Fragmentos
FRAGMENTOS
Há um tempo em que se abrem as caixas
Revelando sulcos de trajetória
Expondo fatos, fragmentos de um todo
Arquivos guardados na memória
Vasculham-se os cantos
Da realidade velada
Descobrem-se os espaços vazios
Apenas restos de vida quebrada,
Fracionada
No despertado sentimento
Retrato da desagregação interior
Saudade e dor revivida
Sobram migalhas do tempo
Só uma história insepulta
De vácuos não reenchidos
Esvaziados de lembranças
De sonhos não revividos
Poder de morte sobre o instante
De um momento perdido, distante
Quando se edificou os sonhos
Sobre templos de papel
Detalhes que não se quer lembrar
Fortalezas amorfas da ideia
Imagens estilhaçadas
Jogadas para a platéia
Aos poucos, recolho meus cacos pelo chão!
Autor: lucia czer
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