Mito do Cuidado



img_servicosSe tratando da prática de enfermagem o que se configura o cuidado de

enfermagem?

Essa presente discursão vem colocar em descurssão esse tema: O CUIDADO
DE ENFERMEM
.

Estão os enfermeiros usando de forma adequada, de forma humana a arte do
cuidado?

Aqui disponibilizo um artigo (O MITO
DO CUIDADO) referente ao cuidado. Deixo aqui o pedido para que
examinem esse arquivo e façam uma auto análise de como estão sendo
como enfermeiros.

Sintan-se a vontade para esta deixando sua opnião a respeito do texto
e também a opnião pessoal o que é de muita importância para a
divulgação de experiência pessoal.

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Revista Latino-Americana de Enfermagem

Print ISSN 0104-1169

Rev. Latino-Am. Enfermagem vol.9 no.1 Ribeirão Preto Jan. 2001

doi: 10.1590/S0104-11692001000100018

NOTAS E INFORMAÇÕES

O MITO DO CUIDADO

Gostaria de propor uma reflexão para os iniciantes da vida profissional na Enfermagem, trazendo uma mensagem que tem como base uma lenda antiga, da época dos gregos e dos romanos chamada O Mito do Cuidado. Constitui-se em uma alegoria de extrema beleza, que nos leva a pensar sobre o sentido da Enfermagem e sobre o destino do ser humano. Recordar os mitos de origem da antigüidade, na atualidade, nos ajuda a entender o sentido dos arquétipos da humanidade. São quatro os personagens deste mito: Júpiter, Saturno, Terra e Cuidado. Na mitologia, Júpiter: é o deus-rei de todos os deuses; Saturno: é pai de Júpiter, era o deus do Tempo, da Abundância e da Igualdade entre os homens; Terra: a deusa-mãe, era a mãe de Júpiter e de vários outros deuses, representava as origens, a força de vida original no mundo; e Cuidado: era uma entidade comum—não era uma deusa nem semi-deusa.

Diz a lenda que,

“Um dia, quando Cuidado pensativamente atravessava um rio, ela resolveu apanhar um pouco de barro e começar a moldar um ser, que ao final apresentou a forma humana. Enquanto olhava para sua obra e avaliava o que tinha feito, Júpiter se aproximou. Cuidado pediu então a ele, para dar o espírito da vida para aquele ser, no que Júpiter prontamente a atendeu. Cuidado, satisfeita, quis dar um nome àquele ser, mas Júpiter, orgulhoso, disse que o seu nome é que deveria ser dado a ele. Enquanto Cuidado e Júpiter discutiam, Terra surge e lembra que ela é quem deveria dar um nome àquele ser, já que ele tinha sido feito da matéria de seu próprio corpo—o barro. Finalmente, para resolver a questão os três disputantes aceitaram Saturno como juiz. Saturno decidiu, em seu senso de justiça, que Júpiter, quem deu o espírito ao ser, receberia de volta sua alma depois da morte; Terra, como havia dado a própria substância para o corpo dele, o receberia de volta quando morresse. Mas, ainda disse Saturno, “já que Cuidado antecedeu a Júpiter e à Terra e lhe deu a forma humana, que ela lhe dê assistência: que o acompanhe, conserve sua vida e lhe dê o apoio enquanto ele viver. Quanto ao nome, ele será chamado Homo (o nome em latim para Homem), já que ele foi feito do humus da terra”*.

Pensemos na palavra latina para Cuidado que é CURA—e por isso este mito também é chamado de “o mito de CURA”. Mas consideremos o sentido de CURA de maneira mais ampla do que entendemos a palavra cura hoje em dia: CURA como CUIDADO, e CUIDADO em nosso sentido moderno como assistência —sentido este que preserva a essência do que entendemos ainda hoje como sendo a tarefa primordial da Enfermagem. Mais do que uma tarefa, a Enfermagem hoje é um conhecimento, uma profissão que tem delimitadas a sua competência e sua especificidade—que ainda se ligam à idéia original de “um olhar e uma ação assistencial ao ser humano, estreitamente vinculado a um apoio—curativo, preventivo ou de promoção da saúde—mas sempre ao lado do Homem, como determina a nossa lenda de origem”.

É importante também refletir sobre a competência da enfermagem como uma ação prática que dá suporte à vida humana, mas estendendo essa concepção, é importante reconhecê-la como um fazer profissional, único e absolutamente indispensável na área da saúde, cujos profissionais deverão sempre ter em mente a noção clara de sua atuação e de seu espaço profissional— assim como entender que ele se entrelaça em um contexto humano, que é também social e portanto político, mas também autônomo: não esquecendo que a responsabilidade da vida de cada um é do portador desta grande dádiva.

Considerando uma premissa fundamental no contexto da Ética da Enfermagem devemos lembrar que a enfermagem é única em sua especificidade, portanto, aos profissionais de Enfermagem (iniciantes ou não): saibam defender, valorizar e honrar sua profissão, porque isto está além da Ética: é o orgulho de ser enfermeiro. É uma atribuição mesma dos deuses a compreensão do significado de exercer a Enfermagem, que é: estar ao lado do Homem em sua jornada pela existência cuidando de seu bem estar, de sua vida e de sua saúde.

1 Extraído do Discurso de Paraninfo proferido na Sessão Solene da Colação de Grau as XLIV Turma da Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo, 2000 2 Professor de Ética e Filosofia do Departamento de Enfermagem Psiquiátrica e Ciências Humanas da Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo. Av. Bandeirantes, 3900 – Monte Alegre – 14040-902 – Ribeirão Preto – São Paulo – Brasil. E-mail: [email protected]

* REICH, W.T. (ed.). “Care”. IN: Encyclopedia of Bioethics, 2nd. ed., New York, Simon & Schuster Macmillan, 1995, v. 5

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Autor: Alessandro Barros Viveiros


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