Projeto Político Pedagógico Ilma Veiga



A autora aborda no capítulo 5, as temáticas do planejamento participativo e do Projeto Político Pedagógico da escola. Para ela é tema relevante entre os estudiosos da educaação a necessidade de manter o fazer educativo com uma atitude reflexiva permanente.

Para tanto, prioriza uma nova relação no fazer educativo que é uma prática reflexiva de formar pessoas prático-reflexiva, do que a importância da pesquisa na educação e que essa aconteça paralelamente aos processos educativos.

Destaca que essa nova orientação gera desafios, tais como o de colocarmo-nos diante do instrumental da pesquisa e da educação e de fazer do espaço educativo um lugar privilegiado de aprendizagem. Dessa forma, propõe discutir o planejamento participativo com base na escola, tratando-o como instrumental teórico prático, um instrumento pedagógico e político de mudanças, capaz de facilitar a convergência entre o refletir e o agir, no espaço escolar.

Ressalta que essa reflexão deve estar em torno de o planejamento participativo e o Projeto Político Pedagógico possibilitarem a vivência da prática reflexiva, democrática e democratizante, para construírem a identidade da escola e dos sujeitos que nela se reúnem. E que é no planejamento participativo que pode implementar intervenções coletivas sobre o social, refletidos e conscientes, o que para professores exigiria mais predisposição, pois seria necessário planejamento, procura, seleção e construção dos elementos teóricos.

Aponta, também, que a cada experiência realizada, deve-se definir com clareza qual é o espaço (recorte social) ou âmbito do planejamento e sobre que aspectos desse recorte intervir, e que é por esse caminho que vai sendo construído o objeto do planejamento participativo. Deve-se buscar a definição do objeto do planejamento nas relações da comunidade escolar e definir quais as esferas do social que vai priorizar para dar conta de atingir os objetivos do planejamento. Dessa forma, a reflexão pode contribuir para que os integrantes do processo de planejamento participativo superem relações moralistas e ideologizadas com a problemática de sua comunidade.

Para a autora, os sujeitos do planejamento participativo são identificados como sujeitos em construção que se reúnem numa prática intencionada, onde possuem a oportunidade de combinar a experiência com a reflexão, e essa prática vai sendo conscientemente organizada de modo a ser democrática. Acrescenta que esses sujeitos são, também, parte do mesmo objeto sobre o qual se propõem a refletir e agir e que esses já estão marcados por suas primeiras inserções sociais, o que pode facilitar ou não a construção da sua maturidade.

Acredita que o diagnóstico é o instrumento que pode levantar a temática a ser trabalhada como ação prática reflexiva pelo planejamento participativo, ele levanta informações, organiza, promove sínteses para dar base ao plano. Não se esgota num só momento, percorre todo o plano, precisa ser aberto à participação e tem como objetivo produzir conhecimento coletivamente e criar opções para decisões coletivas.

Propõe na proposta de diagnóstico participativo, chegar ao empírico pelos seus problemas e pelos recursos ou meios disponíveis ou potenciais que esse mesmo apresenta. Sugere que o reconhecimento desses problemas e recursos faça-se com base em representações que os diversos sujeitos que o diagnóstico aglutina constroem sobre os mesmos e que os problemas evidenciados sejam trabalhados e organizados em núcleos problemáticos.

Falkembach conclui que um Projeto Político Pedagógico capaz de recuperar ou construir a identidade da escola e dos sujeitos pode estruturar-se num planejamento participativo e sugere que educadores e educandos, pais e mães precisam trabalhar juntos. Pois os elementos dos processos sociais podem fazer do planejamento participativo um instrumento estratégico, de transformação do social, humilde no seu propósito de interferência direta, mas pretensioso em termos de consequência social. E que a cada nova experiência deve haver um desafio, pois isto, forçará a revisão dos conceitos e oportunizará o avanço da compreensão.

Após a análise do texto, podemos dizer que é uma obra muito complexa que necessita de mais de uma leitura para poder compreender bem o ponto em que ela quer chegar. Mas na leitura consegue-se compreender a importância de se trabalhar o social no planejamento escolar e o mais importante trabalhar o social de uma forma participativa. Onde o sujeito pode expressar-se e também trazer para a comunidade escolar suas experiências adquiridas no local onde vive para combinar a experiência com a reflexão.

A obra traz uma abordagem que parece uma utopia, mas nos faz pensar e refletir, como futuros pedagogos, como é a educação que queremos para nossas crianças e nos faz repensar sobre nossos métodos em sala de aula, que estão tão ultrapassados.


Autor: Almenir Paz


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