Atividade Física para Cardiopata



RESUMO

Entre as principais causas de morte no País, estão relacionados às doenças cardiovasculares, dentre elas os infartos agudos do miocárdio. Conforme dados do DATASUS, cerca de sessenta e seis mil pessoas morrem todos os anos devido ao infarto agudo do miocárdio no Brasil. A principal causa do infarto está relacionada à presença de uma Doença Arterial Coronariana, que se trata de uma doença onde há o acumulo de placas de gordura por dentro das paredes das artérias coronárias. O infarto agudo do miocárdio é uma das causas da parada cardíaca, no qual é a parada súbita e inesperada dos batimentos cardíacos. O coração para de bombear o sangue para o organismo e os tecidos começam a sofrer os efeitos da falta de oxigênio. O cérebro começa a morrer após cerca de três minutos sem oxigênio. Em razão deste alto índice de mortalidade o estudo irá analisar os efeitos do treino resistido e aeróbico progressivo sobre o VO2 máximo, pressão arterial de repouso (PA), aumento de força e resistência muscular em um aluno que teve infarto agudo do miocárdio.

Exercícios físicos trazem inúmeros benefícios para a saúde física e mental. O cérebro funciona melhor com a sensação de bem estar e com a auto-estima em dia.  O estudo ira relatar esses dados em um paciente (56 anos de idade) sedentário, controlado com medicação anticoagulante e beta-bloqueadores, fazendo parte de um programa de reabilitação cardíaca no CIME desde dezembro de 2008 realizando atividades aeróbicas e anaeróbicas (três vezes por semana).

1 INTRODUÇÃO

Este relatório trata-se de um estudo de caso estimulado pelo CIME na área de medicina do exercício, em que estagiários de educação física relatem casos particulares nesta área. O paciente acompanhado sofreu infarto agudo do miocárdio, no qual submete-se a um programa de reabilitação cardíaca no CIME em porto alegre, no período de dezembro de 2008 até novembro de 2009.

O trabalho irá relatar o caso de um aluno que sofreu infarto agudo do miocárdio e logo a seguir sofreu parada cardíaca, com isso foi necessária uma reanimação respiratória e logo após uma revascularização do miocárdio, necessário também a angioplastia coronariana, onde foi colocado dois stents. Este paciente é fumante, sedentário, dislipidemico, hipertenso e tem histórico familiar de infarto.

O infarto agudo do miocárdio está relacionado como uma das doenças coronarianas, no qual vem crescendo nos últimos anos e é uma das maiores causas de morte no mundo.

Antigamente a reabilitação cardíaca consistia de três a seis semanas de repouso total, (ANDRADE, RAMOS e GUIMARÃES, 1986). Acreditando que o repouso facilitaria o processo de cicatrização.

Atualmente o repouso está totalmente fora de discordância, graças a Samuel Levine que mandou seus pacientes sentarem após três dias depois do infarto.

Desta maneira, profissionais da área da saúde estão aprofundando mais sobre a reabilitação cardíaca, com uma equipe multidisciplinar as pessoas enfartadas estão sendo cuidadas desde o momento em que estão no hospital até o começo de exercícios físicos.

Exercícios físicos estão ocupando um espaço importante na reabilitação, estudos estão demonstrando que a atividade logo após o acidente facilita a recuperação e o retorno do paciente para sua vida ativa o quanto antes. (CASTRO e colab, 2000).

2 RELATO

2.1Discussão dos resultados

2.1.1Resultado do VO2 máximo

Os dados foram coletados da ficha individual do aluno/paciente de um programa de reabilitação cardíaca, do sexo masculino, co idade de 56 anos.

O avaliado, acompanhado por uma equipe multidisciplinar, inserido em um programa de reabilitação cardíaca de três vezes por semana, foi submetido ao teste de VO2 máximo desde o inicio do programa até o dia final do estudo.

As avaliações foram feitas através do protocolo de Bruce em esteira rolante.

O VO2 máximo antes do inicio do programa foi de 21,0 na data de 15/12/2008 e o ultimo feito é de 31,7 em 08/09/2009.

Se avaliarmos o VO2 máximo por ele mesmo, o resultado estaria satisfatório, já que houve um aumento de 51% no avaliado, sendo assim um dos objetivos da reabilitação física de melhorar o consumo Maximo de oxigênio foi alcançado.

VO2máximo é a quantidade máxima de O2 que conseguimos absorver,transportar e utilizar pelos músculos, no exercício Aeróbio, de intensidade progressiva, levado à exaustão. Geralmente, ocorre no últimominuto do exercício.

2.1.2Pressão arterial de repouso

Neste quesito os resultados foram coletados da ficha diária individual do aluno/paciente. Os dados preenchidos da pressão arterial são verificados no inicio e no final da sessão de treino diário. Com isto os números que citarei a seguir é do primeiro dia de acompanhamento e do ultimo até o inicio do presente estudo.

Data: 17/12/2008 PA inicial 110/70 e PA final 130/70

Data: 16/11/2009 PA inicial 110/70 e PA final 110/70

Neste critério, verifica-se a pouca diferença no ultimo dia coletado das Pa inicial e PA final, já no primeiro dia teve um aumento da PA final em relação a PA inicial.

2.1.3Força Muscular

Os dados foram coletados do programa de musculação do aluno, elaborado por professores e estagiários de educação física.

Este programa o aluno realiza três vezes por semana, passando por estágios, na tabela abaixo será analisados alguns exercícios.

Exercício

Data: 23/01/2009

Data: 04/11/2009

Aparelho

Peso (kg)

Series / Repetições

Peso (kg)

Series / Repetições

Leg Press

20

1 x 15

53

3 x 10

Flexão Plantar

2 + 2

1 x 15

53

3 x 10

Flexão de joelhos

2 + 2

1 x 15

7+7

3 x 10

Supino

-

-

26

3 x 10

Extensão de joelhos

3,5

1 x 15

25

3 x 10

Costas (remada)

13

1 x 15

34

3 x 10

Peitoral (voador)

12

1 x 15

31

3 x 10

Puxada Alta

10

1 x 15

30

3 x 10

Tríceps (roldana)

10

1 x 15

32

3 x 10

Abdominal

-

2 x 15

2 + 2

3 x 30

Rosca Bíceps

2 + 2

1 x 15

7 + 7

3 x 10

Abdução de quadril

20

1 x 15

38

3 x 10

Adução de quadril

14

1 x 15

32

3 x 10

Ombro (elev. lateral)

1+1

1 x 15

4 + 4

3 x 10

Nota-se aumento da força considerável em todos os aparelhos utilizados, o resultado do aumento de força é muito satisfatório, sendo assim outro dos objetivos da reabilitação física de melhorar aforça foi alcançado.

2.1.4 Resistência muscular localizada

Usando o mesmo quadro acima nota-se um aumento considerável de repetições, passando por exemplo de 15 repetições para trabalhar o peitoral no exercício de voador, para 60 vezes (30 no voador e 30 no supino).

Nota-se aumento da resistência muscular em todos os grupos musculares, , sendo assim outro dos objetivos da reabilitação física de aumentar a resistência muscular localizadafoi alcançado.

2.2História do paciente

Até o dia do ocorrido, quando sofreu o infarto agudo do miocárdio o paciente foi fumante e sedentário, além de ser dislipidemico, ter hipertensão arterial e o histórico familiar de infarto.

2.3Medicação

No inicio do programa, a medicação usada pelo paciente é metoprolol (10mg, duas vezes por dia), ramipril (2,5mg duas vezes por dia), AAS (200mg), marevan (2,5mg), citalor (20mg) e HCT2.

Na data de 22/05/2009, a medicação usada é marevan (2,5mg por dia), ramipril (2,5mg duas vezes por dia), AAS (100mg duas vezes por dia) e citalor (20mg noite).

Nota-se em 5 meses, a retirada de alguns remédios.

2.4Programa de atividade física

2.4.1Programa aeróbico

No inicio do programa de atividade física, o aluno começou a utilizar a esteira ergométrica percorrendo um tempo de 15 minutos, chegando a 74 batimentos por minuto, na velocidade de 3,5 Km por hora.

No decorrer do trabalho a velocidade foi sendo aumentada de forma gradativa, pela melhora de seu VO2 máximo, fazendo numa velocidade de 6,8Km por hora 30 minutos e a freqüência cardíaca não ultrapassando os 120 batimentos por minuto.

Atualmente o aluno alem de fazer o programa aeróbico três vezes por semana, caminha no parque mais dois dias, em torno de uma hora cada.

2.4.2 Programa anaeróbico

Como já foi citado anteriormente, no item 2.1.3, nota-se uma grande melhora na parte de treino anaeróbico, na força e resistência muscular localizada

2.5Exames médicos

Nos exames laboratoriais realizados no inicio do programa e no dia 13/06/2009, verifica-se uma diminuição do colesterol total e aumento do HDL.

3DISCUSSÃO

3.1Atividade física

A atividade física estimula a liberação de substâncias que "melhoram" o funcionamento do sistema nervoso central, hormônios como serotonina e endorfina que atuam na sensação de bem estar e relaxamento. O sistema respiratório é também bastante beneficiado.  Nariz e garganta são menos acometidos de gripes, resfriados e infecções respiratórias em geral, pois a atividade física estimula a produção de alguns aminoácidos (componentes das proteínas) que melhoram a ação protetora do sistema imunológico. Outra grande contribuição dos exercícios físicos para a saúde é na melhoria da capacidade pulmonar. Isso acontece porque, ao fazer exercícios ocorre o aumento de pequenos vasos que irrigam os alvéolos pulmonares, melhorando o aproveitamento de oxigênio pelo pulmão. Desse modo, a respiração fica mais eficiente. O coração e todo o sistema circulatório são também beneficiados. Os exercícios são responsáveis pelo aumento da resistência aos esforços físicos e ao estresse. Doenças como angina, infarto e arritmias têm sua incidência diminuída.  Isso acontece porque os exercícios estimulam a vascularização, o que garante melhor funcionamento do órgão. Reduz fatores de risco para artérias coronárias - como pressão arterial e colesterol. Exercícios, principalmente os localizados, reduz a gordura e aumenta a massa muscular. E como o músculo é um tecido muito ativo, ajuda na maior consumo de calorias ao longo do dia. A ação no pâncreas é fundamental para o controle do diabetes. Os exercícios trabalham na diminuição da resistência à ação da insulina, que é o hormônio que facilita a entrada de glicose nas células. Com isso ocorre um melhor controle dos níveis de açúcar no sangue. Aumenta a força das pernas, que diminui as varizes e o risco de trombose. Isso ocorre, porque os exercícios localizados nessa área aumentam a pressão dos músculos sobre as veias das pernas. Com isso, o sangue volta mais rápido para o coração, melhorando a circulação. Para seus vasos sangüíneos também só tem vantagens. Os exercícios reduzem as obstruções nas paredes dos vasos, evitando assim aterosclerose, derrames cerebrais e infartos. Os exercícios conseguem esse pequeno milagre, pois reduzem as taxas de colesterol total e elevam o HDL, que protege contra a formação de placas de gordura nasartérias.  A estruturaóssea do seu corpo fica mais forte. Exercícios físicos reduzem os riscos de osteoporose e fraturas na velhice. Isso acontece porque estimulam a proliferação dos chamados osteoblastos (células que contribuem para o crescimento do tecido ósseo).

3.1.2Exercícios Aeróbicos

Dentre os exercícios físicos o aeróbico é o mais utilizado, principalmente pela melhora do consumo de oxigênio pelo miocárdio, redução da freqüência cardíaca e pressão arterial.

3.1.3Exercícios Anaeróbicos

Já os exercícios resistidos não têm como objetivo fortalecer o coração, mas de protegê-lo nos esforços da vida diária, reduzindo a gordura corporal, o aumento da força que permite realizar trabalhos com menos esforço, diminuindo assim as alterações da freqüência cardíaca e de pressão arterial.

Com isso é notável a importância da atividade física na população em geral.

3.2Reabilitação cardíaca

Conforme a Organização Mundial da Saúde, a reabilitação cardíaca é o somatório das atividades necessárias para garantir aos pacientes portadores de cardiopatias as melhores condições física, mental e social, de forma que eles consigam pelo seu próprio esforço, reconquistar uma posição normal na comunidade e levar uma vida ativa e produtiva. Baseados nisto, estudos comprovam que um programa regular de exercícios físico reduz de 20 a 30% a mortalidade em coronárias.

3.3A Parada Cardiorrespiratória

é a interrupção da circulação sangüínea que ocorre em conseqüência da interrupção súbita e inesperada dos batimentos cardíacos ou da presença de batimentos cardíacos ineficazes. Após uma PCR o indivíduo perde a consciência em cerca de 10 a 15 segundos devido à parada de circulação sangüínea cerebral. Identificação da parada cardíaca é diagnosticada por 3 critérios: Ausência de Movimentos Respiratórios,Ausência de Pulso Cardíaco eInconsciência.Caso não haja retorno da circulação espontânea ou o paciente não seja submetido a reanimação cardiopulmonar, a lesão cerebral começa ocorrer.Após cerca de 3 minutos a ausência de oxigênio e circulação pode agravar o quadro da vitima levando até mesmo ao óbito.Reanimação cardiorespiratória: Após fazer as duas ventilações; localizar o ponto para compressão, no centro do peito entre a linha dos mamilos; Iniciar as compressões torácicas e ventilações, 30 compressões para 2 ventilações mantendo um ritmo de 100 compressões por minuto.

3.4Infarto agudo do miocárdio é a morte de uma área do músculo cardíaco, cujas células ficaram sem receber sangue com oxigênio e nutrientes.A interrupção do fluxo de sangue para o coração pode acontecer de várias maneiras. A gordura vai se acumulando nas paredes das coronárias (artérias que irrigam o próprio coração). Com o tempo, formam-se placas,  impedindo que o sangue flua livremente. Então, basta um espasmo — provocado pelo estresse — para que a passagem da circulação se feche. Também pode ocorrer da placa crescer tanto que obstrui o caminho sangüíneo completamente, ou seja, pode acontecer por entupimento - quando as placas de gordura entopem completamente a artéria, o sangue não passa. Dessa forma, as células no trecho que deixou de ser banhado pela circulação acabam morrendo. A interrupção da passagem do sangue nas artérias coronárias também pode ocorrer devido contração de uma artéria parcialmente obstruída ou à formação de coágulos (trombose).

3.5 Revascularização do miocárdio: durante a cirurgia um vaso sangüíneo, que pode ser a veia safena (da perda), a artéria radial (do braço) e/ou as artérias mamárias (direita ou esquerda) são implantadas no coração, formando uma ponte para normalizar o fluxo sangüíneo. O número de pontes pode variar de 1 a 5, dependendo da necessidade do paciente.

3.6Angioplastia coronária é um procedimento para a dilatação de uma obstrução ou estreitamento das artérias do coração, que são chamadas de artérias coronárias. Estas obstruções das artérias coronárias são causadas por placas de gordura, que bloqueiam a passagem de sangue para uma região do coração. A angioplastia é realizada por um cardiologista, utilizando um equipamento especial de Raio X, localizado em um setor do Hospital chamado de Hemodinâmica. Para realizar a angioplastia, o cardiologista utiliza um pequeno tubo flexível ou cateter que vai até o coração e as artérias coronárias, similar ao cateterismo cardíaco. Este cateter é introduzido por um vaso sanguíneo da virilha ou do braço do paciente. Através do cateter, um segundo cateter, ainda mais fino, com um pequeno balão na extremidade, é posicionado no local da obstrução. O balão é insuflado, dilatando o local em que há o estreitamento, permitindo que o fluxo de sangue volte ao normal.
Freqüentemente, para reduzir a chance da obstrução retornar, um pequeno tubo metálico, chamado de stent é implantado no local onde havia o estreitamento. Os stents são similares a uma pequena mola, com as paredes que lembram uma rede, que são expandidos para obter o formato exato da artéria e liberar o fluxo sanguíneo.

3.7Cardiopatia isquêmica é o desequilíbrio entre o consumo e a oferta de oxigênio. A redução da oferta ocorre por redução do fluxo ou mesmo por redução do conteúdo arterial de oxigênio. Pode ser: Insidiosa e Aguda.

3.7.1Insidiosa

Síndromes coronárias crônicas e estáveis

Lesões ateroscleróticas geram obstruções significativas ao fluxo arterial limitando a oferta de oxigênio em valores fixos

Com o aumento da demanda, por exemplo,durante exercícios físicos, a oferta torna-se insuficiente, gerando isquemia

3.7.2Aguda

Síndromes coronárias instáveis a redução do fluxo é abrupta e a isquemia ocorre em situação de baixa demanda – repouso

3.8A dislipidemia é o aumento anormal da taxa de lipídios no sangue. Representa um importante fator de risco para o desenvolvimento de lesões ateroscleróticas que podem causar a obstrução total do fluxo sangüíneo e apresenta altos índices de mortalidade. As dislipidemias podem ocorrer por causa do aumento do triglicérides (TGs) - (hipertrigliceridemia isolada), aumento do colesterol (hipercolesterolemia isolada) ou por uma combinação das duas (dislipidemia mista). Pode ainda ser causada pela redução do HDL ou aumento dos TGs ou LDL-C.

As dislipidemias podem causar: aterosclerose, angina pectoris, infarto do miocárdio, acidente vascular cerebral, insuficiência vascular periférica, entre outras. Porém, muitas dislipidemias são assintomáticas e suas conseqüências não são menos sérias. Por isso, pacientes que se enquadrem na classificação da Associação Médica Brasileira devem se precaver e fazer exames de rotina. Essas alterações são detectáveis em exames de sangue. O risco da aterosclerose é avaliado analisando-se os fatores de risco e os agentes causais. Entre os fatores de risco estão:

  • o fumo;

  • a hipertensão arterial sistêmica;

  • o colesterol HDL-C menor que 40 mg/Dl;

  • o diabetes;

  • a idade (maior ou igual a 45 para homens, maior ou igual a 55 para mulheres);

  • o histórico familiar (parentes de primeiro grau com menos de 55 e mulheres com menos de 65 anos).

Os portadores das dislipidemias primárias são definidos como pacientes de alto risco para a aterosclerose.

Nem sempre é possível prevenir, já que podem ter origem genética, mas, mesmo nestes casos, os médicos aconselham a Mudança do Estilo de Vida, o que chamam de terapia MEV. A MEV começa com a mudança na alimentação. A terapia nutricional é importante para evitar o consumo exagerado de gordura e o conseqüente acúmulo de lipídeos nas paredes de veias e artérias. Entre as recomendações alimentares:

  • redução dos alimentos de origem animal, os óleos de coco e de dendê,nos quais os índices de colesterol e AGS são mais altos;

  • maior ingestão de alimentos com Ômega-3:  peixes de águas frias, como o cavalinha, a sardinha e o salmão, e óleos de soja e canola;

  • ingestão de vegetais e fibras solúveis – que ajudam na eliminação do colesterol;

Outro fator que contribui para a aterosclerose é o sedentarismo. A prática regular de exercícios físicos previne a formação das placas, melhora a condição cardiovascular, reduz a obesidade e o estresse e influencia beneficamente a pressão arterial.Por último, e não menos importante, é o combate ao tabagismo. O Ministério da Saúde e o Instituto Nacional do Câncer recomendam, para este fator de risco, o tratamento em duas etapas: a abordagem comportamental e a farmacoterápica.

3.9Tratamento do infarto agudo do miocárdio

O tratamento precoce pode prevenir e limitar os danos causados ao músculo cardíaco. O importante é agir rápido diante dos primeiros sintomas de infarto agudo do miocárdio, procurando um atendimento médico prontamente.

Alguns tratamentos são iniciados pelo médico diante da primeira suspeita de infarto do miocárdio, mesmo antes do diagnóstico ser confirmado definitivamente. São eles:

  • Inalação de oxigênio, para melhor oxigenação no músculo cardíaco.

  • Aspirina, para prevenir formação de trombos ou coágulos sanguíneos.

  • Nitroglicerina: trata-se de um medicamento utilizado para reduzir a sobrecarga de trabalho do coração e melhorar o fluxo de sangue pelas artérias coronarianas.

  • Tratamento da dor torácica com analgésicos. A presença da dor pode piorar um quadro de infarto agudo do miocárdio.

Uma vez feito o diagnóstico de infarto do miocárdio (ou quando a suspeita é muito forte) são iniciados tratamentos mais específicos para tentar restaurar fluxo sanguíneo para o coração o mais rápido possível. Os tratamentos incluem medicamentos e procedimentos médicos.

Os medicamentos mais utilizados pelos médicos são:

  • Trombolíticos: medicações que dissolvem o trombo ou coágulo no interior das coronárias.

  • Beta-bloqueadores: diminuem a sobrecarga do coração.

  • Inibidores da enzima de conversão da angiotensina (IECA): controlam a pressão arterial e reduzem a tensão do músculo cardíaco.

  • Anticoagulantes: previnem a formação de trombos ou coágulos.

  • Antiagregantes plaquetários: também previnem a formação de trombos.

  • Outras medicações para reduzir a dor, ansiedade ou tratar arritmias.

Quando as medicações não conseguem parar o processo de infarto, são necessários procedimentos médicos para melhor tratamento. Os procedimentos mais utilizados para desobstruir as coronárias são a angioplastia e procedimentos do tipo ponte de safena (a safena é uma veia da perna que é transplantada para o coração no lugar da artéria coronária obstruída). Este procedimento de transplante de vasos sanguíneos para substituir a artéria coronária, que está obstruída, pode ser feito também com artérias mamárias (do tórax) e artérias radiais (dos antebraços).

3.10Remédios usados pelo aluno - paciente

Metoprolol: Inicialmente usados como anti-anginosos, sendo útil também no tratamento de taquiarritmias e da HAS. Promovem também a prevenção secundária do infarto, previnem crises de enxaqueca. O metropolol e os beta bloqueadores de 3º geração (carvedilol e bucindolol) podem ser usados no tratamento da insuficiência cardíaca.

              O AASestá indicado em todas as síndromes coronarianas agudas ou crônicas e nos procedimentos de revascularização, desde que não haja contra-indicação formal a droga.
A marevan,, como todos os anticoagulantes orais, é eficaz na prevenção primária e secundária do tromboembolismo venoso, na prevenção do embolismo sistêmico em pacientes com prótese de válvulas cardíacas ou fibrilação atrial, e na prevenção do acidente vascular cerebral, infarto recorrente e de morte em pacientes com infarto agudo do miocárdio. Os anticoagulantes orais estão indicados na prevenção do embolismo sistêmico em pacientes com doença valvular cardíaca, mas a sua eficácia nestas condições nunca foi demonstrada em ensaios clínicos.

A citalor (atorvastatina), um agente hipolipemiante, um precursor dos esteróis, inclusive do colesterol7. Os triglicérides e o colesterol7 no fígado são incorporados no VLDL (lipoproteínas de densidade muito baixa) e liberados no plasma8 para serem distribuídos nos tecidos periféricos. A lipoproteína de baixa densidade (LDL9) é formada a partir do VLDL e é catabolizada principalmente através do receptor de LDL9 de alta afinidade. A atorvastatina diminui os níveis plasmáticos de colesterol7 e lipoproteínas através da inibição da HMG- CoA redutase e da síntese de colesterol7 no fígado, aumentando o número de receptores de LDL9 hepáticos na superfície da célula, o que aumenta a absorção e o catabolismo10 do LDL9. A atorvastatina reduz a produção e o número de partículas de LDL9. A atorvastatina produz um aumento marcante e prolongado na atividade do receptor de LDL9, além de promover uma alteração benéfica na qualidade das partículas de LDL9 circulantes. A atorvastatina é eficaz na redução de LDL9 em pacientes com hipercolesterolemia11 familiar homozigótica, uma população que não responde normalmente à medicação de redução lipídica. A atorvastatina e alguns de seus metabólitos são farmacologicamente ativos em humanos. O principal sítio de ação da atorvastatina é o fígado, que é o principal sítio de síntese de colesterol7 e depuração de LDL9. A redução no LDL9- C está mais relacionada com a dose do medicamento do que com a concentração sistêmica da droga. A individualização da dose do medicamento deve ser baseada na resposta terapêutica (vide "Posologia").

Hct é uma combinação de um antagonista do receptor de angiotensina II (telmisartana) e um diurético tiazídico (hidroclorotiazida). A combinação destes princípios ativos exerce um efeito anti-hipertensivo adicional reduzindo a pressão sangüínea para um nível melhor do que o obtido com cada componente isolado. Pritor Hct, administrado uma vez ao dia, na faixa de doses terapêuticas, promove redução eficaz e gradativa da pressão arterial.

3.11Causas do infarto agudo do miocárdio

A principal causa está relacionada à presença de uma Doença Arterial Coronariana (DAC). Trata-se de uma doença onde há a deposição de placas de gordura por dentro das paredes das artérias coronárias (as artérias coronárias são vasos sanguíneos que irrigam o coração). Quando estas placas de gordura causam obstrução ao fluxo sanguíneo das coronárias para o coração, o músculo cardíaco sofre pela falta de sangue/oxigênio e começa a morrer. Por isso, o tratamento deve ser feito rapidamente, no sentido de desobstruir as artérias coronárias e evitar a morte do músculo cardíaco. Outra causa relacionada ao infarto agudo do miocárdio é a ocorrência de um severo espasmo coronariano. O espasmo coronariano se refere ao colabamento das paredes das artérias coronárias, impedindo o fluxo sanguíneo ao coração. Embora não se saiba ao certo o que causa o espasmo das artérias coronárias, muitas vezes esta condição está relacionada a:

  • Uso de determinadas drogas, como a cocaína.

  • Dor intensa ou estresse emocional.

  • Exposição ao frio extremo.

  • Hábito de fumar cigarro.

3.12Sintomas do infarto agudo do miocárdio

Dentre os sintomas mais comuns, podemos citar:

Dor no peito ou desconforto torácico: são os sintomas mais comuns do infarto. A dor ou desconforto ocorrem geralmente no centro do peito, com características do tipo pressão ou aperto, de grau moderado a intenso. Geralmente, a dor pode durar por vários minutos ou parar e voltar novamente. Em alguns casos, a dor do infarto pode parecer com um tipo de indigestão, queimação no estômago ou azia.

Outros sintomas observados durante um infarto são:

  • Sensação de desconforto nos ombros, braços, dorso (costas), pescoço, mandíbula ou no estômago. Algumas pessoas podem ainda sentir uma sensação de dor tipo aperto nos braços e sensação de incômodo na língua ou no queixo.

  • Palidez da pele, suor frio pelo corpo, inquietação, palpitações e respiração curta também podem ocorrer.Pode haver também náuseas, vômitos, tonturas, confusão mental e desmaios.

3.13Prevenção do infarto agudo do miocárdio

A prevenção baseia-se em um maior controle e tratamento dos fatores de risco listados anteriormente, bem como adotar hábitos de vida mais saudáveis.

Dentre as principais recomendações, podemos citar:

  • Seguir uma dieta balanceada, rica em frutas e verduras. Com baixa quantidade de gorduras e sal.

  • Perder peso, em caso de obesidade ou sobrepeso.

  • Parar de fumar.

  • Praticar atividades físicas regularmente, sob orientação médica.

  • Tratar adequadamente doenças como o colesterol alto, hipertensão arterial e diabetes mellitus.

3.14Fatores de risco para o infarto agudo do miocárdio

Alguns fatores de risco podem aumentar as chances de desenvolver uma doença arterial coronariana (DAC) e ter um infarto do coração. Alguns fatores de risco podem ser controlados, outros não:

Os fatores de risco que podem ser controlados são os seguintes:

  • Tabagismo ou hábito de fumar.

  • Hipertensão arterial.

  • Colesterol alto.

  • Sobrepeso e obesidade.

  • Sedentarismo (indivíduo que não pratica atividades físicas).

  • Diabetes Mellitus (glicose aumentada no sangue).

Os fatores de risco que não podem ser mudados ou controlados são os seguintes:

  • Idade: o risco aumenta para homens acima de 45 anos ou para mulheres acima de 55 anos (ou após a menopausa).

História familiar de doença arterial coronariana (DAC): O risco aumenta se o pai ou um irmão foi diagnosticado com DAC antes de 55 anos de idade, ou a sua mãe ou uma irmã foi diagnosticada com DAC antes de 65 anos de idade.

4CONCLUSÃO

Com o presente estudo é claramente verificado que com o programa de reabilitação cardíaca, realizado por uma equipe multidisciplinar no CIME, a melhora no VO2 máximo, o aumento da força muscular e resistência muscular localizada, diminuição de fatores de risco de infarto, como o colesterol alto, hipertensão arterial e sedentarismo neste paciente que sofreu infarto agudo do miocárdio.

5REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

www.datasus.gov.br

Diretrizes (IIª Edição, 2007) da Sociedade Brasileira de Cardiologia sobre angina instável e infarto agudo do miocárdio sem supradesnível do segmento ST. Arq. Bras. Cardiol. , São Paulo, v. 89, n. 4, 2007 .

II Diretriz sobre Tratamento do Infarto Agudo do Miocárdio. Arq. Bras. Cardiol. volume 83, Suplemento IV, Set/2004

II Diretrizes sobre Tratamento do Infarto Agudo do Miocárdio. Arq. Bras. Cardiol. Volume 74 Suplemento II, 2000

http://www.infarctcombat.org/

LAURENTI, R.; BUCHALLA, C. M. Os mitos a respeito das doenças cardiovasculares. Arquivos Brasileiros deCardiologia, São Paulo, v. 76, n. 2, p. 99-104, 2001.


Autor: Gabriel Picarelli Mafalda


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