UM ARCO E UMA FLECHA
Largada num canto da sala.
Não se sabe quem a abandonou.
Mas, é facilmente percebida.
Tanto pelo espaço tomado no cômodo,
Quanto pela expressão de sua aguda ponta.
Ela sequer sabe quem é. Assim, ao chão,
Perdeu sua identidade.
Entretanto, a qualquer mínima atenção dispensada...
Será descoberta: uma flecha.
Só que, mesmo notada, sozinha, não passará de um estorvo.
E não serão apenas mãos a arremessá-la a lhe darem vida.
Arremassada a ermo será declarada inútil.
Ela precisa de um alvo; precisa de prumo, de um rumo certo.
E para ser atirada certeiramente,
Precisa da rigidez de uma corda,
E da flexibilidade da madeira:
Essa flecha precisa de um arco.
E os dois, juntos, cumprirão sua função de utilidade.
E se, mesmo assim, se no afã de construir, destruirem...
Será pela nobre ação de tentar.
Essas flecha é, vista com mais critério, um jovem, um aluno.
E esse arco é, mais facilmente visto... um mestre.
(Mimi Aires - 2009)
Autor: Emivaldo Aires da Silva
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