Apocalipse: o Mar de Vidro e os quatro Seres Viventes, capítulo 4



Apocalipse: o Mar de Vidro e os quatro Seres Viventes, capítulo 4

 

            Por Ruy Porto Fernandes

 

            No capítulo 4, versículo 6 e seguintes, lemos que se estende diante do trono de Deus um Mar de Vidro semelhante ao cristal e, no meio do trono, e ao redor do trono estão quatro Seres Viventes cheios de olhos, por diante e por detrás, por dentro e ao redor, e cada um com seis asas (Ap 4.6-8).

 

            Após a descrição dos quatro Seres Viventes, o versículo 8 afirma que eles não descansam de dia, nem à noite, dizendo ininterruptamente: Santo, Santo, Santo, é o Senhor Deus, o Todo-Poderoso, aquele que era, que é, e que há de vir.

 

            Lemos também, nos versículos de 9 a 11, que enquanto os animais davam glória, e honra, e ações de graças ao que estava assentado sobre o trono, ao que vive para todo o sempre, os vinte e quatro anciãos prostravam-se diante d’Ele, adorando-O e lançando as suas coroas, dizendo: Digno és, Senhor, de receber glória, e honra, e poder; porque tu criaste todas as coisas, e por tua vontade são e foram criadas.

 

            Os sete Espíritos de Deus, os quatro Seres Viventes e os vinte e quatro Anciãos são funções espirituais de Deus. Daí o texto, simbolicamente, afirmar que eles adoram e glorificam a Deus, se prostram e atiram suas coroas diante Dele. Ou seja, que coexistem e atuam em associação corporativa e cooperativa com Deus no governo da criação.

 

Sendo um conjunto de Função Espiritual de Deus, os seres celestiais também simbolizam inumeráveis Espíritos de Deus em inumeráveis tronos, dominações, principados e potestades, como citados nas epístolas do apóstolo Paulo (Ef 3.10; Cl 1.16). São poderes espirituais em correspondência com o que existe, o que existiu, e o que vier a existir. Ou seja, são seres celestiais que dão forma e subsistência ao universo em transformação, bem como ao universo já transformado pelo Poder de Deus. Cabe destacar que isto já está acorrendo desde que o Senhor Jesus Cristo foi ressuscitado e entronizado, há quase dois mil anos. E até mesmo antes que a revelação deste livro fosse entregue e escrita (Ap 1.1-3).

 

O símbolo que se destaca confirmando que a promessa de Deus de criação de muitas moradas (Jo 14.1-4) já está em ação. O símbolo da criação de novo céu e nova terra, ou seja, de um novo universo, é o mar de vidro que se estende diante do trono, e em meio aos seres viventes cheios de olhos.

 

O mar simboliza multidão (Is 57.20; Ap 15.2), porém, aqui, de vidro semelhante ao cristal, isto é, purificado e diante do trono de Deus. Este mar é um símbolo dos santos judeus que foram ressuscitados juntos com o Senhor Jesus Cristo (Mt 27. 52,53). E, neste caso, como a primeira ressurreição para os judeus, pois estes já participam da vida eterna com o Senhor Jesus ressuscitado em novo universo livre do mal (Ap 12.7-9). Os Espíritos de Deus, também simbolizados pelos olhos dos seres viventes (Zac 4.10), já sustentam esta nova criação.

 

Portanto, a vida eterna do ser humano ressuscitado e habitando as muitas moradas, ou seja, um novo universo, já está em andamento. Mas, ainda falta a primeira ressurreição dos cristãos e o cumprimento do milenar do Reino de Deus (Ap 20.1-6), que se darão na volta do Senhor Jesus Cristo, e quando Satanás for posto em cadeias no abismo.

 

            Niterói, 07 de dezembro de 2009.


Autor: Ruy Porto Fernandes


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