POR QUE PERDOAR?



Uma das mais difíceis manifestações do ser humano é perdoar. Entretanto, o perdão é a grandeza mais sublime. Dificuldade e grandeza estão presentes neste ato. Lemos, diariamente, casos de pessoas que tendo evidenciado na sua vida pessoal e familiar crimes hediondos, na sua mais intensa dor, ainda têm a grandeza de perdoar.

Entretanto, estas pessoas são criticadas pelo seu ato. Uns dizem: eu jamais faria isto. Outros, é uma demente. Não tem amor pela vítima.

É muito difícil criticar uma pessoa pelos seus atos se quisermos compará-la com outras pessoas . O que penso, o que faço, não é o mesmo que os outros pensam ou fazem.

Talvez quem não foi alvo desta experiência (e tomara que nunca o seja) não pode discernir como será o seu comportamento na hora da dor.

Vale a intenção de perdoar. O perdão nos alivia. Nos eleva até Deus. Cristo foi torturado, humilhado, crucificado e na sua última hora pediu ao Pai que perdoasse seus algozes. Foi o maior ensinamento de perdão.

Eu por exemplo, já perdoei. Nunca guardei rancor nem ódio da pessoa que me fez muito mal. Ao contrário, rezo para que ela encontre a felicidade. Que seja feliz. Penso que, se agisse diferente, minha vida seria cheia de raiva, de vingança que me tornariam um ser infeliz. Graças a Deus nunca nutri estes sentimentos por esta pessoa.

Mas, como temos livre arbítrio, cabe a cada indivíduo agir conforme seu estado de espírito que o induz a isto. Para uns, perdoar é fácil. Para outros é uma tremenda dificuldade, uma palavra que não existe em seu dicionário.

A felicidade, neste caso, também é um livre arbítrio da pessoa . Cada um escolhe o caminho que deseja trilhar e as consequências são oriundas da decisão de sua vontade. É o ônus que a vida nos proporciona a todo momento.

Vale a decisão de cada um. Para isto, devemos pesar o que é bom e o que é ruim para nós. A decisão certa sairá do maior grau de desejo de felicidade que estamos dispostos a obter.

Por isto, fica difícil julgar uma pessoa pelo seu ato de perdoar. Para ela perdoar é manter a sua felicidade a qualquer preço. É optar por uma série de coisas que não desvirtuem da sua caminhada e das coisas que lhe fazem bem. Quantos se arrependem de seus atos e esperam ansiosos o perdão de suas vítimas . Não descansam e não são felizes enquanto não são perdoados. Vivem enclausurados na sua dor.

Do mesmo modo, aqueles que têm dificuldade em perdoar não podem ser julgados. Seu estado de espírito não está preparado para este ato. Não sabemos o que sentem. Claro, que o perdão seria a melhor forma de torná-los livres deste peso. Mas seu livre arbítrio é maior que a nossa vontade e nosso julgamento de vê-los perdoar.
Gastão Braga (Gismonti)  28/11/2009


Autor: Gastão Monte Braga


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