O amargo gosto do açúcar



Recentemente no município de Ivinhema, interior do estado de Mato Grosso Do Sul, o possível estabelecimento de uma usina de álcool e açúcar gerou discussões sobre as conseqüências que esta instalação traria à população e ao meio ambiente da região.

Aqueles que são favoráveis baseiam-se no fato de que serão geradas centenas de novos empregos, ocupando dessa forma parte da população atualmente desempregada o que irá melhorar a condição de vida de muitos habitantes, a valorização dos imóveis aumentará o poder aquisitivo dos proprietários de casas, sítios e fazendas que conseqüentemente comprarão mais e aquecerão as vendas no comércio gerando ainda mais lucros.

Porém, acredito que os impactos causados por esta usina serão maiores do que as vantagens que a mesma trará, pois com a queima da cana, o ar ficará muito poluído e o solo será degradado em decorrência da monocultura da cana-de-açúcar. Ainda, a grande diminuição de diversas culturas agrícolas devido ao forte incentivo ao plantio de cana, com essa redução na produção interna a importação será inevitável, o que aumentará o valor do produto final imposto ao consumidor.

Estatísticas apontam que a violência em pequenas cidades tende a crescer vertiginosamente com a chegada de novas empresas, visto que na maioria das vezes não existe infra-estrutura urbana para acompanhar o ritmo de crescimento, isso ocorre devido à falta de planejamentos que visem não apenas o desenvolvimento econômico, mas o bem estar e condições de vida da população.

Sendo assim, é indispensável que para a instalação dessa usina deve-se realizar um amplo estudo e projeto, para que os efeitos negativos sejam minimizados, pois caso contrário a população será penalizada pela falta de planejamento.


Autor: Thiago da Silva Melo


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