Apocalipse: Os 24 Anciãos e os sete Espíritos de Deus, capítulo 4



Apocalipse: Os 24 Anciãos e os sete Espíritos de Deus, capítulo 4

 

            Por Ruy Porto Fernandes

 

            O capítulo 4 do livro do Apocalipse registra que além de Deus em seu trono, localizados no centro da visão que o apóstolo João recebeu quando exilado na ilha de Patmos, são vistos vinte e quatro anciãos assentados sobre vinte e quatro tronos dispostos ao redor do trono de Deus (Ap 4.4). E, que diante do trono de Deus ardem sete tochas de fogo, simbolizando os sete Espíritos de Deus (Ap 4.5).

 

            Além dos sete Espíritos de Deus representar o conjunto de incontáveis Espíritos de Deus, porém de um número fixo, e não um número infinito (cf. artigo A4), também existem diferentes conjuntos de sete Espíritos de Deus nos capítulos 4 e 5 desse livro.

 

            Os sete Espíritos de Deus que estão no Cordeiro, no Senhor Jesus Cristo (Ap 5.6), é um conjunto distinto porque somente deste é dito que são enviados por toda a terra, isto é, aos gentios (aos que não são descendentes de Abraão) para darem testemunho de Iaveh Elohim, Deus Pai (Jo 20.17), de Jesus Cristo, Deus Filho, e de Deus Espírito Santo (At 5.3-4). Isto, sem considerar que também simbolizam dois conjuntos diferentes: o de sete chifres, e o de sete olhos. (Destes conjuntos trataremos mais tarde).

 

            O conjunto de sete Espíritos de Deus que está diante do trono é símbolo do ministério do Espírito de Deus entre os descendentes de Abraão (1Cr 1.28); dos judeus, que são filhos de Isaque (Gn 17.19), bem como dos árabes, que são filhos de Ismael (Gn 17.20). Por isso o povo de Israel existe até os dias de hoje. E também os árabes, como descendentes de Abraão. Os quais, embora não creiam em Iaveh Elohim, um dia irão se converterão a Ele pelo testemunho deste conjunto de sete Espíritos de Deus. E, além do relacionamento entre Iaveh Elohim (grafado como “Senhor Deus” em certas edições) e a descendência de Abraão, este conjunto também simboliza a formação e manutenção da criação de Deus por Seu Espírito (Jó 26.13; 33.4; Sl 33.6; 104.30).

 

            Isto, porque este conjunto está representado pelas sete tochas de fogo que ardiam no candelabro (menorah) da tenda da congregação (Êx 25.31-35) e do templo, e que ficava diante do santíssimo (Êx 26.35). Também, porque os 24 anciãos representam as 24 turmas de sacerdotes que oficiavam no templo (1Cr 24.1-19) e as 24 turmas de cantores que profetizavam com harpas, címbalos e saltérios (1Cr 25.1-31). É interessante notar que a Bíblia Hebraica está dividida em 24 rolos (cf. lista dos Livros da Bíblia Hebraica na Bíblia de Jerusalém). E, que não é dito que os sete Espíritos de Deus diante do Trono são enviados por toda a terra.

 

            Os 24 anciãos também simbolizam a Imanência de Deus à nossa existência. Isto, pelo número de cromossomos que determinam a constituição humana. São 22 cromossomas autossômicos e 2 cromossomas sexuais, X e Y, perfazendo um total de 24 tipos de cromossomas humanos.

 

            Os cromossomos autossômicos estão presentes nas células masculinas e femininas. Os cromossomos sexuais, que determinam os sexos, são diferentes em ambas as células (masculinas e femininas). Assim, cada célula do corpo humano possui 46 cromossomos. Os machos têm 22 pares de autossomos, um cromossomo X e um cromossomo Y. As fêmeas têm 22 pares de autossomos e 1 par de cromossomo X.

 

            É interessante notar que a disposição dos anciãos ao redor do trono de Deus é semelhante à de um relógio de sol da antiguidade (2Rs 20.11).  O trono central simboliza o ponteiro do relógio solar (gnômon) e os anciãos em seus tronos, dispostos ao seu redor, simbolizam as diferentes partes sobre as quais o ponteiro lança a sua sombra, ou, neste caso, quando a Luz de Deus se projeta.

 

            Pois, assim como o relógio de sol é um indicador de tempo, os 24 anciãos indicam o tempo da volta do Senhor Jesus. Desde a ressurreição do Senhor Jesus Cristo (Hb 9.26) até hoje se passaram 21 séculos. Portanto, se estamos no início do século 21, e com base neste símbolo do relógio, a volta do Senhor Jesus não ultrapassará o fim do século 24 (Mt 13.40, 49; 28.20). Podendo ser antes, se houver necessidade de Deus antecipar esse tempo (Mt 24.22; Mc 13.20).

 

            Niterói, 07 de dezembro de 2009.

 


Autor: Ruy Porto Fernandes


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