ESPERANÇA DE LUCIDEZ
Mário tinha acabado de chegar de um grande briga, tudo derrubado. O motivo real da confusão se deu pelo fato de que o rapaz saiu para beber com os amigos em comemoração a sua despedida de solteiro. Sete horas antes, muito alegre, Mário se aprontou as dez da noite e foi encontrar-se com os demais rapazes, em sua maioria colegas de trabalho. A reunião começou muito bem. Os rapazes se cumprimentaram e começaram a beber sem parar. Até então não havia indícios de quebradeira e sangue. A comemoração parecia pacífica. Mário, já alterado, estava muito satisfeito com tudo que presenciara em sua despedida de solteiro. Não demorou muito, começou a confusão. Muito agressivo Mário sempre bebeu e se alterou como de costume. Desta vez não foi diferente. Após ouvir um comentário bastante incômodo a respeito de sua pessoa, Mário já se encontrava muito bêbado e começou a agredir Paulo, antigo colega de turma, que afirma ter visto o primeiro relacionando-se sexualmente com a mulher do amigo. Isto foi o ápice da alteração de Mário, pois o mesmo diz nunca ter ficado com a moça, já que não tinha nenhum interesse amoroso por mulheres de amigos. Paulo, também alterado, mas menos que Mário, pediu para que seu amigo nunca mais o procurasse, pois o primeiro sabia da traição da mulher e do envolvimento de Mário com bebidas e drogas pesadas. Paulão, como era conhecido pelos companheiros, presenciara várias crises do rapaz e sempre procurou ajudá-lo quando mais precisava de auxilio. Na vez anterior, Mário prometeu a seus conhecidos que nunca mais se drogaria e se metesse em confusões tais como a da última reunião com os amigos. Os dois amigos trocaram pontapés e socos. Mário quase acabou com a vida de Paulão. Naquele momento, a polícia já tinha sido contatada por um dos demais amigos de Mário. Mário também desconfiava que Paulo tivesse dado em cima da mulher do mesmo, por isso alterou o comportamento. Após séria intervenção da polícia, Mário foi levado à delegacia e preso na solitária, perdendo direito de estar com demais detentos, sem comida e regalias. O moço, então com 28 anos, foi preso cerca de trinta vezes anteriormente, por conta do uso e tráfico de drogas. Em dois dias, Mário se alterou bastante na cela, tendo que ser transferido para uma clínica de recuperação de narcóticos com o apoio da noiva, muito preocupada com a situação do rapaz. Chegando à clínica, Mário levado na maca sob efeito de tranqüilizantes, pois se tornou muito agressivo e debateu-se na frente da futura esposa, dos amigos e dos policiais. Ninguém entendeu o grau em que a situação se encontrava naquele instante. Desta vez, as crises neurais de Mário estavam mais acentuadas que de costume. A noiva Paula foi chamada pelos paramédicos para relatar detalhadamente o descontrole do rapaz na prisão. Naquele momento, Paula chorava muito, afirmando não aguentar mais viver tal situação com o noivo. A mesma disse que estava tão feliz a véspera do casamento. Tudo parecia estar organizado, a cerimônia, a festa. A presença dos convidados estava confirmada uma semana antes do casamento. Como podia acontecer tal confusão, justo na semana do casamento? As pessoas ali presentes não conseguiam entender o quanto Mário regrediu para o estágio de alteração, como nos anos anteriores. Mas desta vez a loucura havia dominado o cérebro de Mário. Seria o fim de toda esperança de lucidez do rapaz? Como saber o que aconteceria com a vida do rapaz? Era complicado para todos como seria o desfecho de uma história de amor tão perturbado como essa. Era preciso várias intervenções para o rapaz se recuperasse? Ninguém sabia como resolver até então. Uma semana de dilema havia se passado e os resultados não eram os mais esperados. Talvez fosse preciso um ano ou mais para tratar a loucura do rapaz. Não era o que a noiva e os amigos desejavam naquele instante. Todos queriam vê-lo forte, saudável e são. Era demais pedir a Deus paz naquele ciclo de amigos? Onde estava a família para acolhê-lo? Essas eram questões complicadas de responder, pois era uma situação de vida ou morte do rapaz. Em um ano, Mário já estava bem recuperado, graças a persistência do próprio em submeter-se ao tratamento de reabilitação das drogas e do álcool. Naquele período Mário já não estava interessado mais no alcoolismo e no uso de cocaína, tal como das outras vezes em que era usuário dessas drogas pesadas. Mário saiu do vício por um bom tempo, deixando seus amigos e seus esposos despreocupados com a perdição do rapaz. A recuperação durou cerca de dois anos até que Mário foi demitido do emprego de assessoria administrativa de empresa. Com a demissão, o rapaz teve uma queda gradativa pela bebida, o que resultou novamente em transtorno para a esposa. Em um dia que parecia ser o mais normal para o casal transformou-se
Autor: GIULIANO MICHELOTO
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