VEJO
Vejo
Estarei perdida entre a minha indignação?
Sim, estou,pois sei como sou:.
sempre enxergo,sem precisar mais do que ver.
Não necessito de olhos físicos para enxergar.
Enxergar o quê? Um quadro amorfo?
Não,esse meu ver não devassa a escuridão.
Apenas revela ainda mais o que não ouso entender.
Não me apraz enxergar o que vejo. O incompreensível.
Perdi o medo de não ver. Porque não posso adiar,
para receber essa dádiva que o tempo me legou.
Não necessito mais de subterfúgios,de eufemismos,
recursos que muito usei. Hoje mortos.
Sinto a glória do tempo .As palavras brotam.
Ao perder eu ganhei. Tenho o que reviver.
Reviver é doçura. È muito melhor que viver.
Reviver é viver muitas vezes,muitas vidas.
A grandeza da vida me acolhe.
Quem iria me acolher?
Por que a indignação?
Vejo com os olhos da alma. Eu vi.
Veio-me à mente: Por que o abandono?
Por que a indignação?
Autor: id� RBB
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