A Percepção Quanto Ao Valor Da Marca



Centro Universitário de Belo Horizonte UNI-BH
Pro-reitoria de Pós-graduação, Pesquisa e Extensão
Curso de Especialização “Lato Sensu” de Marketing e Comunicação 
 
 A Percepção Quanto ao Valor da Marca 1
ALEXANDRE CALDAS 2
Luiz Antônio de Carvalho Godinho. 3

Belo Horizonte 2007

Resumo 

O assunto valor da marca é um dos temas mais estudados atualmente na administração de marketing. A importância estratégica do valor da marca para uma empresa e os benefícios gerados de uma marca forte, tem feito com que grandes pesquisadores e estudiosos da área, venham desenvolvendo teorias e aplicações de resultado. Há hoje duas abordagens que direciona os estudos na área: a determinação do valor patrimonial/financeiro da marca e valor percebido de uma marca pelos consumidores. É sobre essa segunda abordagem que este artigo se estabelece, procurando apurar o valor percebido da marca pelos consumidores.

Palavras-chave: valor de marca, marca. 

Abstract 

The issue value of the brand is the one most studied in the bussines management marketing currently. The strategic importance's value of the brand for a company and the benefits generated from some strong brand name, has done with great researches and scholars of the area, they're developeding theories and applications of result.There are two approaches that direct studies in the area determing the value's financial brand and perceived value of a brand by consumers. It is about this second approach that, this article is down, looking for determine the perceived value of the mark by consumers. 
 
1 INTRODUÇÃO 

O assunto valor da marca é um dos temas mais estudados atualmente na administração de marketing. A importância estratégica do valor de marca para uma empresa e os benefícios gerados de uma marca forte, tem feito com que grandes pesquisadores e estudiosos da área, venham desenvolvendo teorias e aplicações de resultado. Há hoje duas abordagens que direciona os estudos na área: a determinação do valor patrimonial/financeiro da marca e o valor percebido de uma marca pelos consumidores. É sobre essa segunda abordagem que este artigo se estabelece, procurando apurar o valor percebido da marca pelos consumidores. 

2 ANÁLISE TEMPORAL DAS CONCORRÊNCIAS E SUAS MARCAS 

Nos tempos passados, quase não haviam concorrentes, era produzir e vender, a oferta era menor que a demanda. Nesta época, as empresas encontravam-se em uma situação de conforto, pois bastavam produzir e vender sem ter que desempenhar praticamente nenhum esforço. Com uma concorrência bastante restrita no ambiente econômico do passado, a grande maioria dos novos empreendedores não encontrava grandes dificuldades em impor suas marcas e padrões. Os seus lucros eram maiores, pois o seu preço era definido de acordo com a demanda. Pagava o preço definido quem realmente podia ou até mesmo precisava pagar – não tinha praticamente opção de concorrente, nem produtos substitutos (Mankiw, N.Gregory, 2005, Porter, Michael, E, 1985).

Para os empreendedores que souberam trabalhar e oferecer o mínimo indispensável, segundo a hierarquia de valores dos consumidores à época como, bom atendimento, entrega e confiança, a missão de construir marcas sólidas e valorizadas, ou até mesmo a consolidação de novos padrões de produtos e serviços, era algo até simples, já que quase todos os possíveis concorrentes estavam extremamente ocupados em atender a uma demanda pouco exigente, a qual não parava de crescer.

Nos tempos atuais, seja qual for a atividade desempenhada por uma empresa, a situação é bem diferente. No ambiente econômico atual, a concorrência está cada vez mais acirrada, mais forte, bem organizada e disposta a criar o maior volume possível de dificuldades à entrada de novas marcas. Para agravar e acirrar ainda mais a concorrência, a verdade é que a maioria das empresas oferece quase sempre, produtos ou serviços com diferenciais técnicos e de imagem extremamente discretos entre si. Esse fator é o que faz ou deve fazer com que as empresas busquem por um diferencial realmente percebido pelo seu público, podendo ser esse, simplesmente, a sua marca. Mas o que é uma marca? 

2.1 CONCEITO DE MARCA

O conceito de marca já foi definido por diversos estudiosos do assunto. Abaixo, podemos constatar algumas das definições de alguns autores:

Segundo José Roberto Martins, existem várias maneiras de explicar e tentar definir uma marca, como por exemplo:

 “uma marca é um produto ou serviço ao qual foram dados uma identidade, um nome e adicional de uma imagem de marca. A imagem é desenvolvida pela propaganda ou em todas aos outras comunicações associadas ao produto, incluindo a sua embalagem” (MARTINS, BLECHER, 1996). 

Segundo a American Marketing Association – (AMA):

 “Uma marca é definida como nome, termo, símbolo – ou uma combinação desses elementos –, cujo seu objetivo é identificar os produtos e serviços de uma empresa e, principalmente, diferenciá-los dos produtos da concorrência”,

Podendo ser verdadeiramente um dos principais diferenciais competitivos de uma organização, já que no momento de precificar o seu produto e/ou serviço, pode dar-se ao luxo de cobrar um preço acima do de mercado, uma vez que a sua marca tem maior qualidade percebida.

De acordo com o professor David Aaker, “uma marca é um nome e/ou símbolo (tal como um logotipo, marca registrada, ou desenho de embalagem) destinado a identificar os bens ou serviços de um vendedor ou de um grupo de vendedores e a diferenciar esses bens e serviços daqueles dos concorrentes. Assim uma marca sinaliza ao consumidor a origem do produto protegendo, tanto o consumidor quanto fabricante, dos concorrentes que oferecem produtos que pareçam idênticos” (AAKER, 1998, p.7). 
 

2.2 O VALOR DA MARCA 

Não são comuns as empresas mostrarem o patrimônio de marca em seus balanços patrimoniais, uma vez que o seu valor é arbitrário, e que às vezes, tal valor pode ser muito superior à soma de toda a parte física de uma organização ou até mesmo pelo fato de grande parte das empresas, não terem a ciência de quanto realmente vale a sua marca.

Uma marca é um bem intangível, de valor e que deve ser gerenciado de forma cuidadosa, inteligente e principalmente de maneira estratégica, pois é através da marca que a empresa acumulará melhores resultados para os seus acionistas. Vistas dentro do contexto das empresas, uma marca pode representar um ativo que por sua vez é o principal responsável pelo sobrepreço relativo à avaliação a priori do seu produto ou serviço prestado.

Para alguns analistas de Brand Equity.4, as marcas duram mais que os produtos e instalações físicas de uma empresa, e são o seu principal bem durável. Uma marca bem posicionada no mercado pode torna-se o bem mais valioso de uma empresa, cabendo à mesma, zelar e gerenciar de forma inteligente à sua marca.

Do ponto de vista de marketing e de comportamento do consumidor, vários conceitos de valor da marca podem ser identificados, mas existe uma lacuna quanto a um conceito unificado de valor percebido da marca pelo consumidor. Vários pesquisadores têm proposto conceituações e metodologias para esse fim, mas ainda não conseguiram fechar um consenso na literatura. Realmente é uma posição muito difícil de chegar consensualmente.

O mais importante talvez não seja o quanto em espécie realmente valha uma marca, mas sim, o quanto essa marca representa na mente do consumidor. O quanto ela consegue influenciar de forma emocional na decisão de compra. O quanto uma marca vale intrinsecamente para um consumidor, de forma a torná-lo fiel aos seus produtos ofertados no mercado, ou seja, qual é o valor atribuído por um cliente a uma determinada marca? As empresas devem buscar esse valor intrínseco para que consigam concorrer de forma mais expressiva e lucrativa.

É como já dito pelo autor Kevin Roberts, em seu livro – LOVEMARKS, O Futuro Além das Marcas (2004) - “é preciso acreditar que as conexões emocionais podem transformar as marcas. Para sobreviverem, as grandes marcas precisam criar nos consumidores uma fidelidade além da razão. Está é a única forma de se distinguirem dos milhões de marcas insossas”.

Conforme dito pelo consultor francês Chetoniche, o grande capital das empresas no século XXI será a "marca". "Marca", como o próprio nome diz é a imagem "impressa", "marcada" na cabeça de um consumidor sobre tal e qual produto ou serviço. Hoje a grande discussão é: quanto vale uma marca?

No mundo empresarial atual, a concorrência está cada vez mais acirrada. Hoje as empresas buscam cada vez mais obter maiores lucros/receitas com menores investimentos e despesas. Se a empresa conta com uma marca diferenciada, bem posicionada no mercado e além de tudo, bem percebida e aceita pelo seu público, suas chances de obter maiores receitas podem ser mais facilmente alcançadas.

Para os consumidores de qualquer parte do mundo, a marca é parte vital do processo de decisão de compra. Uma vez reconhecida pelo consumidor, uma marca consegue gerar um conjunto de associações que, tomadas em conjunto, constituem a imagem da marca para os consumidores. Quando o consumidor identifica para si uma determinada marca como sendo satisfatória, esta tende a se tornar sua escolha do dia a dia. Essa preferência propicia a lealdade do consumidor à marca, fazendo com que ele volte a adquirir o bem ou serviço. 

2.3 A DECISÃO DE COMPRA DE UMA DETERMINADA MARCA 

É sabido que o comportamento do consumidor brasileiro está em sintonia perfeita com os mercados mais sofisticados do mundo. Consequentemente, o valor percebido pelo consumidor de uma marca está intimamente relacionado à sua decisão de compra.

Os consumidores cada vez menos decidem os seus investimentos e aquisições tendo como base as características técnicas e próprias dos produtos ou serviços. Fato esse devido que nos dias de hoje, é possível praticamente a todas as empresas concorrentes contar com tecnologias para o desenvolvimento e produção de seus produtos e serviços. 

3 QUAL O VALOR PERCEBIDO DA MARCA NA MENTE DO CONSUMIDOR? 

Os consumidores buscam hoje orientar-se nas mensagens de benefícios que as marcas conseguem transmitir. Um fato que exige muita criatividade, investimento e empenho de todos os empresários e executivos.

É preciso entender que uma boa marca não pode ser entendida e gerenciada como a obrigação de um setor específico da organização. É importante todos os setores terem essa consciência e buscar trabalhar de forma a contribuir para esse objetivo. É preciso que uma marca seja capaz de influenciar a percepção dos atributos físicos e funcionais do produto ou serviço. Ela funciona como um indicador de procedência e qualidade, conferindo ao produto uma personalidade e um conjunto de valores, que o identifica e diferencia dos concorrentes no ponto de venda.

 “Conseguir construir uma marca forte, requer um cuidadoso planejamento e gigantescos investimentos no longo prazo. Na essência de uma marca bem sucedida existe um excelente produto ou serviço, sustentado por um marketing desenvolvido e executado com muita criatividade” (KOTLER, KELLER, 2006, p, 268).

Segundo Kevin Lane Keller, as marcas mais fortes do mundo, tem em sua essência dez características em comum:

  • A marca se destaca por oferecer os benefícios que os consumidores realmente desejam;
  • A marca se mantém relevante;
  • A estratégia de determinação de preço se baseia nas percepções de valor por parte dos clientes;
  • A marca é devidamente posicionada;
  • A marca é coerente;
  • O portifólio e a hierarquia da marca fazem sentido;
  • A marca utiliza e coordena um repertório completo de atividades de marketing para construir a brand equity (valor agregado atribuído a produtos e serviços);
  • Os gerentes de marca compreendem o que a marca significa para os consumidores;
  • A marca recebe apoio adequado e freqüente;
  • A empresa monitora fontes de brand equity.

  Existem, a exemplo, as marcas que já se tornaram referência de um produto, que acaba levando em si, o conceito do bem próprio, como acontece no caso com as marcas, Coca-Cola, Bombril, Gillette, etc.

  “uma marca é uma oferta de uma fonte conhecida. Uma marca como McDonald’s, por exemplo, propicia muitas associações na mente das pessoas: hambúrgers, diversão, crianças, fast-food, conveniência e arcos amarelos. Essas associações formam a imagem da marca. Todas as empresas lutam para estabelecer uma marca sólida – isto é, uma imagem de marca exclusiva, forte e favorável” (KOTLER, KELLER, 2006, p.22).

 Quando as empresas atingem esse estado e tornam-se conscientes do mesmo, cabe a elas a preocupação de como fazer para fortalecer ainda mais a sua marca e, principalmente manter essa posição, o que não é fácil atualmente, já que os avanços tecnológicos permitem que os processos industriais tornem os produtos e serviços cada vez mais singulares, com padrões de qualidade semelhantes, reduzindo e/ou eliminando os seus diferencias. Cabe, portanto algumas ações, nas quais as empresas voltem os seus investimentos em propagandas criativas, patrocinar eventos que venham agregar valor à marca, abrir as portas da empresa e convidar o seu público a visitar as suas dependências, fornecer realmente, produtos e/ou serviços que atraiam o público e também apoiar de maneira visível, importantes causas sociais.

É necessário que no mundo atual globalizado e cada vez mais competitivo, as empresas lancem à frente o seu produto ou serviço, para isso é preciso contar com uma maior valorização da marca, como forte elemento de diferenciação, ou seja, a marca é tida como uma questão de muita importância na estratégia do produto e/ou serviço prestado por uma empresa, sendo a mesma uma marca de sucesso, que garantirá uma posição competitiva privilegiada.

Uma marca tem que ser capaz de fazer com que os consumidores estejam predispostos a pagar a mais por um determinado produto. O qual tem em seu rótulo a assinatura dessa marca.

Como já falado neste artigo, hoje os produtos estão cada vez mais similares, cada vez mais parecidos nas questões de qualidade e atributos, sendo assim, cabem as empresas se garantirem por meio de uma marca forte, de uma marca que esteja bem posicionada na mente dos consumidores, de preferência no topo da sua mente.

Ainda citando David Aaker, as dimensões de criação de valor percebido para a marca podem ser expressas como:

  • Fidelidade (grau de ligação do consumidor com a marca);
  • Consciência (habilidade da marca em ser reconhecida pelo consumidor como parte de uma categoria de produtos);
  • Qualidade percebida (percepção pelo consumidor de superioridade de um produto ou um serviço com relação às alternativas disponíveis);
  • Associações (conjunto de significados que o consumidor atribui à marca).

É importante ressaltar que todos os produtos e serviços possuem certo grau de intangibilidade. Mesmo os produtos que possuem a vantagem de ser vistos e tocados por inteiro, não podem ser testados antes de serem comprados. São comuns os consumidores terem a desconfiança em sua mente quando estão prestes a investir na compra de bens e serviços, dos quais tiveram informações somente por meio de propagandas ou das experiências de terceiros. Quando um consumidor não teve a possibilidade de experimentar um produto ou serviço antes de efetuar a compra, tudo o que tem em mente são as “promessas de satisfação”. Mesmo que seja possível o consumidor tocar, cheirar, sentir, ver ou até mesmo experimentar, tudo não passa de promessas até a compra e uso pleno do bem ou serviço.

Neste caso, se o produto ou serviço ofertado por uma empresa conta com uma marca de boa aceitação e bem posicionada no mercado, é possível conseguir reduzir as sensações de medo e/ou insegurança dos consumidores, ficando os mesmos mais dispostos a correr o risco e pagar para ver, já que por trás do bem que ele adquiriu encontra-se uma marca de excelência e procedência.

Os consumidores que se predispõem a pagar a mais por um determinado produto ou serviço, esperam realmente encontrar-nos mesmos uma qualidade e atributos superior dos quais encontrariam nos produtos e/ou serviços ofertados por um produto similar, rotulado por uma marca não muito conhecida e forte.

Só podemos acreditar na idéia de valor da marca quando entendemos que todos os serviços ou produtos são baseados na intenção verdadeira de entregar promessas de satisfação de necessidades valorizadas e desejadas pelos consumidores, mesmo que sejam elas pouco ou muito concretas.

Uma marca forte consegue garantir uma possível nova compra. Os produtos que contam com uma marca top, usufruem de uma sinalização de um determinado nível de qualidade e, assim, consumidores que tiveram as suas expectativas atendidas e até mesmo superadas, podem facilmente optar novamente pelo produto.

Nos dias atuais, conseguir tal mérito é difícil. Conquistar a fidelidade dos consumidores em meio a grande concorrência é quase impossível, mas isso pode ser mais fácil uma vez que a marca venha conseguir proporcionar à empresa previsibilidade e segurança de demanda, além de conseguir criar barreiras que tornam mais difícil a entrada de novas empresas no mercado.

Mesmo O VALOR FINANCEIRO DA MARCA não ser o foco desse trabalho, cabe falar de forma superficial, a maneira usada para mensurar o valor de uma marca, o que não é tarefa fácil.

De acordo com a Interbrand – conceituada empresa de avaliação de marcas, a avaliação de marca baseia-se numa estimativa de valor dos ganhos de hoje ou no fluxo de caixa que se espera ser gerado pela marca no futuro. Para calcular o valor de uma marca, é preciso identificar os ganhos reais que podem ser atribuídos estritamente à marca e capitalizar os ganhos aplicando um múltiplo aos ganhos acumulados em seu histórico como uma taxa de desconto ao fluxo de caixa futuro.

Os ganhos da marca são calculados subtraindo-se das vendas alguns itens, como:

  • Custos das vendas;
  • Custos de marketing;
  • Despesas gerais variáveis e fixas, incluindo depreciação e alocação central de despesas gerais;
  • Remuneração de despesa de capital (uma cobrança de 5 a 10 por cento sobre o valor de reposição do capital empregado na linha de produção);
  • Impostos.

 

A empresa Interbrand desenvolveu uma formula para possibilitar o cálculo da força de uma marca, considerando os pontos liderança, estabilidade, mercado, expansão geográfica, tendência, suporte e proteção.

Em tempo, para efeito de informação, cabe citar neste trabalho, as dez marcas mais valiosas do mundo divulgado de acordo com a avaliação da Interbrand, referente ao ano de 2006. 

     Classificação

     Marca

     Valor da Marca em 2004 (em bilhões de dólares)

     1ª

     Coca-Cola

     $67.000

     2ª

     Microsoft

     $56.927

     3ª

     IBM

     $56.201

     4ª

     GE

     $48.907

     5ª

     Intel

     $32.319

     6ª

     Nokia

     $30.131

     7ª

     Toyota

     $27.941

     8ª

     Disney

     $27.848

     9ª

     McDonald's

     $27.501

     10ª

     Mercedes

     $21.795

 
Fonte, INTERBRAND. Ranking das marcas. Ano de 2006.

No ano de 1997, a Coca-Cola ocupava o topo do ranking das marcas mais valiosas do mundo, avaliada em U$48 bilhões. Pode-se verificar que hoje, a empresa ainda ocupa a mesma posição do ranking das marcas.

Pode-se constatar na verdade, que não se trata de uma forma simples de calcular o valor de uma marca, mas, o mais importante é que as empresas trabalhem de forma inteligente e profissional, contando com pessoas tecnicamente capacitadas a frente de seus departamentos de comunicação e marketing, garantindo assim a sua permanência, a sua posição de líder de mercado, o respeito por parte dos seus consumidores, a visibilidade e principalmente a sua credibilidade no mercado competitivo. Não podendo se esquecer do apoio de uma ótima assessoria de imprensa, o que fará com que a marca se mantenha cada vez mais em evidência e sempre presente na mídia.

Como já falado no início desse artigo, a marca é um ativo valioso, fundamental e duradouro da empresa. Ela precisa ser cuidadosamente gerenciada para que o seu valor não venha sofrer nenhuma forma de depreciação e arranho. A empresa nunca deve se descuidar de sua marca, mesmo quando estiver em momentos de ápice, pois só assim conseguirá manter-se sempre na posição de líder e forte.

Muitas marcas líderes de 70 anos atrás permanecem em posição de líderes até os dias atuais – KODAK, Coca-Cola, Nestlé –, mas é sabido que isso só foi possível graças à batalha ininterrupta em busca do aperfeiçoamento de produtos, serviços e marketing.

Segundo José Roberto Martins, todas as marcas mais importantes e conhecidas, reúnem de uma maneira ou de outra, sete princípios elementares, como convencionado pelos fatores abaixo:

  • Identidade
  • Nome
  • Desenho
  • Proteção legal
  • Comunicação
  • Reputação
  • Gerenciamento

As marcas Coca-Cola, Omo, Pão de Açúcar, Levi’s, Pullman, Arno, IBM, Quaker, Nestlé, Hering, Ferrari, dentre milhares, são hoje muito importantes em seus setores de atuação, fato esse que não se deve a imaginar que apenas o dinheiro que possuem as fizeram reconhecidas pelos consumidores.

Com certeza essas marcas tiveram e ainda tem a sua frente, um excelente gerenciamento eficiente de suas marcas. Essas empresas possuem uma vantagem incontestável sobre os seus consumidores, ou as novas marcas que chegam a cada dia nos mercados: elas possuem um histórico de décadas bem sucedidas de atuação, o que com certeza não as eximiram dos erros, falhas e equívocos cometidos nos processos de gerenciamento.

Uma boa marca tem que ser capaz de transmitir de forma eficaz, um determinado conjunto de informações. Essa marca pode consequentemente levar os consumidores a experimentá-la, ou seja, fazer com que os consumidores não tenham medo de arriscar apostando no produto ou serviço, e principalmente, a marca deve fazer com que o consumidor repita o ato de consumo e que o mesmo possa sentir tranqüilidade para recomendá-la de forma positivamente aos seus amigos ou relacionamentos.

Segundo pesquisas internacionais das mais conceituadas e influentes universidades, é de conhecimento que um consumidor satisfeito tem o poder de atrair, na média, pelo menos mais meia dúzia de novos consumidores. Já os consumidores insatisfeitos têm infelizmente o poder de decretar a morte de qualquer negócio conhecido, visto que conseguem arrastar pelo menos 14 potenciais consumidores de uma empresa, ficando comprovado que a velocidade de disseminação de uma imagem ou recomendação de maneira negativa é infinitamente mais rápidas que as recomendações positivas.

Uma organização que realmente zela pela sua marca, pelo posicionamento de sua marca na mente dos consumidores, tem que preocupar em atender e satisfazer as necessidades dos seus clientes.

Uma empresa que se encontra na situação acima é permitida a ela cobrar por um preço maior pelos seus produtos e/ou serviços prestados, em especial sobre o preço praticado pela concorrência e mercado.

É preciso a empresa fazer com que a sua forma de discurso/comunicação, sua postura e elementos materiais de trabalho devam ser percebidos pelos seus consumidores, levando-os a acreditar que realmente vale a pena pagar um pouco mais para consumir o produto ou serviço ofertado.

O consumidor deve ter claro em sua mente que o produto ou serviço que ele decidiu adquirir, tem realmente uma melhor qualidade, atributos e valor agregado em relação ao ofertado pela concorrência ou dos demais fornecedores equivalentes.

Uma marca boa e forte tem que ser capaz de atrair e principalmente reter o consumidor para o seu produto ou serviço, retendo-o enquanto a engrenagem estiver funcionando com perfeito equilíbrio e eficiência; fato que se pode comprovar através dos fatores emocionais que retém às marcas preferidas pelos consumidores.

Segundo KOTLER & KELLER (2006, p, 271) as vantagens de marketing que uma marca forte proporciona a uma empresa são: 

  • Melhor percepção do desempenho do produto;
  • Maior fidelidade;
  • Menos vulnerabilidade às ações de marketing da concorrência;
  • Menor vulnerabilidade às crises de marketing;
  • Maiores margens;
  • Menos sensibilidade do consumidor aos aumentos de preços;
  • Maior cooperação e suporte comercial;
  • Mais eficácia das comunicações de marketing;
  • Possíveis oportunidades de licenciamento;
  • Oportunidades adicionais de extensão de marca.

4 CONCLUSÃO 

É possível concluir que uma marca é o retrato de uma empresa. A marca é um sistema integrado de ações que envolvem a absoluta eficiência na preparação, entrega e manutenção dos atributos materiais e de imagem do negócio de uma empresa.

A percepção positiva ou negativa do que os consumidores recebem se concretiza no sinal – a marca – que identifica as virtudes ou os defeitos de um fornecedor. A sustentação, a qualidade e a continuidade das relações positivas que conseguem ser estabelecidas, acabam por consolidar o sinal – a marca – como as melhores referências de identificação e, provavelmente, de repetição do ato de consumo.

Sabe se que não são mais os atributos tangíveis de um produto ou serviço, isoladamente, que garantem o estabelecimento e a continuidade da relação entre uma empresa e seus clientes. Sabe-se que todo esse conjunto passa a ser orientados pela marca de uma empresa que promete e garante a venda e também o pós-venda de um bem ou de um serviço.

É possível concluir que se a empresa consegue manter, cuidar, e principalmente gerenciar de forma profissional a sua marca, ela só tende a conseguir competir melhor, com a garantia de melhores vendas e receitas, uma vez que em seus produtos ofertados ao mercado, ela conta com uma marca de sucesso, uma marca forte, transparente, sendo uma marca dotada de qualidade percebida e valorizada dessa forma pelos consumidores. Uma marca que consegue garantir segurança, transparência e acima de tudo, uma melhor qualidade em seus produtos e ou serviços.  
 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 

  • AAKER, David A. – Marcas: brand equity gerenciando o valor da marca / São Paulo: Negócio, 1998.
  • KOTLER, Philip, KELLER, Kevin Lane. Administração de Marketing – A Bíblia do Marketing. 12ª Edição. – São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2006.
  • ROBERTS, Kevin. O Futuro Além das Marcas – São Paulo: M. Books do Brasil Editora Ltda, 2004.
  • www.marketingpower.com – American Marketing Association – (AMA).
  • MARTINS, José Roberto, BLECHER, Nelson. – O Império das Marcas. Edição 1996. – São Paulo: Global Brands.

 BIBLIOGRAFIA 

  • MARTINS, José Roberto. – Branding: O manual Para Você Criar, Gerenciar e Avaliar Marcas. 1ª Edição. – São Paulo: Global Brands, 2006.
  • MARTINS, José Roberto. – Grandes Marcas Grandes Negócios: Como as Pequenas e Nédias Empresas Devem Criar e Gerenciar uma Marca Vendedora. 2ª Edição Revista e Ampliada. – São Paulo: Global Brands, 2005.
  • KELLER, Kevin Lane, MACHADO, Marcos. – Gestão Estratégica de Marcas. Edição 2005. – São Paulo: Pearson Education do Brasil Ltda.
  • Revista FAE BUSINESS, n. 7. novembro 2003. www.fae.edu/pu....ae_business/n7/rev_fae_business_07_2003_gestao_11.pdf

Autor: Alexandre Caldas


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