A INCLUSÃO DE PORTADOR DE DEFICIENCIA AUDITIVA NA ESCOLA DE EDUCAÇÃO INFANTIL E CRECHE IRMÃ DULCE DE ALTA FLORESTA-MT.



Professora: Cleonice Perotoni

Resumo A iniciativa desse trabalho surgiu após buscar informações a respeito da Inclusão de Portadores de Necessidades Educacionais Especiais (O deficiente Auditivo) nas Escolas de Educação Infantil e Creche de Alta Floresta-MT. Percebe-se que há muita falta de conhecimento do educador e da população sobre o desenvolvimento da criança com alguma deficiência. Este projeto tem por objetivo refletir sobre o verdadeiro sentido da inclusão. Para tanto, fornece informações obre o desenvolvimento da criança Portadores de Necessidades Educacionais Especiais relata como é valiosa sua participação regular nas instituições infantis nos dias de hoje. Além disto, este projeto questiona os educadores, a família e a sociedade sobre a importância da inclusão da criança Portadores de Necessidades Educacionais Especiais no convívio com outras crianças e, conseqüentemente, quanto ao conhecimento de sua real capacidade de aprender e de se relacionar nesse contexto. Tratar igual, uma pessoa desigual é no mínimo desumano. (Getúlio Vargas) INCLUSÃO- DEFICIENCIA AUDITIVA- EDUCAÇÃO INFANTIL

1-Educação Especial Histórico e Desenvolvimento

Educação especial é o nome utilizado para se referir á educação de pessoas com deficiências ou com necessidades especiais, que requerem atenção particular nos processos, de desenvolvimento da aprendizagem.É destinada aos educandos que apresentam deficiências tais como: Mental, auditiva, visual, física, motora, múltiplas deficiências, distúrbios emocionais, distúrbios de aprendizagem e superdotação.

De acordo com as estimativas divulgadas pela ONU, ( organização Das Nações Unidas) Cerca de 10% da população apresenta algum tipo de deficiência, sendo 5% mental, 2% física 1,5% auditiva e 1% outro tipo de deficiência.

O individuo Excepcional é

"aquela pessoa que se desvia das normas características, físicas, metais, emocionais ou sociais em tal grau que requer serviços sociais e educacionais especiais para desenvolver sua capacidade máxima".( TELFORD E SANREY, 1964, p. 225) .

A educação especialé um processo que visa promovero desenvolvimento das potencialidades de pessoas portadoras de necessidades educativas especiais e que abrange os diferentes níveis e graus do sistema de ensino. Fundamenta-se em referenciais teóricos e práticoscompatíveis com as necessidades especificas de sua clientela.O processo deve ser integral, fluindo desde a estimulação essencial até os graus de ensino.

Assim a entrada da criança na escola é de suma importância para a família e para o próprio individuo. A escola ampliara seu sistema de relações estabelecendo um universo mais amplo e com mais pessoas, passará a ter seu desempenho checado de forma continua e comparando com o de outras crianças através de sistemas de avaliação vigente em nossa cultura, segundo os limites e potencialidades individuais.

Dessa maneira a partir do momentode seu ingresso na escola, as famílias e educadores organizar-se-ão de forma que valorizem o crescimento do educando no processo educacional.

O processo cultural é extremamente importante para o ser humano:

'a arte da leitura e da escrita permitem-lhe ter acesso a todos os tesouros legados por gerações anteriores, bem como ás novas idéias e opiniões que outros indivíduos apresentam. O processo educativo do deficiente deve, basicamente aumentar-lhe a independência e favorecer a sociabilidade, porque serão estes os atributos que farão com que ele gradativamente se adapte ao mundo em que vivemos"( ASSUNÇÃO,Jr, 1991)

O deficiente auditivo

Como deficiente auditivo entende-se da pessoa com deficiência em ouvir, ou seja, pessoa surda parcial ou total.

A unidade usada para medir a capacidade auditiva do ser humano é o decibel (dB). Considera-se Normal em termos de audição, um apessoa que detecta sons entre 10 a 20 dB. Quando se tem uma perda auditiva limitada, o som com 21a 39 dB pode ser ouvido. Neste caso trata-se de uma deficiência de segundo grauou leve. A perda que varia entre 40 a 70 dB é considerada moderada. Entre 71 a 90 dB, é considerada severa e acima de 90 dB é considerada profunda.

Portanto, essa deficiência pode se apresentar em vários níveis, leves, moderada, severa e profunda. O deficiente auditivo é uma pessoa cujas dificuldades não se limitam somente á esfera auditiva, visto que dependendo do grau de sua deficiência e de sua idade, poderá ter prejudicadas outras atividades físicas ou psíquicas, podendo até mesmo a influenciar, na formação de sua personalidade, quando deixado sem tratamento.

Assim a deficiência constitui-se em problema amplo e profundo exigindo precocidade em seu atendimento.

Visto que esta se caracteriza por prejudicar o desenvolvimento, principalmente da linguagem, com reflexos diretos na aprendizagem e mesmo com problemas mentais, surge a necessidade de ensino especial.

2-A Inclusão do Deficiente Auditivo na escola e na sociedade.

Na sociedade contemporânea em que vivemos precisamos de pessoas com um modelo social que busquem soluções para as necessidades dos educandos, por diferentes que sejam, precisamos de pessoas com espírito critico e capaz de agir com autonomia e com alternativas afim de diminuir a distância entre o que se aprende e o que se ensina, de significativo conhecimento contribui para a sua vida como cidadãos. Possibilitando-nos a autogestão, poder de decisão, de participação, de refletir, interagir, saber fazer, agir, pensar, conviver. Assim nos questionamos qual é o papel do educador com a inclusão? E nossos governantes o que vem buscando para a formação desse professor que é tão importante na ação formadora do educando, mas esse educador precisa de recursos de estímulos por partes dos nossos governantes. Precisamos de atitudes que são fundamentais na educação como: o educador estar comprometido com a inclusão, buscar realmente saber o que o alunos precisa aprender, buscar respeitar o potencial de cada um com igualdade. Acreditar que o Deficiente auditivo é capaz de aprender,verificar se o aluno deficiente se ele quer partilhar dados sobre sua deficiência e só em caso afirmativo passa essa informação para outras pessoas. Se esse alunoouve e qual o grau de Db do mesmo.

Para se ter uma Educação Inclusiva, precisa que o educador tenha responsabilidade de educar tanto as crianças sem deficiência como aquelas com deficiência. Saber assegurar que o aluno deficiente seja um membro integrante e valorizado da sala de aula. Termateriais adaptáveis para esse alunos, para assim satisfazer a necessidade do mesmo.

Existir parcerias entre a escola/professor e acompanhamentos psicológicos/fono audiologicoe assim beneficiar a prática educativa em geral e a educação inclusiva na sala de aula.

3- O papel da família na pratica inclusiva

Quando se estabelece o diagnóstico de uma deficiência de um membro da família, provoca-se uma série de reações emocionais nos demais membros familiares que às vezes fazem perigar o equilíbrio entre todos eles. Raramente o fato serve para unir o casal. Com maior freqüência, ele representa conflito, ás vezes até acusações ou repressões por parte de um dos pais ou membro da família, e daí geralmente se instala uma atitude permanente de ansiedade, e as vezes mesclada a sentimentos de vergonha e culpa, pois para o pai da mesma forma que para a mãe, o filho que esta para nascer é um prolongamento de próprio eu, em que se podem projetar todas as esperanças e de realizações.

Quando os pais tomam consciência de que o filho sofre de uma deficiência de qualquer tipo, no momento do nascimento, ou se descobrem os fatos quando a criança já esta maior, a noticia sempre constitui um golpe forte, e essa descoberta provoca frustrações intimas e uma decepção que algumas vezes torna-se irreparável, tanto para a família quanto para a criança especial.

Os pais experimentam emoções intensas e conflitantes, eles sofremde choque , de amargura, uma sensação de descrença e magoa. Sentem pena do filho, que se torna "coitadinho", outras vezes ficam completamente desestruturados ao procurar aceitar o problema, acreditam que trata-se de uma vida diminuída e incompleta, sem grandes realizações.

A percepção, ou seja, o reconhecimento de que a criança é excepcional é normalmente dado confirmado pelo profissional médico, educador, psicólogo, ou outros, dependendo da gravidade do problema, onde muitos pais sentem dificuldade em aceitar o fato, procurando até ignorar ou emitir a verdade.

È importante a família propiciar condições básicas de amor, apoio, ao crescimento, maturação, e integração social, pois a família é a unidade principal a ser considerada quando se fala de oportunidades para pessoas portadoras de deficiência. São na família que são geradas concepções, expectativas, e, sobretudo as buscas para novas situações e por isso precisam ser apoiadas e informadas o bastante, podendo ela definir caminhos conscientes.

Mas o que é uma família? Pai mãe, filhos, avós.....todos sabemos que a família é muito mais que isso.

Segundo ACKERMAN( 1987, 9.138):

" família é a unidade de desenvolvimento e experiência , realização e fracasso, saúde e enfermidade ", portanto a família deve ser uma presença constante, não para supe-proteger, mas para servir de apoio moral, afetivo, enfim, é a estrutura do ser humano, em seu desenvolvimento"

Educar é transmitir aos filhos os costumes, valores e normas, como forma de um ambiente saudável e acolhedor. Não é preciso que os pais sejam perfeitos, mas devem estar atentos sensíveis e humanos no amor, confiança e estímulos para com o filho especial.

Considerações finais

Na sociedade contemporânea é comum nos depararmos com crianças com necessidades educacionais especiais na sala de aula do ensino regular, existem muitas crianças, jovens e adultos com deficiência mais comprometidas que vem permanecendo por muitos anos na condição de incapazes de aprender e produzir.

Em outros tempos se coloca o deficiente auditivo como louco que poderia sair de casa, acreditavam que era possuído pelo demônio. E era excluído da sociedade. Os surdos eram atribuídos dons e poderes sobrenaturais. Dessa forma gerava sentimentos e atitudes que iam de rejeição, passavam por piedade e chegava à super proteção.

Com os estudos e a evolução da própria ciência, se começou a procurar explicações sobre as causas das deficiências, as quais eram consideradas, do ponto de vista médico, doenças de caráter hereditário, males físicos ou mentais.

Vários educadores viram as possibilidades existentes na integração e na participação do indivíduo com deficiência no âmbito escolar. Perceberam que eles também apresentavam condições humanas de se expressarem com diversidade, de maneira específica, com condições de participarem do ensino regular de acordo com adaptações necessárias e viáveis para sua aprendizagem.

Diante da busca incontrolável pela inclusão da pessoa com deficiência na sociedade e, principalmente na educação, realizou-se, em 1994, uma conferência na cidade de Salamanca, Espanha, com representantes do mundo todo, da qual resultou um documento denominado Declaração de Salamanca.

Dessa forma nós educadores com a ajuda de nossos governantes buscamos lutar contra a exclusão. Para que essas pessoas possam ter no mínimo a dignidade humana e do gozo e exercício dos direitos humanos.

Hoje sena educação, essa situação se reflete no desenvolvimento de estratégias que possibilitem uma autêntica igualdade de oportunidades.s

As escolas integradoras constituem um meio favorável à construção da igualdade de oportunidades e da completa participação; mas, para ter êxito, requerem um esforço comum, não somente dos professores e os demaisprofissionaisescola,como também asfamílias e voluntários. As necessidades educativas especiais incorporam os princípios já comprovados de uma pedagogia equilibrada que beneficia todas as crianças. [...] (BRASIL, 1994, p. 23).

A Declaração de Salamanca permite perceber a real importância da inclusão da pessoa com deficiência na educação, pois seu convívio e aprendizado com outras pessoas só lhe trará benefícios e crescimentos, tanto em âmbito educacional como social.

Inclusão significa responsabilidade governamental, bem como reestruturação da instituição que receberá o indivíduo com necessidades especiais, tornando-se apta a dar resposta às necessidades extremas de todos os seus alunos.

Para que se possa realmente efetivar uma inclusão satisfatória da criança surda na Educação Infantil, é indispensável se ter esta criança dentro do âmbito escolar infantil, como também se faz necessária à capacitação dos educadores em língua de sinais.

Diante de tantos conceitos, é importante salientar que, para haver inclusão, é necessária uma mudança nos paradigmas, na percepção do que é educação, sendo que a formação de novos valores deve partir do respeito às diferenças e do aprender a conviver com o diferenteso ao conhecimento e à cultura e progredir no aspecto pessoal e social.

Assim, no processo de inclusão, a criança com necessidades educacionais especiais não pode ser vista apenas por suas dificuldades, limitações ou deficiências. Deve ser vista na sua dimensão humana, como pessoa com possibilidades e desafios a vencer, de forma que os laços de solidariedade e afetividade não sejam quebrados.

Atrasos significativos nas habilidades de leitura e escrita são observados na comunidade dos Surdos. Muito tempo se acreditou que esta dificuldade teria uma ligação patológica com a surdez. Muito pelo contrário, o surdo é uma pessoa sadia e não encontra dificuldades em adquirir uma linguagem; o problema se concentra em sua educação. Muitas destas crianças chegam à escola apresentando uma defasagem de idade importante, se comparadas as crianças ouvintes. Grande parte delas é encaminhada a escolas que só estão preparadas para atender a comunidade ouvinte.

8- REFERÊNCIAL BIBLIOGRÁFICO

ASSUNÇÃO, Jr, FRANCISCO , B. a família e o Deficiente mental. São Paulo, Ed. Paulinas:1991

Inteligências múltiplas na educação inclusiva. Texto de Romeu Kazumi Sassaki.

Secretaria de Estado da Educação do Paraná Departamento de Educação Especial.

As inteligências múltiplas e seus estímulos. Celso Antunes - 3a edição, 1998. Cidade.

Ruth E.A; Freitas, Patrícia S. de – Introdução à Educação Física e ao Desporto para Portadores de Deficiência. Ed. UFPR, 2002.

MANTOAN, M. T. E. A integração de pessoas com deficiências: contribuições para uma boa reflexão sobre o tema. São Paulo: Memnon, 1997.

SILVA, Daniele N. H. Como brincam as crianças surdas. São

Paulo: Plexus, 2002.

educativas especiais. Brasília: CORDE, 1994. BRASIL.

Declaração de Salamanca e linha de ação sobre necessidades

GOLDFELD, Márcia. A criança surda: linguagem e cognição numa

perspectiva sócio-interacionista. São Paulo: Plexus, 1997.


Autor: Cleonice Perotoni


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