Toxoplasmose Congênita
Toxoplasmose Congênita
BARBOSA, Poliana Soares. Acadêmica do 4º semestre de Enfermagem de Quatro Marcos-FQM.
Resumo: Mulheres com infecção crônica pelo toxoplasma gondii não contaminam seus filhos durante o desenvolvimento intra-uterino, somente irá transmitir para o feto na fase aguda. O curso da doença parece depender da idade da gestação em que se deu a infecção e da capacidade que possam ter os anticorpos maternos para proteger o feto. Geralmente os casos de toxoplasmose congênita apresentam-se com um discurso subagudo ou crônico. As crianças que sobrevivem em geral apresentam graves anomalias e grande retardo no desenvolvimento físico e mental.
Palavras-chave: Toxoplasmose. Fetal. Gestação.
Introdução: A toxoplasmose congênita é uma doença infecciosa que ocorre durante a gravidez, causada pelo parasita Toxoplasma gondii, podendo apresentar manifestações oculares, do sistema nervoso central e sistêmico. O risco de o feto ser infectado é maior se a mãe for infectada no final da gravidez, porém se ela for infectada no começo da gestação, maior vai ser a gravidade e as seqüelas no feto.
Visão Patológica da Toxoplasmose Congênita
Mulheres com infecção crônica por toxoplasma gondii não contaminam seus filhos durante a gestação e nem existe provas que a toxoplasmose possa causar abortamento. Porem mulheres que contraem a doença durante a gestação estão sujeitas a riscos de alta gravidade. Para que se instale uma toxoplasmose congênita é necessário que a mãe esteja na fase aguda da doença ou tenha ocorrido um reagudização da mesma durante a gravidez.
O desenvolvimento da doença vai depender de idade gestacional e de capacidade que possa ter os anticorpos maternos em proteger o feto. No primeiro trimestre da gestação, ocorre aborto espontâneo. No segundo trimestre, ocorre aborto ou nascimento prematuro, podendo a criança apresentar-se normal ou com anomalias graves e no terceiro trimestre, a criança pode nascer normal e apresentar a doença dias, semana ou meses após o nascimento. (NEVES, David Pereira.).
Manifestação clinica e diagnóstico
Segundo Luiz Rey a toxoplasmose congênita é uma das formas mais graves da doença. Geralmente apresentam-se com um decurso subagudo ou crônico, invadindo os parasitos todos os órgãos, mas prevalecendo as lesões do sistema nervoso e da retina. As evidências podem se manifestar no nascimento, dias, semanas ou meses depois, provocando sintomas variados, compreendendo:
- Retinocorioidite;
- Calcificações cerebrais;
- Perturbações neurológicas;
- Hidrocéfalo interno ou microcefalia.
O diagnóstico da toxoplasmose congênita é principalmente pela pesquisa dos anticorpos do tipo IgM no soro do recém-nascido.O anticorpo do tipo IgG é capaz de atravessar a placenta de um mãe com sorologia positiva e o IgM não tem essa capacidade de atravessar a placenta.Para comprovar a infecção do recém-nascido utiliza-se a pesquisa de IgG pelas reações de RSF, RIF ou ELIZA.
Os recursos utilizados são:
- Titulo do recém-nascido maior que o da mãe em duas diluições;
- Elevação dos títulos do recém-nascido em testes sucessivos;
- Persistência da reação positiva no lactente, até cinco meses após o nascimento.
Prevenção e Tratamento
Para prevenir toxoplasmose as mães devem manter boa higiene e lavar mãos depois de manipular aqueles alimentos cruz, não deixar que as crianças brinquem nos tanques de areia ou fique em contato com o solo eventualmente poluído por gatos. O risco maior de contaminação vem do consumo de carne crua ou mal cozida de porco, carneiro e de boi, bem como de derivados cárneos que não sofreram cocção suficiente, para que os cistos da toxoplasmose morram a carne tem que ser submetida a uma temperatura de 65º C e mantida nessa temperatura por 4 a 5 minutos, ou salgar a carne (Rey, Luiz. 2008).
O tratamento é recomendado para qualquer recém-nascido comprovadamente infectado mesmo se assintomático, em virtude de poderem aparecer os sinais neurológicos ou oculares no decorrer do primeiro ano de vida ou mais tardiamente. A transmissão desta infecção ao feto pode ser prevenida se a mãe tomar a droga espiramicina, podendo também ser utilizadas pirimetamina e sulfonamidas mais tarde durante a gravidez, se o feto se encontra já infectado. Recém-nascidos infectados que manifestam sintomas são tratados com pirimetamina, sulfadiazina e ácido folínico. As crianças com inflamação podem ser tratadas ainda com corticosteróides (LEFÈVRE, Antônio Branco. 1980).
Considerações Finais.
O Toxoplasma gondii encontrado em nosso meio é relativamente alto e condiz com a prevalência média encontrada na literatura. Consideramos ainda que os testes sorológicos representem uma ferramenta importante no diagnóstico precoce da toxoplasmose congênita a fim de que o tratamento possa ser algo efetivo. O melhor meio de diminuir a infecção é a prevenção.
Bibliografia.
LEFÉVRE, Antônio Branco. Neurologia Infantil: semiologia+clinica+tratamento. São Paulo. Editora Sarvier, 1980.p.364-365.
NEVES, David Pereira. Parasitologia Humana. 11.ed.São Paulo.Editora Ateneu, 2005.p.168-170.
REY, Luiz. Parasitologia: parasitologia e doenças parasitarias do homem nos trópicos ocidental. 4.ed.Rio de Janeiro.Guanabara Koogan,2008.p.200-205.
Autor: Poliana Soares
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