Sinais Vitais (Hemodinâmica)



RESUMO

As medidas mais frequentes, que os profissionais da saúde obtêm, incluem a temperatura, o pulso, a pressão arterial, a frequência respiratória e a saturação de oxigênio, embora seja oportuno referenciar aqui também a glicemia, a pressão intracraniana e a pressão venosa central. E uma vez que tais medidas caracterizam o quadro de saúde do indivíduo, indicam, consequentemente, a eficiência das funções circulatória, respiratória, neural e endócrina do corpo. É importante ressaltar que em razão da relevância de tais medidas, as mesmas são mencionadas como sinais vitais. E sua verificação pode caracterizar uma alteração fisiológica ou então proporcionar uma base que vai consequentemente possibilitar o desenvolvimento e a aplicação das intervenções médicas e de enfermagem. No entanto, a partir do momento que um indivíduo adentra numa instituição de saúde é fundamental que a equipe de enfermagem avalie os sinais vitais do paciente, como parte de um exame físico completo, ou então que os sinais vitais sejam obtidos de forma individual para avaliar a condição da pessoa. Assim, tão logo os valores sejam obtidos é importante que a equipe de enfermagem saiba não somente compreender e interpretar os achados, mas também comunicá-los de uma forma apropriada e intervir sempre que necessário. Neste sentido, Potter e Perry (2004) apontam algumas orientações na obtenção dos sinais, como, por exemplo, o fato de que a equipe de enfermagem precisa estar familiarizada com a faixa usual dos sinais vitais de cada paciente e que também pode colaborar com o médico na decisão da frequência de verificação dos sinais vitais, como forma de identificar possíveis complicações. Ainda, (ibidem), é importante que a equipe tenha consciência do fato de que o modo como o paciente é abordado pode modificar os sinais vitais, tanto é que o indivíduo precisa ser abordado de uma maneira calma e cuidadosa. Du Gas (1988) destaca a relevância de os achados obtidos a partir dos sinais vitais sejam decifrados no que se refere a outros dados colhidos do paciente. Assim, a enfermagem adquire informações acerca do histórico do indivíduo, as quais possibilitarão intervenções de um modo seguro e eficaz. A proposta do presente estudo tem como fundamento desenvolver uma discussão dialógica acerca da avaliação dos sinais vitais por parte do grupo de enfermagem. O que aconteceu tendo por base uma detectação em campo de estágio de uma deficiência de maiores informações do assunto por parte da equipe de enfermagem da unidade de tratamento intensivo adulto do Hospital do Oeste – HO, localizado na cidade de Barreiras – BA. Isto resultou no desenvolvimento de um projeto de intervenção e consequente aplicação de um questionário semi-estruturado, a partir do que buscamos não apenas verificar os conhecimentos da equipe acerca da temática abordada, mas também contextualizar e aprofundar os saberes do tema exposto diante do grupo de enfermagem. O desenvolvimento de tal atividade durante a realização do estágio supervisionado nos possibilitou uma maior familiaridade com o tema e aprofundamento do assunto pesquisado, o que contribuiu para deflagrar um interesse contínuo na aquisição de novos conhecimentos durante a nossa formação profissional.

REVISÃO LITERÁRIA

A avaliação clínica inicial, tendo por base os valores obtidos por meio dos sinais vitais, constitui uma meta fundamental na assistência aos indivíduos. Logo, a aquisição desses achados possibilita traçar um plano de cuidados voltado para as necessidades do cliente.

Porto (2004) esclarece que, embora o aparato tecnológico colocado, paralelamente, à disposição dos serviços de saúde seja útil, a análise clínica o registro dos sinais vitais constituem uma prática essencial atualmente.

Neste sentido, o presente estudo busca fazer algumas reflexões acerca dos sinais vitais como a temperatura, o pulso, a pressão arterial, a frequência respiratória, entre outros.

Acerca do processo fisiológico envolvendo a temperatura do corpo, Potter e Perry (2004), expõem a ideia de que a temperatura diz respeito ao aquecimento ou resfriamento de determinada substância. Já a temperatura corporal refere-se à diferença existente entre a quantidade de calor produzida pelos processos corporais e quantidade de calor perdida para o meio externo.

Portanto, (ibidem), existem oscilações na temperatura superficial que, a depender do fluxo sanguíneo para a pele e o calor perdido, fazem com que essa temperatura varie entre 36 ºC e 38 ºC.

Igualmente, Porto (2004) corrobora quando diz que a temperatura externa está vulnerável às oscilações do ambiente. A partir do que são verificadas variações na temperatura norma, em diversos locais do corpo.

Como locais de verificação da temperatura, Potter e Perry (2004) apontam o reto, a axila, a cavidade oral, o tímpano, o esôfago e inclusive a bexiga urinária. No entanto, os locais de averiguação das temperaturas internas ou centrais são mais confiáveis que os locais das temperaturas superficiais.

Assim, acerca de tal reflexão, Du Gas (1988) corrobora quando argumenta que a temperatura esofágica é a medida mais precisa da temperatura central. No entanto, a verificação de tal temperatura é difícil de ser obtida, sendo empregada em situações realmente necessárias como, por exemplo, nos prematuros ou nos adultos que sejam submetidos a um cuidado envolvendo a baixa temperatura corporal (hipotermia).

Potter e Perry (2004) ainda explanam que como locais das temperaturas internas temos o reto, as membranas timpânica e esofágica e mesmo a bexiga urinária e como locais das temperaturas superficiais a pele, as axilas e cavidade oral.

Entretanto, (ibidem), o ponto de ajuste entre o calor produzido e o calor perdido, ou o que se denomina de termorregulação, é regulado por fenômenos fisiológicos e comportamentais. Assim, uma estrutura existente no cérebro, aliás, entre os hemisférios cerebrais, denominada hipotálamo é que faz o controle da temperatura. A partir do que sempre na ocorrência de qualquer alteração desta temperatura, é o hipotálamo que percebe de forma discreta alguma modificação.

Todavia, diferentes fatores como idade, exercícios, níveis hormonais, estresse e ambiente podem alterar a temperatura corporal. Neste sentido, é importante que a equipe de enfermagem tenha ciência desses fatores e que saiba compreender as oscilações que ocorrem na temperatura corporal fora da faixa considerada normal (PERRY e POTTER, 2004).

Igualmente, é fundamental atentar para os extremos de idade durante a ocorrência de oscilação da temperatura corporal.

Neste sentido, Potter e Perry (2004), analisam a situação do recém-nascido e do idoso, a partir do que quando a criança sai do ventre da mãe, ela deixa um meio aquecido para adentrar num ambiente em que ocorrem oscilações da temperatura. Assim, é preciso observar que a criança ainda não possui os mecanismos de regulação totalmente desenvolvidos. Tanto é que o neonato chega a perder até 30% de calor pela cabeça, e é por que o mesmo faz uso de um gorro como forma evitar a perda de calor. O que resulta em tomar medidas como a utilização de roupas adequadas e evitar expor o neonato a extremos de temperatura.

Os autores ainda fazem uma consideração acerca dos idosos, nos quais ocorre uma deterioração dos mecanismos regulação da temperatura, isso porque os idosos apresentam uma menor quantidade do tecido subcutâneo, uma baixa atividade da glândula sudorípara e uma diminuição do metabolismo.

Outro sinal vital também verificado pela equipe de enfermagem diz respeito ao pulso.

Para Potter e Perry (2004) o pulso pode ser conceituado como uma elevação palpável do fluxo sanguíneo que é sentida em várias partes do corpo, o que caracteriza um indicador do estado circulatório. E seu valor aceitável está entre 60 e 100 bpm (batimentos por minuto) nos adultos.

Contudo, Porto (2004) afirma que a freqüência do pulso depende da idade e de diferentes aspectos da fisiologia. No adulto, é tida como normal a frequência que está entre 60 e 100 batimentos por minuto.

Assim, Potter e Perry (2004) argumentam que diferentes artérias podem ser avaliadas pela frequência do pulso, no entanto as artérias que são palpadas sem grandes dificuldades são a radial e carotídea. E sempre que um indivíduo tem seu quadro de saúde agravado de forma súbita, prefere-se a verificação do pulso pela artéria carotídea, visto que este pulso sentido por esta artéria é encontrado mais rapidamente. Isto porque o músculo cardíaco continua a liberar sangue para o cérebro, por meio desta artéria, enquanto é possível.

É oportuno ressaltar até aqui que, como explicam Potter e Perry (2004), as artérias carotídeas têm uma maior exatidão da função miocárdica do que as artérias periféricas, isso porque elas são mais contíguas ao coração. E sempre que se for verificar o pulso pelas artérias carotídeas, é recomendado palpar uma de cada vez, pois se as duas forem ocluídas de uma só vez o paciente pode chegar a perder a consciência por causa de uma circulação não adequada para o cérebro.

A averiguação do pulso ocorre nos locais pontuados por Potter e Perry (2004), como o temporal, o carotídeo, o apical, o braquial, o radial, o ulnar, o femoral, o poplíteo, o tibial posterior e o dorsal do pé.

O pulso verificado, por exemplo, nas artérias femorais, segundo Porto (2004), pode ser palpado na região inguinal, abaixo do ligamento inguinal. A partir do que se pede que o indivíduo fique numa posição de decúbito dorsal.

Acerca da respiração e/ou frequência respiratória é importante refletir que, segundo a análise de Potter e Perry (2004) a sobrevida do ser humana depende fundamentalmente do potencial do oxigênio (O2) chegar às células e de o dióxido de carbono (CO2) ser removido das células. A respiração diz respeito a um mecanismo através do qual o organismo se utiliza para realizar a troca de gases entre a atmosfera e o sangue, como também entre o sangue e as células.

Neste sentido, (ibidem), trata-se a respiração de um processo passivo, a partir do que o centro respiratório situado no tronco cerebral é que regula o controle involuntário das respirações. O adulto chegar a respirar de 12 a 20 vezes por minuto.

Entretanto, como afirma Porto (2004) "a frequência respiratória varia entre amplos limites, principalmente em função da idade".

Ao se examinar as respirações, é essencial realizar uma observação e palpação do movimento da parede torácica. E sempre que a equipe de enfermagem for proceder a este exame, é preciso estar familiarizada com a frequência e o padrão ventilatórios frequentes dos indivíduos. Isto implica em ter conhecimento acerca da influência que as doenças podem exercer sobre a função respiratória, da relação existente entre as funções respiratória e cardiovascular, bem como da influência que as formas de tratamento têm sobre a função respiratória (POTTER e PERRY, 2004).

Deste modo, tendo por base a influência que as enfermidades exercem sobre a função respiratória é oportuno ressaltar a reflexão que Potter e Perry (2004) desenvolvem, argumentando que sempre se constata, em pacientes com traumatismo craniano, uma queda das respirações, isto porque ocorreu uma lesão no tronco cerebral. Ou caso o paciente tenha sofrido uma lesão do abdome que afetou o nervo frênico, o qual é responsável pela contração do diafragma, é essencial que a equipe de enfermagem saiba compreender a extensão do trauma e as consequências para o padrão respiratório.

Evidentemente que as medidas concretas na avaliação do padrão ventilatório incluem a frequência e a profundidade da respiração, bem como o ritmo dos movimentos ventilatórios. Ao se verificar a frequência respiratória, é preciso observar uma inspiração e uma expiração completas. A frequência respiratória oscila conforme a idade. A respeito da profundidade respiratória implica numa observação do movimento torácico. Assim, a equipe de enfermagem precisa descrever a movimentação ventilatória como profunda (completa expansão dos pulmões), normal ou superficial (ínfima quantidade de ar atravessa os pulmões). Já no ritmo ventilatório é necessário observar o tórax ou o abdome (POTTER e PERRY, 2004).

Porto (2004) faz alusão a algumas alterações do padrão respiratório como, por exemplo, a taquipnéia, na qual se observa um aumento da frequência respiratória considerada normal, a bradipnéia, em que se evidencia uma frequência inferior a 12 respirações por minuto, bem como a apnéia, na qual ocorre uma parada do padrão respiratório.

Faz-se necessário, neste estudo, desenvolver uma reflexão acerca do aumento da pressão intracraniana, como forma de uma melhor avaliação do estado geral do paciente.

Neste sentido, segundo Smeltzer e Bare (2005), a caixa ou calota craniana abrange o tecido cerebral, o sangue e o líquido cefalorraquidiano. O volume e a pressão intracraniana geralmente estão num estado de equilíbrio e produzem a PIC, que medida nos ventrículos laterais.

Assim, segundo Guastelli, Ribas e Rosa (s.d.) o valor normal da pressão intracraniana (PIC) está entre 0 e 15 mm Hg (apud KNOBEL, 2006).

Na análise de Smeltzer e Bare (2005) caracteriza-se o aumento da PIC como um conjunto de sinais e sintomas que atinge um número significativo de indivíduos que apresentam condições neurológicas agudas. Isto se dá porque essas condições modificam a relação existente entre o volume e a pressão intracraniana. Embora o aumento da PIC esteja associado frequentemente ao um trauma craniano, existem outras situações em que o aumento da PIC pode ser observado como efeito secundário, por exemplo, em tumores cerebrais, hemorragias na subaracnóide e doenças do encéfalo de natureza tóxica ou viral.

Para os autores qualquer que seja a causa do aumento da PIC, observa-se a ocorrência de diminuição da perfusão cerebral, um estímulo ao inchaço (edema), bem como de deslocamento do tecido cerebral por meio de aberturas na dura-máter, que pode resultar em herniação, sendo muitas vezes fatal.

Ainda, no entendimento de Smeltzer e Bare (2005), a maneira como o cérebro reage ao aumento da PIC, é utilizando-se de mecanismos compensatórios que atuam para manter o fluxo sanguíneo e impedir o comprometimento tecidual. Neste sentido, na ocorrência do aumento da PIC temos uma diminuição do fluxo sanguíneo cerebral que pode resultar em isquemia. Evidentemente que a pressão de perfusão cerebral se mantém de forma contínua se a pressão arterial sistólica estiver entre 50 e 150 mm Hg e a PIC for abaixo de 40 mm Hg. O cálculo da PPC (pressão de perfusão cerebral) é realizado subtraindo-se PIC de pressão arterial média. Como exemplo, se pressão arterial média for 90 e a PIC de 15 mm Hg. Então temos uma PPC de 75 mm Hg.

Para Guastelli, Ribas e Rosa, o valor considerado normal da pressão de perfusão cerebral (PPC) é acima de 70 mm Hg (apud KNOBEL, 2006).

Acerca do tratamento, Smeltzer e Bare (2005) ressaltam que o cuidado prestado envolve a monitorização invasiva da PIC, com a inserção no crânio de um cateter intraventricular, um pino subaracnóide, ou então um cateter epidural ou subdural ou ainda um monitor ou cateter fibrótico. No entanto, o tratamento imediato compreende diminuir o edema cerebral, abaixar o líquido cefalorraquidiano ou o volume sanguíneo cerebral, enquanto se mantém a perfusão cerebral.

Os autores ainda explicam que para isto ser feito é necessário administrar diuréticos osmóticos (por exemplo, manitol), limitar líquidos, drenar o líquido cefalorraquidiano, controlar o aumento da temperatura, manter a oxigenação e pressão arterial sistêmica, bem como diminuir as demandas do metabolismo.

No que se refere à pressão arterial, Porto (2004) afirma que, "é a força exercida pelo sangue sobre as paredes dos vasos. Sofre variações contínuas, dependendo da posição do indivíduo, das atividades e das situações em que se encontra".

Portanto, (ibidem), o propósito da pressão arterial é possibilitar uma adequada perfusão dos tecidos e permitir as trocas do metabolismo. Associa-se com a atividade do músculo cardíaco e demonstra o sistema de pressão vigente nos vasos arteriais.

Faz-se necessário, de antemão, a medição da pressão adequadamente, bem como a interpretação exata dos achados obtidos com o aparelho de pressão.

Para Porto (2004), diferentes fatores interferem na pressão arterial, a partir do que ocorre a existência de estruturas reguladoras, como, por exemplo, o córtex cerebral, o hipotálamo, os centros vasomotores e o sistema nervoso autônomo. Estes têm a especificidade de integrar e harmonizar a ação dos muitos componentes que exercem atividade por via neurogênica ou humoral.

Na verificação da pressão arterial, (ibidem), faz-se o uso de equipamentos como o manguito, (que consistes em uma tira de tecido com mecanismo capaz de fixá-lo no braço ou na coxa), e o manômetro (que pode ser uma coluna de mercúrio, o aneróide ou o eletrônico).

Existem dois métodos de medição da pressão arterial, que são o método direto, o qual fornece a pressão direta ou intravascular, podendo ser um procedimento invasivo, e o método indireto, frequentemente utilizado a partir da técnica de auscultaçãocom o estetoscópio, como aponta Porto (2004).

Contudo, (ibidem), os achados obtidos acerca da pressão arterial média, por exemplo, se dão pela verificação direta por meio de cateteres intra-arteriais. Faz-se o uso em métodos invasivos (intervenção cirúrgica de grande porte ou então em exames, a exemplo do cateterismo cardíaco).

A pressão arterial varia muito e depende de diferentes fatores que podem alterar os seus valores.

Portanto, Porto (2004), identifica alguns fatores que modificam esses valores, como, por exemplo, idade, sexo, raça, sono, emoções, exercício muscular e alimentação.

Assim, a título de ilustração, (ibidem), os experimentos terapêuticos com diversas medicações hipotensoras têm evidenciado que o fator racial tem participação no que se refere à fisiopatologia da hipertensão arterial, sobretudo no que diz respeito à raça negra. Contudo, estes aspectos ainda não são considerados na prática profissional. Quanto à alimentação, pode ser percebida uma leve elevação da pressão arterial após às refeições. No entanto, isto não tem importância prática.

Para Porto (2004), tão logo os níveis tensionais saem da faixa de normalidade, fala-se então em hipertensão arterial. Sempre que não consegue identificar a causa da hipertensão arterial, diz-se então que diz respeito à hipertensão arterial essencial ou primária, a qual está relacionada a diferentes fatores, como a hereditariedade, consumo excessivo de sal, sobrepeso, estresse e alcoolismo.

Todavia, (ibidem), a hipertensão arterial secundária associa-se a diversas afecções, tais como as renais (glomerulonefrite difusa aguda), endócrinas (síndrome de Cushing), vasculares (coarctação da aorta), toxemia gravídica (pré-eclâmpsia e eclâmpsia), medicações (antiinflamatórios esteróides e não esteróides).

É importante ressaltar aqui que, tão logo seja estabelecido um diagnóstico de hipertensão arterial do indivíduo, faz-se necessário a adoção de hábitos de vida saudáveis, como a prática regular de atividade física, dar preferência a uma alimentação equilibrada, evitar o consumo em excesso de sal e álcool, bem como a utilização de medicação anti-hipertensiva conforme orientação do profissional de saúde.

A adoção de mudança do comportamento por parte dos indivíduos, tendo por base esses aspectos, segundo Porto (2004), contribui de forma significativa na redução das taxas de morbimortalidade, relacionadas às doenças cardiovasculares em portadores de hipertensão arterial.

A pressão venosa central (PVC) é definida, segundo Fernandes e Pinheiro (2005), como "a pressão no interior do átrio direito e das grandes veias intratorácicas. Ela representa a pressão de enchimento do ventrículo direito e indica a capacidade do lado direito do coração em lidar com uma sobrecarga hídrica".

Portanto, (ibidem), na medição da pressão venosa central (PVC) é preciso que o indivíduo faça uso de um cateter de veia central. O cateterismo de veia central é um método empregado pelo médico, o qual insere o cateter em uma das veias cavas até o átrio direito. O equipo de PVC, antecipadamente montado, é ajustado à extremidade desse cateter central.

Os materiais empregados na pressão venosa central (PVC) são, conforme Fernandes e Pinheiro (2005, p. ), "sistema de infusão específico para a pressão venosa central, soro (soro de infusão do cateter, soro de infusão na coluna, na régua de medição, coluna, na régua de medição, ao cateter venoso do paciente)".

Entre alguns cuidados de enfermagem frente à pressão venosa central, (ibidem), é necessário por o indivíduo numa posição de decúbito dorsal, com os membros estendidos, situar a régua ao nível do leito, clampeando-se o ramo do equipo conectado ao frasco de soro, abrir a pinça contígua ao cateter central, no momento em que ocorrerá descida do líquido da coluna, observando as variações, bem como realizar a leitura ao nível do dorso do paciente e ao nível da linha axilar média, sendo que os valores normais estão entre 6 a 12 cm de água.

Pode-se se conceituar a glicemia, como o método que busca avaliar o nível de glicose (açúcar) no sangue.

Existem diversos métodos que procuram quantificar a glicemia dos indivíduos, como o teste de tolerância à glicose, a glicosúria e a cetonúria.

No que se refere à quantificação do nível de açúcar no sangue, é realizado também um teste de tolerância à glicose (TOTG).

Este teste, segundo Fonseca e Fonseca (2009), diz respeito a um procedimento laboratorial, que é baseado em verificar o potencial do pâncreas quanto à liberação de insulina por intermédio de sobrecarga de glicose. Para efetuar o teste o indivíduo precisa estar em jejum por um período mínimo de 8 horas, a partir do que sua glicemia será verificada. Após, o indivíduo terá que fazer a ingestão de uma solução contendo 75g de glicose e então sua glicemia é verificada 120 minutos depois, sendo os achados obtidos avaliados posteriormente.

Quanto à glicosúria, Alves (2007), define este método, como o procedimento que mede o nível açúcar na urina. Apesar de oferecer vantagens de não ser dolor e ser de baixo custo, não oferece a qualidade dos resultados com os valores obtidos com o teste de ponta de dedo.

Já a cetonúria, (ibidem), diz respeito a um método que, também, faz o uso de amostra da urina. A verificação é feita pela presença de cetonas (resíduos que transforma os lipídeos que são ingeridos), uma vez que é frequente na diabetes mellitus tipo 1nas ocorrências em que a quantidade de insulina é produzida de forma insuficiente para que o organismo a glicose como fonte de energia.

A glicemia pós-prandial (o teste da glicemia que é feito após às refeições) faz-se necessário também.

Portanto, é importante a medição da glicemia como forma de detectar precocemente a possível ocorrência de diabetes mellitus tipo 1, bem como a diabetes mellitus tipo 2, uma vez que essa enfermidade pode trazer graves complicações para a saúde do indivíduo.

4 -METODOLOGIA

O presente estudo terá como proposta a realização de uma pesquisa bibliográfica e a aplicação de um questionário semi-estruturado. Assim, faz-se necessário uma explanação, embora que brevemente, acerca do método que será utilizado.

O estudo bibliográfico, na análise Marconi e Lakatos (2001), diz respeito a um levantamento tendo por base obras anteriormente publicadas, no formato de livros, revistas, publicações avulsas e impressa escrita. Tem como escopo pôr o estudioso em contato com a totalidade do que foi escrito acerca de um ou outro tema.

Contudo, Gil (1991) confirma quando diz que "a pesquisa bibliográfica é desenvolvida a partir de material já elaborado, constituído principalmente de livros e artigos científicos".

A proposta da pesquisa de cunho bibliográfico é, na fala de Trujillo (1974), possibilitar ao pesquisador um apoio nas reflexões e questionamentos provenientes dos estudos, ou na organização dos dados e achados obtidos (apud MARCONI e LAKATOS, 2001).

O trabalho terá como público-alvo a equipe de enfermagem (principalmente os técnicos de enfermagem), da unidade de terapia intensiva adulto do Hospital do Oeste, localizado no município de Barreiras – BA.

5 -RESULTADOS

Os sinais vitais constituem uma parte fundamental na avaliação clínica do paciente a partir do momento em que o mesmo adentra numa instituição de saúde. Assim, a equipe de enfermagem precisa avaliar os valores obtidos como parte de exame físico completo. Isto implica numa intervenção mais adequada e segura da equipe de enfermagem frente ao quadro clínico do indivíduo.

O presente trabalho surgiu da necessidade de se realizar uma capacitação acerca dos Sinais Vitais frente à equipe de enfermagem (especificamente, os técnicos de enfermagem) da Unidade de Terapia Intensiva Adulto do Hospital do Oeste.

Portanto, a partir do estudo e exposição do assunto frente à equipe de enfermagem da UTI Adulto do Hospital do Oeste, buscou-se familiarizar e aprofundar os saberes acerca da temática, bem como, com a aplicação de um questionário semi-estruturado, avaliar o nível de conhecimento da equipe de enfermagem acerca da temática.

A avaliação clínica por intermédio dos valores obtidos com os sinais vitais possibilita ao profissional de saúde identificar/detectar de forma precoce a ocorrência de alguma ou outra alteração do quadro clínico do indivíduo. Assim, a equipe de enfermagem, juntamente com a equipe multiprofissional, terá condições de atuar junto ao paciente de forma diferencial, prestando uma assistência mais específica e individualizada.

Portanto, procuramos com o desenvolvimento deste estudo contribuir com um melhor aprofundamento acerca do assunto discutido. Contudo, torna-se fundamental uma educação continuada como forma de ampliar os horizontes dos profissionais de saúde envolvidos e comprometidos com a qualidade da assistência dispensada aos indivíduos e comunidade.

Pode-se dizer que, a assistência oferecida pelos profissionais de saúde não seja limitada apenas ao momento em que o indivíduo adentra numa instituição de saúde, mas que a atuação do profissional resulte numa educação em saúde, a qual buscará, entre outros aspectos, promover a saúde.

7 -REFERÊNCIAS

ALVES, Deise Mota. Quantificação da glicemia através de análises de imagens da íris humana utilizando redes neurais. 2007. 110 f. Dissertação (Mestrado em Engenharia Elétrica) – Escola de Engenharia de São Carlos de São Paulo, São Carlos, 2007.

DU GAS, Beverly Witter. Enfermagem Prática. Trad. Paulo Celso Uchôa Cavalcanti, Erly Bom Cosendey, Roberto Alves Lourenço e Fernando Diniz Mundin. 4. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 1988.

FERNANDES, Almesinda Martins de Oliveira e PINHEIRO, Ana Karla da Silva. Manual do estagiário em enfermagem – nível superior. Goiânia: AB, 2005.

FONSECA, Reine Marie Chaves e FONSECA, Ludmila Chaves. Como diagnosticar e tratar pré-diabetes. In: Revista Brasileira de Medicina, maio de 2009. Disponível em: http://www.cibersaude.com.br/revistas.asp?fase=r003&id_materia=3952 Acesso em: 22.05.2009.

GIL, Antonio Carlos. Como elaborar projetos de pesquisa. 3. ed. São Paulo: Atlas, 1991.

KNOBEL, Elias. Terapia Intensiva: Enfermagem. São Paulo: Atheneu, 2006.

MARCONI, Marina de Andrade e LAKATOS, Eva Maria. Metodologia do Trabalho Científico: procedimentos básicos, pesquisa bibliográfica, projeto e relatório, publicações e trabalhos científicos. 6. ed. São Paulo: Atlas, 2001.

PORTO, Celmo Celeno. Exame Clínico: bases para a prática médica. 5. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2004.

POTTER, Patricia A. e PERRY, Anne Griffin. Fundamentos de Enfermagem. Trad. José Eduardo Ferreira de Figueiredo. 5. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2004.

SMELTZER, Suzanne C. e BARE, Brenda G. Brunner & Suddarth: Tratado de Enfermagem Médico-Cirúrgica. Trad. José Eduardo Ferreira de Figueiredo. 10. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2005. (Vol. 2).


Autor: Carla Sateles


Artigos Relacionados


Dor!

Pra Lhe Ter...

Soneto Ii

Exemplo

Tudo Qua Há De Bom Nessa Vida...

Diacronização!

Minha Mãe Como Te Amo