TRATAMENTO VERSUS CURA DE VICIADO EM TÓXICOS



TRATAMENTO VERSUS CURA DE VICIADO EM TÓXICOS

Dr. Wagner Paulon

2008

 

Com relação tratamentos existem muitos, mas com relação à cura devemos informar que ainda nada ficou certo, provado e cientificamente comprovado da existência da cura de viciados em tóxicos, infelizmente.

 

A Prevenção é a melhor e a mais indicada fórmula para (curar) um possível dependente (é não deixá-lo iniciar no vício) é um medicamento que está na abrangência de todos.

 

Afirmo que os progenitores devem tomar suas cautelas, principalmente as recomendadas neste artigo, para não terem que se arrepender a posteriores.

 

Examinar sua conduta como pai e mãe, pois para se chegar à causa do problema do adolescente, sempre o especialista terá que levar em conta sua família e o mundo que o cerca, além de sua problemática psíquica, é lógico. Pois quando o jovem lança mão da droga, não está em jogo apenas sua estrutura pessoal, mas, sim, sua estrutura social e, principalmente, sua família.

 

Conflitos, agressões físicas e psíquicas, separações e discussões sobre divórcios dos pais, diante dos filhos, não são episódios estagnados, separados. Estes episódios deixam marcas muito profundas na individualidade, em formação, dos filhos. E observamos cenas delituosas por parte de pais irresponsáveis ou desinformados, que são até agentes causadores dos viciados ou criminosos no futuro.

 

Ao inquirirmos os pais sobre a possível causa de seu filho ou filha usar drogas; muitos pais o fazem sem a devida honestidade e coragem para bem equacionarem o quebra-cabeça.

 

E para suavizarem seu sofrimento psíquico, colocam a culpa no próprio filho, na escola, na sociedade, etc., como uma forma de transferência de culpabilidade.

 

Faz-se necessário esta advertência, porque quando a estrutura familiar estiver enferma, esta mesma família não poderá ajudar o jovem quando seus conflitos explodirem dentro de si. As intensas frustrações, aliadas a uma personalidade frágil terão, na família mal formada, um local propício para se alojar a toxicomania.

 

Confuso em suas guerras internas, o adolescente apela para as drogas. É neste sonho que ele foge da realidade perturbadora que o cerca, que o amordaça e contra a qual ele é fraco para reagir.

 

E em face de tal situação ele procura uma solução, mas é obvio que a solução por ele encontrada é aparvalhada, mas ele procura vencer suas crises, exclusivamente dentro de si mesmo, e, por desinformação, ignorância, falta de apoio familiar, imaturidade e insegurança, busca fugir dos problemas sem ter paciência de esperar que as coisas se ajeitem.

 

Cabe à família e a escola darem primordialmente ao jovem, segurança, formação e informação.

 

A família deve aceitar o dependente como um doente.

 

Não tornar comovente a situação, para não aumentar as dificuldades.

 

Devemos aceitar o dependente para que possamos orientá-lo e tentar a muitas duras penas, curá-lo. Devemos ter a humildade da aceitação, e verificarmos em que ponto falhamos: a família, a escola e a sociedade.

 

O amor e carinho dos pais devem estar presentes constantemente, muito mais agora, pois amor e carinho operam milagres nas curas de infinitos quadros patológicos da psique, principalmente nos quadros de dependência de drogas.

 

Assim como a dependência psicológica é muito grande, e em alguns casos, brutal a dependência física, a internação em hospitais especializados quase sempre se faz necessária. Não se pode negar o desalento com que são recebidos os dependentes de drogas para tratamento ambulatorial. Geralmente não se sujeitam aos horários das consultas e, não raramente, deixam o tratamento, após as primeiras entrevistas.

 

A hospitalização (internação) para dependentes de opiáceos, como a morfina, é absolutamente necessária para a desintoxicação progressiva, já que a droga não pode ser suspensa bruscamente, podendo advir a morte, pela violenta dependência física que se instalou (processo fisiológico fazendo parte da economia celular, ”dependência intracelular”), sendo insuportável o síndrome de abstinência.

 

A maconha pode ser deixada sem o risco da síndrome de abstinência física, pois, a mesma não ocasiona dependência intracelular. O usuário apresentará desconforto inicial muito grande, e a sua vontade de buscar a maconha será maior, mas se você vencer esta fase, com bastante força de vontade, nada lhe acontecerá e você não correrá nenhum risco de vida. Para tanto é necessária uma mudança em seus hábitos rotineiros, tais como: não freqüentar lugares de viciados habituais, não ir ao traficante, nem mesmo para se despedir; ocupar totalmente seu tempo ocioso com algo que lhe seja agradável, como estudos, passeios com amigos sadios e, principalmente, esportes.

 

Faz-se necessário procurar urgentemente um Psicanalista para iniciar suas analises e desatar nós (neuroses e conflitos da infância), assim como procurar iniciar-se em uma terapia de grupo.

 

Da mesma forma que o alcoólatra vai lutar toda a sua vida contra o primeiro gole, você, viciado em maconha, vai lutar contra o primeiro trago, durante toda a sua vida. Não é impossível, basta querer.

 

O Dependente não deve ser preso, espicaçado, humilhado, inferiorizado, agredido e olhado como se fosse um monstro, e sim tratado física e psiquicamente, pois é um doente e deve ser respeitado com toda a dignidade que se faz necessária.


Autor: WAGNER PAULON


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