Psicopedagogia Ser Ou Não Ser Eclético?



PSICOPEDAGOGIA: SER OU NÃO ECLÉTICO?(1)

Jobíola P. Caldeira(2)

“O equilíbrio está no meio termo”.
(Aristóteles)

Resumo:- Este artigo tem por finalidade compreender a necessidade da união entre as ciências psicologia e a pedagogia, abrangendo o conhecimento e a busca da pesquisa. Sendo principalmente uma ferramenta de suma importância para amparar as crianças que necessitam desses profissionais com um novo olhar dimensional e flexível. Assumir a postura de psicopedagogo (a) é sentir-se propriamente incluso nesta abordagem.

Palavras-chave:- pesquisa-incluso

Introdução

Sabe-se que, num trabalho prático, tem-se a necessidade da inscrição da psicologia e pedagogia para melhor diagnóstico e pesquisa, principalmente quando essas duas ciências unem suas bases para adquirir uma idéia minuciosa de diagnóstico e isso propicia uma diversidade em outras áreas desde fonoaudiologia, neurologia, terapeuta ocupacional, fisioterapia, nutricionismo, enfermagem, oftalmologia e psiquiatria entre outras ciências ocorrendo a multidisciplinariedade.

Psicologia

___________________________

““.

(1) Licenciatura e Bacharelado em Psicologia clínica e Educacional, desde 2002.

A psicologia direciona o indivíduo desde as fases da vida intra-uterina e o desenvolvimento com base e conceitos fundamentais para entender o sujeito em qualquer área.

O bebê ao nascer perde a relação simbiótica pré-natal que possuía com a mãe, e a satisfação plena da vida intra-uterina, a estrutura sensorial mais desenvolvida é a boca.  A boca é estimulada e a luta pela sobrevivência e equilíbrio com esse vínculo não rompido num mesmo espaço faz-se necessário. Essa fase caracteriza-se oral, sendo a fase de reconhecimento total pela mãe.

Segundo Rappoport (1981) o reconhecimento como fase oral entre 0 a 1 ano.

Fase anal: 2º ano ao 3º ano devido, a libido sendo o desejo do oral passa para a  fase anal é o controle do esfíncteres.

Fase fálica: é ter vontade de descobrir a diferenciação entre os órgãos genitais do menino em relação à menina.

Fase latência: aos 5 e 7 anos, o período que caracteriza a canalização das energias sexuais para o desenvolvimento social através de sublimações, típica nas escolas.

Fase genital: aos 11 anos estabelece a capacidade das escolhas e ideologias das crianças que passam por metamorfose de pré-puberdade e puberdade para a descoberta da adolescência.

A importância dessas fases é que elas são a base para a melhor compreensão dessa vasta clientela que consideramos como os “alunos” que vão desde infantil ao ensino fundamental e o médio. Tudo está conectado e o psicopedagogo precisa compreender desde as fases do desenvolvimento da criança é a sua própria história hereditária. Citando Thompson (1991)

É uma época especial em que a hereditariedade e a genética médica atinge um papel importante como disciplina central que lida com a variabilidade e hereditariedade humana e ao mesmo tempo desenvolvimento das abordagens e pesquisas que permitem novas descobertas.(p. 18).

As anomalias e as características deixam evidentes os procedimentos de como lidar com essa demanda.  As crianças, na atualidade quando apresentam algumas limitações ou dificuldades podem abranger distúrbios de comportamentos tais como autismo infantil, agressividade, medo, fobia escolar, ciúme, timidez, fantasia, negativismo, agitação, inquietude, instabilidade, sexualidade e problemas familiares.

Com as mudanças ocorridas durante o século XX, tanto no campo das relações humanas como na educação, as pessoas foram aprendendo a respeitar as crianças entendendo que elas têm, sim, querer há pouco mais de três décadas nossos pais diziam com toda segurança “criança não tem querer” (Zagury ,p.13,2002)

Neste depoimento a psicóloga Anita Lílian Zuppo Abed, relata a diversidade entre a Psicologia e a Psicopedagogia na situação de jogo e a de aprendizagem.

O jogo configura um espaço na relação terapêutica que permite usá-lo como instrumento simultaneamente de diagnóstico (num olhar que busca compreender o modo de funcionamento da criança, que se mostra no seu jogar) e de intervenção (numa ação que busca explicitá-lo e problematizá-lo, promovendo conscientização e desenvolvimento da criança em sua ralação com a aprendizagem).  Os conflitos podem se revelar num contexto de “folga”, tornando-se visíveis, concretizados num encontro que é, antes de qualquer coisa, lúdico.

A partir da reflexão sobre os registros das sessões de atendimento realizadas durante dois anos, cheguei à seguinte classificação dos jogos: 1) jogos de controle; 2) jogos de rapidez de reflexos; 3) jogos de ataque e defesa; 4) jogos de sorte e azar; 5)jogos de expressão.

Emergir diferentes conteúdos ou aspectos do psiquismo, em seus níveis cognitivo, afetivo e social pode ser melhor instrumentalizado pelo psicopedagogo a partir do seu conhecimento destas características. A estrutura do jogo configura o campo transferencial que se instala nas relações pessoais por ele mediadas.     Compreender a estrutura do jogo ajuda-nos a compreender a dinâmica das relações circulares que ali se estabelecem.

Jogos de Controle

Estou denominando jogos de controle aqueles jogos que requerem uma precisão de movimento, um controle muscular refinado.  Alguns exemplos: pega varetas, cai-não-cai (Estrela), aí vem o logo (Grow), jogo de botão. Vire a mesa (estrela) etc.

Os jogos de controle têm um efeito relaxante, eles exigem que os movimentos corporais sejam calmos, suaves e delicados. Tenho usado jogos de controle com crianças que precisam retardar respostas impulsivas, crianças que tentam resolver seus exercícios escolares rapidamente, sem refletir.  Estes jogos exigem um planejamento, uma antecipação das conseqüências da ação.  Esta ação deve ser cuidadosa em resposta a uma necessidade de se adaptar às condições da realidade que se impõem (esforço de acomodação).

Jogos de rapidez de reflexos

Nesta categoria, o que é solicitado ao jogador para que ele se dê bem é a rapidez com que a resposta (CORRETA!) deve ser dada, como acontece, por exemplo, no Tapa certo (Estrela), no Lince (Grow), no Diga logo (Coluna) etc.

O trabalho com estes jogos beneficia crianças que se distraem facilmente e que precisam, portanto, desenvolver a concentração; crianças que são muito lentas, que necessitam tornar-se mais rápidas e a mais ágil em suas tarefas; crianças retraídas, que ganham oportunidade de expandirem-se ao vivenciar situações excitantes; e, também, crianças muito excitáveis, pois o jogo implica em canalizar a energia direcionada para um objetivo.  Em geral, é um jogo relaxante, para reequilibrar o nível energético.

Jogos de ataque e defesa

Os jogos de ataque e defesa abrem a possibilidade se viver intensamente, na situação de jogo (portanto dentro do contexto de “folga”), as questões ligadas à agressividade: o confronto direto, o destruir e ser destruído.

Os esquemas defensivos utilizados pelos indivíduos (ligados ao modo como lidam com a angústia) ficam evidenciados pela estratégia defensiva adotada no jogo.  É um processo dialético de mudança: por um lado, o jogo abrindo espaço para a reestruturação dos modelos defensivos que vão se transformando através do jogar, e por outro, as transformações que vão ocorrendo durante o processo terapêutico que vão modificando a forma de jogar. O jogo de botão tem se mostrado excelente para se trabalhar essas questões.  Assim como no futebol, os jogadores têm que desenvolver um esquema tático que equilibre o ataque, a defesa e o meio de campo que faz a ligação entre eles.

Jogos de sorte e azar

Existem vários jogos em que o grande determinante para a vitória ou a derrota é estar com sorte ou estar com azar.  (por exemplo: Batalha, Uno, Roleta, jogos de trilha, jogos de dados etc.). Estes jogos atenuam o peso da estratégia, do pensamento, do ser mais habilidoso ou jogar melhor. A sorte não se desenvolve, não se aprimora, não depende de idade, sexo ou nível escolar, cultural ou social.

Ficar á mercê da sorte nas mesmas condições que o terapeuta, proporciona uma “folga” para a criança tanto a vitória como a derrota, ambos tão difíceis, tão carregados de emoções... As ansiedades ligadas às conquistas, ao saber, ao aprender... As frustrações ligadas aos erros, às dificuldades, ao não saber...

Jogos de Expressão

São aqueles que solicitam aos jogadores que passem mensagens através de desenho ou mímica. Exemplos: Mímica Jogo do Gugu (TV Game), Imagem &Ação (Grow) etc. o jogo traz a oportunidade de vivenciar situações lúdicas que as levam a se defrontar com este constrangimento, favorecendo-as a ultrapassá-lo.

Se Lida, então, com a questão da imagem, de como se mostrar diante do outro.  Considero o constrangimento como parte integrante do processo de construção desta imagem, como se fosse uma membrana que filtra o que pode sair e o que deve ficar guardado no interior do ser. Simultaneamente, o jogo impõe uma problematização cognitiva através da necessidade de contextualizar a mensagem, para que o outro possa compreendê-la trabalhando, portanto, as relações de parte e todo fundamentais no processo de aprendizagem.

Pedagogia

Envolve-se não só o ensinar e adquirir conhecimento, vai muito mais além nas salas de aula, vai desde a linguagem, leitura e escrita  psicomotricidade e biopsicosocial e espiritual.

A linguagem é o meio no qual manifestam os processos intelectuais superiores.  A maneira mais desenvolvida de se realizar o contato social e sua função primordial, a comunicação social (Grüsper, p.259, 1987).

A psicomotricidade tem por finalidade o desenvolvimento motor que a criança deixa de ser criatura frágil da primeira infância e se transforma numa pessoa livre e independente do auxílio alheio. As  atividades motoras desempenham também um papel importantíssimo em muitas das suas primeiras iniciativas intelectuais, enquanto explora o mundo que a rodeia com os olhos e com as mãos,  fornecendo-lhe também  os meios pelos quais fará grande parte dos seus contatos sociais com as outras crianças.  Durante a vida inteira, a visão que uma pessoa tem de si mesma é influenciada pela sua percepção do próprio corpo e suas propriedades, da própria força e liberdade no desempenho de atividades físicas e intelectuais (Jersild, 1996).

Segundo Santos (1997)

A análise fenomenológica da pesquisa evidenciou o que ocorria neste espaço alternativo, que dava condições, por um lado, ao aluno de resgatar suas possibilidades para progredir na aprendizagem, e por outro, à professora de atuar como elemento facilitador do processo de aprendizagem do aluno, dando a ela, professora, condições de sentir-se realizada, compensada e feliz com seu trabalho.(p. 54).

Citar alguns aspectos da organização e encaminhamento do trabalho na escola.

1 - Sintetizando circunstâncias da atuação das professoras no trabalho com crianças com dificuldades no processo de escolarização.

- aproximar-se do aluno, aberta para percebê-lo no seu modo de ser (pensar, sentir e agir);

- buscar compreender o aluno, na sua riqueza de significados (organizações que o aluno faz, dando sentido ao mundo que o rodeia);

- considerar o aluno na sua condição existencial – de estar sempre se relacionando com outro ser humano, ou com as coisas ao seu redor;

- clarear a maneira do aluno se relacionar com outro ser humano e com as coisas;

- estar atenta à disposição básica com que o aluno se manifesta nas situações de aprendizagem (seguro, inseguro, temeroso, confiante, interessado, desinteressado,..)

- considerar na organização das aulas e proposição de atividades, as facilidades, dificuldades e interesses dos alunos;

- pronta e consistente em trabalhar com o emergente do grupo classe (atitudes, interesses);

- trabalhar valorizando as facilidades e respeitando os limites a serem superados (não rotular, medir);

- considerar o aluno com possibilidades de compreender para organizar o que está ao seu redor;

- considerar a experiência vivida e os conhecimentos que os alunos possuem, estimulando e valorizando suas contribuições e troca de informações;

-  tornar viva a matéria a ser ensinada, aproveitando a experiência cotidiana dos alunos, atentar ao sentido que faz na vida deles (o aluno orientado pelas próprias relações significativas);

- estar atenta aos próprios sentimentos, valores e, a maneira de relacionar-se;

- organizar, pesquisar e refletir sobre suas aulas, buscando dispor de conhecimentos elaborados insignificativamente;

Dialogar e refletir sobre a própria atuação em sala de aula.

2 - Circunstâncias apontadas pelos alunos que os auxilia no processo de aprendizagem escolar.

- ser percebido e atendido nas suas necessidades e dificuldades;

- segurança, tranqüilidade e sentimento de capacidade para realizar as atividades escolares;

- respeito ao seu próprio ritmo de trabalho;

- relações de confiança e apoio com as professoras;

- ser percebido e considerado na sua vivência familiar e nos relacionamentos com os colegas fora da escola;

- relações de ajuda, troca e confiança com os demais alunos da sala;

- relações afetivas (companheirismo, consideração, respeito) com os demais alunos da sala;

- perceber e expressar suas afinidades e dificuldades quanto às diferentes áreas do conhecimento;

- possibilidade de estar aprendendo, superando limites e dificuldades.

3 - Sugestões para organização e encaminhamento de atendimento a alunos com dificuldades no processo de escolarização.

Quanto a organização acadêmica

- flexibilidade nos objetivos educacionais que deverão priorizar as necessidades dos alunos (físicas, emocionais, sociais);

- flexibilidade na seleção dos conteúdos, que deverá atender as necessidades e interesse do grupo de alunos (atenção ao sentido que têm na vida do aluno);

- flexibilidade na organização das aulas, selecionando materiais e recursos didáticos a partir das necessidades percebidas no grupo de alunos;

- flexibilidade para formação de grupos classes, cuidando da análise das características das crianças, maneira de ser e relacionar-se com os demais alunos, idade, conhecimentos adquiridos, diferentes de seriação.

Quanto à avaliação

- a avaliação deverá ser concomitante ao trabalho desenvolvido e contemplar o processo de ensino-aprendizagem, para fins de interferência e reorganização do mesmo (diferente de avaliação verificativa);

- deverá considerar as condições para a ocorrência da aprendizagem contemplando as relações:

- professor – aluno

- aluno – grupo classe;

- alunos e materiais ou recursos didáticos;

- alunos – propostas de ensino.

- deverá voltar-se para o aluno no seu processo de elaboração e considerá-lo nas suas possibilidade e ritmo de aprendizagem.

Quanto à supervisão e assessoramento do trabalho.

 - garantir supervisão e assessoramento aos professores através de profissional especializado, formação psicopedagógica, focalizando:

-  o sentido da educação fundamental para os alunos;

- o processo de aprendizagem do aluno;

- a relação professor-aluno, impregnada de valores, significados, hábitos e linguagem de cada um.

- as condições para a ocorrência da aprendizagem, buscando que o aluno compreenda e supere suas dificuldades;

- a troca de experiências e vivências com demais professores da escola.

Ao falar de alunos e escola tem que se enfatizar a sociabilização e a inclusão de escola é a continuação do lar.

“Se a vida não é originalmente significante, a compreensão resulta pra sempre impossível” (Ricoeur,1988).

A escola tem como objetivo a integração da criança facilitando seu acesso ao mundo dos adultos (Oliveira, 1997, p.19).

O aluno vem para o pedagogo como se fosse moldura a espera de ser manuseada e preparada para uma obra de arte.  Por isso é importante fazê-lo sentir-se digno e respeitado, não importando a série na qual as crianças são inseridas. Elas necessitam de modelos positivos para melhor estrutura psíquica, porque as mudanças são constantes, mas, as bases são primordiais.

Psicopedagogia

Segundo Weiss:

Na prática diagnóstica é necessário levar em consideração alguns aspectos ligados, as três perspectivas de abordagem do fracasso escolar e a interligação do psicopedagogo, possibilitando uma abordagem global do sujeito em suas múltiplas facetas.

Aspectos orgânicos relacionados à construção biofisiológica do sujeito que aprende, podeno ocorrer alterações nos órgãos sensoriais que impedirão ou dificultarão o  acesso ao conhecimento.

Aspectos cognitivos estariam ligados basicamente ao desenvolvimento e funcionamento das estruturas cognoscitivas em seus diferentes domínios. Ocorrendo desde aspectos ligados a memorização, atenção, antecipação e fatores intelectuais.

Aspectos emocionais estariam ligados ao desenvolvimento afetivo e sua relação com a construção do conhecimento e a expressão, através da produção escolar.  A representação nos aspectos inconscientes envolvidos no ato de aprender.

Aspectos sociais estão direcionados a sociedade em que estão inseridas a família e a escola. Isto acontece porque dentro da escola modificações curriculares e pedagógicas que auxiliem a criança menos favorecida a ter uma melhor compreensão e se igualar com os considerados os modelos dentro de uma sala de aula.      

Aspectos pedagógicos contribuem muitas vezes para o aparecimento de uma  metodologia do ensino, à avaliação, à dosagem de informações, à estruturação de turmas e organização geral.

Os instrumentos que utilizamos no diagnóstico psicopedagógico que tenham sido desenhados, estandartizados e estudados pela psicologia, e por conseqüência dirigidos ao estudo da personalidade, nossa leitura da produção desencadeada pelos mesmos, surgirá da especificidade própria da atividade psicopedagógica. Um diagnóstico psicopedagógico de uma criança ou adolescente busca responder a interrogações particulares, e questionam os profissionais sobre “por que não aprende”, não é unicausal. Encontram-se nos diagnósticos, explicações sobre a origem dos transtornos de aprendizagem, como as seguintes: “problemas de aprendizagem de etiologia orgânica”, “epilepsia”, “anoxia perinatal”, como se a organicidade por si só determinasse e explicasse o problema de aprendizagem. 

A psicopedagogia institucional propõe uma atuação preventiva dentro do âmbito  escolar, no sentindo de instrumentalizar a criança como um todo, propiciando-lhe uma educação integrada que compreenda as capacidades reais e adequadas à própria proposta pedagógica(Domingues, 1986; Rubinstein, 1987)

A orientação psicopedagógica, dentro dessa perspectiva, as duas psicopedagogias – clínica e institucional – estão referidas, visto que orientação psicopedagógica, visto que orientação psicopedagógica é entendida como “o processo pelo qual se proporcionam condições que facilitem o desenvolvimento do indivíduo, do grupo da instituição e da comunidade, bem como prevenção e solução de dificuldades existentes, de modo a atingir objetivos educacionais e pedagógicos” (definicação citado por Masini, 1984,  publicada no jornal do CRP).

A prática psicopedagógica se refere, assim, as técnicas de intervenção que tratam dos “problemas de aprendizagem” e normalmente se conduz no sentido de trabalhar as possíveis raízes do problema e de resgatar os elementos essenciais à aprendizagem de qualquer conteúdo específico. Dentro desta ótica, se distância do enfoque tradicional da prática pedagógica, que se ocupava especificamente do conteúdo a ser aprendido, para se debruçar sobre as diferentes ordens de dificuldades que possam existir no ato de aprender e tentando, sobretudo, saná-las.  A atuação do psicopedagogo também pode ser em escolas e hospitais como também em clínicas que se desenvolvem  em diferentes  modalidades de intervenção como clínico e preventivo.

A psicopedagogia não se diferencia em relação às outras ciências, quando abordamos a qualidade de vida desses indivíduos, requer do profissional que continua o campo de investigação, aperfeiçoamento e pesquisa. A qualidade do conhecimento acumulado é parcialmente determinada pelos caminhos pelos quais a realidade reage às nossas intervenções e pela correspondência deste conhecimento com o conhecimento que outras pessoas também construíram “(Sinclair, 1987, p.29)”.

Neste caso, o psicopedagogo como investigador procura, a partir dos dados diagnósticos e de evolução do tratamento, as formas e a qualidade do funcionamento das estruturas cognitivas e afetivas, numa conjugação entre o substrato biofisiológico do sujeito, suas experiências e as condições advindas de fora (Mamede Neves e outros 1989).

Porém, espera-se que comporte modelos conceituais capazes de representar certos aspectos da realidade, embora não se pretenda nunca que interprete a realidade inteira, porquanto a correspondência entre os modelos teóricos e seus correlatos empíricos é sempre uma correspondência de sistema em sistema (Bunge, 1969).

Segundo Vigotsky (1989) quando enfatiza que o “único bom ensino é o que adianta ao desenvolvimento”.

Considerações Finais

Para esses profissionais almejarem o melhor das crianças é necessário acreditar no seu potencial e nunca achar que sua história de vida não tem importância, sendo assim já não começaria ser a sua própria história.

A inclusão da psicopedagogia no ensino torna-se uma reciclagem para os profissionais da área educacional e da saúde, essa nova ciência amplia e mostra ainda mais o vasto campo de atuação e pesquisa.  As outras áreas da ciência têm que manter a ética e incluir-se na importância de uma melhor qualidade de vida para essa demanda que necessita do serviço, seja ela em qualquer área, e sempre ser facilitadora e qualitativa em sua formação e atuação.

REFERENCIAS BIBILIOGRAFICAS

GRÜSPUN, H. Distúrbios Neuróticos da criança.  Rio de Janeiro, 1987.

LUFT, E., Sobre a coerência do mundo. Rio de Janeiro, Civilização Brasileira, 2005.

NEVES, M. M. MA.(Coord.) O fracasso escolar e a busca de soluções alternativas. 

Rio de Janeiro, PUC/RJ, PADCT – FINEP , relatório de pesquisa, 1989 (mimeo).

OLIVEIRA, C. G. Psicomotricidade: educação e reeducação num enfoque psicopedagógico.  Petrópolis, RJ: Ed. Vozes, 1997.

RAPPORT, R.C., Fiori, R.W., Davis, C., Psicologia do desenvolvimento, Vol. 1

Teorias do desenvolvimento Conceitos fundamentais.  São Paulo: EPU, 1981.

SOUZA, M.M. É impossível a psicopedagogia na escola? , Boletim AEP S.P., ano 4, nº9, dez. 1985, pp.11-15.

THOMPSON, M. W.,Mcinnes, R.R., Willard, H.F.Rio de Janeiro, Editora

Guanabara Koogan S.A., 1993.

ZAGURY, T., Limites sem trauma. Rio de Janeiro; Record, 2002, 43º edição.

WEISS,L.L.M., Psicopedagogia clínica: uma visão diagnóstica dos problemas de aprendizagem escolar. Rio de Janeiro, DP&A, 2004, 10ºedição.


Autor: João do Rozario Lima


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