PRIVATIZAÇÃO: UM ENGODO NEOLIBERAL



 


          A ineficiência do Estado no cumprimento de suas obrigações, é influenciado pelo hábito da utilização de indicações políticas em cargos de comando sem a atenção de critérios de capacitação técnica e proficiência.

 

Não raro, seja na esfera federal, estadual e principalmente municipal, são confiados cargos importantes sem uma avaliação da capacidade técnica de quem os exercerá. Uma prática inconcebível para um sistema de gestão pública voltada para o século XXI, que tem de resultar em eficácia as suas atividades. Essa prática transformou o ente público em um verdadeiro cabide de empregos, abarrotados de profissionais desqualificados para os cargos de comando.

 

É como ensina um brocado popular: “pra mandar, tem que saber como se faz...” Como uma pessoa pode ‘mandar’, administrar algo, se ela desconhece na prática a forma de sistematização e concretização de suas ordens?

 

Este problema não está isolado como o único fator da derrocada do poder público no tocante a capacidade de cumprir suas obrigações, mas está no bojo do cerne do problema – a má gestão da coisa pública. Essa foi uma das pedras que abriram o ‘rombo’ para a estúpida prática de privatização em alguns setores, principalmente e mais perigosamente, os tidos como estratégicos. Lembrando que a privatização, a máxima de um sistema já em crise terminal – o neoliberalismo, é uma via de duas mãos (é só analisar a forma equivocada como foram feitas nos EUA e as que obtiveram sucesso em alguns países da Europa como a realizada na Alemanha após a queda do muro de Berlim).

 

O projeto neoliberal em nosso país, implantado a partir do comando de FHC, é catastrófico e segue o modelo fracassado dos ianques. Gerou desemprego e incentivou a má prestação de serviços em diversos segmentos. A prova disso? É só observar a recente crise aeroportuária brasileira e, mais grave ainda, a polêmica questão de nossa matriz energética que está concentrada no frágil setor hidroelétrico e com a torneira do gás natural nas mãos de um governo instável como o da Venezuela.

 

A privatização em nosso país foi o estopim para criação de mais cabides de empregos: as agências reguladoras - que nada regulam e simplesmente são meros mecanismos garantidores dos lucros e ações espúrias de determinados grupos empresariais. Uma ferramenta corporativista nefasta apoiada pelo governo com o auxílio do judiciário.

 

Agora vão deixar as grandes companhias privadas explorar o petróleo, a nossa biodiversidade e o que mais nos resta de valor, como se já não bastasse o ‘negócio da China’ que o governo brasileiro realizou ao vender, a preço de banana e subsidiados com dinheiro do próprio povo brasileiro (BNDES), o setor de ferro e aço de nosso país.

 

A classe de comando de nossa política ou é completamente estúpida, ou vendeu sua alma pro diabo. Está evidente o buraco em se meteu os norte-americanos em ‘passar tudo’ para as mãos das grandes corporações e não podemos cair no mesmo buraco. Lembramos ainda que, historicamente, teve até alguns políticos sérios da banda de lá (Lincoln e Kennedy), que em seus discursos já tinham alertado para esses perigos...

 

O final trágico não poderia ser diferente, a empresa privada tem o seu foco no lucro incondicional, não tem sentimentos ou patriotismo, diferentemente da empresa pública, que deve se preocupar com o social e com o bem estar da população antes de pensar em lucros.

 

Temos que ficar alertas, a começar observando o nosso quintal (município), estão falindo empresas e serviços públicos para o pretexto de suas privatizações, e isso é perigoso, quem acabará amargando prejuízos é a comunidade.      


Autor: HERÁCLITO NEY SUITER


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