Água - uma questão de reflexão no âmbito escolar



O uso e a importância da água, nas ultimas décadas tem recebido atenção por parte dos diversos segmentos da sociedade, pois, mesmo que a água doce seja um recurso abundante no Brasil, os problemas vêm se agravando muito.

Para Drew (19989) a água é o mais importante recurso da humanidade, particularmente considerado. Em parte, foi por causa da absoluta importância da água potável que a alterações na sua ocorrência no tempo e no espaço provocou as primeiras tentativas do homem para modificar o ambiente natural. Uma das conseqüências da aptidão cada vez maior do homem para criar o seu próprio ambiente foi à capacidade de manter uma população em crescimento constante, fenômeno que distingue o homem dos outros animais.

Segundo Conte e Leopoldo (1999), é preciso considerar que a qualidade dos recursos hídricos vem sendo comprometida pelo uso, muitas vezes inadequada ao longo da história do ser humano e de seu desenvolvimento. Esse comprometimento passou a ser acentuado com o advento da industrialização, do desenvolvimento tecnológico, como a exploração demográfica e com a concentração da população em áreas urbanas, gerando um produto de qualidade degradada e de reutilização imediata inviabilizada economicamente, com conseqüente poluição do meio ambiente.

As preocupações suscitadas com a realidade dos recursos hídricos, isto é, as águas destinadas a usos, têm induzido, em todo o mundo, a uma série de medidas governamentais e sociais, objetivando viabilizar a continuidade das diversas atividades públicas e privadas que têm como foco as águas doces, em particular, aquelas que incidem diretamente sobre a qualidade de vida da população (MACHADO, 2001). Além disso, diagnósticos sobre o modo de apropriação e os tipos de relações mantidas pelos atores da dinâmica territorial com os recursos naturais conduziram, sobretudo ao longo das últimas quatro décadas, a um processo de revisão das atribuições do Estado, do papel dos usuários e do próprio uso da água. As idéias de descentralização e de participação adquiriram, então, um novo sentido na arena político-administrativa brasileira, transformando-se em importantes questões para os governos que têm sustentado o ponto de vista hegemônico sobre a modernização do Estado. Os processos de mudanças institucionais e sociais introduzidos através de políticas governamentais ocorrem, contudo, de forma extremamente variada, e embora reflitam preocupações globais com forte penetração nas sociedades, são localmente apropriados e recriados com nuanças infindáveis (MACHADO, 2002; 2003).

Devido o crescimento acelerado da população, o desperdício, a crescente urbanização e conseqüentemente o desenvolvimento industrial, sem um planejamento adequado agravam-se ainda mais os problemas com a água doce do planeta.

Ainda de acordo com Machado (2003), a poluição dos mananciais, o desmatamento, o assoreamento dos rios, o uso inadequado de irrigação e a impermeabilização do solo, entre tantas outras ações do homem moderno, são responsáveis pela morte e contaminação da água. Atualmente, mais de 1,3 bilhões de pessoas carecem de água doce no mundo, e o consumo humano de água duplica a cada 25 anos, aproximadamente. Com base nesse cenário, a água doce adquire uma escassez progressiva e um valor cada vez maior, tornando-se um bem econômico propriamente dito.

Essa ocupação desordenada faz com que o meio ambiente venha sofrendo grandes degradações com ação do homem e os recursos hídricos em especial têm passado por alterações desfavoráveis ao bem-está social. Como resultado das desigualdades sociais e regionais, da pressão antrópica e da expansão das atividades industriais, rios, riachos, canais e lagoas foram assoreados, aterrados e desviados abusivamente, e até mesmo canalizados; suas margens foram ocupadas, as matas ciliares e áreas de acumulação suprimidas. Imensas quantidades de lixo acumulam-se no seu interior e nas encostas desmatadas, sujeitas à erosão. Regiões no passado alagadiças, com pântanos, mangues, brejos ou várzeas foram, primeiro, aterradas e, depois, impermeabilizadas e edificadas.

De acordo com artigo publicado na Revista Nova Escola (2003), não há mais dúvida: a revolução ambiental está acontecendo. Trata-se de uma ampla mudança de comportamento que envolve o poder público, a Organização das Nações Unidas (ONU) e outras associações internacionais, empresas privadas, entidades filantrópicas e milhões de voluntários, unidos em nome da preservação dos recursos do planeta. E tudo isso começa por uma transformação individual de hábitos.

Para Victorino (2003), A sensibilização global para a questão ambiental nas últimas décadas do século XX - representada pela escassez de água e poluição crescentes, generalizadas e mais significativamente perigosas - leva inúmeros sociólogos a crerem em seu reflexo sobre a própria transformação das instituições sociais. O desafio da teoria social contemporânea consiste em construir conceitos que possibilitem compreender o significado e as tendências mais perenes da transformação das práticas sociais induzidas pelas interferências sociais no meio natural e seus reflexos na configuração das instituições que regulam as próprias práticas sociais (GIDDENS, 1991; BECK, 1992) apud (VICTORINO, 2003) Acreditamos que o desenvolvimento da Sociologia Ambiental dependerá de uma ampliação de sua base empírica que garanta a condição necessária e suficiente para a elaboração dos fundamentos teóricos que serão capazes de responder às questões sobre a influência do meio natural artificializado nas instituições da sociedade.

Para Ross, (2003) é necessário adotar estratégias globais que visem a um aprimoramento técnico-científico, educacional e do desenvolvimento econômico-social, tendo como ponto de convergência os interesses maiores da humanidade, quais sejam, a melhoria geral da qualidade de vida e a recuperação e a preservação da natureza. É preciso encontrar instrumentos políticos-administrativos que possibilitem o desenvolvimento das sociedades humanas e recuperem e preservem os recursos naturais.

Desta maneira, para verificar as alterações antrópicas com relação às alterações ambientais, é necessário que a escola seja à base de informações, para levar a uma melhor reflexão sobre as questões atuais.

È importante Considerar o conhecimento dos alunos que poderão contribuir noaprendizado como um todo, saber que essas alterações são causadas devido à fixação humana e ao seu desenvolvimento, portanto deverá ser observada e compreendida para que haja uma melhor organização e planejamento para a solução do problema.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

 

CONTE, M. L; LEOPOLDO, P.R. Avaliação de recursos hídricos: Rio pardo, um exemplo. Rev.Ciência Geográfica-Ensino-Pesquisa-Método. AGB (Associação dos geógrafos Brasileiros), set/dez. 1999, vol III, nº14, p.25.

DREW,D. Processos Interativos Homem-Meio Ambiente, 2ª ed.Rio de janeiro: Bertrand do Brasil, 1989. p. 87

MACHADO, Carlos José Saldanha. Recursos hídricos e cidadania no Brasil: limites, alternativas e desafios. Ambient. soc., jul./dez. 2003, vol.6, no.2, p.121-136.

REVISTA NOVA ESCOLA. Meio Ambiente: conhecer para preservar. São Paulo:Abril,dez, 2003. p-1A.

ROSS, J.L.S (org) Geografia do Brasil, 4ªed. São Paulo: Edusp, 2003. p.236.

SANTOS, Milton. Pensando o espaço do homem. 4 ed. São Paulo: Hucitec, 1997. p. 60.

SANTOS, Milton. O espaço do cidadão. 2 ed. São Paulo: Nobel, 1993. p. 142.

VICTORINO, Valério Igor P. Monopólio, conflito e participação na gestão dos recursos hídricos. Ambient. soc., jul./dez. 2003, vol.6, no.2, p.47-62.


Autor: Elizangela Bispo Rocha


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