VOLTAR A SER




Desejos ardentes de sobreviver,

De voltar a ser...

O ser que sempre fui e que se distanciou de mim.

Quem sou eu?

E esta solidão?

E esta incompletude?

Faz-me lembrar o dia a dia,

E a cada dia,

A sensação do que já fui e não sou mais.

O tempo,

Perverso tempo.

Refreou a minha coragem,

A minha dosagem,

De ânimo...

De alegria...

De atrevimento...

De desprendimento...

O desencanto de descobrir-me,

Mais pacata,

Mais pacífica...

Mais submissa...

Nulificado no meu ser.

Busquei sempre o percurso da completude,

De olhar o outro,

De beneficiar o outro.

Hoje, o vazio incomoda-me

Embora cheia de tarefas para dar conta nesta vida.

E o carrossel da plenitude procura-me.

Desejos ardentes de resistir

De voltar a ser

O ser que fui e que se distanciou de mim.

De arrebatar a felicidade

Nas mudanças de atitudes,

Nas esferas mais espirituais

Pois é vida não foi feita para o ter,

Foi feita para o ser.

Quero ser...

Para promover a paz fraterna,

A todos que estão próximos de mim.


Autor: Maria José de Azevedo Araujo


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