Pesquisa Situacional dos Hospitais de Pequeno Porte do Sul de Minas - Parte I



Todos nós sabemos que a Política de Assistência Hospitalar do Governo de Estado de Minas Gerais visa incentivar os Hospitais de REFERÊNCIA no território mineiro, oferecendo recursos como o Pró-Hosp. E os pequenos Hospitais que se limitam a atender apenas a população Local? Sabemos também de sua situação precária devido à falta de apoio do Estado, onde encontramos Santas Casas e Hospitais Filantrópicos que se mantém corajosamente com o SUS, com a ajuda das prefeituras, da comunidade, de políticos e em poucos casos, com os planos privados de saúde.

A DNA – empresa especializada em consultoria a secretarias de saúde e prestadores privados credenciados pelo SUS – realizou uma breve pesquisa para demonstrar em NÚMEROS REAIS o que os nossos olhos presenciam no dia-a-dia. Essa é uma forma de situar os Diretores dos Hospitais num contexto global em um determinário território geográfico, e também para chamar a atenção dos dirigentes sobre a importância de questões essenciais, como o conhecimento total do Sistema Único de Saúde, o estreitamento da relação com as Secretarias de Saúde e a valorização dos profissionais que se dedicam a oferecer o melhor em saúde para a população.

Vale lembrar que não estamos "chovendo no molhado", pois tudo isso já sabemos. Apenas queremos com a pesquisa, "ilustrar", "quantificar", deixar mais claros e objetivos os problemas que enfrentamos em nossos Hospitais para que as nossas decisões sejam mais precisas, mais sábias, mais eficazes.

A Pesquisa foi dividida em 2 partes por AMOSTRAGEM com 20 Hospitais de todos os tipos e tamanhos do SUL DE MINAS, desde municípios com 4.000 habitantes até 25.000 habitantes, sendo de referência ou não. Tenha um bom proveito e que estes números lhe ajudem em muito em sua gestão!

2 - DADOS DA PESQUISA:

a)Receita Média do SUS: R$ 29.492,41, sendo 89% até R$ 30.000,00;

b)Glosa Média (Mensal) do SUS: 84% dos Hospitais Pesquisados possuem GLOSAS com média de R$ 1.634,00 ao mês, onde 57% perdem mais de R$ 1.000,00 ao mês. Percentual de 30% de perda da receita mensalmente;

c)Utilização do FAE: Quase todos os Hospitais utilizam parte do recurso do FAE, onde 71% utilizam até 50% deste recurso municipal;

d)Utilização do Recurso Hospitalar (AIH): Média de Utilização de 103% com mais da metade (55%) extrapolando seus tetos;

e)Convênios: Todos utilizam o SUS, porém 85% atendem também a particulares; 30% a planos de saúde Privados; e 10% a planos de saúde públicos;

f)Tipo de Atendimento pelo SUS: 75% oferecem todos seus atendimentos pelo SUS e o restante oferece parcialmente.

g)Referência: 55% Possuem Referência de em média de 3 municípios;

h)Alcance do Recurso da PPI Pelo Município: Média de 96,6% de alcance da PPI total (Ambulatorial + hospitalar)

CONCLUSÃO: Estes números nos permitem ilustrar que os Hospitais dependem quase 100% do SUS, enfrentando muitas dificuldades com o baixo faturamento, muitas despesas principalmente com o Pronto Atendimento, precariedade nos recursos humanos e físicos e falta de apoio Municipal e Estadual. Muitos também não possuem e não podem requerer planos de saúde para ajudar em suas receitas. De outro lado, os mesmo têm que oferecer um serviço eficiente, de qualidade e que atenda à demanda da população. O que fazer? Como fazer? Reflita, pense, aja! E Aguarde a 2ª Parte da Pesquisa que irá falar justamente sobre a situação fiscal dos Hospitais, articulação política com as secretarias de saúde e outros. Boa Sorte, um grande abraço e Até Breve!

Daniel Keback Machado – Diretor Presidente da DNA Soluções


Autor: Daniel Machado


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