VIGIAR E PUNIR (FOUCAULT, Michel)



VIGIAR E PUNIR (FOUCAULT, Michel)

RESUMO Terceira Parte: Disciplina

36ª Edição P. 131-214
Belo Horizonte 2009

RECENSÃO
Bibliográfica

FOUCAULT, Michel. Vigiar e Punir: Nascimento da Prisão; tradução de Raquel Ramalhete. 36. ed. Petrópolis,RJ:Vozes, 2009, 291pp.

Do original em francês:Surveiller et punir.

Biográfica do Autor Michel Foucault

Michel Foucault, pensador e epistemológico francês, nasceu em Poitiers em 1926. Graduou-se em Filosofia e Psicopatologia, foi importante professor titular da cadeira de Sistemas e Pensamentos no Collège de France. Autor de outras obras como: "História da Loucura" (1961), "Nascimento da Clínica" (1963); sua fama veio, porém, do ensaio de uma epistemologia social com a obra "As Palavras e as Coisas" (1966). Apesar de essas obras seguirem o caráter pós-estruturalista, o autor pode ser considerado estruturalista por obras seguintes, como "Vigiar e Punir" e "A História da Sexualidade". Nos dias de hoje seus cursos dados no Collège de France são transcritos e publicados. Faleceu em julho de 1984 por complicações em uma infecção em seu corpo já debilitado pela AIDS.

RESUMO DA TERCEIRA PARTE: DISCIPLINA .

Capítulo I – Os Corpos Dóceis

Foucault descreve a evolução do uso da disciplina e suas ferramentas, no processo de fabricação dos corpos dóceis. Durante a época clássica foi descoberto o corpo como objeto e alvo de poder, um corpo que se manipula, modela e responde.

Esse esquema de docilidade corporal sofreu modificações no século XVIII com o uso de novas técnicas. A escala é trabalhada de maneira mais detalhada e o objeto visando maior eficiência, é o uso da coerção,para o aprimoramento corporal. É a disciplina como uma arte de um corpo, em que o aumento da obediência concentra no aumento da utilidade.

Anatomia política como é chamado esse desmembramento e reconstrução corporal para aperfeiçoar e dominar, não é algo totalmente inovador. Instituições militares e de ensino já faziam uso de ferramentas disciplinares e princípios institucionais religiosos. Do estudo do detalhe, sem dúvida, nasceu o humanismo moderno.

Das técnicas para a coerção disciplinar é importante controlar o espaço, distribuição, tempo, do ambiente de trabalho e dos trabalhadores,assemelhando a engrenagens de uma maquina.Buscando um corpo mecânico, projeto na perfeição disciplinar, apareceu um novo objeto, o corpo natural. O processo de repetição e enquadramento, exigindo a suavidade corporal em seus mínimos detalhes, vai de encontro às condições de funcionamento próprias a um organismo. Em todo caso essa individualidade parece um efeito e um objeto da disciplina, sendo que no uso do exercício, coerção contínua e crescente, o corpo vai se mantendo na linha temporal evolutiva rumo à perfeição ideal.

A cooperação e a idéia de um resultado superior, diante do produto das forças foram as premissas para a criação da tática como técnica disciplinar. As características corporais e as técnicas dos teóricos do século XVIII geraram a arquitetura, anatomia, mecânica e economia do corpo disciplinar.

Possivelmente uma guerra como estratégia, seja uma continuação política, mas a política como técnica de paz também procura pôr em funcionamento um esquema do exército perfeito, garantindo a paz civil.

A estratégia que permite compreender uma guerra, como uma maneira de conduzir a guerra entre os Estados; e a tática compreendendo o exército como princípio para manter a ausência de guerra na sociedade civil.

A história contribui com um sonho de uma sociedade perfeita para os filósofos e juristas do século XVIII.

Capítulo II – Os Recursos para o Bom Adestramento

O poder disciplinar sem dúvida teve um sucesso com o uso de instrumentos simples: olhar hierárquico, sanção normalizada com a sua combinação em um processo que lhe é específico, a um exame. Arquitetudiante do olhar hierárquico, passa a consentir um controle interior, agindo sobre aquele que abriga. Um simples encarceramento passa a ser substituído pelo total controle, transparência interna. A vigilância torna-se um operador econômico decisivo por ser tanto fundamental tanto no aparelho de produção, como em fábricas.

Todos os processos disciplinares estão vinculados, mesmo que tenha um, mecanismo penal. Qualificando e reprimindo amplamente comportamentos diversos, inclusive alguns que ficaram de fora por sua indiferença. A penalidade como um caráter corretivo, amplo e hierarquizante, resumidamente, normaliza

A penalidade da norma é inflexível em seus princípios e funcionamento de uma penalidade judiciária. A primeira tona uma referência de fenômenos observáveis,diferencia,homogeneíza . A segunda baseada em um corpo de leis, especificando em atos , certo número de categorias gerais, realizando uma partilha da condenação. O poder funcionando dentro de um sistema homogêneo guardando as diferenças individua

O exame é a combinação das técnicas de hierarquia que vigia e da sanção que normaliza. É um instrumento que diferencia e sanciona os indivíduos por individualidades, direcionando a ação de treinamento, para a classificação, normalização, exclusão.

Essa combinação das técnicas é extremamente ritualizada por esse caráter discriminatório. Está no centro dos processos que constituem o indivíduo como efeito e objeto do poder e do Sab

O indivíduo é uma unidade de representação ideológica da sociedade, também uma realidade construída pelo poder da disciplina. O poder, muitas vezes coloca somente como negativo, podendo produzir a um indivíduo e a um conhecimento.

Capítulo III O PANOPTISMO

O panóptico associa ao cárcere a visível e clareza como aliadas,é uma organização de unidades especiais que permitem a verificação rápida e instantânea. Sob vigilância, os indivíduos sabem que podem estar sempre sendo observados, mas não consegue confirmar o tal fato.

Associado ao panoptismo os dispositivos disciplinares, ao longo dos séculos XVII e XVIII, se multiplicam através de todo corpo social formando algo parecido com uma sociedade disciplinar.

No terceiro capitulo, Foucault direciona sua linha de raciocínio para as consequências de um processo de evolução, generalizando e consolidando uma disciplina nas sociedades, instituições e indivíduos não deixando de admirar os incríveis desenvolvimentos em diversos setores das sociedades por influência da disciplina.


Autor: Newton Pedro Da Pieve Monteiro


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