Liberdade e Internet na Educação



FACULDADE INSEP

JOSÉ ROQUE PEREIRA DE MELO









LIBERDADE E INTERNET NA EDUCAÇÃO













ALMIRANTE TAMANDARÉ
2009
JOSÉ ROQUE PEREIRA DE MELO









LIBERDADE E INTERNET NA EDUCAÇÃO



Trabalho de Conclusão de Curso apresentada ao curso de Pós Graduação em Educação a Distância, como requisito parcial para a obtenção do título de Especialista em Educação a Distância.



















ALMIRANTE TAMANDARÉ
2009
Resumo:

Percebe-se que a liberdade é uma questão muito própria do sujeito, e esta liberdade é o que rege a educação nas mais diversas instâncias .
A liberdade tem uma designação bastante complexa pelas múltiplas interpretações discorridas acerca de seu conceito, e acentuando o aspecto negativo acerca da submissão, a liberdade é uma vertente que quer dizer de uma pessoa a qual dispõe de si mesma no que se refere à autonomia.
Um momento em que a liberdade é tida como muito importante é quando ela é colocada no âmbito da educação, associada a ferramenta internet.
No que se refere a essa tecnologia pode-se conceituá-la como uma extensa rede de computadores do mundo todo que possibilita o contato imediato ou indireto com pessoas do mundo todo.
Assim pode-se ver que a internet possibilita uma extensa ampliação no modo de ensinar e educar. Contudo ela exige uma responsabilidade do aluno que é colocado frente a um mecanismo que oferece tantas coisas secundárias que é a internet.

PALAVRAS-CHAVE:
Liberdade, internet e educação.

INTRODUÇÃO

A liberdade é um fenômeno próprio do indivíduo, esse artigo mostra a liberdade enquanto conceito e visa também dizer da internet como mecanismo para a educação.
Para entender o artigo coloca-se de primeiro momento todo um enunciado sobre a liberdade, depois fala-se sobre a internet na educação com o objetivo de levar de forma discreta e sugestiva, o leitor a perceber a importância da liberdade quando se utiliza a internet na educação.
Isso porque quando se trata de um sujeito livre ele pode usar a internet como um bem para sua educação ou como um instrumento de fuga e desvio de atenção.

1. A LIBERDADE
Falar sobre a questão da liberdade equivale estar diante de uma problemática que envolve a história do ser humano desde as suas mais remotas raízes.
Este capítulo quer demonstrar alguns conceitos tradicionais de liberdade que serão necessários para compreender essa questão no pensamento de Michael Foucault.
Na exposição do significado da liberdade, prima-se pela liberdade no sentido do indivíduo autônomo que tem por si só uma visão ampla da realidade e que age conforme seu livre arbítrio.
Essa colocação contribuirá para ver que no pensamento de Michael Foucault o indivíduo é posto mediante a uma realidade social e deve se adaptar a esse meio para ser aceito, ficando de lado a sua ação por autonomia, tendo que agir conforme princípios impostos pela sociedade.
No campo dessa explanação acerca da liberdade, aparece um ponto denominado "Liberdade e Subjetividade" dizendo da ânsia que o sujeito tem por ser livre, num contexto em que se vê obrigado a determinadas reações que são colocadas para o bom funcionamento.
Nesse âmbito, se faz referência à moral determinada de forma regradora que exclui o sujeito caso ele não queira aquilo que se deve querer.
Esse regramento social é colocado de maneira tão categórica que a sociedade se pauta no modelo panóptico para garantir o controle do sujeito.
Partindo de uma impossibilidade de liberdade moral em Michael Foucault, por ser a moral dirigida conforme os interesses para o bom funcionamento da sociedade; o capítulo apresenta um tópico dizendo da liberdade em contraposição ao fatalismo, como forma de salientar a necessidade humana de descobrir formas inovadoras de dizer-se livre mesmo estando em meio a uma coerção social.
Nesse âmbito, se faz referência à moral determinada de forma regradora que exclui o sujeito caso ele não queira aquilo que se deve querer.
Esse regramento social é colocado de maneira tão categórica que a sociedade se pauta no modelo panóptico para garantir o controle sobre o sujeito.
Partindo de uma impossibilidade de liberdade moral em Michael Foucault por ser a moral dirigida conforme os interesses para o bom funcionamento da sociedade; o capítulo apresenta um tópico dizendo da liberdade em contraposição ao fatalismo como forma de salientar a necessidade humana de descobrir formas inovadoras de dizer-se livre, mesmo estando em meio a uma coerção social.

1.1 O SIGNIFICADO DE LIBERDADE

Sendo uma designação bastante complexa pelas múltiplas interpretações discorridas acerca de seu conceito, e acentuando o aspecto negativo acerca da submissão, a liberdade é uma vertente que quer dizer de uma pessoa a qual dispõe de si mesma no que se refere à autonomia, isto é, agindo regido por leis próprias as quais demonstram o sentido característico do Homem no que toca o seu livre arbítrio dada pela capacidade de escolha pela vontade humana entre o bem e o mal, entre o certo e o errado, conscientemente conhecidos pela pessoa.
Num âmbito ampliado do conceito toma-se a liberdade por possibilidade legal de agir por si mesmo, com autodeterminação, independentemente de toda e qualquer coerção exterior.
A liberdade é pensada desde a mais remota antiguidade como um processo de autodeterminação obtida num movimento em que se apresenta uma não colocação/imposição de limites onde o indivíduo tem em suas próprias mãos o fio condutor de seus gestos e ações.
Dizendo da liberdade posta desde os seus primórdios, vê-se que Aristóteles em sua obra Ética Nicômacos aparece essa concepção salientada do indivíduo como voluntário, no que define suas expressões, tornando-se responsável pelas suas escolhas, adotando desta forma uma postura de juiz e árbitro das circunstâncias que vivência.
Esta independência do homem pela sua faculdade de abraçar por si só uma conduta, pode ser tomada como princípio de si mesmo. Por aí se tem que "O homem é o princípio e o pai de seus atos, assim como de seus filhos" (ABBAGNANO, 1970, p.606).
Uma escola de filosofia do período helenístico denominado estoicismo define a liberdade como ação do sujeito em conformidade com a natureza, de modo que:
Para os estoicos, o homem livre é aquele cuja razão conhece a necessidade natural e a necessidade de sua própria natureza e tem força para guiar e dirigir a vontade para que esta exerça um poder absoluto sobre a irracionalidade dos instintos e impulsos, isto é, sobre as paixões. Ser livre é agir conforme à natureza seguindo suas leis necessárias e conforme à natureza do agente seguindo uma vontade pessoal poderosa dirigida pela razão(CHAUI, 2004, p. 335)

Compreende-se então que, a liberdade é um elemento essencial na vida do ser denominada no seu sentido de autonomia em que o indivíduo está posto a uma condição em que tem que escolher. Aparece aí essa autonomia de escolha que é justaposta tecnicamente e filosoficamente como justificativa auto-explicativa do termo; Dessa forma aparece essa colocação onde interligada a essa questão, se dá o encontro de obstáculos dispostos nesse campo próprio da liberdade onde se apresentam eventos particularizados no qual o indivíduo enquanto sujeito único se depara com obstáculos específicos.

1.2 LIBERDADE E SUBJETIVIDADE

Na sociedade moderna pesou muito a liberdade do indivíduo, dando a ela um enfoque a partir de si mesmo deixando certo que a única forma do sujeito ser ele mesmo é lançando mão da sua liberdade. Conforme Jaspers "só nos momentos em que exerço minha liberdade é que sou plenamente eu mesmo:" Ser livre significa ser eu mesmo"(CORREA, 1996, p. 54)
A liberdade está posta ao sujeito, e as pessoas de forma geral tem grande ânsia de encontrá-la e estão colocados nessa busca redescobrindo modos de chegar a ela, assim a liberdade se tornou "essa palavra que o sonho humano alimenta que não há ninguém que explique e ninguém que não entenda" (CORREA, 1996, p. 54)
Sabendo que a liberdade sempre esteve no cerne da vida humana, sabe-se que ela se tornou sinônimo de vida. Lutar por ela incansavelmente, é uma necessidade para garantir a vida, de modo que pode-se considerar um ser morto na medida em que abre mão deste sonho, por isso Rousseau afirmou que "abdicar da liberdade é destruir a própria natureza humana" (CORREA, 1996, p. 54)
O mesmo autor quando refere-se à questão da liberdade diz do sujeito como aquele que a tem inato a si mesmo, contudo no processo de adaptação social essa liberdade é colocada em crise; para Rousseau "o homem nasce livre e, por toda parte, é posto a ferros" (CORREA, 1996, p.54)
A liberdade é essencial ao ser humano e este não saberia lidar com a falta dela com tranquilidade, todos os que viram mais diretamente sua liberdade ameaçada sabem a profundidade da dor de perder a liberdade.

Quem está ou foi privado da liberdade sabe quanto ela faz falta. É doloroso viver preso em poucos metros quadrados. A liberdade é para o homem o que o céu é para o condor, como diria Castro Alves. Vida e liberdade quase se confundem (CORREA, 1996, p. 54)

A liberdade ocupa um todo fundamental na vida das pessoas conforme uma personagem de Sartre na peça As Moscas "Eu sou a minha liberdade" (CORREA, 1996, p.54).
Sartre (1997, p.593) diz que aqueles cujo parecer refere-se à questão da liberdade a abordam como a revelação consciente da impotência dada como aspecto demonstrativo da fraqueza do ser. Assim "O argumento decisivo empregado pelo senso comum contra a liberdade consiste em nos lembrar nossa impotência" (SARTRE, 1997, p. 593).
O homem está posto a uma condição de limitação que o impede de cambiar sua posição conforme sua vontade ganhando a conotação de não obter forças capazes de proporcionar uma transformação relativa a si-mesmo "longe de podermos modificar nossa situação a nosso bel-prazer, parece que não podemos modificar-nos a nós mesmos" (Sartre, 1997, p. 593).
Partindo deste princípio, Sartre remete-se ao ser como um condicionado a realidade pré-estabelecida, cujo torna-se propenso a limitação desprovida da capacidade de fazer escolhas desde as mais complexas e simbólicas até a mais simples e menos representativas confirmando uma liberdade irrealizável no que concerne o aspecto do grupo no qual nascemos inseridos, ou mesmo do conjunto de elementos constituintes da vida do indivíduo. Portanto "não sou livre nem para escapar ao destino de minha classe, minha riqueza, nem para dominar meus apetites mais insignificantes ou meus hábitos" (SARTRE, 1997, p. 593).
Compreende-se que esta é uma série de proposições de caráter próprio e definido que não deixa espaço opcional, diante disso "... é preciso obedecer à natureza para comandá-la" (SARTRE, 1997, p. 593).
É fato que considerando a liberdade como algo essencial na vida das pessoas, "ninguém quer viver sem liberdade", (Para Filosofar p 63) uma vez que a liberdade tornou-se sinônimo de vida e vive-se num contexto em que "vida e liberdade quase se confundem" (CORREA, 1996, p.63).
É importante ver que desde há muito tempo entre as mais diversas etnias a luta pela liberdade foi uma constante numa perspectiva em que muitas pessoas derramaram o próprio sangue para conquistá-la, por isso pode-se afirmar que "a defesa e a reconquista da liberdade têm custado à vida de milhões de pessoas" (CORREA, 1996, p.63).
No tocante a liberdade, Espinosa afirma que o homem é livre para fazer aquilo que ele pode fazer de modo que a liberdade só pode existir referente àquilo que é possível, ou seja:

... a liberdade é um ato de decisão e escolha entre vários possíveis. Todavia, não se trata da liberdade de querer alguma coisa e sim (Como já dizia Espinosa) de fazer alguma coisa. Somos livres para fazer alguma coisa quando temos o poder para fazê-la. (CHAUÍ, 2004, p. 336).

A liberdade é tida como elemento essencial ao indivíduo por estar ligada a "... uma questão fundamental para o homem" (Para Filosofar p63) e por ser elementar "faz parte essencial da história da humanidade" (CORREA, 1996, p. 63) e é dada pelo enfoque na "capacidade de escolha entre duas ou mais alternativas" (CORREA, 1996, p. 63) embora escolher seja um desafio posto à condição humana.
O filósofo Merleau-Ponty salienta que o sujeito deve ser livre para agir conforme as situações da vida se apresentam:
"A situação vem em socorro da decisão e, no intercâmbio entre a situação e aquele que a assume, é impossível delimitar a" parte que cabe à situação "e a" parte que cabe à liberdade "(CHAUÍ, 2004, p. 338)".
Para Merleau-Ponty a liberdade envolve não só o interior do homem, mas ela se esbarra nos relacionamentos sociais de modo que passa pelo processo de interação com o exterior e nessa relação que ele estabelece com o mundo exterior se faz preciso ver que ela pode tornar-se condicionada por mecanismos de poder. Assim:

Concretamente tomada, a liberdade é sempre o encontro de nosso interior com o exterior, degradando-se, sem nunca tornar-se nula, à medida que diminui a tolerância dos dados corporais e institucionais de nossa vida. Há um campo de liberdade e uma "liberdade condicionada" (CHAUÍ, 2004, p. 338).

1.2 A LIBERDADE EM CONTRAPOSIÇÃO AO FATALISMO

Pelas mais variada afirmações e constatações do pensamento em torno da questão da liberdade e por toda a ação do homem na história, se vê que a liberdade é relativa a uma série de elementos os quais podem até mesmo tocar essa liberdade; porém ainda que a liberdade possa até mesmo ser "condicionada, limitada, determinada por uma série de fatores (...) o homem é capaz de superar os entraves à liberdade" (CORREA, 1996, p. 61). Dessa forma o homem pode inventar alternativas para permanecer livre ainda que tenha que atender a uma série de responsabilidades próprias de seu processo de vivência em sociedade, uma vez que:

Sou uma estrutura psicológica e histórica, recebi uma maneira de existir, um estilo de existência. Todas as minhas ações e meus pensamentos estão em relação com essa estrutura. No entanto, sou livre, não apesar disto ou aquém dessas motivações, mas por meio delas, são elas que me fazem comunicar com minha vida, com o mundo e com minha liberdade. (CHAUÍ, 2004, p. 339).


Chama-se a atenção para percebe-se que embora hajam circunstâncias as quais não se pode evitar, a vida não para nesses acontecimentos; não se pode cair num fatalismo que é o "sistema dos que, negando o livre-arbítrio, atribuem tudo o que acontece ao destino" (Luft, 2003 p. 322) assim:

A negação da liberdade recebe o nome de fatalismo, destino ou ação. Essas forças transformadoras, que torna real o que era somente possível que se achava apenas latente como possibilidade, é o que faz surgir uma obra de arte, uma obra de pensamento, uma ação heróica, um movimento anti-racista, uma luta contra a discriminação sexual ou classe social, uma resistência à tirania e a vitória contra ela. (CHAUÍ, 2004, p. 339).

A questão central é a de que ainda que passam haver mecanismos de estruturação social que condicionem a liberdade do sujeito ele pode através dos próprios condicionamentos buscar exercer sua liberdade de modo inteligente.
"O possível é o que se encontra aberto no coração do necessário e que nossa liberdade agarra para fazer-se liberdade. Nosso desejo e nossa vontade não são obstáculos à liberdade e sim o meio pelo qual ela pode exercer-se". (CHAUÍ, 2004, p. 339)".
A liberdade quer instigar a pessoa a posicionar-se de modo a não entrar no jogo do fatalismo uma vez que para os fatalistas "os fatos fazem parte de um complexo sistema de causas e efeitos do qual não há como escapar" (CORREA, 1996, p.64).
Diante disso, é preciso fazer uso daquilo que é tido como preciosidade humana constatado pelas mais diversas lutas que houveram para conquista dela.
É necessário saber que "Por sua causa já houve lutas, guerras e mortes, porque todos precisam de liberdade e às vezes surgem homens que não querem que os outros sejam livres" (CORREA, 1996, p.67).
Para Dallari "A liberdade é muito importante se todas as pessoas defenderem a liberdade ela nunca vai acabar, as pessoas que hoje são tristes vão ficar alegres quando forem livres. E o mundo será muito melhor para todos" (CORREA, 1996, p. 67).
A liberdade que confere ao homem livre uma responsabilidade pelas suas ações uma vez que ele é essencialmente livre.

Sartre analisa a liberdade e o agir humano, a partir da teoria segundo a qual o homem é um ser que escapa a todo o rígido determinismo exterior e interior, um ser imediata e integralmente responsável por todas as suas ações. O homem é integralmente responsável por todas as suas ações. O homem é intrínseca e ontologicamente livre. (GOIS, 1997 p. 81).

Sartre define o homem como livre, e dessa maneira deve agir única e exclusivamente conforme sua liberdade sem coerção exterior levando em conta que:

O objetivo de Sartre consiste em desacreditar a ideia de uma necessidade exterior a nós, que derivaria de uma estabilidade das coisas ou de uma ordem moral objetiva. Os indivíduos já não são tributários de um caráter determinado ou de uma essência definida, donde resultariam todas as suas propriedades e todos os seus atos, nem dos constrangimentos que lhes vêm de fora, isto é, da sociedade ou de Deus (GOIS, 1997, p. 81).

Contudo o homem que age segundo sua liberdade deve levar em conta sua responsabilidade ao adotar certos princípios de modo que porque é livre tem que assumir as consequências de suas ações e omissões.

A liberdade é pesada. Tem caráter opressivo ao sobrecarregar os meus ombros com o peso do mundo. Mas é o único valor, porque não se apóia senão em si, é o valor absoluto porque só através da liberdade pode haver valor". (GOIS, 1997, p. 84).

No âmbito dessa colocação vale explicitar que os adeptos do fatalismo ignoram a capacidade do homem de construir ou destruir. Vale ver que:

É a própria liberdade que nos oferece a possibilidade de corrigir o mau uso que se faz dela. Não resolve ficar lamentando a má sorte da vida ou o que os outros fizeram de nós e do mundo; importa, antes, reagir com as forças e as armas que nos sobram. Se não reagirmos, ninguém o fará por nós". (CORREA, 1996, p. 60)

Diante disso é preciso que o homem acolha o poder que lhe é conferido pela liberdade e saiba que conforme diz Ponge "o futuro do homem é o próprio homem" (...) ou o próprio Sartre: "o futuro do mundo está em nossas próprias mãos" (CORREA, 1996, p. 60).
Considerando o significado da liberdade e o desejo interno que o homem tem dela, pode-se constatar as formas como a liberdade foi limitada pela moral social estabelecida para atender os interesses sociais num período em que toda energia dos indivíduos precisava ser convergida para a produção.

1. A INTERNET NA EDUCAÇÃO

1.1 A EDUCAÇÃO
A educação é um movimento que permite o desenvolvimento dos aspectos físico, intelectual e moral do sujeito de modo a integrá-lo pessoal e socialmente.
Nessa perspectiva pode-se ver que a educação é de suma importância na vida da pessoa e que não está restrita a um único modelo mas que está sempre em todos os lugares.

"A educação está em, todos os lugares e no ensino de todos os saberes. Assim não existe modelo de educação, a escola não é o único lugar onde ela ocorre e nem muito menos o professor é o único agente". Carlos Brandão, 1995.1

Dentro da questão da educação e suas diferenciadas modalidades, pode-se perceber que esta tem ganhado um significativo espaço na internet a qual tem proporcionado de forma bastante intensa uma ampliação da educação nos mais variados lugares.
1.2 A Tecnologia educacional e a Internet
No que se refere a essa tecnologia pode-se conceituá-la como uma extensa rede de computadores do mundo todo que possibilita o contato imediato ou indireto com pessoas do mundo todo.
Segundo o professor Adilson Cabral, doutorando em comunicação social da UMESP no artigo Apoteose e Apocalipse: Internet e educação no Brasil:

"A internet é a nova mídia do momento [...] Como meio de comunicação, a internet contribui para interligar pessoas no mundo todo, possibilitando discussões sobre os mais diferentes assuntos. Diminui instâncias de tempo e espaço."2

Realmente a internet se entronizou no mundo de forma expansiva, e tem ganhado espaço no ambiente educacional o que deve ser considerado enquanto fato uma vez que a internet permeia a interatividade entre diferentes pessoas e abre espaço para novos modos de ensino.
Nesse sentido, Rui Manuel Moura, 1998 escreve em seu artigo denominado A Internet na educação: Um contributo para a aprendizagem autodirigida:

"A internet faz hoje parte do nosso mundo incluindo o espaço escolar, e a educação não pode passar ao lado desta realidade. Este novo recurso põe a disposição um novo mar de possibilidades para novas aprendizagens, permite a interação com outras pessoas das mais variadas culturas, possibilita o intercâmbio de diferentes visões e realidade, e auxilia a procura de respostas para os problemas".3

A internet está ligada à educação nos mais diversos segmentos no sistema educacional brasileiro. Conforme Maria Elizabeth de Almeida , 2000 " A informática começou a disseminar-se no sistema brasileiro de educação [...] através de uma iniciativa do ministério da educação".4
Dessa maneira a internet tem desempenhado um papel próprio na educação, o professor José Manuel Moran, 2007 escreve que "Estamos deslumbrados com o computador e a internet na escola e vamos deixando de lado a televisão e o vídeo...".5
Com o advento desta tecnologia tão eficaz que é a internet pode-se ver que hoje existem as mais diferenciadas ferramentas virtuais que auxiliam na relação de ensino e aprendizagem, mais precisamente no contato pedagógico entre professor e aluno.
A tecnologia educacional, nesse caso a internet possibilita uma ampliação na maneira do professor passar os conteúdos, pois ela permite a transmissão do conhecimento de maneiras diferenciadas.

"As tecnologias permitem mostrar o mesmo objeto , representando-o sob ângulos e meios diferentes,pelos movimentos, cenários, sons, integrando o racional e o afetivo, o dedutivo, o espaço e o tempo, o concreto e o abstrato".6


1.3 A INTERNET COMO RECURSO PARA O PROFESSOR
Na educação a internet é uma ferramenta muito útil para os professores, no que se refere a preparação das aulas, pois permite uma troca de experiências e materiais entre profissionais de diferenciadas áreas geográficas. Segundo Moran, Bettrens e Masetto, 2006 a internet pode ajudar o professor a preparar melhor a sua aula, a ampliar as formas de lecionar, a modificar o processo de avaliação e de comunicação com os alunos e com os seus colegas".7
Diante disso, percebe-se a ampliação das possibilidades que tem o professor no momento de preparar uma aula.
Nesse aspecto José Manuel Moran, 2000 diz que:

O professor tem um grande leque de opções metodológicas, de possibilidades de organizar sua comunicação com os alunos, de introduzir um tema, de trabalhar com os alunos presencial e virtualmente, de avalia-luz. 8

A educação envolta por esse mecanismo tão eficaz que é a internet faz do professor um profissional mais atualizado e qualificado, pelas mais variadas pesquisas que um docente poderá fazer no momento em que prepara sua aula. Com a internet ele pode contar com diversos mecanismos ilustrativos para dinamizar sua aula, bem como ter acesso à diferenciadas mídias para o ensino, além de contar com toda atualização possível, no que tange a acervos de publicações.

"O professor vai ampliar a forma de preparar a sua aula. Pode ter acesso aos últimos artigos publicados, às notícias mais recentes sobre o tema que vai tratar, pode pedir ajuda a outros colegas conhecidos e desconhecidos, sobre a melhor maneira de trabalhar aquele assunto com os seus estudantes. Pode ver que materiais-programas, vídeos, exercícios existem. Já é possível copiar imagens, sons, trechos de vídeos. Em pouco o acesso a materiais audiovisuais será muito mais fácil. Tem tanto material disponível, que imediatamente vai aparecer se o professor está atualizado, se preparou realmente a aula (porque os alunos também tem acesso as mesmas informações, bancos de dados) etc..." ( MORAN, José Manuel, MASETTO, Marcos e BETTRENS, Marilda, 2006)9

No âmbito da internet enquanto recurso manipulável pelo professor enquanto transmissor do conhecimento aos alunos.
O professor pode utilizar esse recurso para tecer uma rede de ensino que ultrapasse os limites das quatro paredes da sala de aula, podendo criar um espaço virtual em que possa interagir com os discentes em momentos extra- classe.
Essa interação tornaria um vínculo constante entre professor-aluno estabelecendo uma relação de confiança e prazer em aprender. Conforme José Manuel Moran, 2000.

"O professor pode criar uma página pessoal na internet, como espaço virtual de encontro e divulgação, um lugar de referência para cada matéria e para cada aluno. Essa página pode ampliar o alcance do trabalho do professor, de divulgação de suas idéias e propostas de contato um pessoas de fora da universidade ou escola. [...] o importante é que o professor e alunos tenham um espaço além do presencial de encontro e viabilização virtual".10

São muitos os mecanismos denominados programas que viabilizam salas virtuais de aprendizagem, que colocam docente e discente numa relação mais próxima. Nesse sentido, José Manuel Moran, 2000 escreve:

"Hoje começamos a ter acesso a programas que facilitem a criação de ambientes virtuais que colocam os alunos e professores juntos na internet. Programas como o Eureka da PUC de Curitiba, o Learning Space da Lotess IBM, o WEBCT, o aulanet da PUC-Rio etc...e outros semelhantes permitem que o professor disponibilize o seu curso, oriente as atividades dos alunos, e que estes criem suas páginas, participem de pesquisa de grupos, discutam assuntos em fóruns ou chats.11

No tocante a informatização e implantação das tecnologias na educação, também é preciso levantar a questão da preparação do professor para o uso da internet.
É muito comum encontrar professor preparado apenas para lidar com pouquíssimos recursos da internet, como utilizar e-mail ou outros mecanismos simples de utilização, esse fator caracteriza-se um ponto negativo para o professor.
Acerca disso autora Maria Elizabeth de Almeida, 2000 escreve que "Os professores treinados apenas para o uso de certos recurso computacionais são rapidamente ultrapassados por seus alunos".12
As tecnologias educacionais, mais precisamente a internet, cada vez mais se enriquece de novos instrumentos que podem ser usados na educação, e diante disso todo professor deverá buscar sempre uma atualização, para acompanhar os progressos constantes da internet.
Para Maria Elizabeth de Almeida, 2000 "Mesmo o professor preparado para utilizar o computador para a construção do conhecimento é obrigado a questionar-se [...[ pois com freqüência se vê diante de um equipamento cujos recursos não consegue dominar em sua totalidade."13
O recurso tecnológico denominado internet propicia ao professor poder incorporar as mais atuais informações nas suas aulas, fazendo elisão entre o conteúdo estudado com a realidade.
Mas esse mesmo recurso tão sofisticado poderá constituir-se num intenso desafio para o docente que não tem interesse na modernização dos métodos de aprendizagem pautando-se pelos modos tradicionais de ensino.

"A internet será ótima para professores inquietos, atentos a novidades, que desejam atualizar-se mais. Mas ela será um tormento para o professor que se acostumou a dar aula da mesma forma, que fala o tempo todo na aula, que impõe um único tipo de avaliação. Esse professor provavelmente achará a internet muito complicada. Há demasiada informação disponível ou, talvez pior, irá procurar roteiros de aulas já prontos e já existem muitos e os copiará literalmente para aplicá-los mecanicamente na sala de aula".( MORAN, José Manuel, MASETTO, Marcos e BETTRENS, Marilda, 2006)14

1.4 OS ALUNOS E A INTERNET

É interessante ver como os alunos demonstram uma proximidade tão intensa da internet, e mediante a esse fenômeno internet o professor não pode fechar seus olhos, mas abri-los para perceber que ela é um instrumento já muito comum nas instituições de ensino em todo o mundo.
A tecnologia cada vez mais sofisticada não pode ser ignorada de forma alguma.
Procedimentos como aulas por videoconferência por exemplo já são bastante utilizados, e nesse caso o professor poderá estar num espaço geográfico bastante diferente de seus alunos e mesmo assim alcançá-los.
Nos dias atuais, é possível a interação entre professores de diferentes localidades, bem como alunos fazerem perguntas e serem respondidos imediatamente a longa distância.

"Os alunos estão prontos para a internet. Quando podem acessá-la, vão longe. O professor vai percebendo que aos poucos, a internet está passando de uma palavra da moda a realidade em alguns colégios e nas suas famílias. Nestes próximos anos vivenciaremos a interligação da internet, com o cabo, com a televisão. Imagem, som, texto e dados se integrarão em um vasto conjunto de possibilidades. Ver-se e ouvir-se à distância se tornará corriqueiro. Pedir a um colega que dê aula comigo, mesmo que esteja em outra cidade ou país, ao vivo, será plenamente viável. As possibilidades da internet no ensino estão apenas começando."( MORAN, José Manuel, MASETTO, Marcos e BETTRENS, Marilda, 2006)15

Como se nota claramente, os estudantes são internautas familiarizados com a tecnologia e sabem como esse dispositivos os auxilia na construção do conhecimento, na busca de informações, elaboração de trabalhos, pesquisas de conteúdos, troca de experiência entre colegas etc. Nesse sentido, MORAN, MASETTO e BETTRENS, 2006 escreve:

"Os alunos poderão fazer suas pesquisas antes da aula, preparar apresentações individualmente e em grupo. Podem consultar colegas conhecidos ou desconhecidos da mesma ou de outras escolas, da mesma cidade, país ou de outro país. Aumentará incrivelmente a interação com outros colegas pesquisando os mesmos assuntos, trocando resultados, materiais, jornais, vídeos".16

Na contemporaneidade, a ascensão da internet tem mostrado toda eficiência e eficácia da educação que tem respaldo neste recurso.
Um ponto muito acentuado da educação respaldada na internet é a amplitude e flexibilidade proporcionada por ela. Nela a aprendizagem assume um papel bastante inovador e singular com características próprias de visões futuristas de ensino. Para reforçar essa idéia MORAN, MASETTO e BETTRENS, 2006 fazem uma colocação bastante certeira, para esse autores:

"A internet não é mágica, mas a experiências [...] e o contato com os professores que utilizam as redes eletrônicos no Brasil e em outros países [...] mostram possibilidades fascinantes de tornar o ensino e a aprendizagem processos abertos, flexíveis, inovadores, contínuos que exigem uma excelente formação teórica e comunicacional, para navegar entre tantas e tão descontroladas idéias, visões, teorias, caminhos".17


3.LIBERDADE E INTERNET NA EDUCAÇÃO

A liberdade é um dispositivo do sujeito que pode decidir-se por todos os elementos que deseja seguir na sua vida.
Assim também estar diante da internet como recurso educativo requer da pessoa uma firmeza de atitude para poder estudar coerentemente sem desviar o rumo do que está fazendo.
Ter métodos bem definidos são proposições que auxiliam de uma forma terminantemente correta para que se use a liberdade de uma forma coerente.

CONCLUSÃO

Este artigo buscou mostrar que a liberdade é um fenômeno próprio do indivíduo, esse artigo mostra a liberdade enquanto conceito e visa também dizer da internet como mecanismo para a educação.
Para entender o artigo de primeiro momento se colocou todo um enunciado sobre a liberdade, depois fala-se sobre a internet na educação com o objetivo de levar de forma discreta e sugestiva, o leitor a perceber a importância da liberdade quando se utiliza a internet na educação.
Isso para ver que quando se trata de um sujeito livre ele pode usar a internet como um bem para sua educação ou como um instrumento de fuga e desvio de atenção.

REFERÊNCIAS

ABBAGNANO, Nicola. Dicionário de Filosofia. Trad. Alfredo Bosi, et al. São Paulo: Editora Mestre Jou, 1970.

CORREA, Avelino Antônio. O desafio da liberdade. In: FERRAZ, José Antônio. Para
Filosofar. São Paulo: Editora Scipione, 1996;

FOUCAULT, Michael. A Verdade as Formas Jurídicas. 7ª Edição. Rio de Janeiro: Editora Nau, 2005.

SILVA, Cléa. Liberdade e Consciência no Existencialismo de Jean-Paul Sartre. 1ª Edição. Londrina: Eduel,1997.

BRANDÃO, Carlos R. 33ª Ed. Brasiliense, São Paulo. 1995 Resumo do autor.
www..comunicacao.pro.br/artcon/interneduc.htm disponível em 06/07/2009
www.rmoura.tripod.com/internetedu.htm disponível em 06/07/2009
ALMEIDA, Maria Elizabeh. Informática e Formação de Professores. Brasília 2000 Mec Série de Estudos sobre Educação a Distância. P.108

MORAN, José Manuel. Os desafios na comunicação pessoal. 3ª ed. São Paulo: Paulinas, 2007 p.162

MORAN, José Manuel , MASETTO, Marcos e BETTRENS, Marilda. Novas Tecnologias e Mediação Pedagógica. 12ª ed. Campinas: Papirus, 2006.

MORAN, José Manuel. Ensino e aprendizagem Inovadores com tecnologias. Artigo publicado na Revista: Informática na educação: Teoria e Prática. Porto Alegre, Vol. 3, Nº 01 (Set. 2000) UFRGS. Programa de Pós Graduação em Informática na Educação.

MORAN, José Manuel. Ensino e aprendizagem Inovadores com tecnologias. Artigo publicado na Revista: Informática na educação: Teoria e Prática. Porto Alegre, Vol. 3, Nº 01 (Set. 2000) UFRGS. Programa de Pós Graduação em Informática na Educação.






Autor: José Roque Pereria de Melo


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