Liberdade



O tema que vou expor agora é de importância impar na vida dos sujeitos existenciais. Diz respeito ao fato de que a nossa condição é de liberdade para escolhermos o que faremos em nossas vidas. Quando perdemos a condição de liberdade, nos encontramos em uma situação em que reagimos com sentimentos contrários a quem nos retirou a liberdade. Reagimos com ódio, raiva contra quem nos retirou a liberdade. Mas para que reconquistemos a nossa liberdade, devemos entrar em contato com os sentimentos contrário que vivenciamos.
A reconquista de nossa liberdade faz com que tenhamos um sentimento de identidade e dignidade que nós é característica. Em períodos de conflitos, em que a liberdade nos é negada, reagimos contra aqueles que nos cerceia a nossa liberdade. Se não podemos ser livres, expressamos nossa indignação com sentimentos opostos aos que nos foram retirados. Precisamos de nosso senso de dignidade e de nossa identidade, mas para isso, devemos entrar em contato com aquilo que sentimos, seja ódio, raiva, inveja ou quaisquer outros sentimentos que negamos manifestar.
A sociedade contemporânea nega o fato de que os sujeitos reagem de forma negativa e expressa sentimentos contrários. A própria sociedade burguesa não leva em consideração aquilo que o sujeito expressa contrariamente ao que é estabelecido. Ao invés de alargarmos o nosso campo de percepção e buscarmos saber o que sentimos em termos de raiva, ódio, ressentimento, inveja, ira, raiva entre outros sentimentos que negamos manifestar, pois de acordo com o sistema social, não é aceitável expressar aquilo que é de vontade individual e interior de cada ser humano. Mas com a negação dos sentimentos mais íntimos, não conseguiremos alcançar a nossa condição de liberdade para escolhermos.
Na verdade, já nascemos livres, mas não temos consciência acerca dessa liberdade. Apenas quando a liberdade nos é retirada, entramos em contato com os nossos sentimentos mais íntimos. A nossa reação é expressa sobre a forma de ações contrárias as que nos foram cerceadas. Se não sabemos o que sentimos, como saberemos o que escolher para a nossa vida? Essa pergunta somente poderá ser respondida pela pessoa que conseguir entrar em contato consigo mesma e com as suas potencialidades para escolher aquilo que bem entender. A analogia que Rollo May faz entre a prisão representada pela gaiola e a condição de liberdade que foi nega explica muito bem como reagimos contrariamente a quem nos retirou nossa liberdade.
Autor: Otávio Naves Micheloto


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