Apocalipse: uma porta aberta no céu
Apocalipse: uma porta aberta no céu
Por Ruy Porto Fernandes
Como devemos crer na Bíblia? Existe uma única forma padrão para que possamos entender o que está escrito em toda a Bíblia? Podemos atualizar o nosso conhecimento e fazer uso do conhecimento científico atual? Por exemplo, Deus disse: Haja luz! Tal fato é histórico e deve ser situado no tempo. Portanto, devemos entender que isto ocorreu simbolicamente a 5770 anos, segundo a cronologia bíblica, ou, de fato, a 15 bilhões de anos, para mais ou para menos, segundo descobertas científicas do século passado?
Não creio existir uma forma padrão para se entender o que é símbolo na Bíblia. Mas, em verdade, creio que devemos nos aproximar da ciência para entendermos os símbolos bíblicos, que podem nos esclarecer a respeito da realidade de Deus, dos seres celestiais e do que realmente seja o céu. E, até mesmo de nós e das criaturas que habitam esta terra.
Isto é com a porta aberta no céu e a sala para onde o apóstolo é chamado (Ap 4). Além de a porta ser um símbolo, um caminho para que possamos adentrar aos mistérios da revelação de Deus, é também o símbolo “físico-espiritual” da ligação entre o universo material e o universo celestial.
Este surpreendente e magnífico símbolo (aliás, em toda a Bíblia os seus símbolos são maravilhosos e importantes) significa que a terra e o céu, este universo e sua expansão, são cômodos de uma mesma residência. Isto é como passarmos da sala a outra dependência da casa, que são ligadas por uma passagem. Isto é o símbolo de que são locais físicos, o céu e o universo, e que, portanto, ambos interagem.
Isto significa de forma direta que Deus é imanente ao universo. Que este universo está prenhe e impregnado de Deus (Ap 12.1-2). E que esta porta foi aberta graças à obra redentora do Senhor Jesus Cristo, devido à Sua vida, morte e ressurreição. Agora não é mais necessária uma escada (Gn 28.12; Jo 1.51), pois o Senhor Jesus é o Caminho (Jo 14.6) para que possamos passar por esta porta aberta no céu.
Ou, que este céu de Deus veio até nós na forma do Seu Reino (Lc 17.20-21) e interage conosco. Pois residem em nosso ser, em nosso interior, Jesus Cristo e o Pai (Jo 14.23), pelo Espírito de Deus (Jo 14.16-17, 26), bem como neste universo. Assim, nós que éramos gentios (Rm 11.11-24), agora somos concidadãos dos santos (Ef 2.18-19; Ap 6.11; 19.10; 22), dos que têm acesso direto a Deus e à sala do Seu trono (Ap 4 e 5).
Creio que reforçando a idéia de que o universo e o céu, o físico e o espiritual, são complementares, a sala que o apóstolo João adentra (Ap 4) também tem aparência física, como possuindo as três dimensões: comprimento, largura e altura, mas de proporções infinitas, pois não é mencionada nenhuma parede que a limite.
Niterói, 21 de novembro de 2009.
Autor: Ruy Porto Fernandes
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