Recursos Tecnológicos na Educação Pública



O Uso de Novas Tecnologias na Rede Pública de Ensino: Ficção ou Realidade?

Muito tem se falado no uso dos recursos tecnológicos na educação pública. Isso nos leva a uma reflexão pertinente: Estamos preparados para fazer o uso desses recursos de forma que os mesmos possam contribuir, no processo do ensino-aprendizagem? Até que ponto estamos capacitado para introduzi-los como um recurso metodológico? Ou ainda, a pergunta que não quer calar: temos acesso a esses recursos em nossas escolas?

Podemos inicialmente colocar que o surgimento de novas tecnologias de informática e de comunicação não quer dizer necessariamente que estamos aptos para obtê-los ou utilizarmos e, isso porque necessitamos primeiramente compreende-los para em seguida apropriarmos-nos e, então utilizarmos. Temo ainda que observar que esse surgimento não significa a sua democratização, ou seja, o acesso a esses recursos ainda é, infelizmente inacessível a muitos educandos e também educadores.

O acesso aos recursos tecnológicos criou em nossa sociedade um novo modelo de exclusão, são os excluídos digitais. De acordo com Lévy (1999 a) "cada sistema de comunicação fabrica seus excluídos". E nós educadores de escolas públicas sentimos isso na pele, pois somos cobrados ou, em alguns casos impõem-nos a utilização desses recursos, porém, muitas vezes, nem em nossas casas podemos utilizá-los, e isso passa pela questão salarial e pelo tempo disponível para capacitação. É necessário frisar que muitas escolas públicas ainda não possuem um laboratório de informática, e vamos mais além, nas escolas que o possuem os computadores são poucos para tantos estudantes, e os mesmos, nem sempre recebem manutenção adequada.

Com relação à utilização desses recursos como um método, devemos ter claro um objetivo, ou seja, a finalidade de uma aula que utiliza a informática não deve estar centrada na mera utilização da máquina. Faz-se necessário, primeiramente, conhecer essa nova linguagem, desmistifica-la para os estudantes e também para os educadores, conhecer os elementos da máquina – hardware e software- seus limites e possibilidades de uso. Só então, utiliza-la de maneira responsável, tendo o cuidado de estabelecer uma relação cuidadosa entre máquina e estudantes, imbuindo nestes, a necessidade de uma leitura de mundo, onde tragam as suas experiências de vida, crenças, culturas e, a partir daí construir conhecimentos que possam torná-los mais humanos, com espírito cooperativo, autônomos, sujeitos cidadãos do mundo, que saibam aprender, colocar seus pontos de vista e reconhecer-se como parte integrante destes novos tempos.


Autor: zillene souza


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