TODOS NO MESMO BARCO



Não navegue mais sozinho. Não seja auto-suficiente. Treine dividir o barco de sua vida

com seus íntimos. Às vezes, carregamos os outros, outras vezes eles nos carregam.     A. Cury


            Sabemos que a felicidade é feita de momentos. Ela acontece ou a encontramos quando somos capazes de apreciar as pequenas coisas do dia a dia, de encontrar significado nas entrelinhas da rotina.

            Há poucos dias, comentávamos sobre um conceituado profissional que se afastou do trabalho após quarenta anos para curtir os netos, já que aos filhos não foi possível em virtude do intenso trabalho. Pois o vimos no restaurante que almoçamos, justamente com a esposa e os netos.

 Creio que neste “curtir” os netos que nos identificamos ,além de acompanhar as etapas que não voltam, está embutido, também, o nosso desejo, ou nossa ânsia de imortalidade. A impressão que neles deixarmos, é garantia de que seremos lembrados por pelos menos duas gerações adiante. Que sejam boas lembranças, então, pois como diz uma frase muito conhecida, permanecemos vivos no coração daqueles que nos amam.

 Com os filhos, porque somos nós que temos a obrigação de educar, somos rígidos, às vezes autoritários, abusando até do fator econômico para induzi-los a determinado comportamento que desejamos. Isto acaba pesando na imagem que eles formam de nós. Às vezes esta imagem é de sermos exigentes, intransigentes (e somos mesmo em se tratando de certos valores), parecendo verdadeiros carrascos querendo educar da forma que achamos ser a mais adequada para que eles tivessem condições de enfrentarem a vida, no futuro, e serem pessoas íntegras, honestas, confiáveis, justas e bem sucedidas. Pois me surpreendi em uma conversa com minha neta,quando ela disse que eu não sou uma pessoa braba, imagem esta que não era a mesma que minha filha fazia de mim.( e ainda faz).

Fiquei em dúvida, se isto é em função do diferente papel com relação a ela ou se é em função de mudança minha. Na verdade, o contato, a troca, com pessoas de outra geração nos proporciona uma visão diferente, olhar os acontecimentos e senti-los de outra forma. Podemos mudar e mudar o que nos cerca, modificar as circunstâncias, propiciando conviver de forma saudável e tranqüila com gerações mais velhas e mais novas, com respeito e aceitação, inclusive e principalmente, das diferentes opiniões que manifestam.

Na praia, verifico, novamente, como podemos extrair ensinamentos, confirmando esta possibilidade de convivência sadia entre “diferentes”. O mar não faz distinção de raça, credo, preferência sexual, situação econômica, nível intelectual, idade, pois crianças, adultos e idosos se divertem de forma tranqüila, alegre, saudável, renovando-se a cada banho de mar, descarregando a cada onda as preocupações e as angústias naturais do dia a dia, acumuladas ao longo do ano.

É possível, ainda, perceber o convívio com a natureza de forma simples e generosa, dela aproveitando o lazer ou a alimentação. Na beira d’água, sem excesso de gente ou de movimento, as garças pegam seu alimento, despreocupadas com as pessoas que ali circulam ao mesmo tempo e que apreciam a sua natural elegância e leveza.

O momento é de paz,de contemplação, pelo que nos sentimos gratos e ...FELIZES.


Autor: Isabel C. S. Vargas


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