Lidando Com Chefes Difíceis



Lidando com Chefes Difíceis

Temos lido muitos artigos veiculados na mídia eletrônica e impressa sobre como lidar com chefes intitulados difíceis, muitas vezes estereotipados como o preguiçoso, o pessimista, o exterminador, o paranóico e por aí vai. Entretanto, antes de atribuir rótulos negativos ao gestor é necessário avaliar até que ponto o próprio subordinado participa nesse processo de ausência de sinergia.

Hoje, por exemplo, sabendo que organizações buscam profissionais que tenham resiliência e inteligência emocional o candidato, que participa de um processo seletivo em uma instituição, procura enfatizar sua destreza em manter o equilíbrio emocional frente a situações de estresse, bem como sua capacidade de lidar com adversidades. Mas, será que o indivíduo que diz possuir tais qualificações, durante a entrevista de seleção, realmente faz uso dessas habilidades após tornar-se funcionário da empresa?

Se você menciona flexibilidade e resiliência como seus pontos fortes espera-se que tenha habilidade de enfrentar pressões do dia a dia, bem como de trabalhar com gestores cujos perfis de atuação nem sempre são, digamos, tão ortodoxos.Claro que não estamos falando aqui da falta de ética e de respeito, da agressão, do assédio moral, dentre outros comportamentos reprováveis e inaceitáveis em qualquer indivíduo, principalmente, dentro de uma organização. Abordamos aqui a capacidade do colaborador em lidar com diferentes estilos de comportamentos.

Entretanto, mudando de direção já que a parceria é uma via de mão dupla, também cabe ao gestor se adequar à nova realidade do cenário empresarial no qual se busca hoje profissionais empreendedores eficazes e líderes assertivos, objetivos, que tenham atitudes transparentes e claras, capacidade de criar um ambiente de trabalho interativo, habilidade de motivar sua equipe, dentre outros. Em processos seletivos de grandes organizações as características pessoais dos candidatos têm impactado e muito na escolha final do futuro colaborador e em casos de funcionários que já atuem a algum tempo na empresa e que tenham sido promovidos a um cargo de comando, o departamento de recursos humanos tem provido treinamentos específicos a esses profissionais visando o aprimoramento das habilidades, principalmente as que se refere à liderança.As organizações estão se conscientizando de que manter profissionais incapazes de estabelecer um bom relacionamento interpessoal, com ausência da habilidade de trabalho em equipe, falta de confiança e liderança não assertiva gera equipes desmotivadas, perda de talentos e redução da produtividade.

No caso específico da secretária, que se relaciona e/ou se reporta diretamente a mais de um gestor incluindo a equipe, é vital que ela aprenda como enfrentar positivamente problemas que podem surgir a qualquer momento, desenvolvendo uma visão mais analítica da situação, controlando suas emoções e percebendo que tais dificuldades podem servir de alavanca para seu crescimento pessoal e profissional.

Se você, secretária, ainda enfrenta problemas ao lidar com seus gestores e colegas procure avaliar o motivo dessa dificuldade, analise o problema e foque na solução, evite confrontos diretos e ação por impulso, procure ser assertiva, não deixe que as emoções sobreponham-se à razão. Porém, entenda que essa mudança é progressiva, ou seja, o equilíbrio emocional pode ser desenvolvido e para que isso ocorra necessita-se de um tempo que pode ser maior ou menor dependendo do próprio indivíduo, sendo que o mesmo ocorre com o gestor. É nesse período que os fatos podem ser avaliados, bem como as características dos envolvidos, estilos de trabalho, comportamentos, atitudes e no qual podem ser encontradas melhores formas de adaptação a essas adversidades, transformando situações conflitantes em resultados positivos.

Exemplificando, suponhamos que seu gestor seja uma pessoa racional, analítica, exigente e detalhista que pensa nas minúcias das atividades. Antes de lhe entregar uma tarefa solicitada pense nos detalhes, cubra todos os pontos, busque informações adicionais, visualize prévias soluções às possíveis perguntas que ele possa fazer, dê-lhe relatórios minuciosos sobre o andamento da atividade, em caso de argumentação seja convincente e foque em todos os pormenores possíveis.

Exemplo contrário, caso seu gestor seja uma pessoa dinâmica, ágil, inovadora, ansiosa, mutável procure também ser ágil na execução das tarefas que ele lhe pede que execute, seja pró-ativa, tenha uma visão de longo alcance, não espere que ele lhe diga o que fazer ou lhe mostre o caminho, faça por sim mesma, busque, pesquise, antecipe-se.

Há inúmeras outras situações que poderíamos relatar aqui, mas o mais importante é entendermos que todos os indivíduos, mesmo em cargos diferentes, defrontam-se no dia a dia com situações estressantes, difíceis, onde há pressões, cobrança por resultados e a melhor maneira de não deixarmos que esses conflitos e problemas nos atinjam e nos causem sofrimentos é procurarmos agir de maneira mais racional, controlando nossas emoções, focando mais na nossa atuação, no resultado e estando cientes de que o equilíbrio emocional é um processo contínuo de aprendizagem.

"O sucesso consegue-se com decisão, confiança, persistência; e não, com desânimo, indecisão, lamúrias..." (Ignacy Jan Paderewski).

De Ligia Ribeiro


Autor: Ligia Ribeiro


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