Organizações Estratégicas



          Em pleno século XXI ainda notamos a resistência de muitos empresários quanto a reconhecer o capital mais precioso e estratégico de sua organização: os seres humanos, seus agentes transformadores, os que vendem, produzem, negociam, transportam, pesquisam, enfim, os que cuidam do capital empresarial.

          Por que há profissionais que ao exercerem as mesmas atribuições, no mesmo segmento de mercado, “não brilham” em determinada organização e reluzem em outra?

          Inúmeros são os episódios desnecessários de demissões e desistências do trabalho onde simplesmente omitiram-se falhas de comunicação adequada, trabalho em equipe, o clima organizacional, entre outras atribuições subjetivas que geram insatisfações entre líderes e liderados. Isso gera custos e prejuízos.

          Ninguém está livre de ser vítima de sua própria zona de conforto (comportamental) e ela escraviza mais do que nunca executivos, diretores e gerentes devido ao posicionamento mais “confortável” para se fazer o que acha certo com as pessoas. Evidencia-se uma crise na linha tênue entre o que é profissional e pessoal nas relações.

          Um executivo, acima de qualquer suspeita deve ser um líder por méritos e não pela sua posição na hierarquia, o próprio deve redobrar seus cuidados para não interpretar seus subordinados como se fossem simples números numa folha de custos. O executivo deve ser sustentado pelas bases!

          Outro pecado da ingenuidade do mundo empresarial: quem nunca caiu no condicionamento infeliz de classificar a evolução de uma empresa somente pelo seu belo aparato tecnológico? E o que é na verdade o tecnológico? Caímos no raciocínio mecanicista, num paradigma linear e cartesiano, enfim, lembramos de máquinas e sua produtividade; quanto mais tecnologia, mais eficiência, certo?

          Mas sabiamente não podemos deter o significado da palavra “tecnologia” para referenciarmos somente a modernidade e a evolução de máquinas. E nós, os seres humanos, não se modernizam e evoluem? O que seria a tecnologia humana? Ou podemos chamar da eficiência humana dentro (e fora) de uma organização? Será que podemos dividir um ser humano em dois, onde haja um ser dinâmico “X” no perfil profissional e no outro um ser “Y” estático na família e com os amigos?

          No cotidiano da racionalidade dos tempos atuais, os sistemas administrativos estão pedindo mais filosofia (reflexão) para organizar sustentavelmente a produtividade organizacional (sistemas e pessoas). É preciso reconhecer que a produtividade sustentável deve ser o foco e ela não acontece com profissionais que fingem serem profissionais e comprometidos com o que fazem, e isso vale também para diretores e presidentes que, muitas vezes, acreditam que fazendo “cara-feia” trazem motivação e solução para o ambiente.

          Os contextos estão pedindo é mais percepção e bom senso entre todos os envolvidos, claro que o caráter e a ética estão implícitos nestes quesitos. E para muitos profissionais, isso é como solicitar uma faculdade dentro de outra faculdade, de tão complicado que parecer ser.

          Quero dizer ao empresário que ao NÃO abrir mão e estimular princípios como transparência, honestidade, disciplina por convencimento próprio, comprometimento, bom discernimento, franqueza, empatia etc. frente aos subordinados imediatos e demais profissionais, evitará os malefícios que a manipulação, o “me engana que eu gosto”, traz a médio e a longo prazo: a ausência de confiança e problemas decorrentes de ordem maior.

          Ninguém é ou se torna excelente no que faz num ambiente de desconfianças, rivalidades, mesquinharias, medos, entre outras depreciações humanas que desgastam a boa convivência de qualquer ambiente, seja de duas ou mil pessoas.

          Isso tudo se vincula a treinamentos adequados a todos os envolvidos no processo organizacional (sem exceções hierárquicas). Um trabalho que podemos até intitular de “elevação da consciência” (de todos).

          É como ter um professor perspicaz (filósofo e gestor) para tratar de assuntos subjetivos e tornar mais simples a complexidade dos desafios objetivos internos e externos do meio organizacional. Isso favorece a gestão estratégica.

          Pessoas excelentes no que fazem não representam “um achado”, ou uma obra do acaso. Elas fazem parte de um time de pessoas que acreditam e confiam no contexto em que estão a todo o momento interagindo, evoluindo...

          Não podemos esquecer que raras vezes não passamos a maior parte da vida, direta ou indiretamente, envolvidos em nossas atividades profissionais. É justo percebemos um sentido altruísta de estarmos ali, não se limitando a benefícios financeiros e buscar também um caminho para a realização e satisfação pessoal no dia-a-dia. A busca por momentos e situações mais felizes é natural no ser humano e temos que facilitar isso em nosso cotidiano.

          São por estes e outros segredos que a inteligência nos serve da arte de repensarmos continuamente as concepções de palavras que sempre foram importantes na história da evolução humana e também dos negócios.

          Não precisamos provar que a confiança, o amor, a humildade, a empatia, o comprometimento, a liderança, entre outras valiosas atribuições, adormecidas pelo desuso e falta de conscientização, são indispensáveis para quem quer vencer, seja na vida pessoal ou no seu empreendimento em questão. Aprender a aplicá-las no cotidiano é o caminho não só certo, mas o mais seguro para resultados sustentáveis de excelência, em qualquer missão a ser alcançada. Obrigado.


Autor: Alexandre Arrenius Elias


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