PAGO PARA FAZER E NÃO PARA PENSAR
Remunerar um trabalho, seja qual for esta atividade desenvolvida, é uma forma de dar dignidade para um profissional. É claro que o recebimento por algo que levou tempo, empenho e esforço para fazer deve satisfazer o profissional, mas isso não deve preponderar.
Fazer um trabalho apenas para receber o salário passa da condição digna de remunerar, para a pobre e mediana condição de compaixão (já que muitos mantêm o emprego de tantos outros por sentirem pena, compaixão, dó).
Quando alguém passa um serviço a ser desenvolvido por outrem (no caso o superior imediato), este espera que aquele faça por achar que a única função do empregado é fazer sem questionar. Até aí, pode-se considerar normal, pois a função de quem ocupa um cargo de “chefia” é cobrar que o trabalho seja feito.
Mas a questão crucial nisso tudo está justamente do lado do empregado. O problema é quando a pessoa designada para realizar o trabalho se permite a este tipo de imposição. Afinal, quem trabalha apenas para fazer de maneira alienada, sem sequer questionar o porquê das coisas, podem se considerar não mais um, e sim, pode se considerar menos um.
Quem é adepto da expressão “eu sou pago para fazer e não para pensar”, certamente trabalha com medo ou receio de perder o único local (e isso é fato comprovado) no qual ainda “acha-se capaz de algo”.
Por isso, profissionais que questionam e argumentam o porquê da realização de algo, estão se tornando escassos (e escassos não para a realização da tarefa, mas escassos na hora de demonstrar sua real capacidade).
São capazes todos os que se permitem aos riscos no trabalho (calculados ou não). E arriscar-se é questionar sem medo, mas embasado em algo. Com argumentos firmes e com propósitos qualificados.
Afinal, quem passa mais de 8 horas por dia alienado, só pode mesmo realizar, enquanto os que ainda buscam alternativas, talvez consigam mudar algo no tempo em que fazem sua tarefa e buscam algo a mais que apenas a remuneração.
Autor: Johney Silva
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