Voto Nulo



            Uma pergunta que não cala: o voto nulo é válido?

            Anular o voto é chegar na urna eletrônica, você nem precisa perder mais tempo e sentar na cadeira, digite qualquer sequência de números que não exista candidato referente a ele, por exemplo: 00000, e depois tecle CONFIRMA. Pronto! Voto anulado e muitas vezes, consciência mais tranquila.

            Mas como consciência mais tranquila depois de anular o voto? Eu terei como cobrar depois do candidato eleito?

            Essa é uma reflexão medíocre que ainda leva milhões de brasileiros a abandonar a quase única forma legítima de protestar, de dizer: NENHUM CANDIDATO VALEU O MEU VOTO!

            Segundo a Lei, você é obrigado a ir até o local de votação, e não a votar obrigatoriamente em alguém. É uma forma de induzir você a ter que escolher alguém. Mas o voto é secreto! Então podemos dar o destino que bem quisermos a ele.

            Cuidado com aquela ideia de democracia atrasada (de países atrasados) de que você deve escolher o candidato “menos” ruim. Pense bem, se o candidato já é ruim, seja pouco ou muito, ele não é digno do voto de um eleitor consciente! Em países onde a democracia realmente fala mais alto, ninguém obriga a ninguém a sair de casa para votar. O candidato precisa convencer mais, melhor, e honestamente.

            Se no Brasil o voto não fosse obrigatório, a massa falida não sairia em peso para votar, não sairia para fazer “porcarias” e estimular mais vagabundos a participarem da política nacional. Nunca deveria ser considerada consciente a pessoa que coloca, e ainda depois aceita, tantas tranqueiras representando a nação.

            A grande massa de eleitores no Brasil ainda é a do tipo “tanto faz como tanto fez”. A população menos esclarecida se deixa levar facilmente no “oba-oba” do marketing político nas vésperas das eleições.

            Segue o candidato pela dentadura que ganhou dele, pelo transporte gratuito até o colégio eleitoral, mesmo encima da carroceria do caminhão, pela “caixinha” que recebeu como contribuição por escolher “o melhor” candidato.

            Isso sem falar dos cabrestos e currais eleitorais descarados e garantidos com algo tipo: bolsa família, cesta básica “gratuita”, apoio moradia, apoio estudante, transporte etc.

            Por que ensinar o que realmente é dignidade a uma maioria de eleitores semianalfabetos, se posso comprar a dignidade deles? Esse é o refrão dos bastidores e da essência pervertida da política brasileira. Uma espécie de imã que só atrai espíritos tacanhos para a política e espanta gente realmente comprometida, digna e honesta.

            Se ir votar não fosse obrigatório, as pessoas que pertencem a essa massa perdida, movida a vento, que diz “tanto faz como tanto fez”, provavelmente fariam qualquer outra coisa ao invés de ir votar, por exemplo: fariam um churrasco, iriam pescar, visitar o compadre, assistir ao futebol, jogar baralho, assistir televisão etc. Claro que a Justiça Eleitoral precisa ser mais séria para não permitir que isso tudo também acabe financiado ou trocado por votos.

           Aquela minoria mais crítica, de cérebros mais responsáveis pelo médio e longo prazo da dignidade cívica, sairia motivada de casa pela única e nobre razão: o candidato escolhido realmente vale o meu voto, livre e espontâneo.

           A estratégia maquiavélica que a política brasileira aplica ao seu espírito democrático (que mais está para manipulação descarada) é grave. Limitam o discernimento político da sociedade através de uma educação que mais está para o entretenimento do que para o conhecimento produtivo.

           Não é por acaso que retiraram O.S.P.B. da grade de disciplinas escolares, para quem se lembra, significa: Organização Social e Política Brasileira. Para quê forçar os neurônios dos queridos alunos, se entretê-los com assuntos menos exigentes os deixam mais alegres e motivados a “estudar”? Várias escolas públicas (privadas não sei) só ainda não foram transformadas em circos por falta de picadeiros.

          O voto nulo deve sim participar ativamente da expressão popular. No estado do Rio de Janeiro, na cidade de Bom Jesus de Itabapoana, na última eleição para prefeito, dada a grande insatisfação da população, 89,23% dos votos foram conscientemente anulados!

          Um exemplo que deveria se repetir em muitas localidades, até acordar as autoridades que o país não pode ser levado à base do “tanto faz como tanto fez”.

          Não importa se é o João, o Zé, o Roberto ou o Frederico quem será o eleito, depois de eleito, seja lá quem for, terá OBRIGAÇÕES a serem prestadas a todos os cidadãos, sem distinção.

          Qualquer cidadão, mesmo aquele que anulou o seu voto, tem o direito de cobrar, protestar, denunciar e até contribuir para banir da vida pública o candidato ou o político ruim.

          Ganhe quem ganhar, o voto nulo é uma opção consciente e válida. Anulando pelo menos você não contribui para a oportunidade de mais um “lixo humano” representar a população, pois este seria o último lugar que os ruins deveriam estar! Isso motivaria pessoas mais qualificadas moralmente a se interessarem pela política e carreira pública.

Faça você também parte deste time, dessa CAMPANHA:

 

Enquanto houver pedágio roubando os usuários nas rodovias: VOTE NULO.

Enquanto acabar em pizza os escândalos políticos: VOTE NULO.

Enquanto candidatos sujos participarem de eleições: VOTE NULO.

Enquanto a educação for entretenimento: VOTE NULO.

Enquanto a saúde pública for porta para o cemitério: VOTE NULO.

Enquanto o voto for obrigatório: VOTE NULO.

Enquanto bandidos andarem tranquilo pelas ruas: VOTE NULO.

Enquanto for tão difícil político ir para a cadeia: VOTE NULO.

Enquanto mordomias e altos salários servirem aos políticos: VOTE NULO.

Enquanto os impostos forem abusivos: VOTE NULO.

 

Torne o mais rápido o seu voto (nulo) também produtivo neste país!

 

 


Autor: Alexandre Arrenius Elias


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