Será que a diferença entre gerações permanece no ambiente de trabalho?



A satisfação no ambiente de trabalho vem se tornando uma preocupação frequente das organizações. Um método confiável para medir essa satisfação e identificar possíveis problemas pode ser efetivado com uma pesquisa de clima organizacional feita através de questionários, debates ou até entrevistas. Pensando neste tema, alunos do curso Tecnológico de Gestão de Recursos Humanos das Faculdades SPEI aplicaram 690 questionários sobre satisfação e empregabilidade a pessoas de várias idades e cargos. A pesquisa conclui que várias transformações acarretaram um novo cenário nas organizações, como por exemplo, o aumento da expectativa de vida onde diferentes gerações passaram a dividir o mesmo espaço de trabalho.

Segundo pesquisas realizadas há quatro gerações compostas por profissionais com perfis diferentes: a geração dos baby boomers; a geração Z; a geração X; e a geração Y.

A geração dos baby boomers são as pessoas nascidas após a segunda guerra mundial; dedicados ao trabalho; e com grande facilidade em projetar cenários e planejar retomadas.

A geração Z são as pessoas nascidas a partir da metade da década de 90; nasceram sob o domínio da tecnologia e possuem aptidão natural para trabalhar com objetos eletrônicos.

Já os profissionais da geração Y possuem grande potencial para o trabalho em equipe; ambição; alto grau de instrução; falam mais de um idioma; dedicam-se aos projetos da organização; possuem uma liderança nata e, além de buscarem reconhecimento e crescimento profissional de maneira rápida e dinâmica, também priorizam a qualidade de vida no trabalho. Seus antecessores são os profissionais da geração X.

Os profissionais da geração X alcançaram crescimento profissional, vínculo e reconhecimento; deixaram de lado a qualidade de vida e o convívio familiar para se dedicarem à organização e à estabilidade financeira.

Segundo profissionais de Gestão de Pessoas duas gerações destacam-se por conviverem em um mesmo contexto organizacional: a geração X (profissionais de 35 a 45 anos) e a geração Y (profissionais de 23 a 34 anos).

A fimde contribuir com a teoria acima explicitada sobre as gerações X e Y a presente pesquisa procurou verificar o grau de satisfação em relação às empresas em que trabalham. Conforme gráficos abaixo, os dados demonstram que apesar das diferenças já conhecidas entre as gerações, quando se tratando de recomendar a empresa a um amigo ambas as gerações entram em concordância: 74% dos X´s e dos Y´s indicariam a empresa onde trabalham. Quanto à satisfação com o ambiente de trabalho 84% dos X´s e 73% dos Y´s se dizem satisfeitos com suas empresas.

Tais dados demonstram que não é apenas a questão financeira que motiva os profissionais entrevistados uma vez que o salário das gerações X e Y encontram-se na faixa de R$ 466,00 a R$ 930,00 (33% e 44% respectivamente) e mesmo assim o grau de satisfação é elevado.

Quando questionados a respeito da percepção quanto ao atributo mais valorizado pelas empresas 45% dos X's e 44% dos Y's responderam ser a experiência profissional. Conhecimento técnico é percebido por 25% dos X's e 21% dos Y's. Isto pode ser explicado devido ao fato de 31% dos X's e 20% dos Y's ocuparem cargos gerenciais contra 42% dos X's e 66% dos Y's ocuparem cargos operacional/técnico.

Em relação ao gênero, percebemos que não há diferença significativa quanto à satisfação com o ambiente de trabalho entre homens e mulheres da geração X: 88% e 80% respectivamente. Já na geração Y os homens satisfeitos somam 69% contra 75% das mulheres da geração Y.

Mesmo com alto grau de satisfação, a maioria das mulheres da geração X e Y (43% e 53% respectivamente), recebe entre R$ 466,00 e R$ 930,00, enquanto que a maioria dos homens da geração X e Y (30% e 47% respectivamente), recebe entre R$ 931,00 e R$ 1860,00. A disparidade entre os salários de homens e mulheres ainda é considerável. Porém tal diferença vem decrescendo com o tempo. Entre homens e mulheres da geração X (35 a 40 anos) a diferença chega a aproximadamente 43%. Entretanto tal diferença na geração Y (23 a 28 anos) representa aproximadamente 12% demonstrando que a igualdade ou o oposto é possível, basta apenas às mulheres desenvolverem suas habilidades e competências; vencer alguns desafios e assuntos específicos além de focar na autenticidade, conforme enfatiza Ginka Toegel em artigo publicado no portal da administração em 22/10/09. (1)

Concluímos que para cada organização há um perfil de funcionário desejado. Para algumas, a geração X nunca deixará de ser peça fundamental e para outras seria impossível o seu funcionamento sem a geração Y. A convivência entre gerações, embora aparentemente conflituosa, comporta a combinação entre as gerações. Este é o ponto ideal pois os perfis divergentes, trazem oportunidades ao complementarem as distintas necessidades de obtenção de resultados da organização. Resta apenas, a cada um, aprender com o convívio. Como o próprio nome já diz convívio significa viver com outras pessoas. Ninguém vive sozinho. As pessoas que possuem a capacidade de aprender com os colegas de trabalho só têm a ganhar. Como diz Amauri Dias Teixeira em artigo publicado no site artigonal.com em 10/08/09: "os mais novos aprendem com a experiência dos mais velhos e os mais velhos aprendem com a garra e a motivação dos mais novos". Porém, o que antecede esta questão está no aprender a aprender.




[1]

Ginka Toegel é professora de Organizational Behavior and Leardership no IMD. Ela é diretora do programa Strategic Leadership for Women, que ajuda os participantes a encontrarem seu estilo único de liderança, mesclando valores 'masculinos' e comunais.

Autores alunos das Faculdades Spei (Campus Água Verde): Rosane Dias De Oliveira, Fernanda Vieira, Vanessa da Motta Zanoni, Thais Mira Lourenço, Bruno Barroso dos Santos, Gerbera Witzki Tokarski e Guaracyara Ribas Augusto
Autor: Turma de Gestão em RH Faculdades Spei


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