O PROCESSO DE ENSINO E APRENDIZAGEM DA CRIANÇA SURDA/MUDA NA EDUCAÇÃO INFANTIL



Resumo: Levantar os fatores humanos necessários para garantir uma boa aprendizagem das crianças surdas mudas na Educação Infantil, pois não é uma tarefa complicada. Estes fatores são agravados quando os enquanto educadores não sabem como lidar com a comunidade em foco é a das crianças Surdas, cujas capacidades cognitivas são pouco conhecidas.

Os espaços mediadores para uma efetiva aprendizagem da criança surda são primeiramente o seu ambiente familiar e depois a instituição escolar, os quais promovem a sua interação social com o mundo que a cerca. Entende-se que o contato da criança surda na Educação Infantil seja fundamental para o seu processo de construção de conceitos e visão de mundo. Este artigo discute a língua de sinais, emergindo aspectos relevantes para a aprendizagem apropriada a essas crianças. A aprendizagem da criança surda no âmbito escolar, bem como a importância de ambas como elementos facilitadores do seu desenvolvimento na faixa etária em que se encontra. Também salienta as grandes mudanças ocorridas na educação em relação ao verdadeiro significado da palavra aprendizagem.

Palavras-chave : Aprendizagem. Criança surda/muda Educação Infantil.

INTRODUÇAO

Encontra-se com muita freqüência a falta de conhecimento do educador e da população sobre o desenvolvimento da criança com alguma deficiência.

Este artigo tem por objetivo refletir sobre o verdadeiro sentido da inclusão. Para tanto, fornece informações obre o desenvolvimento da criança surda e relata como é valiosa sua participação regular nas instituições infantis nos dias de hoje. Além disto, este artigo questiona os educadores, a família e a sociedade sobre a importância da inclusão da criança surda no convívio com outras crianças e, conseqüentemente, quanto ao conhecimento de sua real capacidade de aprender e de se relacionar nesse contexto.

Atualmente, mesmo com as leis que amparam a inclusão escolar de qualquer criança, percebe-se que o atendimento à criança surda ainda é um grande desafio, uma vez que requerem do educador e de toda a instituição conhecimento e entendimento do seu processo de desenvolvimento. A escola tem a finalidade de trabalhar o desenvolvimento integral de todas as crianças, inclusive da criança surda, promovendo o seu crescimento nos aspectos lingüístico, físico, psicológico, social, intelectual e cultural.

Considera-se que a inclusão da criança surda seja algo indispensável para o seu amplo desenvolvimento. Espera-se, a partir deste artigo, mostrar que é possível a criança surda freqüentar uma instituição de ensino regular, não só como garantia do seu direito, mas também para o seu desenvolvimento e sua aprendizagem como criança e ser humano.

A EDUCAÇÃO INCLUSIVA NA EDUCAÇÃO INFANTIL

Antigamente, o deficiente era considerado louco e possuído pelo demônio e, por isso, excluído da sociedade. Aos cegos e surdos eram atribuídos dons e poderes sobrenaturais. Essas contradições existentes geravam ambivalência de sentimentos e atitudes que iam de rejeição, passavam por piedade e chegava à super proteção.

Com os estudos e a evolução da própria ciência, se começou a procurar explicações sobre as causas das deficiências, as quais eram consideradas, do ponto de vista médico, doenças de caráter hereditário, males físicos ou mentais.

Historicamente, a educação das pessoas com deficiência iniciou de forma solitária, segregada e excludente. Vários educadores viram as possibilidades existentes na integração e na participação do indivíduo com deficiência no âmbito escolar. Perceberam que eles também apresentavam condições humanas de se expressarem com diversidade, de maneira específica, com condições de participarem do ensino regular de acordo com adaptações necessárias e viáveis para sua aprendizagem.

Diante da busca incontrolável pela inclusão da pessoa com deficiência na sociedade e, principalmente na educação, realizou-se, em 1994, uma conferência na cidade de Salamanca, Espanha, com representantes do mundo todo, da qual resultou um documento denominado Declaração de Salamanca.

A tendência da política social durante as duas últimas décadas foi de fomentar a integração e a participação e de lutar contra a exclusão. A integração e a participação fazem parte essencial da dignidade humana e do gozo e exercício dos direitos humanos. No campo da educação, essa situação se reflete no desenvolvimento de estratégias que possibilitem uma autêntica igualdade de oportunidades. A experiência de muitos países demonstra que a integração de jovens e adultos com necessidades pode progredir no terreno educativo e no da integração social. As escolas integradoras constituem um meio favorável à construção da igualdade de oportunidades e da completa participação; mas, para ter êxito, requerem um esforço comum, não somente dos professores e do pessoal restante da escola, mas também dos colegas, pais, famílias e voluntários. As necessidades educativas especiais incorporam os princípios já comprovados de uma pedagogia equilibrada que beneficia todas as crianças. [...] (BRASIL, 1994, p. 23).

A Declaração de Salamanca permite perceber a real importância da inclusão da pessoa com deficiência na educação, pois seu convívio e aprendizado com outras pessoas só lhe trará benefícios e crescimentos, tanto em âmbito educacional como social.

Inclusão significa responsabilidade governamental, bem como reestruturação da instituição que receberá o indivíduo com necessidades especiais, tornando-se apta a dar resposta às necessidades extremas de todos os seus alunos.

Para que se possa realmente efetivar uma inclusão satisfatória da criança surda na Educação Infantil, é indispensável se ter esta criança dentro do âmbito escolar infantil, como também se faz necessária a capacitação dos educadores em língua de sinais.

É fundamental ter clareza de que o que faz a diferença na educação do surdo não é se a escola é especial ou se é comum, mas sim como são proporcionadas a atividades a este aluno. As escolas devem ter um programa que atenda às necessidades do aluno surdo. Portanto, o mais importante é que a escola consiga todos os elementos essenciais para o desenvolvimento do trabalho de forma a educar o indivíduo para que se torne socialmente ajustado, pessoalmente completo, autônomo e competente, ou seja, um cidadão.

Diante de tantos conceitos, é importante salientar que, para haver inclusão, é necessária uma mudança nos paradigmas, na percepção do que é educação, sendo que a formação de novos valores deve partir do respeito às diferenças e do aprender a conviver com o diferente. A igualdade não é o normal, ou seja, todos são diferentes. Deve-se, sim, ver as pessoas como um todo, respeitar as suas diferenças e utilizá-las para a construção de uma sociedade mais harmoniosa e feliz. Assim sendo, todos devem contribuir para a construção de uma nova sociedade. A educação inclusiva deve ter como ponto de partida o cotidiano, o coletivo, a escola e, principalmente, uma sala em comum, onde todos os alunos, com necessidades educacionais especiais ou não, possam prender ter acesso ao conhecimento e à cultura e progredir no aspecto pessoal e social.

Assim, no processo de inclusão, a criança com necessidades educacionais especiais não pode ser vista apenas por suas dificuldades, limitações ou deficiências. Deve ser vista na sua dimensão humana, como pessoa com possibilidades e desafios a vencer, de forma que os laços de solidariedade e afetividade não sejam quebrados.

Vivemos em um mundo visual onde boa parte das informações que usamos para nos orientar no dia-a-dia provém de meios visuais. Como nos orientar então, caso tenhamos dificuldade em decifrar o escrito presente no cotidiano?

Atrasos significativos nas habilidades de leitura e escrita são observados na comunidade dos Surdos. Muito tempo se acreditou que esta dificuldade teria uma ligação patológica com a surdez. Muito pelo contrário, o surdo é uma pessoa sadia e não encontra dificuldades em adquirir uma linguagem; o problema se concentra em sua educação. Muitas destas crianças chegam à escola apresentando uma defasagem de idade importante, se comparadas.

Às crianças ouvintes. Grande parte delas é encaminhada a escolas que só estão preparadas para atender a comunidade ouvinte.

POR QUE É IMPORTANTE A CRIANÇA SURDA/MUDA FREQUENTAR A EDUCAÇÃO INFANTIL

A Educação Infantil tem como objetivo auxiliar o desenvolvimento da criança em seus aspectos físico, psicológico, intelectual e social, comprometendo a ação da família e da comunidade e cumprindo duas funções indispensáveis, como cuidar e educar.

A criança passa por diversas etapas e diferentes formas de pensar e de agir que caracterizam suas relações com o mundo físico e social. Por meio das relações com o outro, a personalidade é construída gradativamente. Portanto, a Educação Infantil exerce grande e definitiva influência na formação pessoal e social da criança sob uma perspectiva de educação para
Autor: Cleonice Perotoni


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