Endometriose: A preocupação da mulher moderna
França, Tamyres Laet
Resumo
A endometriose é uma doença cada vez mais comum no universo feminino. Ela atinge mulheres em idade reprodutiva, geralmente a partir dos ciclos normais (entre os 15 e 35 anos), e pode ser um dos fatores que causam a infertilidade.
A doença consiste na presença do endométrio, camada que reveste internamente o útero, em locais fora do órgão, o que causa dores e desconforto. No entanto, diversos estudos estão sendo feitos para esclarecer as causas, o diagnóstico e o tratamento dessa enfermidade.
Palavras-Chave: Endometriose. Mulheres. Infertilidade.
Introdução
A definição de endometriose é: presença de tecido semelhante ao que recobre a cavidade uterina fora de seu local habitual.
Este tecido, o endométrio, normalmente é composto por duas partes: o parênquima, ou suas glândulas, e o estroma, o tecido que sustenta as glândulas.
O encontro somente de um ou outro já pode confirmar o diagnóstico.
De acordo com SERAFINI, Paulo (2008) a endometriose é, definitivamente, uma das doenças mais complexas e misteriosas para a mulher, mesmo assim é mais comum do que se imagina. Afetando cerca de 5% a 15% de mulheres em idade fértil e de 20% a 40% das mulheres com dificuldade para engravidar.
E seus principais sintomas são: cólicas menstruais severas, dores pélvicas fora da menstruação, dor lombar, dor às relações sexuais, movimentos intestinais dolorosos, constipação intestinal, diarréia durante as menstruações, dor ao realizar exercícios fiscos, dor ao exame ginecológico, dor e aumento de freqüência das micções.
Gravidez
Muitas mulheres com endometriose que desejam ter um filho, conseguem, mas com certeza a gestação não cura a endometriose.
O que acontece é: Durante a gestação não há ovulação. Os implantes de endometriose tornam-se menos ativos, reduzem seu tamanho e conseqüentemente geram menos dor. Isto acontece devido à produção hormonal alterada que a gestação induz. Incluem-se aí altos níveis de progesterona, a presença do HCG (gonadotrofina coriônica humana) e prolactina, entre outros. A menstruação fica interrompida, e muitas mulheres com endometriose sentem-se bem melhor durante a gestação.
Gravidez é algo produzido por um corpo feminino saudável. Uma mulher que sofre de endometriose e engravida, sente-se, finalmente, como as outras mulheres. Pode ser que ela sinta-se normal pela primeira vez desde sua puberdade. É uma experiência de liberdade muito positiva.
Entretanto, a doença não desaparece durante a gestação. Após a gravidez e o aleitamento (muitas vezes antes disto), os sintomas retornam.
Tratamento:
1.1 Hormonal: diversidade de medicamentos à base de hormônios femininos e masculinos são usados na tentativa de causar a regressão deste desequilíbrio orgânico e diminuí-lo progressivamente.
1.2 Cirúrgico: variedade de cirurgias tradicionais e técnicas novas como raio laser para remover o tecido endometrial ectópico.
1.3 Medicamentos: diversidade de analgésicos a partir dos mais simples aos mais potentes narcóticos para combater a dor da endometriose, que pode variar de leve a severa.
Considerações Finais:
A endometriose é uma questão polêmica, entretanto a sua cura não é definitiva. Em casos graves faz-se a remoção do útero (histerectomia) e remoção dos ovários (ovariectomiacastração). Este é o último recurso, sendo geralmente inaceitável para mulheres jovens e adolescentes, pois poderá levar a efeitos inalteráveis sobre a mulher para o resto de sua vida.
Referências bibliográficas
Marcus SF, Edwards RG. Altas taxas de gravidez após o prazo previsto regulamentação das mulheres com endometriose severa. 1994
Kennedy, S. ET AL. ESHRE guideline para o diagnóstico e tratamento da endometriose. Hum Reprod. 2005
SERAFINI, Paulo ET AL. Endometriose: resolvendo a dor e o sonho de ser mãe. Brochura. Manole. 2008. 224p.
Autor: Tamyres Laet França
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