Qual é a origem da cultura?



Qual é a origem da cultura? Este é o questionamento que Laraia faz no quinto capitulo de seu livro: Cultura um conceito antropológico. Esta é, de fato, uma das primeiras preocupações dos estudiosos afins, que buscam entender como se deu este processo "extra – somático", que garantiu ao ser humano o lugar privilegiado na terra.

Uma resposta simplista e insatisfatória seria dizer que o homem produziu cultura a partir do momento em que o cérebro foi capaz de assim proceder. Mas esta resposta geraria outra duvida: como e por que houve esta evolução?

Estudiosos como Richard Leakey, Roger Lewim, David Pilbeam e Kenneth P. Oakley dariam as suas respectivas respostas pela evolução da paleontologia humana. Entretanto, faz-se necessário "tomar conhecimento do pensamento de dois importantes antropólogos contemporâneos" sobre este mesmo tema.

Claude Lévi-Strauss identifica o surgimento da cultura com o aparecimento da primeira regra, que seria a proibição do incesto, comportamento comum a todas as sociedades humanas.

O outro antropólogo é Leslei White, ele por sua vez, considera que a origem da cultura ocorreu quando o homem foi capaz de gerar e compreender os símbolos.

Estas explicações de natureza física e social admitem que a cultura de repente e implicam também a aceitação de um ponto critico (expressão de Alfred Kraeber), que foi a causa da transformação do primata em um ser capaz de cultura. Esta explicação concorda com a posição de alguns pensadores católicos que defendem a entronização da cultura no momento em que o homem recebeu do seu Criador uma alma imortal estando o corpo suficientemente evoluído para tornas-se digno de uma alma e consequentimente de cultura.

Hoje em dia, este ponto critico é considerado uma impossibilidade cientifica, pois a natureza não age por saltos, mas em um processo contínuo, gradativo e incrivelmente lento. Clifford Geertz, pela paleontologia, demonstrou que o corpo humano formou-se aos poucos e que já se podiam perceber traços de cultura antes mesmo de o cortes cerebral evoluir até a condição do cortes humano.

Por fim, contata-se (no ponto de vista do autor) que o homem não é somente produtor de cultura, mas também produto da cultura que "desenvolveu-se simultaneamente com o próprio equipamento biológico e é, por isso mesmo, compreendida como uma das características da espécie, ao lado do bipedismo e de um adequado volume cerebral." (LARAIA, 2003, P.58).


Autor: Carlos Alexandre Gonçalves de Jesus


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