SER É SER.



O poeta não ambiciona na academia uma cadeira
Para ele basta um banquinho de madeira
Onde ele possa sentar sozinho
E se sentir solto
Sem o aprisionamento da norma
Sem o compromisso da métrica
Sem o dever da fonética
Sem a necessidade do lirismo
Sem a correção da gramática
Sem a cobrança da perfeição.
Para ele basta dar vazão a sua emoção.
O poeta não ambiciona na academia um lugar
Para ele basta estar
Em um banquinho de madeira
E escrever besteiras também
O poeta não quer ser alguém
Porque já é poeta e ser é ser.
Para ele basta sentar em um banquinho
Sozinho!
E bem devagarzinho saborear o gosto da sua rima
Às vezes amarga
Às vezes doce
Às vezes grossa
Às vezes fina.
Saborear como se fosse
Um suco de palavras com sentimentos
Saborear cada gota
Como um alimento que entra no seu ser
E se mistura em suas entranhas
E em seguida expele novas rimas
Em uma renovação constante.
E nesse instante o banquinho
Já não é um banquinho, é um trono!
Autor: Marlene Santos


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