Denúncias contra médicos crescem 75%






            Em estudo publicado recentemente pelo Conselho Regional de Medicina de São Paulo – Cremesp apontou um aumento em 75% de denúncias contra médicos entre 2000 e 2006.

 

            O erro médico é responsável por 35% das denúncias recebidas e de 43% dos processos que tramitam na justiça brasileira contra a classe médica. Importante lembrar que os procedimentos médicos, assim como o que ocorre com os serviços prestados por advogados, não se tratam de um 'contrato de fim', mas sim de 'meio', ou seja, tanto os diagnósticos médicos como os jurídicos não estão passíveis de erro, uma vez não se tratando de atividades puramente analíticas e matemáticas.

 

            No caso dos diagnósticos médicos, eles são extremamente complexos, por se tratarem de um campo estritamente técnico, dificultando bastante a apreciação do poder judiciário. O importante é lembrar que um erro de diagnóstico é escusável e, muitas das vezes, não pressupõe negligência, imperícia, ou imprudência do médico, ao menos que seja um erro muito grosseiro.

 

            Neste caso o que prevalece não é a questão de erro do diagnóstico, mas sim se o profissional teve culpa ao proceder, se recorreu a todos os meios a seu alcance para a investigação da doença, como os exames complementares. A evolução das doenças pode variar muito de paciente para paciente e em alguns pode ocorrer uma evolução rápida do quadro clinico, não dando tempo necessário para a precisão de um diagnóstico acertado.

 

            Um outro fator que também influencia no estado do paciente é que descuidos com fatores secundários podem trazer prejuízos, como por exemplo, uma infecção hospitalar, a má utilização de alguns equipamentos médicos, além de cuidados que o próprio paciente deve ter para seguir o tratamento a risca, entre outros.

 

            Uma dica aos médicos é a de que eles devem procurar um único diagnóstico que explique todos os dados do quadro clínico do paciente, deixando de forma bem clara; ele deve falar a verdade e com uma linguagem apropriada ao entendimento do paciente quanto ao diagnóstico e possíveis procedimentos cirúrgicos, dando, de preferência por escrito (com letra legível), o diagnóstico e recomendações, lembrando sempre de que qualquer procedimento é de exclusiva decisão do paciente.

 

 *Texto do autor publicado em jornal impresso em março de 2008.

 


Autor: HERÁCLITO NEY SUITER


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