator que frequentemente está relacionado ao tratamento recebido em casa.
Principalmente na faixa etária em que se encontram as crianças das séries iniciais do ensino fundamental, quando a personalidade está em formação é de extrema importância para o processo de aprendizagem se ensinar valores morais e éticos, os quais irão permear toda a sua vida. Entretanto tal medida só poderá ser efetivada através da união entre essas duas instituições se ajudando mutuamente e buscando em conjunto soluções para melhorar o desempenho escolar.
Diante disso cabe a escola se adaptar as diversas formas de estruturas familiares e à família buscar mudanças no seu conceito de escola deixando de lado a idéia de que se a criança está na escola, a tarefa de fazê-la aprender depende exclusivamente da vontade do professor.
As duas instituições escola e família se completam e quando não há um entrosamento adequado entre elas os alunos podem se sentir confusos e perdidos. Na perspectiva de melhorar esta sintonia a escola deve traçar estratégias de apoio e acompanhamento às famílias, ao mesmo tempo em que resgata a participação da família no meio escolar.
Nessa pesquisa buscou-se conhecer um pouco da realidade vivida pelas escolas do município de Formosa-GO, investigando como o relacionamento família-escola pode influenciar na aprendizagem. Realizou-se entrevista com os pais, professores, diretores e coordenadores das instituições. As famílias foram selecionadas para entrevista tendo em vista o desempenho dos alunos, foram entrevistadas cinco famílias cujos alunos tinham facilidade na aprendizagem e desempenho escolar e cinco famílias cujos alunos tinham dificuldades na aprendizagem e desempenho escolar em cada escola.
Também foram adotados neste estudo procedimentos técnicos, explorando alguns autores que tratam assuntos relacionados, tornando o tema mais explícito, comprovando a importância da relação família-escola e demonstrando ações que viabilizem esta aproximação.

Fundamentação Teórica

Nos últimos tempos a família brasileira vem passando por diversas transformações, as quais se relacionam diretamente ao contexto sócio-econômico e político do país e afetam diretamente o desempenho escolar.
Para Kaloustian (2000), a família é a base de tudo na vida de uma criança. É nela que se consolidam as maiores e significativas experiências afetivas fundamentais para o desenvolvimento da criança. Ela desempenha um papel decisivo na educação formal e informal e no lar que são assimilados valores éticos, morais, em que se estreitam laços de solidariedade. Sendo ainda observados no seio da família valores culturais e tradições importantes para a formação da criança.
Segundo Sílvio Manoug Kaloustian (2000, p.15) “Não resta dúvida de que a família enquanto segmento alvo de políticas de bem-estar social e de qualidade de vida, poderá contribuir, de forma efetiva para o avanço qualitativo dos índices que refletem o desenvolvimento humano”.
Entretanto, não se vê muitas iniciativas que busquem uma colaboração com as famílias. São poucos os grupos de apoio que oferecem ajuda às famílias que vêm se desestruturando, perdendo valores, exercendo cada vez mais a cultura do individualismo. Sendo que cada membro está muito mais voltado para si e seus objetivos do que para o bem comum da família. Esta é a crise gerada pela modernidade, a mesma de deveria facilitar a vida das pessoas muitas vezes gera o distanciamento e o descomprometi mento entre elas, é o que retrata Ailton Carvalho em seu artigo, Afeto: uma reflexão sobre os tempos modernos:
“Nossas casas abastecidas de tecnologias de última geração nos possibilitam exercer nossa individualidade (quantas refeições sua família realiza junta?), tendo cada uma sua televisão ou se não temos, somos bombardeados pelo consumismo que devemos ter, pois é assim no mundo moderno”.

Vivemos a cultura de que devemos “ter” para sermos felizes, cada um busca sua satisfação pessoal, que está muitas vezes ligada mais no Ter do que no Ser. A modernidade de uma forma indireta vem influenciando negativamente a convivência familiar. Influência está que se deve muito a chegada da TV e mais recentemente da Internet, ocupando o espaço que antes era destinado as conversas entre familiares, almoços e jantares reunidos. Isso sem contar quando os pais não estabelecem regras ou não têm controle para uso dessas, deixando que as crianças assistam a qualquer programa em qualquer canal e horário e tenha livre acesso a qualquer tipo de site. Um instrumento de informação valioso pode causar efeitos maléficos na cabeça das crianças, não podendo se imaginar o que poderá ser de uma geração que cresce diante da violência, brutalidade, pornografia, terrorismo, rebeldia e tantos outros maus exemplos de condutas que se não devidamente esclarecidos pode muito interferir no comportamento.
“A entrada da televisão nos lares modificou hábitos, costumes e horários familiares, mas não é capaz de destruir seja o que for se os pais não deixarem que o faça. É a atitude que os pais adotam perante ela tornando – a um meio, um instrumento a seu serviço e não o contrário, o que vai ditar sua influência negativa ou positiva”. (Frei Aldo Colombo)

A composição familiar também mudou muito. As crianças com muita freqüência são criadas pelos avós e outros parentes, devido ao elevado número de divórcios ou pelo fato de pai e mãe terem que trabalhar e por isso passam maior parte do tempo longe das crianças.
Como podemos constatar na pesquisa feita pelo IBGE (2002), o número de casamentos dissolvidos, vem aumentando gradativamente no período que compreende os anos de 1991 a 2002, o número de separações subiu de 76.223 para 99.693 refletindo uma variação de 30,7%.
A mulher já não acompanha como antes a educação dos filhos agora passando a ajudar mais nas despesas da casa, dispõe de pouco tempo para se dedicar a eles.
O distanciamento causado pelos tempos modernos vem gerando diversos conflitos na família e para que possam ser reduzidos esses impactos, as famílias precisam melhor administrar essas mudanças.
A afetividade é uma questão primordial que merece atenção. Todo ser vivo precisa realizar trocas afetivas para que se desenvolva de maneira saudável. O autor Içami Tiba (2005), compara essas trocas às realizadas pelo sistema respiratório, demonstrando a necessidade de estarem presente na vida do indivíduo. “Trocas afetivas saudáveis são todos os familiares ganhando e se sentindo bem com elas”.
Muitas vezes essas trocas não acontecem porque pai e mãe não procuram dispensar um tempo para dar atenção aos filhos. Esse tempo é precioso e mesmo sendo pequeno precisa ser bem aproveitado.
Há pais que apesar de terem tempo não conseguem “tempo para os filhos”, mas a maioria dos pais “sem tempo para nada” ainda conseguem fazer um tempo para os filhos. Nós fazemos o nosso tempo! (Tiba, p. 1873)
A questão da falta de tempo frequentemente é mencionada pelas famílias, porém muitas vezes o que se percebe é a falta de disposição em buscar uma melhor organização da rotina e criar situações para se dar atenção às crianças.
Quando se observa na sociedade um aumento (universal!) de queixas quanto à insegurança, indisciplina e revoltas e tantos outros males que se abatem sobre a humanidade, é hora de nos perguntarmos: “Não estará à sociedade apenas repetindo o que se passa no íntimo das famílias?” Se algo vai mal, é na intimidade do ser humano, cujo pólo vital é a família. Se os adultos - os pais – não têm tempo a perder com os filhos, quem lhes dará atenção? Quem se ocupará dele, dando- lhes as respostas, explicações e orientações vitais? (Chimelli 2000 p.6)

Os filhos que em suas famílias recebem afeto, atenção e carinho têm maiores chances de êxito na escola no trabalho. Os pais, é claro, desejam coisas positivas para seus filhos que trarão acima de tudo a felicidade, e para que isso aconteça é essencial acima de tudo trabalhar a auto-estima da criança.
Um estudo que visava indicar a diferença entre as pessoas felizes e infelizes concluiu que a desigualdade mais importante entre os dois grupos era de que as pessoas felizes relacionavam-se bem com as outras; as infelizes, não. Uma auto-estima precária age como um obstáculo à felicidade pessoal, impedindo as relações pacíficas. (Briggs 2000 p. 27)

O autor ainda destaca como a criança pode ser prejudicada pelo tratamento que recebe em casa, seja ele permissivo demais ou autoritário demais. Deve haver um equilíbrio para que se mantenha a auto-imagem.
O excesso de críticas a criança influencia negativamente a sua auto-imagem, os pais muitas vezes ao exigir demais da criança acaba fazendo com ela se sinta fracassada. “E a criança com acumulo de repressão não tem muita energia para enfrentar os desafios da escola”. (Briggs 2000).
Por outro lado a permissividade e o excesso de proteção também são atitudes praticadas em casa que interferem de maneira negativa na aprendizagem. Se a criança não recebe em casa as instruções de como e por que, devem adotar determinados comportamentos dificilmente terá condições de aceitar regras na escola e isso pode levá-la a não se adaptar ao ambiente.
Pais que permitem ser submetidos aos caprichos dos filhos estão lhes ensinando a ser assim também com outras pessoas: empregadas, professores etc. Esse filho lança o desafio: “Se até meus pais, que podem mandar em mim, não o fazem, quem são vocês para mandar em mim?”. Sente-se, então, o todo-poderoso. (Tiba 1996 p.65)

Da mesma forma há aqueles pais que sufocam o filho exercendo sobre ele um excesso de proteção, nesse caso a criança pode se sentir neutralizada é como destaca (Briggs 2000), a criança pode não se sentir segura, achando-se incapaz de realizar qualquer coisa sozinha.
O que é importante na questão do tempo com os filhos é a qualidade do mesmo e não a quantidade. O filho pode passar horas com os pais, mas se não há uma relação saudável entre eles este tempo se torna em vão.
Por razões como esta é que a família deve buscar formas inteligentes de melhor aproveitar este tempo. Em muitos casos além de mínimo, o tempo ainda não é bem aproveitado. O que se percebe na maioria dos casos é que não se tem noção de como melhorar a saúde emocional na família.
Para desempenhar tarefas precisamos de preparo e de treinamento: as pessoas estudam anos a fio para exercerem uma profissão, fazem cursos de culinária, corte e costura etiqueta. No entanto, na maioria das vezes, a única bagagem de que dispomos para educar filhos é nossa própria experiência como filhos, boas intenções, o firme propósito de fazer o que nossos pais fizeram ou exatamente o oposto. (Maldonado, 2002 p.9)

Ao pensar em estratégias para ajudar às famílias a solucionar conflitos, a escola deve refletir que esse tipo de parceria requer uma tomada de consciência de que reuniões baseadas em temas teóricos ou mesmo para se discutir sobre uma lista de problemas dos filhos, sobre suas péssimas notas, onde só o professor fala, não proporciona o menor efeito nas famílias. Uma vez que isso leva os pais a conversarem paralelamente, parecendo não se interessarem pela vida escolar de seus filhos.
O que ocorre é que as famílias não se encontram sequer preparadas para enfrentar, quanto mais solucionar os problemas que os educadores lhes relatam nas reuniões de pais.
É função inicial dos profissionais da escola construir uma parceria. Portanto transferir essa função às famílias somente reforça sentimentos de ansiedade, vergonha e incapacidade aos pais, pois não são eles os especialistas em educação e não entendem nada de psicologia. Com isso somente se afasta a família da escola.
Para se buscar uma proximidade com a família, a escola deve procurar compreendê-la melhor, oferecendo oportunidade de expor suas reais dificuldades ou conflitos e a partir de então propor diálogos que privilegiem tais questões, é a conclusão a que chegou também Paulo Freire em seu trabalho com as famílias:
E foi exatamente vivendo nos círculos, a experiência da relação entre a escola e as famílias, que fui, inclusive, também aprendendo certos métodos de trabalhar. Como? Como as massas populares, com os grupos populares. (FREIRE 1986 p.9)
(...) Qual poderia ter sido o primeiro caminhos que trilhei na tentativa de estabelecer um encontro entre a escola ou as escolas e as famílias? Foi a palestra, foi a exposição oral, foi o discurso sobre temas que eu admitia que eram importantes para os pais , entende? (FREIRE 1986 p. 9)
Mais, uma vez em lugar de discutir com os pais por que batiam e o que significava bater na sua relação como os filhos, eu aí fazia, de novo, o discurso sobre a violência física na educação. (FREIRE 1986 p. 10)


Diante de tantas dificuldades encontradas pelas famílias, percebemos que se torna imprescindível que na escola elas tenham um espaço para dividir suas angústias e frustrações na importante tarefa de educar os filhos ao mesmo tempo em que podem encontrar seus próprios recursos em busca de vivências mais positivas e uma melhor qualidade de vida.
Por outro lado podemos perceber que na maioria das escolas não há profissionais devidamente treinados para atender às necessidades das famílias. É nesse cenário que deve atuar o orientador educacional que conforme Nérici (1986) as funções do orientador, sob o ponto de vista legal inclui o contato direto ou por meio de “Círculo de Pais e Mestres” com as famílias. Com o objetivo de obter crescente apoio dos pais, na ação de orientação de seus filhos.
Alguns pontos que Nérici destaca sobre a colaboração desse profissional no relacionamento familiar:
Assim, é preciso convencer a família quanto às suas obrigações de educação e fornecer-lhe, sempre que necessário orientação para o bom desempenho das mesmas.
Resumidamente, o relacionamento pode ser estabelecido da seguinte maneira:
1 – Atrair os pais para a escola, a fim de que nela participem como força viva e ativa para a melhor educação dos seus próprios filhos. Criar, para isso, clima de cooperação e não de recriminações, condições para trabalho construtivo e positivo... (1986 p. 81)
3 - Conhecer melhor a família quanto: a) ao seu nível sócio-econômico; b) ao seu nível cultural e educacional; c) à harmonia reinante na mesma;
6 – O orientador deve desenvolver trabalho de integração: a) dos pais nas atividades da escola; b) do corpo docente e dos pais para um reforço comum e coordenado com vistas à formação dos educandos; c) dos pais e dos filhos, para que melhor se relacionem, na base da compreensão e do respeito mútuo, a fim de favorecer o desenvolvimento do processo educativo. (1986 p. 82)

Entretanto toda equipe escolar em ação integrada deve buscar melhorias no relacionamento família. Com a presença ou não do orientador educacional deve-se buscar meios para que todo o corpo docente possa atuar nessa proposta.
O treinamento adequado para atender essa urgente necessidade, buscando numa formação continuada nessa área pode muito contribuir com o processo de aprendizagem, pois dessa forma poderia ser atingida a raiz do problema.
Antes de mais nada, para se realizar um projeto de educação familiar como o que se pretende é preciso que haja vontade de ambas as partes família e escola. Os objetivos devem ficar bem claros, assim como os ganhos com este trabalho.


Conclusão
Mediante o estudo realizado acerca da educação familiar, buscou-se conhecer algumas peculiaridades do relacionamento família-escola de duas maneiras, sendo que uma foi através da pesquisa bibliográfica e a outra se deu por meio de entrevistas realizadas com educadores e com os pais, mães e responsáveis por alunos do ensino fundamental em unidades escolares da rede pública municipal.
A partir das entrevistas realizadas com os educadores observou-se que na grande maioria eles consideram a ausência da família como principal fator que interfere na aprendizagem dos alunos. Demonstrando ainda grande interesse pela educação familiar, os educadores com freqüência citam que este é um tema que merece ser mais explorado na formação continuada. Destacando a atuação conjunta de uma equipe de profissionais voltados para essa questão (psicólogos, assistentes sociais e orientadores educacionais).
Dentre os entrevistados a maior parte dos educadores relata que a família de um modo geral não está conseguindo suprir as necessidades afetivas, sociais e cognitivas da criança.
Os pais e mães entrevistados concordam que ter uma relação mais próxima com a escola é muito importante. Percebeu-se também que os mesmos não sabem muito como poderia contribuir. Houve aqueles que alegaram a questão do tempo com um obstáculo e outros enfatizaram que se houvesse um espaço para aprender como lidar com os filho, assim como foi sugerido um “Círculo de Pais e Mestre” eles participariam ainda acrescentam que seria muito produtivo para as famílias trocando idéias todos poderiam sair ganhando na convivência familiar.
Diante do foi fundamentado por diversos autores acerca da questão, podemos dizer que a família está passando por diversos problemas e que isso pode acarretar diversas conseqüências negativas no ambiente escolar que afetam diretamente a aprendizagem.
Dessa forma percebe-se a urgente necessidade de união das instituições escola e família. Cabendo a escola através do trabalho conjunto da equipe educacional desenvolver projetos que atendam a essa urgente demanda. Uma vez que somente através dessa integração se pode melhorar a qualidade da educação dessas crianças e consequentemente estará também melhorando a qualidade de vida, formando cidadãos íntegros e uma sociedade mais justa.



Bibliografia

BRIGGS, Dorothy Corkille. A auto-estima do seu filho. Rio de Janeiro: Martins Fontes, 2000.

CARVALHO, S. A. Afeto: Uma reflexão sobre os tempos modernos. Diário do Vale. Disponível em: >. Acesso em: 25 abr. 2009.

CHIMELLI, Mannoun. Gastando tempo com os filhos. 4 ed. São Paulo: Quadrante, 2000.

COLOMBO, A: A família em tempos de mudanças. Correio Riograndense – edição 5.053. Disponível em: < www.valedotaquari.org.br/cultura/cronica/cronica20.pdf >. Acesso em 20 abr. 2009.

FREIRE, Paulo; BETTO, Frei. Essa escola chamada vida: depoimentos ao repórter. Ricardo Kotscho. 5. ed. São Paulo: Ática, 1986

IBGE. Estatística de Registro Civil. Volume 29, Rio de Janeiro: 2002.

KALOUSTIAN, Sílvio Manoug. (org). Família Brasileira. A base de tudo. UNICEF. Brasília: Editora Cortez, 2000.

MALDONADO, Maria Tereza. Comunicação entre pais e filhos: a linguagem do sentir. 26 ed. São Paulo: Saraiva. 2002.

NÉRICI, Imídeo Giuseppe. Introdução à Orientação Educacional. 3 ed. São Paulo: Atlas. 1986.

TIBA, Içami. Disciplina: Limite na medida certa. São Paulo: Gente, 1996.
TIBA, Içami. Adolescente: Quem ama educa. São Paulo: Integrare, 2005.


Autor: Cleide Souza


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