O Medicamento Fitoterápico no Brasil



O Medicamento Fitoterápico no Brasil

De acordo com Votta (1995), os primeiros povoadores, degredados, aventureiros, náufragos e colonos que aqui chegaram, tiveram de valer-se de recursos da natureza para combater as doenças, curar ferimentos e neutralizar picadas de insetos. Para combater a agressividade dos ambientes e a hostilidade de algumas tribos, os europeus tratavam estes mesmos indígenas com amabilidade e com isso foram aprendendo com os pajés a preparar os remédios para tratar seus próprios males.

De acordo com Enciclopédia Barsa (1997), a saúde dos índios brasileiros despertou a atenção dos descobridores. Afora os ferimentos por lutas ou acidentes, picadas de insetos ou problemas resultantes da caça de animais, eram raras as doenças observadas nos indígenas Em sua medicina, rituais, amuletos e remédios supersticiosos somavam-se as práticas de diversas formas e também a utilização das ervas.

A medicina indígena de caráter curativo se fazia por meio de um processo mágico-religioso, enraizado no estatuto moral da comunidade. Conforme Votta (1995),

Os remédios da "civilização" só apareciam quando expedições portuguesas ou espanholas chegavam com suas esquadras em que sempre existia um cirurgião barbeiro ou algum tripulante com uma botica portátil cheia de droga de drogas e medicamentos. Mas muitos não conseguiam chegar até as costas do Brasil, havendo a necessidade de estocar medicamentos. Assim os jesuítas foram os primeiros boticários da nova terra e nos seus colégios é que ficavam as primeiras boticas onde o povo encontrava drogas e medicamentos vindos de Portugal e muitos remédios preparados com plantas medicinais.

Bahia, Olinda, Rio de Janeiro e São Paulo tiveram as primeiras boticas do Brasil e por muito tempo, foram as únicas existentes. Sendo a mais importante a da Bahia que se tornou um centro distribuidor de medicamentos.Os padres conservavam a botica bem sortida e aparelhada para preparos de medicamentos iniciando também o aproveitamento das matérias-primas indígenas. (Votta, 1995, p.11).

Podemos verificar com isso que os pesquisadores na área de farmácia nos deixaram numerosos escritos, como:

No Brasil, além assimilação dos conhecimentos Indígenas, as contribuições trazidas pelos escravos imigrantes representaram papel importante para o surgimento de uma medicina popular rica e original, na qual a utilização de plantas medicinais ocupa lugar de destaque. Tudo indica que elas são utilizadas intensamente no meio urbano comoforma alternativa ou complementar aos medicamentos da medicina oficial, isso podendo ser amplamente verificado pelo comércio intenso em locais públicos e a venda de formas derivadas simples (plantas Rasuradas ou em pó) em farmácias e supermercados. (SIMÕES et al 1995, p. 9).

Ainda Simões (1995) afirma que nos últimos anos alguns fatores têm contribuído para o aumento da utilização de tal recurso mesmo em camadas sociais que até então não o empregavam: a crise econômica, o alto custo dos medicamentos industrializados, o difícil da população à assistência médica e farmacêutica, bem como uma tendência generalizada em utilizar produtos de origem natural,preferencialmente.

O Brasil é reconhecidamente o país detentor de uma das mais altas taxas de biodiversidade.

E Di Stasi (1996) ressalta que o uso das espécies vegetais com fins de tratamento e cura de doenças e sintomas remontam o início da civilização.

O uso das plantas atravessou o processo evolutivo chegando até os dias atuais com ampla utilização por grande parte da população mundial como fonte de recursos terapêuticos.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

DI STASI, L. C. Plantas medicinais: arte e ciência. Um guia interdisciplinar. Ed. UNESP, São Paulo, 1996 10 p.

SIMÕES, C. M. et al. Plantas da medicina popular no Rio Grande do Sul. 4 ed. Porto Alegre: Universidade - UFRGS, 1995.

STITZEL, R.E. Desenvolvimento do pensamento farmacológico. IN: STIZEL. Farmacologia moderna. 4 ed. Rio de Janeiro: Guanabara Kogan, 1994.

VOTTA, R. Breve História da Farmácia no Brasil. 2ª ed. Laboratório Enila S.A., 1995


Autor: Roseli Alves


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