TRABALHO DE FORÇA E RESISTÊNCIA EM ATLETAS DE ALTO RENDIMENTO



RESUMO

Este trabalho foi realizado com o objetivo de avaliar a capacidade física de resistência muscular e o quanto esse treinamento de resistência seria importante para atletas de alto rendimento neste caso atletas de handebol. O porquê de treinar as duas capacidades juntas, já que uma tem o objetivo contrário da outra. O que ganhariam realizando além do próprio trabalho de resistência muscular, também o trabalho de força muscular e o quanto isso poderia ser significativo. Como já foi citado, neste trabalho aplicado um programa de treinamento de força para averiguar se os atletas ganhariam mais força treinando a resistência muscular ou se o trabalho de resistência atrapalharia no ganho de força. A amostra foi composta por dez indivíduos atletas da Equipe Secretaria Municipal de Esportes/Centro Universitário Barão de Mauá/Ribeirão Preto de Handebol que foram divididos em dois grupos, um de treinamento de força e o outro de treinamento de força com resistência. Ambos realizaram treinamento de musculação tradicional, sem a utilização de nenhum treinamento adicional. A conclusão que obtivemos foi que nos dois treinamentos houve melhora em ambos os grupos, tanto no grupo que treinou apenas força, como no grupo que treinou força com resistência, entretanto o grupo que treinou apenas a capacidade física de força, em proporções, obteve uma menor melhora que o grupo que treinou força com resistência.

PALAVRA-CHAVE: Força Muscular, Resistência Muscular, Atletas de Alto Rendimento.

INTRODUÇÃO



O presente trabalho foi realizado para avaliar a capacidade de resistência muscular e o quão eficaz o treinamento de resistência (T. R.) seria para atletas de alto rendimento no caso deste, atletas de handebol. O que ganhariam realizando além do próprio trabalho de resistência muscular, também o trabalho de força muscular com o treinamento de força (T. F.) e o quanto isso seria significativo. O trabalho de resistência muscular é à base de todo e qualquer tipo de trabalho na musculação, pois é na fase de adaptação de um indivíduo sedentário que nunca praticou atividade física, ou que há muito tempo foi praticante de exercícios físicos e que volta a ter essa prática e até mesmo de atletas em pré-temporada, que se aplica o trabalho de resistência muscular. O sistema energético nele utilizado é o sistema anaeróbio lático, podendo ser utilizados em alguns trabalhos até o sistema aeróbio. A combinação de força e resistência cria a resistência muscular, que é a capacidade para executar muitas repetições contra uma determinada resistência por um período prolongando, exercícios com muitas repetições são considerados exercícios de resistência. (BOMPA, 2001). De que adianta se o atleta for forte o bastante para arremessar no caso do handebol, forte o bastante para dar um bom saque no caso do tênis ou até mesmo ter muita força para realizar boas braçadas na natação, mas não ter a resistência o bastante para suportar vários arremessos durante o jogo de handebol, não manter a mesma qualidade de trocas de bola no tênis e não conseguir manter um padrão de braçadas até o final da prova de natação. Tudo isso implica na realização de um bom trabalho de resistência de força, pois se bem trabalhada essa capacidade, dificilmente o atleta de acordo com o esporte, irá fadigar durante a sua prova, competição ou jogo. Resistência é a qualidade física que permite um contínuo esforço, proveniente de exercícios prolongados durante um determinado tempo. (GOMES TUBINO, 1979).

Neste trabalho também foi aplicado um programa de T.F para averiguar se os atletas ganhariam mais força treinando a resistência muscular ou se o trabalho de resistência atrapalharia o trabalho de força. Força é a habilidade de um músculo ou grupo muscular de vencer uma resistência produzindo tensão na ação de empurrar, tracionar ou elevar. (GOMES TUBINO, 1979). Já o trabalho de força é um trabalho que ao contrário do T.R, não podemos aplicá-lo em indivíduos sedentários ou ex-praticantes de atividade física e até mesmo em atletas na pré-temporada, por ser um trabalho mais desgastante e que demanda um pouco mais de experiência muscular, se assim podemos citar. Este trabalho é muito mais agressivo a musculatura, por necessitar de mais força e por empregar muito mais carga que no trabalho de resistência. Conseguimos o aumento das fibras musculares realizando o trabalho de hipertrofia muscular que é à base do trabalho de força. O trabalho de força muscular é realizado em poucos segundos podendo ser até em apnéia. O sistema energético nele utilizado é o sistema anaeróbio alático ou ATP-CP. O treinamento de hipertrofia para o esporte focaliza-se principalmente no aumento do tamanho dos músculos motores primários específicos. (BOMPA, 2001). A força é uma necessidade em quase todos os esportes, principalmente os de contato, mas o imprescindível a cada um é uma espécie de força específica. (BOMPA, 2001).

DESENVOLVIMENTO



A amostra foi composta por dez indivíduos atletas ativos com média de idade 20,4 ± 3,26 de desvio padrão, todos atletas da Equipe Secretaria Municipal de Esportes/Centro Universitário Barão de Mauá/Ribeirão Preto de Handebol que foram divididos em dois grupos. Ambos realizaram treinamento de musculação tradicional, sem a utilização de nenhum treinamento adicional. O primeiro grupo realizou T.F com quatro séries de seis a dez repetições (FLECK; KRAEMER, 2006). Já o outro grupo realizou treinamento de força e também de resistência muscular (T.F.R.) em dias alternados com quatro séries de vinte a vinte e cinco repetições (FLECK; KRAEMER, 2006). Na avaliação inicial foi utilizado o teste de carga máxima (MARINS; GIANNICHI, 2003) para averiguar as porcentagens de cargas a serem utilizadas durante as doze semanas de estudos tanto no grupo de T.F, quanto no grupo de T.F.R. O teste apresentou um protocolo adaptado de avaliação para os dois grupos. Este estudo visou encontrar as médias dos seguintes quesitos: salto horizontal - força membro inferior (MARINS; GIANNICHI, 2003), arremesso medicine ball - força membro superior (MARINS; GIANNICHI, 2003), agachamento estático - resistência membro inferior (HOLLMANN; HETTINGER, 1983) e flexão de braço - resistência membro superior (MARINS; GIANNICHI, 2003). Foi utilizada também, uma avaliação de medidas antropométricas (MARINS; GIANNICHI, 2003), para constatar se houve aumento do volume muscular nos atletas.

CONCLUSÃO



Concluímos que nos dois treinamentos houve melhora em ambos os grupos, tanto no grupo que treinou apenas força, como no grupo que treinou força com resistência, entretanto o grupo que treinou apenas a capacidade física de força, em proporções, obteve uma menor melhora que o grupo que treinou força com resistência, pois ambos os treinamentos são de caráter hipertrófico, ou seja, os dois tipos de treinamento geram o aumento de fibras musculares, por isso talvez podemos explicar o aumento do volume muscular do grupo de força com resistência, comparado ao grupo de força. O grupo de força com resistência também ficou a frente do grupo de força nos testes aplicados, tanto nos testes de resistência muscular, quanto nos testes de força muscular. Entretanto devemos levar em consideração alguns fatores que não foram controlados nos meses de duração da pesquisa, tais como, tempo hábil para a realização do estudo, horas de sono dos atletas, alimentação dos mesmos e até horas de descanso de uma atividade para a outra, apesar de ter sido orientado da maneira correta.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

BATISTA, F. A. Atletas – Resistência Específica para Corredores de 5.000 metros. Cap. 3. p. 24-40. Brasil. Campinas Unicamp. 1992.

BOMPA, O. T. A Periodização no Treinamento Esportivo. Cap. 9. p. 149 a 155. Cap. 11. p. 2005 a 216. 1ª Edição. Brasil. Editora Manole. 2001.

BOSCO, C. A Força Muscular: Aspectos Fisiológicos e Aplicações Práticas. 1ª Edição. Brasil. Editora Phorte. 2007.

COSTA, M. G. Ginástica Localizada. 2ª Edição. Brasil. Editora Sprint. 1998.

FLECK, S. J. Kraemer, W. J. Fundamentos do Treinamento de Força Muscular. 3ª Edição. Cap. 6. p. 197-214. Brasil. Editora Artemd. 2006.

HANS, S. Hans, R. K. Schneider, W. Trischler, T. Força Muscular: Teoria e Prática. 1ª Edição. Brasil. Editora Santos. 1995.

LEITE, R. S. Cossenza, P. I. C. Simão, R. Maior, A. S. Efeitos do Treinamento de Força Sobre o Desempenho de Resistência Muscular. Buenos Aires. Revista Digital. Ano 10. Nº 75. 2004. Disponível em http://www.efdeportes.com/efd75/forca.htm. Acessado em 26/09/2009.

MANUAL DO ACSM PARA A AVALIAÇÃO DA APTIDÃO FÍSICA RELACIONADA À SAÚDE. Rio de Janeiro. 1ª Edição. Editora Guanabara Koogan. 2006.

MARINS, B. J. Giannichi, R. S. Avaliação e Prescrição de Atividade Física. 3ª Edição. Cap. 2. p. 45-48. Cap. 3. p. 110-124. Brasil. Editora Shape. 2003.

PEREIRA, M. I. R. Gomes, P. S. C. Testes de Força e Resistência Muscular: Confiabilidade e Predição de uma Repetição Máxima – Revisão e Novas Evidências. Rio de Janeiro. Revista Brasileira de Medicina do Esporte. Vol. 9. Nº 5. 2003. Disponível em http://www.scielo.br/pdf/rbme/v9n5a12.pdf. Acessado em 11/10/2009.

TUBINO, M. J. G. Terminologia Aplicada à Educação Física. 1ª Edição. Brasil. Editora Ibrasa. 1985.
Autor: Marcelo Charallo


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