A EXPLORAÇÃO DIDÁTICA – PEDAGÓGICA NO JOGO DE XADREZ



1.0 Introdução

A partir de estudos relacionados os significados do jogo e sua influência na vida da criança, começamos a estabelecer uma metodologia caracterizada pelo jogo como fator coadjuvante no processo de estimulação de aspectos psicomotores. É então o que fazer? Com base no exposto e na necessidade de identificar mecanismos de ação com vistas á quebra de barreiras á aprendizagem, diante disso, “Como o jogo do xadrez pode auxiliar na aprendizagem da matemática”? O desafio que aqui proposto, é que o professor venha atuar com criatividade e responsabilidade, descobrindo formas interessantes de lidar com essa realidade. E, para que isso aconteça, a escola deve proporcionar á criança envolvendo atividades lúdicas, então para desenvolver a parte lúdica do educando são necessárias sugestões de atividades, fundamentos teóricos, e dentro dela, destacou o material didático pedagógico para as series iniciais, que vem aos encontros com as necessidades lúdicas das crianças, desse modo, posso afirmar que os jogos e as brincadeiras ao ampliarem os espaços da linguagem, da imaginação, se configura como possibilidade da criança forjar novas formas de conceber a realidade social e cultural em que vivem além se servir como base para a construção de novos conhecimentos e valores. O jogo é considerado como uma importante atividade das crianças, uma vez que permite o desenvolvimento afetivo, motor, cognitivo, social e moral e a aprendizagem de conceitos, pois jogando , a criança experimenta , descobre, Inventa exercita e confere suas habilidades, estimulando a curiosidade, a iniciativa e a autoconfiança, proporcionando aprendizagem, desenvolvimento da linguagem á saúde física, emocional e intelectual da criança, com base no exposto acima e na necessidade de identificar mecanismo de ação com vistas á quebra de barreiras á aprendizagem. O jogo do xadrez pode ser considerando um dos elementos fundamentais para que os processos de ensino e de aprendizagem da matemática possam superar os indesejáveis métodos da decoréba, do conteúdo pronto, acabado e repetitivo, que tornam a educação escolar tão marcante, sem ia e sem alegria. O jogo pode ser um elemento importante pelo qual a criança aprende, sendo sujeito ativo desta aprendizagem que tem na ludicidade o prazer de aprender, oferece, ainda neste estudo, opções para o trabalho fora da sala de aula, lembrando que a aprendizagem se faz pelo contrário e a compreensão do meio, com base no exposto acima e na necessidade de identificar mecanismos, a metodologia utilizada para realizar este trabalho foi à pesquisa bibliográfica, diante de um levantamento bibliográfico procuro responder a questão que me escolher este tema, pra realizar está à pesquisa foi preciso promover o confronto entre as informações coletadas sobre o assunto e o conhecimento teórico acumulado a respeito delas.





2.DESENVOLVIMENTO

2.1 Contextualização


Nenhum assunto, no campo da Pedagogia, suscitou a partir da segunda metade do século XX tantas pesquisas quanto o jogo.
Mas, conforme afirma Freire (1999: 166):

Existe muita confusão, a respeito dos termos brinquedos, brincadeiras, jogo e esporte. As diferenças destas palavras em nossa língua, poucas as diferenciam. Brincadeira, brinquedo e
Jogo significa a mesma coisa, exceto que o jogo implica a existência de regras e de perdedores e ganhadores quando de sua prática. Também esporte e jogo representam quase a mesma coisa, apesar de esporte ter mais a ver com uma prática sistemática.

Segundo Maurice Debese, apud CHATEAU (1987:11):

Os trabalhos de Jean Chateau muito contribuíram para renovação dos dados do problema. Para Chateau o jogo para a criança em um primeiro momento se constitui em brincadeira que tem um caráter de atividade séria já que o “faz de conta’: “as estruturas ilusórias, o geometrismo infantil entre outros comportamentos têm considerável importância”“:

Nesta mesma linha de raciocínio escreveu CLAPAREDE o jogo é o trabalho, o bem, o dever, o ideal da vida. E a única atmosfera afirma o autor na qual seu psicológico pode respirar e, consequentemente pode agir.

Segundo CLAPAREDE (1946):

“Nada mais sério que uma criança brincando, e a infância servem para brincar e para imitar”.

Mesmo sem uma diferenciação clara sobre o jogo, ele se faz presente no cotidiano das crianças como peça fundamental para o seu desenvolvimento tanto psicológico quanto social.

Os jogos, assim como os brinquedos, expressam valores e proporcionam oportunidades para assimilação de idéias e formulação de princípios.
Percebe-se de um modo geral no desenvolvimento do jogo, uma atividade que tem como traço fundamental os papéis sociais e as ações destes derivados em estreita ligação funcional como motivações e o aspecto propriamente técnico-operativo da atividade. Dessa forma destaca o papel fundamental das relações humanas que envolvem os jogos infantis.

Entender o papel do jogo nessa relação afetivo-emocional e também de aprendizagem requer que percebemos estudos de caráter psicológico, como mecanismos mais complexos, típicos do ser humano, como a memória, a linguagem, a atenção, a percepção e aprendizagem. Elegendo a aprendizagem como processo principal do desenvolvimento humano enfoca Vygotsky (1998) que afirma: a zona de desenvolvimento proximal é o encontro do individual com o social, sendo a concepção de desenvolvimento abordada não como processo interno da criança, mas como resultado da sua inserção em atividades socialmente compartilhadas com outros. Atividades interdisciplinares que permitem a troca e a parceria. Ser parceiro é sê-lo por inteiro. Nesse sentido, o conhecimento é construído pelas relações interpessoais e as trocas recíprocas que se estabelece durante toda a vida formativa do indivíduo. O jogo traz consigo aspectos que devem ser levados em conta, aspectos estes que podem Sabe-se que uma das maiores experiências que a escola impõe às crianças é a obediência, a disciplina, a "ordem". Há teóricos que afirmam que o que a escola ensina, na verdade, são valores como obediência e disciplina, pouco importando o conteúdo explícito das aulas. Por outro lado, também se sabe que, até certo ponto, as crianças resistem a tais imposições. O jogo costuma ser muito bem aceite pelos alunos, porque vai ao encontro de seu desejo de fazer aquilo que não pode ser feito, ou melhor, fazer o contrário do que lhes mandam fazer e que, muitas vezes, não tem o menor sentido para eles.


Citando Kohl apud Vygotsky (1998:67);

No brinquedo a criança comporta-se de forma mais avançada do que na vida real e também aprende a separar objetos e significados. Embora num exame superficial possa parecer que o brinquedo tem pouca semelhança com atividades psicológicas mais complexas do ser humano, uma análise mais profunda revela que as ações no brinquedo são subordinadas aos significados dos objetos, contribuindo claramente para o desenvolvimento da criança.


O pensamento da criança evolui a partir de suas ações. As crianças precisam vivenciar suas idéias em nível simbólico para poder compreender seu significado na vida real.

Na aprendizagem escolar os jogos assumem dupla função: uma é de fornecer ao professor informações para verificar o desinteresse do aluno pela matemática e o nível de sua aprendizagem, encaminhando-os para um trabalho de retomada dos conteúdos não assimilados anteriormente. A outra mostra o desenvolvimento lógico de respostas prontas apresentando uma série de situações através das qual o aluno deve ser analisado, particularmente, seu estado e suas ações e emoções.


Assim “os jogos” são vistos como um recurso metodológico de analisar o interesse e as condições dos alunos frente à nova maneira de ensinar e aprender matemática. Isto implica numa reflexão critica e criativa sobre a pratica, com o objetivo de perceber os avanços e as dificuldades dos alunos em aprender e do professor em ensinar, através de atividades lúdicas, o assunto é dado de forma agradável e de muitas aceitações pelos alunos, envolvendo em todas as atividades.
O ato de jogar exige do educador um profundo respeito à individualidade do educando.


Piaget (1978:119), afirma o seguinte:

A assimilação do real para o eu é para a criança uma condição vital de continuidade e de desenvolvimento, precisamente por causa do desequilíbrio do seu pensamento. Ora, o jogo simbólico preenche esta condição dos dois pontos de vista ao mesmo tempo, das significações (do significado) e do significante. Do ponto de vista do significado, o jogo permite ao sujeito reviver experiências vividas e tende mais à satisfação do eu do que à submissão ao real. Do ponto de vista do significante, o simbolismo oferece à criança a linguagem pessoal viça e dinâmica, indispensável para exprimir sua subjetividade intraduzível somente na linguagem coletiva.



A criança pode através dos jogos desenvolverem suas capacidades de liderança mesmo sem a presença do professor, podendo estimular seu pensamento muito mais do que simples leitura de texto.
A criança presta mais atenção no que está acontecendo ao seu redor quando participa com mais entusiasmo, de atividades adequadas ao seu processo de desenvolvimento. Logo é indispensável que os jogos sejam participativos, para que o professor e alunos juntos cheguem a um entendimento das situações, problemas na aprendizagem são tentar ver as falhas do processo superando as dificuldades encontradas garantindo assim uma aprendizagem sólida e eficaz.

Segundo KISHIMOTO (1999):



Na criança a imaginação criadora surge em forma de jogo, instrumento primeiro do pensamento no enfrentamento da realidade. Jogo sensório-motor que se transforma em jogo simbólico, ampliando as possibilidades de ação e compreensão do mundo. O conhecimento deixa de estar ao aqui e agora, aos limites das mãos, da boca e do olho e o mundo inteiro pode estar presente dentro do pensamento, uma vez que é possível "imaginá-lo”: representá-lo com gestos ¬no ar, no papel, nos materiais, com os sons, com as palavras.


A importância do jogo na matemática ocorrera a partir do momento que os professores forem capazes de superar o mito de que a matemática só se aprende através de exercícios de fixação. È levar para dentro da sala de aula atividades lúdicas que no intuito da aprendizagem possa agradar e divertir os alunos.

Vygotsky (1998: 122), diz o seguinte:


Acredito que, se a necessidade não realizava imediatamente não se desenvolvesse durante os anos escolares, não existiram os brinquedos, uma vez que eles parecem ser que eles parecem ser inventados justamente quando as crianças começam a experimentar tendências irrealizáveis. [...] quando surgem os desejos que não podem ser imediatamente satisfeitos ou esquecidos, e permanece ainda a característica do estágio precedendo de uma tendência para a satisfação imediata desses desejos, o comportamento da criança muda.


Para Piaget, o jogo na escola só tem quando munido de um significado funcional, ou seja, o jogo só se torna importante quando é trabalhado a partir de um objetivo, e é por meio dele que a criança assimila ou interpreta a realidade. Neste sentido, é que a escola deve proporcionar as crianças, o manuseio com jogos, pra que sua inteligência absorva essas mesmas realidades, onde ele demonstrou que as crianças do mundo inteiro constroem conhecimentos lógico-matematico de dentro para fora, em interação como o ambiente e não por internalizarão direta do ambiente.


No jogo de xadrez no tendo assim um papel importante no ensino da matemática, onde se torna um fator importante para a aprendizagem, o jogo de xadrez possui características, as quais podem desenvolver habilidades em diversos níveis, sobre o aspecto do raciocínio lógico, no jogo de xadrez, a criança passa a ter contato com diversos exercícios que lhes são propostos, nos quais ela deve buscar a melhor combinação dos lances a serem realizados, tendo a sua frente inúmeras possibilidades, durante a partida de xadrez, o exadrexista depara-se com mais de um caminho a seguir, deve estar sempre pronto a verificar o lance a ser feito e saber que aquela decisão pode mudar totalmente o destino daquela partida.

A idéia de um ensino despertado pelo interesse do aluno acabou transformando o sentido do que se entende por material pedagógico e cada estudante independente de sua idade, passou a ser um desafio á competência do professor. Seu interesse passou a ser a força que comanda o processo da aprendizagem suas experiências e descobertas, o motor de seu progresso e o professor um gerador de situações estimuladoras. È neste contexto que o jogo ganha um espaço como ferramenta ideal da aprendizagem na medida em que se propõe estimulo ao aluno.

Segundo MOURA (1999: 122):


“O fato de assumir uma educação com jogos, preocupados com o “ser total” , pode até significar a passagem da alienação para a libertação , desde que não entre em conflito com a ação voluntária da criança , a ação pedagógica intencional do professor deve refletir-se na organização do espaço , na seleção dos brinquedos e na interação com a criança.

O desenvolvimento pessoal funda-se em um processo de auto-descoberta, onde cada qual tende a tomar consciência do que sabe o de que tem dificuldade, como pode potencializar aquilo que faz bem e conviver e diminuir os efeitos daquilo que tem menos habilidade.

Educador hábil irá procurar alterar atividades que requisitem habilidades da maior variedade possível, permitindo assim, que todos se descubram sem haver qualquer supremacia de um sobre os ouros. Aquela criança que tem habilidades de escultura perceberá isto ao atender a atividade com barro, talvez ela não tenha tido tanto êxito na corrida, mas ela terá aprendido "a sua maneira" e valorizará as possibilidades do demais.

Por outro lado, conhecer as suas reais possibilidades e limitações é um fator importante para a vida em equipe, o grupo integrado sabe como articular estes elementos para colocá-los em proveito do grupo como um todo. Isto acontece muito através dos jogos, onde as crianças aprendem que, não necessariamente precisa-se ter determinadas habilidade para conseguir um objetivo, basta que ele esteja articulado e trabalhado harmonicamente com aquelas que o grupo possui.
O pensamento da criança evolui a partir de suas ações. As crianças precisam vivenciar suas idéias em nível simbólico para poder compreender seu significado na vida real.
Quanto mais simples o material, mais fantasia exige quanto mais sofisticada, em maior desafio se constitui , mas é sempre uma oportunidade para que a criança interaja , faça escolas e tome decisões, para que o jogo seja bem aproveitado, é conveniente que proporcione atividades e desafiadoras que exijam participação ativa da criança.

O jogo é uma arte que quando bem cultivado, irá contribuir, no futuro para a eficiência e o equilíbrio do adulto, para isso faz-se necessário á utilização dos mesmos que envolvam as atividades livres jogos, brinquedos, etc.



3.0 Metodologia

A metodologia utilizada para este trabalho foi a pesquisa bibliográfica buscando conhecer opiniões dos diversos autores em educação que afirmam sobre a importância do assunto abordado, através de referências bibliográficas, artigos e internet que possuem informações sobre o assunto.


4.0 Considerações Finais

A matemática é uma atividade criadora do homem, que surgiu da necessidade de analisar quantitativamente fenômenos naturais e sociais e para resolver situações problemas impostas pelo dia-a-dia. Como todo jogo é um conhecimento de um longo processo cumulativo de geração, de organização intelectual, de organização social e de difusão. Esse processo nos faz considerar a matemática um conhecimento dinâmico e em permanente construção. Assim, a matemática enquanto atividade humana tem sua história que deve ser considerada na organização curricular e no planejamento e atividades de sala de aula, como um elemento mediador na construção do conhecimento.
As crianças e os adolescentes vivem cotidianamente num mundo matemetizado no qual desenvolvem processos de aprendizagem, conceitos e noções como as de tempo, espaço e número, o uso de instrumento de medida, a leitura de símbolos matemáticos, o uso do dinheiro, entre outros tantos estão presentes no cotidiano dos educando que diariamente vem e vão da escola.
Em tempos de pós-modernismo, de mudanças aceleradas em que “tudo o que é sólido desmancha no ar”, é necessário se repensar o papel do ensino, balizar prioridades, especialmente na área da matemática que envolve diretamente o cotidiano dos alunos e dos professores. Em meio a tantas mudanças não é mais possível se conceber a escola apenas como transmissora de conhecimentos, mas sim como um espaço de construção coletiva do saber elaborado, no qual os alunos e educadores, a partir de suas experiências, possam tecer sua parte na trama social, possam deixar marcas de sua passagem.
Enfim, deve ser um espaço onde possam criar ousar, buscar alternativas para as suas práticas; ir além do que está proposto inovar, fazer com que o ensino seja efetivamente um “lócus” de aprendizagem.

5.0 Referências Bibliográficas
 
CHATEAU, Jean. Coleção Novas buscas. O jogo e a criança. 4ª edição. Summus Editorial; São Paulo, 1987.
CLAPARÉDE, E. Psicologia da criança experimental. Rio de Janeiro. Francisco Alves. São Paulo, 1940.
KISHIMOTO, Tezuko Marchida. O jogo brincadeira da educação. 8ª edição. Rio de Janeiro, 2003.
MOURA, Miguel. O pensamento de Paulo Freire: uma revolução na educação. Lisboa, Multi Nova, 1978.
PIAGET, Jean. A formação do símbolo na criança. Zahar Editores. Rio de Janeiro, 1975.
SECRETARIA DE EDUCAÇÃO. Escola Ciclada de Mato Grosso: Novos tempos e espaços pra ensinar e aprender a sentir, ser e fazer. Curso BBE. Cuiabá, 2000.
SMOLE, Kátia Stoco. Coleção matemática de 0 a 6 anos. Mathema. São Paulo, 2000.
VYGOTSKY, Sigmund. Pensamento e linguagem. Edições Antídoto. Lisboa, 1979.






Autor: verediana martins de brito silvana mendes de jesus gilmara da costa marcondes de arruda


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