Por que não reduzem o intervalo entre uma olimpíada e outra?



Considero uma tremenda besteira essa de o Comitê Olímpico Internacional (COI) incentivar uma disputa absurda entre países respeitáveis para sediar uma competição esportiva tão abrangente para daqui a sete anos. É lógico que quase todo mundo quer ter o privilégio de organizar uma olimpíada em casa. Por isso tantas candidaturas com potencial considerável. Daí então, a pergunta: por que não reduzir o intervalo de tempo entre uma olimpíada e outra, passando dos atuais quatro anos para dois?

Para mim, na verdade, o que o COI ainda não entendeu, assim como a FIFA, que organiza a Copa do Mundo de futebol, é que nos últimos 50 anos, ao menos, o mundo cresceu, ficou mais veloz, mais voraz, mais intenso, mais curto, mais astuto, mais sedento por grandes eventos. As distâncias diminuíram. Além disso, em quatro anos, muitas vezes se acaba o ciclo vital de um atleta.

Então, insisto, por que não encurtar o tempo entre uma olimpíada e outra. Acredito que seria viável. E ainda acabaria contemplando muito mais cidades, já que muitas se dispõem a gastar os milhões exigidos para organizar o evento. A propósito, calcula-se que a China em 2008 tenha investido mais de US$ 60 bilhões e Londres, que será a sede em 2012, contabiliza até agora um gasto de R$ 120 bilhões.

Nessa reta final de escolha da sede para a olimpíada de 2016 continuam na briga o Rio de Janeiro (Brasil), Tóquio (Japão), Madri (Espanha) e Chicago (Estados Unidos). A decisão / escolha será nesta sexta-feira, dia 2 de outubro, na Dinamarca. E lá, a essa altura, todos os chefes de Estado representantes dos países concorrentes, além de celebridades influentes, já estão fazendo festa e pedindo voto. Até Lula, nosso presidente, foi lá peitar Barack Obama, o todo-poderoso dos Estados Unidos.

No caso do Rio, que tem boas chances de ganhar a disputa, falam que o investimento será de R$ 100 milhões. Algo considerável. Ainda mais quando se leva em conta que nós aqui precisamos mesmo é de investimentos urgentes em educação, saúde, transportes e segurança. Para ficar só nessas áreas. Mas mesmo assim adianto que não sou contra a vinda da olimpíada, e sim contra a periodicidade do rodízio, que considero muito grande.

E já que falamos em investimentos brasileiros, não custa lembrar que esporte no Brasil nunca foi tratado com seriedade. Nunca foi prioridade em governo algum. Os exemplos são muitos. Mesmo atletas olímpicos de ponta, como Diego Hipólito, da Ginástica, precisam mendigar junto a órgãos públicos e privados para se manter no esporte. Apenas alguns poucos privilegiados no futebol e vôlei conseguem respirar aliviados quando o assunto envolve o bolso. Nos demais casos, é puro sacrifício mesmo. Então será que a vinda de uma olimpíada mudaria algo nesse sentido? Com a palavra, os políticos brasileiros.

 

Gilson Sousa


Autor: Gilson Sousa


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