O Pensamento Contemporâneo



PENSAMENTO CONTEMPORÂNEO

 

 

Em seu texto “O período Contemporâneo”, Bertrand Russel cumpre o objetivo de conceder uma visão panorâmica e, ao mesmo tempo, uma noção introdutória do que seria o período contemporâneo para a filosofia e as demais ciências. Vale ressaltar que não se procura uma compreensão profunda do assunto, mas, ao contrário, tem-se como meta apresentar, de maneira geral, as principais características que permeiam a contemporaneidade.

A construção do pensamento filosófico, como também científico, é marcada, em primeiro lugar, pelo crivo do tempo. Somente os pensadores que alcançam relevância de pensamento ao longo dos anos posteriores à sua existência entram para o grupo dos chamados “imortais”. Isso se dá pela repercussão e notoriedade de suas obras. Comumente, “pequenos pensadores”, como também “pequenas obras”, se vêem esquecidos por suas futuras gerações. Nisso encontramos perdas e ganhos.

Ao adentrarmos o período que denominamos contemporâneo percebemos, logo ao primeiro olhar, uma de suas características marcantes. A ciência, ao contrário daquela introduzida na modernidade, tem plena consciência de suas limitações, é convicta de que suas descobertas materiais são limitadas ao conjunto estrutural deste tempo. É sabido, de igual modo, que não mais se pode obter um conhecimento geral do mundo, como se ensinava no medievo. A delimitação das ciências, iniciada na modernidade, ganha maior ênfase e acaba por criar um exercito de especialistas, por vezes incomunicáveis fora dos muros de suas áreas.

Ao passo que a ciência que sendo uma se tornou muitas, a língua científica, de igual modo, se fracionou em diferentes expressões. O latim não mais responde aos anseios da ciência. Para ter um profundo conhecimento de sua área o pensador deve conhecer várias línguas. A ciência, que procurava conhecer o todo e transformá-lo, se limita a partes específicas desse todo. A multiplicidade se torna unidade, ao passo que a linguagem científica salta do uno para o múltiplo.

 A ciência ganha asas jamais imaginadas. Descobertas e feitos portentosos. Contudo, nem sempre o que se vivencia no “mundo da ciência” encontra sua equivalência no “mundo dos humanos”. A ciência pensa por si. O progresso científico não se importa com a ética ou a moral dos povos. Isso gera uma forte necessidade de repensar a idéia geral de É tica e suas proporções na vida social. Daí uma grande marca no pensamento contemporâneo: pensar o ser-no-mundo. Não basta a criação ilimitada, é preciso que a reflexão seja atitude que sustente a produção. Questões desse patamar permeiam a idade contemporânea, desde sua origem até os dias atuais. Basicamente, pensar contemporaneamente é refletir acerca do mundo e suas necessidades atuais, em especial, frente ao forte processo de globalização, que assola não somente o campo da ciência, mas a sociedade como um todo.


Autor: José Reinaldo Felipe Martins Filho


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