A TECNOLOGIA COMO INSTRUMENTO DE EDUCAÇÃO NO SÉCULO XXI



RESUMO: As mudanças ocorridas no presente milênio foram influenciadas pelo uso das tecnologias. Consequentemente a comunidade escolar tem que acompanhar o desenvolvimento da sociedade, surgindo assim o interesse em abordar de forma dinâmica e reflexiva o tema desse artigo, uma vez que se procura despertar no educando e principalmente no educador, a importância de se equilibrar e ampliar os conteúdos utilizando as ferramentas que se encontram disponíveis a maioria da população. Portanto o objetivo deste artigo é: refletir sobre a prática docente, e o processo de ensino aprendizagem, e inserir a escola de forma consciente na era tecnológica, não utilizando o computador apenas como uma máquina de escrever, mas como um acesso rápido ao conhecimento, através da internet ou das variadas multimídias que nos circundam. Uma vez que informática educativa nada tem a ver com aulas de computação. A nova prática pedagógica designada por Morin é de “aprender a aprender”, “aprender a refletir” e “aprender a pensar”. E deve estar inserido em todos os currículos das escolas públicas ou particulares. Palavras-chave: Modernidade. Internet. Educação.

INTRODUÇÃO

Com a chegada do novo milênio o capitalismo se propagou de forma rápida e excludente. O mundo se deparou com as múltiplas faces de um processo contínuo, onde quem se sobrepõe é aquele que detém o maior poder aquisitivo, acarretando em diversas desigualdades sociais e principalmente financeiras. No entanto a sociedade evoluiu quebrando vários paradigmas e tabus, bem como preconceitos. As mudanças ocorridas no decorrer das décadas transformaram o modo de pensar e agir de grande parte da sociedade. A maior responsável por tais mudanças denomina-se tecnologia que caracteriza a sociedade do século XXI.
Esta sociedade é caracterizada como a sociedade da informação e do conhecimento. As mudanças ocorrem de forma veloz e para nela estar incluída faz-se necessário que as pessoas estejam capacitadas para exercer à dinâmica do mundo moderno. Diante disso, mudança é considerada a palavra de ordem neste novo século, e a escola deve se adequar a ela, uma vez que exerce enorme influência na sociedade.

Uma pedagogia para o século XXI
Segundo a revista brasileira de tecnologia educacional (2006), a comunidade escolar também tem que acompanhar o desenvolvimento da sociedade, para que possa formar cidadãos críticos, participativos e aptos a enfrentarem os obstáculos que poderão surgir na vida e não apenas mão-de-obra qualificada para o mercado de trabalho, ou seja, um ser emancipado. Por isso a escola tem que estar a par das mudanças que ocorrem no mundo e também deve estar preparada para inserção destas informações, por isso acreditamos que novas tecnologias devem ser inseridas na escola, espaço impar de democratização de saberes.
Hoje estamos cientes do impacto que as tecnologias causaram em toda sociedade mundial, deste modo à chegada das tecnologias no ambiente escolar, paulatinamente provoca uma mudança de paradigmas. Todavia, a escola tradicional, ainda exerce um poder significativo na maioria das escolas, no qual o professor fala, o aluno escuta, o professor manda e o aluno obedece. Com a chegada da era digital essa figura do professor e deslocada para mediador do conhecimento, um facilitador da aprendizagem. Porém para que isso ocorra de maneira pouco tardia o professor não deve ter medo da crescente autonomia do aluno, sabendo que alguns professores temem serem substituídos pelas máquinas. Na verdade é o professor quem vai dinamizar este novo processo de ensino-aprendizagem por intermédio do computador, que nada mais é do que uma ferramenta de ensino. E o aluno deve explorar ao máximo com criatividade suas potencialidades se envolvendo de forma efetiva na aprendizagem.
Para que esse quadro possivelmente, seja modificado acerca dos métodos de ensino-aprendizagem, um novo paradigma é apresentado, segundo este o ensino segue uma nova ordem, de desenvolver o aprender a aprender.
Este novo procedimento exige um novo modelo de professor, que não poderá mais ser aquele professor firmado na autoridade do cargo, mas um professor com uma nova visão do ato de ensinar, tornando-se um professor pesquisador, disposto a aprender, resultando num processo de construção do saber. Seguindo o ideário de transformação na educação, Kullok (2000) afirma que:
‘’O fato é que a educação do século XXI, além de transmitir informações, tem que formar um cidadão que saiba transformar essas informações em conhecimento, em ação, e desenvolver habilidades e competências que o capacite a lidar com o ‘oceano de informações’, com as rápidas transformações nos modos de produção, e instrumentalizá-lo a realizar um projeto de vida e de sociedade’’.
(KULLOK, p. 2000)
De fato com o dinamismo da sociedade, as tecnologias ocupam um lugar de destaque no cotidiano das pessoas, pois são informações recebidas 24 horas por dia, através de instrumentos de comunicação que estão disponíveis as mais baixas classes sociais, a exemplo a TV, o rádio, revistas e jornais. E as crianças estão sujeitas a grande parte dessas informações. A maioria das mídias exerce uma forte influência sobre a criança, a exemplo à televisão que agrega vários conteúdos e informações que chamam a atenção da criança, que por natureza tem uma curiosidade aguçada, e vai à busca de responde-lás.
O computador pode fazer isso, pois é um mundo pelo qual não só crianças como adolescentes e adultos sentem-se atraídos e fascinados, pela quantidade de temas ou pela facilidade e rapidez que o acompanham se referido a internet que ocupa um lugar de destaque entre as demais, características essenciais ao mundo veloz que nos encontramos. Contudo o uso do computador nas escolas vem crescendo, à medida que os alunos e professores são inseridos neste novo e complexo contexto de educação.
Diante disso Tajra (2003, p.20) afirma que ‘’A internet como mídia e a que mais crescem nos últimos anos e tende a ser a mídia mais popular em curto e médio prazo [...]. Surge desse modo a importância de que políticas públicas sejam elaboradas e ofertadas as escolas para que disponibilizem aos professores meios pelos quais possam estar capacitados para atender esse novo público de alunos informatizados.
Os educadores devem possuir um novo perfil profissional para o século XXI, e seu desafio é reaprender a aprender, compreender que não é mais a única fonte de informação, sabendo que o aluno é parte fundamental do ensino e não um mero expectador da escola e da sociedade excludente da qual está inserido.
A integração das novas mídias no âmbito escolar se dá como uma evolução natural, tanto para a informação quanto para a comunicação. Porém a prática pedagógica é fundamental para o uso dessas tecnologias, nos remetendo a um novo desafio: de usá-las para novas transformações.
Nesta linha de pensamento Papert (1994) afirma que aquilo que é aprendido pelo esforço próprio da criança tem mais significado para ela e se adapta melhor as suas estruturas mentais, ou seja, a criança aprende melhor através da aprendizagem significativa, um saber na qual seu conhecimento prévio seja levado em consideração.
Uma vez que o processo de aprendizagem requer, para as informações novas, uma estrutura anterior que permitam que estas possam ser melhores assinaladas pela criança. Nesta filosofia não se enquadra à aprendizagem passiva, caracterizada apenas pela absorção de informações. O mais importante é a observação e a investigação no processo de indução do aluno, levando este a desenvolver o verdadeiro processo da descoberta.
Levando em consideração que essas transformações necessitam ter início no pré-escolar, onde as crianças dessa faixa etária utilizam diversas mídias, contribuindo decisivamente para o desenvolvimento das capacidades de observação, reflexão, coordenação psico-motora, ou para o despertar dos sentidos, já que as potencialidades da multimídia reúnem simultaneamente a imagem, a cor, o som, enfim os efeitos audiovisuais, que exercem um poder de deslumbre, sobre a criança. Portanto as mídias só podem servir de acesso ao conhecimento se forem integradas dentro ou fora da escola seguindo uma metodologia específica para a compreensão do aluno, bem como do professor.
CONCLUSÃO
Com o advento da informática é comum falar de inclusão digital e de como a informática contribui para o aprendizado das crianças.
Tajra (2001) expõe em seu livro, A Informática na Educação, a importância da mesma para o século XXI, refere-se a ela como, um novo paradigma educacional, e para que ocorra qualquer mudança, necessita-se que se inicie num processo interno de sensibilização para uma nova realidade. Questiona ainda o fato dos professores não se sensibilizarem quanto ao uso da informática na área educacional, uma vez que os demais profissionais das diversas áreas do conhecimento já utilizam a informática como instrumento auxiliar em seus trabalhos.
Os computadores são multifuncionais e acompanham o mundo em que vivemos quantas coisas podemos fazer, ensinar e aprender sem sair de casa ou da escola, através do computador. Com todas essas facilidades e inovações que a informática propõe, é importante ressaltar que a maior parte dos empregos que surgirão ou já existem, de alguma forma utilizam novas tecnologias de informação e comunicação.
Dessa forma a tecnologia deve estar sempre a serviço da humanidade e não ao contrário. As práticas pedagógicas que empregam essas tecnologias de forma planejada permitem que o aluno desenvolva autonomia, fundamental para um mundo cada vez mais pleiteado, ou seja, mais concorrido, tanto dentro como principalmente fora da sala de aula.
É fato que estamos vivendo um período revolucionário tanto dos computadores quanto nas áreas de telecomunicações. As mudanças estão ocorrendo em todas as áreas, culturais, religiões, sociais, econômicas e outros. A evolução tecnológica é tão grandiosa e fascinante que nos leva a muitas discussões, entre elas a capacitação do profissional que atua na educação, pois, é só este que pode conduzir os alunos, a nova visão de mundo. Portanto um dos fatores para o sucesso na utilização da informática na educação é a capacitação dos professores perante esse novo paradigma de educação.






REFERÊNCIAS

KULLOK, Maisa Gomes Brandão. As exigências da formação do professor na atualidade. Maceió: EDUFAL, 2000.

TAJRA, Sanmya Feitosa. Informática na educação: novas ferramentas pedagógicas para o professor da atualidade. 3. ed. São Paulo: Érica, 2003.

PAPERT, Seymour. A máquina das crianças: repensando a escola na era da informática. Porto Alegre: Artes Médicas, 1994.


Autor: Adriana dos Santos


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