AS POSSÍVEIS CONTRIBUIÇÕES DO ENSINO DE GEOGRAFIA PARA A POLITIZAÇÃO DOS ALUNOS DO ENSINO MÉDIO



A questão que norteou esta pesquisa tem relação com o ensino de Geografia articulado à possibilidade de politização dos alunos no Ensino Médio. Procurou-se investigar essa relação partindo das seguintes questões: O ensino de Geografia pode contribuir para a politização dos alunos? De que forma? Os alunos do Ensino Médio em Pará de Minas se interessam pela política local? De que modo isso acontece? Qual o papel do professor de Geografia nesse processo de politização dos alunos do Ensino Médio? Pressupôs-se que os alunos do Ensino Médio de Pará de Minas pouco ou quase nada se interessavam pela política local e que esse fato guarda relação estreita com a ausência desse tema nas escolas; e ainda, que o professor, mediador do conhecimento, por intermédio do ensino de Geografia pode contribuir para a politização dos alunos no Ensino Médio. O objetivo geral desta pesquisa constitui em analisar o ensino de Geografia em Pará de Minas a partir do interesse dos alunos do Ensino Médio pela política local e as possíveis contribuições do ensino de Geografia para ampliar o leque de discussões acerca da politização dos alunos. Nesse sentido, procurou-se, ao desenvolver a pesquisa: (i) analisar, por meio de revisão bibliográfica, o objeto de estudo da Geografia e suas categorias de ensino articulando-as às questões que podem servir para a politização dos alunos do Ensino Médio; (ii) verificar se os alunos do Ensino Médio em Pará de Minas se interessam pela política local e de que forma isso acontece; (iii) investigar, por meio de revisão bibliográfica, o papel do professor de Geografia no processo de formação dos alunos, sobretudo se tratando da politização dos alunos do Ensino Médio. Os procedimentos metodológicos utilizados foram: análise bibliográfica e uma pesquisa realizada com 170 alunos do Ensino Médio de uma escola pública estadual de Pará de Minas. O instrumento de coleta de dados utilizado foi um questionário. Tendo em vista esses referenciais teóricos, bem como a pesquisa realizada, evidenciou-se a importância e a possibilidade de contribuição do ensino de Geografia para politização dos alunos no Ensino Médio. Palavras-Chave: Politização dos Alunos, Objeto de Estudo da Geografia, Objetivos Educacionais.

1. INTRODUÇÃO

A participação ativa dos jovens na política local constitui um grande passo para a intervenção e luta pelos direitos da coletividade. Nesse sentido, a presente pesquisa procura analisar a participação dos jovens do Ensino Médio na política local de Pará de Minas, bem como as possíveis contribuições do ensino de Geografia para politização dos alunos.

Para tanto, nortearam esta pesquisa as seguintes questões: O ensino de Geografia pode contribuir para a politização dos alunos? De que forma?Os alunos do Ensino Médio em Pará de Minas se interessam pela política local?De que modo isso acontece? Qual o papel do professor de Geografia nesse processo de politização dos alunos do Ensino Médio?

Partiu-se da suposição de que os alunos do Ensino Médio de Pará de Minas pouco ou quase nada se interessam pela política local e que esse fato guarda relação estreita com a ausência desse tema nas escolas; e ainda, que o professor, mediador do conhecimento, por intermédio do ensino de Geografia, pode contribuir para a politização dos alunos no Ensino Médio.

O Objetivo Geral da pesquisa consistiu em analisar o ensino de Geografia em Pará de Minas a partir do interesse dos alunos do Ensino Médio pela política local e as possíveis contribuições do ensino de Geografia para ampliar o leque de discussões acerca da politização dos alunos.

Foram definidos como objetivos específicos: (i) analisar, por meio de revisão bibliográfica, o objeto de estudo da Geografia e suas categorias de ensino articulando-as às questões que podem servir para a politização dos alunos do Ensino Médio; (ii) verificar se os alunos do Ensino Médio em Pará de Minas se interessam pela política local e de que forma isso acontece; (iii) investigar, por meio de revisão bibliográfica, o papel do professor de Geografia no processo de formação dos alunos, sobretudo se tratando da politização dos alunos do Ensino Médio.

Foram pesquisados 170 alunos de uma escola estadual de Pará de Minas. Estes alunos responderam ao questionário (ANEXO I), instrumento utilizado para a coleta de dados acerca do interesse e participação dos alunos em relação à política de Pará de Minas.

Para responder às questões apresentadas, com base nos objetivos propostos e para apresentar os dados alcançados, esta pesquisa encontra-se estruturada da seguinte forma:

No primeiro capítulo, são apresentados, por meio de revisão bibliográfica as possíveis contribuições do Ensino de Geografia por meio de seu objeto de estudo e as categorias de estudos lugar e territorialidadepara politização dos alunos. Utilizou-se para tanto, dos seguintes referenciais: Parâmetros Curriculares Nacionais do Ensino Médio – PCNEM (2002), Santos (2002), Callai (2001), Carlos (2002), Saviani (2000), Andrade (2002);

No segundo capítulo são analisados os resultados obtidos por meio dequestionário aplicado a 170 alunos do Ensino Médio de uma escola estadual de Pará de Minas. A referida análise baseou-se no interesse dos alunos do Ensino Médio pela política local em Pará de Minas, considerando que a participação dos jovens estudantes na vida política local constitua um grande passo para a intervenção e luta pelos direitos da coletividade.

No terceiro capítulo é investigada a contribuição do professor de Geografia na politização dos alunos do Ensino Médio, por meio de discussão bibliográfica, valendo-se do referencial teórico de Ciavatta (2005), Castrogiovanni (2000), Pontuschka (2002), Miguel (2000), Callai (2002), Saviani (2000), Freitas (2005), Betto (2005), Silva (2006). Por fim são apresentadas as considerações finais, produto da análise dos dados do questionário articuladas aos referenciais teóricos.

Esta é a estrutura da monografia que se desenvolve e é apresentada a partir das páginas seguintes.



CAPÍTULO I

2. CONSIDERAÇÕES ACERCA DO ENSINO DE GEOGRAFIA

O objetivo deste capítulo consiste em analisar, por meio de revisão bibliográfica, o objeto de estudo da Geografia e suas categorias de ensino, articulando-as às questões que podem servir para a politização dos alunos do Ensino Médio. Parte-se do pressuposto que a Geografia, tendo em vista seu objeto de estudo e suas categorias de ensino, oferece subsídios que podem contribuir para a politização dos alunos do Ensino Médio.

Nesse sentido, os Parâmetros Curriculares Nacionais do Ensino Médio (PCNEM), que são referenciais para o Ensino Médio no Brasil, estabelecem objetivos[1] a serem alcançados. Nesta pesquisa, destacar-se-ão três deles, a saber: (i) a aquisição de competências por parte dos educandos; (ii) o entendimento do mundo atual e; (iii) a condução do educando rumo à autonomia necessária ao cidadão do corrente milênio. O primeiro objetivo refere-se, de um modo geral, à área de Ciências Humanas no Ensino Médio pressupondo a aquisição de certas competências por parte dos educandos. Esse objetivo realça a necessidade do "[...] protagonismo [dos alunos] diante de situações novas, problemas ou questões da vida pessoal, social, política, econômica e cultural". (BRASIL, 2002, p. 292).Dessa forma, é de se supôr que a Geografia tenha que levar a cabo esse objetivo, sobretudo em função de seu objeto de estudo – o espaço geográfico.



O segundo objetivo aborda – o entendimento do mundo atual – ele édescrito pelos PCNEM como o objetivo principal dos conhecimentos geográficos, como pode ser evidenciado a seguir:

o objetivo principal destes conhecimentos é contribuir para o entendimento do mundo atual, da apropriação dos lugares realizada pelos homens, pois é através da organização do espaço que eles dão sentido aos arranjos econômicos e aos valores sociais e culturais constituídos historicamente. (BRASIL, 2002, p. 311).

Nesse contexto, a Geografia é uma ciência que prima por analisar a configuração do espaço geográfico, articulando fatores sócio-culturais e econômicos. Por decorrência, uma ciência que contribui para a apreensão da realidade sócio-política e econômica dos alunos.

No entanto, apreender essa realidade não é tarefa fácil, pressupõe a participação ativa dos alunos como protagonistas. Caso contrário, a Geografia se torna uma disciplina estéril, com um fim em si mesma. Por isso a escolha do terceiro objetivo para análise – acondução do educando rumo à autonomia necessária ao cidadão do corrente milênio. Em outras palavras, a "[...] ampliação das possibilidades de um conhecimento estruturado e mediado pela escola que conduza à autonomia necessária para o cidadão deste milênio". (BRASIL, 2002, p. 312). É o que propõe, também, Callai (2001, p.134) ao se referir à Geografia como,

[...] uma ciência social, que estuda o espaço construído pelo homem, a partir das relações que este mantêm entre si e com a natureza, quer dizer, as questões da sociedade, com uma 'visão espacial', é por excelência uma disciplina formativa, capaz de instrumentalizar o aluno para que exerça de fato a cidadania.

Pressupõe-se que, para alcançar esses objetivos, o professor tenha que ter bem claro o que vem a ser o objeto de estudo da Geografia – o espaço geográfico. Parte-se, portanto, desse princípio para a próxima discussão.



2.1 O objeto de estudo da Geografia

A questão que se coloca é a seguinte: qual é, de fato, o objeto de estudo da Geografia? Os autores são unânimes em considerar que o espaço geográfico constitui o objeto de estudo da Geografia, mas o que vem a ser esse espaço geográfico? Para Ana Fani Alessandri Carlos (2002, p. 165),

[...] o espaço [geográfico] é entendido como produto de um processo de relações que a sociedade estabelece com a natureza (primeira ou segunda). A sociedade não é passiva diante da natureza; existe um processo dialético entre ambas que reproduz, constantemente, espaço e sociedade, diferenciados em função de momentos históricos específicos e diferenciados.

Carlos (2002) demonstra que o espaço geográfico não é construído por partes isoladas, mas pela relação entre diversos fatores (relevo, clima, hidrografia, sociedade – luta de classes, cultura, economia). Sendo assim, o espaço geográfico está em constante processo de transformação pelas relações indissociáveis dos fatores que o constituem. Analisar o relevo, por exemplo, sem ter em vista a sociedade é perder o objeto de estudo da Geografia, o espaço geográfico – que é "[...] humano não porque o homem o habita, mas porque o produz. Um produto desigual e contraditório à imagem e semelhança da sociedade que o produziu com seu trabalho".(CARLOS, 2002, p. 165).

O homem age no espaço de forma intencional, buscando satisfazer suas necessidades, relacionando-se com os outros, com a natureza, com o que é herdado do passado, constituindo o espaço geográfico. Isso porque o homem é um "[...] ser social e histórico que produz o mundo e a si próprio, num processo amplo de reprodução, ultrapassando a mera reprodução biológica e material". (CARLOS, 2002, p.165).



Diante dessa complexidade de relações (sociedade, primeira natureza, segunda natureza), Santos (2002, p. 72) afirma que "os objetos que interessam à Geografia não são apenas objetos móveis, mas também imóveis, tais como uma cidade, uma barragem, uma estrada de rodagem, um porto, uma floresta, uma plantação, um lago, uma montanha". Dessa forma, constituem o objeto de estudos da Geografia as ações que se manifestam no espaço geográfico, bem como a materialização das ações que se configuram no espaço geográfico. (SANTOS, 2002).

Os PCNs em consonância com a abordagem de Milton Santos, apresentam o objeto de estudos da Geografia como

[...] o conjunto indissociável de sistemas de objetos (redes técnicas, prédios, ruas) e de sistemas de ações (organização do trabalho, produção, circulação, consumo de mercadorias, relações familiares e cotidianas), que procura revelar as práticas sociais dos diferentes grupos que nele produzem, lutam, sonham, vivem e fazem a vida caminhar. (BRASIL, 2002, p.310)

Sendo assim, o espaço geográfico é configurado pelo conjunto de relações (sistema de ações e de objetos). Nas palavras de Santos (2002, p.321) "[...] enquanto outros especialistas podem escolher na listagem de ações e na população de objetos, aqueles que interessam aos seus estudos setoriais, o geógrafo é obrigado a trabalhar com todos os objetos e todas as ações". É abordando o sistema de objetos e de ações que o trabalho torna-se deveras geográfico, afirmando o objeto de estudos da Geografia e, por conseguinte, o lugar da Geografia em relação às outras ciências. E, conforme Andrade (2002, p.33) "os fatos físico-naturais e os socioeconômicos devem ser encarados de forma integrada, para que não se caia em áreas de outras ciências naturais ou sociais".

Não obstante, o espaço geográfico é gerado no processo histórico. Santos (2002, p. 73) realça que "o Geógrafo se interessa pelo conjunto de condições características de várias épocas, mas a partir do presente, indo, frequentemente, deste para o passado".

Isso equivale a dizer que o espaço geográfico é resultado daquilo que foi gerado no passado e sofre mudanças decorrentes da atuação presente. Um espaço contraditório e inacabado, em constante movimento, fruto das necessidades humanas e da relação entre os sistemas de ações e dos sistemas de objetos.

Tendo em vista a complexidade das relações que constituem o espaço geográfico, a Geografia utiliza-se de conceitos-chaves ou categorias de ensino. Essas categorias são de suma importância para a análise do espaço geográfico, daí a necessidade de apresentá-las a seguir.

2.2 As categorias de ensino da Geografia

De acordo com os PCNs as categorias de ensino da Geografia são "[...] instrumentos capazes de realizar uma análise científica do espaço". (BRASIL, 2002, p. 312-313). Dessa forma, as categorias de estudo elegem aspectos do espaço geográfico a serem estudados e, propiciam uma análise que dê conta da dinâmica, da formação, da organização do espaço geográfico.

Segundo os PCNs as categorias do ensino da Geografia são: paisagem, lugar, território e territorialidade, escala e o conjunto: globalização, técnica e redes. As categorias de ensino, tomadas em conjunto, constituem o objeto de estudos da Geografia – o espaço geográfico –, uma vez que elas analisam vertentes do espaço geográfico.

Apesar destas categorias serem tomadas em conjunto, pressupõe-se que duas delas possam auxiliar na politização dos alunos - o lugar e a territorialidade. Cada uma dessas categorias analisa aspectos diferentes do objeto de estudo da Geografia. Daí a necessidade de apresentar as características peculiares de cada uma delas.



2.2.1 Lugar

O lugar se refere ao espaço mais próximo do homem, o espaço vivido, criando identidade. É nesse aspecto que os PCN's evidenciam a categoria lugar, como "[...] a porção do espaço apropriável para a vida, que é vivido, reconhecido e cria identidade. [...] É no lugar onde ocorrem as relações de consenso e conflito, dominação e resistência" (BRASIL, 2002, p. 313). Com isso, o lugar traz características peculiares e reage de forma distinta aos impactos regionais, nacionais e globais. Afinal, o lugar traz relações sociais com características próprias. Cada lugar é produzido conforme a sociedade que o habita.

Contudo, o lugar não é isolado, Santos (2002, p. 314) demonstra que "[...] cada lugar, irrecusavelmente imerso numa comunhão com o mundo, torna-se excepcionalmente diferente dos demais". Nesse sentido, os lugares são diferentes entre si, mas influenciam e são influenciados por outros lugares, não sendo partes isoladas do espaço. Tal concepção de lugar é aludida por Carlos (2002) ao afirmar que "[...] o lugar tem a dimensão de realização de um processo na articulação local/global - enquanto quadro de uma referência pragmática do mundo". (CARLOS, 2002, p. 171).

Por isso, "para apreender essa nova realidade do lugar, não basta adotar tratamento localista, já que o mundo se encontra em toda parte". (SANTOS, 2002, p.314). Dessa forma a análise do lugar pressupõe os aspectos internos e externos que influenciam na sua constituição. Assim, a compreensão e atuação no âmbito do lugar são imprescindíveis para a compreensão e atuação no espaço geográfico como um todo.



2.2.2 Territorialidade

A Territorialidade analisa as relações de poder, as influências que ocorrem em uma determinada área. "A territorialidade é a relação entre os agentes sociais, políticos e econômicos, interferindo no espaço geográfico [...]" (BRASIL, 2002, p. 313). São esses agentes que determinam através de uma relação de poder a configuração do lugar, do espaço geográfico. E a produção do espaço geográfico ocorre num processo ininterrupto, envolvendo os agentes políticos, econômicos e sociais.

Carlos (2002) apresenta tais agentes como níveis do processo de produção/reprodução do espaço,

[...] um processo que envolve vários níveis; o político que produz o espaço de dominação (posto que o poder político se realiza no espaço); o econômico que produz o espaço como condição e meio da realização da acumulação e, finalmente, o social, isto é, a realização da vida cotidiana enquanto prática sócio-espacial. Esses três planos articulados e justapostos revelam a dinâmica espacial iluminando os conflitos e contradições em torno desta produção.(CARLOS, 2002, p. 170)

Desse modo, a territorialidade é um instrumento que auxilia o educando na análise das relações entre os agentes que configuram a territorialidade local e também a necessidade da participação do jovem como agente ativo na configuração da territorialidade.

2.3 O ensino de Geografia articulado às propostas de transformação

A escola tem a função de educar os alunos tendo em vista a atuação desses alunos de forma protagonista na sociedade. Contudo, o que determina qual papel da escola na formação dos alunos é a concepção de educação desenvolvida. A educação deve pautar-se nas propostas de transformação, uma vez que os PCNs definem a educação comoformadora de protagonistas sociais. Assim o aluno torna-se capaz de analisar, compreender e atuar na sociedade de forma autônoma.

Para isso, Saviani (2000, p.47) afirma que "[...] o sentido da educação, a sua finalidade, é o próprio homem, quer dizer, a sua promoção". No entanto é necessário definir que tipo de homem pretende-se atingir com a educação, que promoção se pretende. Na concepção de Saviani, a promoção do homem "[...] significa torná-lo cada vez mais capaz de conhecer os elementos de sua situação a fim de poder intervir nela transformando-a no sentido da ampliação da liberdade, comunicação e colaboração entre os homens".(SAVIANI, 2000, p. 49)

Uma vez que, conhecer os elementos de sua situação é parte do processo necessário para promoção do homem, o ensino de Geografia torna-se um meio importante para tal. De acordo com os PCNs "nunca o espaço do homem foi tão importante para o desenvolvimento da história. Por isso, a Geografia é a ciência do presente, ou seja, é inspirada na realidade contemporânea". (BRASIL, 2002, p. 311). Assim, o ensino de Geografia parte da realidade das relações entre os sistemas de ações e os sistemas de objetos que configuram o espaço geográfico, contribuindo paraa compreensão da realidade, da situação do aluno.

Nesse sentido, supostamente, a utilização das categorias de ensino - lugar e territorialidade - podem contribuir para a promoção dos alunos. A primeira por analisar as relações que configuram o espaço mais próximo do aluno em que este cria sua identidade. A segunda, por analisar as relações de poder, as influências que ocorrem em uma determinada área. Com isso, os alunos se reconhecem como um dos agentes que podem transformar a realidade a sua volta.

Dessa forma, o ensino de Geografia, tendo em vista as propostas de transformação, pode contribuir para alcançar a educação proposta pelos PCNs – que visa o protagonismo dos alunos.E um dos fatores do protagonismo na sociedade é a participação ativa na política. No entanto, considera-se necessário investigar se, de fato, existe o interesse dos alunos pela política. Por isso, o capítulo seguinte tratará da participação e interesse dos alunos do Ensino Médio em Pará de Minas em relação à política local, bem como a possibilidade de politização dos alunos nas aulas de Geografia.



CAPÍTULO II

3. OS ALUNOS DO ENSINO MÉDIO EM PARÁ DE MINAS

O objetivo deste capítulo consiste em verificar se os alunos do Ensino Médio em Pará de Minas se interessam pela política local e de que forma isto acontece. Para alcançar o objetivo proposto realizou-se um estudo com alunos regularmente freqüentes e matriculados no Ensino Médio na cidade de Pará de Minas. Apresentar-se-ão, a seguir, os procedimentos de pesquisa e os resultados obtidos por intermédio de questionário aplicado a uma amostra de alunos do Ensino Médio, referentes ao interesse e participação dos alunos em relação à política de Pará de Minas.

3.1 Apresentando os procedimentos de pesquisa

Esta pesquisa foi realizada numa escola pública de Pará de Minas com 1452 alunos regularmente matriculados e freqüentes no Ensino Médio, nos turnos matutino e noturno. Dada a grandeza desse universo de pesquisa, foram selecionados aleatoriamente cinco alunos de cada turma para responderem o questionário, instrumento utilizado para coleta de dados, conforme (ANEXO I). Antes, porém, de apresentar os critérios para a seleção da amostra, considera-se importante demonstrar o número de alunos por turma e série de ensino na escola, conforme a tabela 1.

Tabela 1: Número de alunos por turmas e série de ensino


Autor: Marcos Cançado


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