Balé de Corte e a Atualidade



O Balé clássico é o desenvolvimento e a transformação da dança primitiva, que se baseava no instinto, para uma dança formada de passos diferentes, de ligações, de gestos de figuras previamente elaborados para um ou mais participantes. A história do balé começou há muito tempo atrás na Itália. Nessa época os nobres italianos divertiam seus ilustres visitantes com espetáculos de poesia, música, mímica e dança. Esses divertimentos apresentados pelos cortesãos eram famosos por seus ricos trajes e cenários.

Os balés da corte possuíam graciosos movimentos de cabeça, braços e tronco e pequenos e delicados movimentos de pernas e pés, estes dificultados pelo vestuário feito com material e ornamentos pesados. Havia nos balés de corte um sentido para a dança seriam eles a representação de submissão ao Rei, ou o Rei representando o seu poder absoluto.

Era importante que os membros da corte dançassem bem e, por isso, surgiram os professores de dança que viajavam por vários lugares ensinando danças para todas as ocasiões.O balé tornou-se uma regularidade na corte francesa que cada vez mais o aprimorava em ocasiões especiais,que atinge ao auge de sua popularidade quase 100 anos mais tarde através do rei Luiz XIV (Rei Sol) que amava a dança tronou-se um grande bailarino.

A dança se tornou mais que um passatempo da corte, se tornou uma profissão e os espetáculos de balé foram transferidos dos salões para teatros, ruas que popularizou a dança posteriormente. Em princípios, todos os bailarinos eram homens, que também faziam os papéis femininos, mas no fim do século XVII, a Escola de Dança passou a formar bailarinas mulheres, comoMarie Camargo, que causou sensação por encurtar sua saia, calçar sapatos leves e assim poder saltar e mostrar os passos executados.

Com o desenvolvimento da técnica da dança e dos espetáculos profissionais, houve necessidade do balé encontrar, por ele próprio, uma forma expressiva, verdadeira, ou seja, dar um significado aos movimentos da dança. O balé de corte era constituído de personagens alegóricos e foi por isso que surgiu uma ruptura nesta dança.

Assim no final do século XVIII, um movimento liderado por Jean-Georges Noverre (1727 – 1810), inaugurou o "Balé de Ação", isto é, a dança passou a ter uma narrativa, que apresentava um enredo e personagens reais, modificando totalmente a forma do balé de até então.

Noverre queria uma dança que utilizasse da expressão gestual, capaz de criar ilusão se opondo criticamente a forma de como o balé da corte se produzia arte: forma mecânica e incapaz de comunicar com o público.

Se compreendermos a dança como vivenciar movimentos dentro de um ritmo e assim transmitir sensações, expressões e criatividade, e o balé é uma dança, não podemos julgar então que antes do Balé de ação existia somente uma dança mecânica, (que ainda hoje predomina, tratando de técnica como forma de organizar um determinado conhecimento através do corpo e suas possibilidades de se movimentar.). Mas para alguns autores estas danças tinham preparos cênicos que então acabavam expressando algo.

Na realidade a dança seja o balé ou outro estilo é sim uma forma de expressão, porém há maneiras de diferentes de constituir esta representação dos códigos e sentidos da dança. Há maneiras diferentes de ensinar...

Estima-se que no Brasil existam atualmente 500 escolas de dança em que o balé é predominante, com cerca de 1.500 profissionais envolvidos, com mais de 50 mil participantes e com 50 eventos anuais relacionados à modalidade,inclusive na cidade de Goiânia, o balé clássico ainda é predominante nas academias que oferecem dança por ser conhecido como a base de todas as outras e pela beleza dos movimentos, a representação do belo e artifícios que a compõe (cenário, figurino e etc).

O ensino da dança, ao longo dos tempos, acompanhou tendências pedagógicas que nortearam a organização e estruturação das práticas educativas de modo geral. Considerando o ensino da dança do período que corresponde à sistematização da dança acadêmica até os dias atuais, podemos destacar dois modos diferenciados de compreender o corpo, os quais geraram diferentes propostas pedagógicas e estéticas de dança.

Num primeiro momento temos um olhar voltado para o corpo como objeto, instrumento que pode ser moldado, controlado e mensurado. Compreensão essa fundamentada no pensamento cartesiano que instituiu o dualismo corpo e alma. O corpo é estudado exclusivamente pelo viés anatômico, fisiológico e biomecânico. Num segundo momento, em oposição à anterior, temos o entendimento do corpo considerando sua existência, o "corpo próprio" como fala Merleau Ponty[1].

Os programas mais comuns encontrados dentro da dança valorizam em primeiro lugar a técnica e são baseados na performance, em detrimento do trabalho a partir do conhecimento do processo criativo e do conhecimento geral do meio social, os quais, geralmente, são menos focalizados.

O professor de dança assume função de ser mais do que um reprodutor de passos sistematizados, mas deve ser um criador, pois a dança exige que este exercite suas capacidades criadoras adaptando seus conteúdos a cada turma, espetáculo, público, entre outros. Às vezes carecem de um entendimento que lhes permitam ir além da execução dos movimentos tecnicamente perfeitos e desenvolver maneiras de ensinar os mesmos princípios.

Torna-se relevante que se dê maior atenção a estes enfoques, especialmente nos cursos de formação de profissionais atuantes na área de dança, no sentido de contribuir para o ensino significativo da dança, a tal que, merece um estudo com um enfoque maior, favorecendo o ambiente emocional entre público e bailarino.



Autor: Bruna Silveira


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