AS DINÂMICAS ECONÔMICAS E SOCIAIS DO MUNICÍPIO DE PARAUAPEBAS E REGIÃO



Arão Marques da Silva1

Elenize Oliveira Marques2

RESUMO

Nosso objeto de estudo foi construído a partir da análise das atividades econômicas existentes em Parauapebas e região. Buscamos compreender as dinâmicas econômicas e sociais, tendo como referências diversas fontes documentais e orais. No texto, fazemos uma análise das principais atividades econômicas presente em Parauapebas e região. Além disso, o fluxo de migrantes que chegam constantemente ao Sudeste Pará, e, que são em potencial atores sociais que reivindicam emprego no setor primário: minerais e agrícolas, na indústria da construção e mineração e no setor de serviços, são objeto de estudo deste artigo.

Palavras chaves: Parauapebas, história e as dinâmicas econômicas e sociais.

INTRODUÇÃO

Este artigo discute as dinâmicas econômicas e sociais presentes na fronteira de Parauapebas. Para compreender essas dinâmicas utilizamos como ferramentas metodológicas às fontes orais e documentais. No texto, fazemos uma análise da história econômica de Parauapebas e região.

O fato de que o nosso objeto de estudo está inserido em um espaço sob forte dinâmica de ocupação econômica: a fronteira da Amazônia Oriental, e de um controle econômico dos recursos minerais e naturais, nos oferece a possibilidade de estudar de que forma os atores sociais vêm contribuindo para a construção do território.

Neste texto, utilizamos as fontes orais, por entendermos que elas dão vida e sentido a outros tipos de documentação, ampliando sobremaneira as possibilidades de interpretação, tanto para quem produz o conhecimento, como para quem tem acesso ao texto. A memória é um fenômeno coletivo e social, é algo construído pela coletividade e que é mutável, existem elementos da memória que são fatos invariantes imutáveis. "[...] A memória aparece como força subjetiva ao mesmo tempo profunda e ativa, latente e penetrante, oculta e invasora" (E.Bosi, 1994, p. 47). As pessoas selecionam fatos que consideram relevantes e registram recordando quando são estimulados. "[...] A função da memória é conservar o passado do individuo na forma mais apropriada a ele. "[...] O material indiferente é descartado, o desagradável alterado, o pouco claro ou confuso simplifica-se por uma delimitação nítida, (...) e no fim formou-se um quadro total, novo sem o menor desejo consciente de falsificá-lo". (E.Bosi, 1994, p. 68). A memória dos indivíduos é seletiva, as pessoas selecionam datas e fatos históricos que consideram relevantes e registram tudo, passando a partir de então a lembrar, a recordar os fatos e acontecimentos que consideram relevantes. Para E.Bosi, (1994, p. 55) "[...] lembrar não é reviver o passado, mas refazer, reconstruir, repensar, com imagens e idéias de hoje, as experiências do passado".

O olhar científico do pesquisador sobre seu objeto de estudo é que informa a dialética das coisas. O olho e natural. Mas o olhar científico possibilita ao pesquisador qualificar, ressignificar e mensurar, além de estabelecer uma relação de interativa, objetiva e subjetiva com o objeto pesquisado. Para (Goldenberg), a pesquisa é um processo em que é impossível prever todas as etapas (1990, p. 13). Nosso trabalho é caracterizado por uma abordagem qualitativa. Nesta abordagem fazemos uma analise compreensiva das atividades econômicas e sociais existente em Parauapebas.

1 Aspectos históricos, econômicos e sociais que possibilitam a ocupação do Sudeste Pará

No início da colonização portuguesa, a Amazônia era habitada somente por sociedades indígenas. A região do médio Tocantins começou a ser explorada pelas incursões européias ainda no século XVI, primeiro os franceses, ingleses e espanhóis, depois, no século seguinte pelos portugueses, que juntamente, como os jesuítas dão início a extração das drogas do sertão. A navegação nos rios: Araguaia e Tocantins, no período de exploração das drogas do sertão era livre. Com a descoberta de ouro e pedras preciosas em Minas Gerais e Goiás, a coroa portuguesa proíbe a navegação nesses rios, isso, para evitar o contrabando de ouro e a fuga de escravos. Outra estratégia adotada pela Coroa foi à implantação de postos militares às margens desses rios, fato que originou algumas cidades na região. No século XIX, com a extração da borracha, os sertanejos do Nordeste e Goiás, constroem o caminho do boi3 seguindo que as margens dos rios Tocantins e Araguaia. Assim a região passa a ser ocupada por pequenos criadores de gado, camponeses e por homens que vieram trabalhar com a extração da borracha e castanha. A maior parte das vilas e povoados instalados na região se deu de forma espontânea e ligados ao extrativismo.

A descoberta e exploração do caucho no Sudeste Paraense influenciaram muito no processo de ocupação da região. A extração do caucho no Médio Tocantins teve um período curto; do final do século XIX ao início do século XX, por vários fatores. Com a crise na economia da borracha, no início do século XX, essa região passa agora a se destacar como produtora de Castanha da Amazônia4 produto de alto valor nutritivo e bem aceito no mercado nacional e internacional, o que motiva a vinda de várias famílias para trabalhar na coleta do produto.

Portanto, a ocupação da região é recente, remonta o final século XIX e início do século XX, quando camponeses nordestinos e do atual Estado do Tocantins e Região Nordeste se deslocavam para o Médio Tocantins, a fim de trabalharem com a coleta da castanha. A priore o deslocamento aconteciam durante a safra da castanha, alguns acabavam trabalhando nos garimpos5 de diamante e cristal, outros ao final da safra da castanha retornavam a sua terra de origem, depois tomaram o rumo de sua região.

No Sudeste Paraense, ao contrário do que ocorreu no restante da Amazônia que passava por uma crise econômica, em decorrência do sucesso dos seringais asiáticos no mercado internacional, a região passa por um momento de transição, saindo do período da borracha para o período da castanha. Uma década após a crise na economia da borracha, a região já havia se transformado no maior exportador mundial de castanha.

Na história econômica da região, é importante assinalar essa grande migração, particularmente durante a safra da castanha. As vilas e cidades da região tinham sua população dobrada durante o período da coleta da castanha. A economia da castanha se fundamentava no sistema de aviamento. No sistema de aviamento o trabalhador fica preso à dívida construída no barracão, quando é aviado durante a aquisição de todo o material necessário à coleta da castanha, borracha ou qualquer produto florestal, ao seu sustento e de sua família num certo período. Existe nesta forma de exploração uma relação paternalista de exploração, especialmente, as que se dão entre o dono de castanhal e encarregados da colocação. O sistema de aviamento herdado da economia da borracha era permeado de relações enganosas entre o suposto dono da colocação e ou do barracão e os que trabalhavam na coleta da castanha. Essa estrutura se fundamentava ainda na relação de parentesco e compadrio, o que possibilitava ainda, maior exploração do trabalhador. O escambo e o aviamento referem-se a uma prática social que desempenhou um papel articulador e sustentador de toda a estrutura social na Amazônia extrativista (Emmi, 1999).

O Sudeste do Pará ficou durante muito tempo esquecidos pelos governantes do Estado. Somente no final do século XIX que acontece o processo de ocupação desta rica região por famílias extrativistas de caucho6 e da castanha, diamante e cristal, já nas primeiras décadas do século XX. No início deste processo, o interesse maior dos colonizadores, além do caucho e castanha, gravitava em torno do encontro dos campos naturais para a criação de gado bovino. Pois no sertão do Goiás e Maranhão, constrói-se o mito de que havia entre os rios Tocantins e Xingu os tais campos naturais. várias expedições foram montadas com o intuito de encontrá-los, no entanto, todas fracassaram.

A criação de gado bovino do sertão, juntamente com as disputas por terras em Tocantinópolis-Goiás e disputas políticas entre dois coronéis naquela cidade vai impulsionar a ocupação da região por famílias de agricultores. Carlos Leitão, o coronel derrotado vai a Belém e consegue junto ao governador uma a quantia em 200 contos de réis para implantar um burgo agrícola no médio Tocantins. As terras daquela região eram disputas por Goiás, Maranhão e Pará. O Burgo Agrícola do Itacaiúnas é que vai fazem com que essas terras passem a ser do Pará.

Portanto, é certo afirmar que historicamente, os indivíduos que vêm para o Sudeste Paraense, migram em busca de novas oportunidades de vida, tentando melhorar suas condições socioeconômicas. Assim muitas famílias, especialmente nordestinas, ingressam para a região em busca de oportunidades. Em função da dinâmica socioeconômica regional, esses indivíduos se alternam em atividades extrativistas de garimpo e castanha e no cultivo de pequenas roças. Assim, ora vendiam sua força de trabalho aos donos de castanhais da região, ora se dedicavam à agricultura, ou ao extrativismo mineral: de cristal e diamante, ou outras atividades socioeconômicas, como a pesca, a caça, e o marisco7. Uma coisa é certa, estes homens e mulheres sempre fora agricultores. Diversificavam as atividades econômicas, mais sempre com o intuito sobreviver.

1.2 O extrativismo vegetal no vale dos rios: Parauapebas e Itacaiúnas

As primeiras atividades econômicas do vale dos rios Itacaiúnas e Parauapebas foi o extrativismo: do caucho e castanha. O extrativismo do caucho é descrito por Henri Coudreau em 1897, quando este juntamente, com sua esposa percorre os rios Itacaiúnas e Parauapebas da sua foz nas proximidades do Burgo Agrícola do Itacaiúnas que ficava a 8 km do Pontal8. O caucho que a região produzia era de inferior qualidade, e pouco coagulável, em relação à borracha produzida pela Hevea Brasiliensis (Monteiro, 2006).

É descrita ainda uma grande quantidade de árvores da castanheira que se espalhavam pelas de mata de terra firme. As árvores de castanheiras são bem mais do que as do caucho. No final do século XIX já havia caucheiros e castanheiros trabalhando com o extrativismo. Estes são chamados de os últimos "civilizados" que ficavam nas matas durante a época da exploração da castanha e caucho. Essa atividade econômica era praticada no período chuva, pois os rios eram os caminhos naturais mais utilizados pelos homens que se aventuravam na mata em busca de produtos florestais.

Havia uma escassez de não-índios na região. No entanto, nas margens dos rios e igarapés foram identificadas barracas de extrativistas passageiros.

Quase que só encontram pessoas de passagem entre os habitantes do Itacaiúnas. As poucas famílias que atualmente trabalham em suas margens são tão presas a esse chão que nem mesmo constroem, para seu abrigo, a tradicional barraquinha que se observa por todo lado à beira dos outros rios. Defronte a uma pequena rápide denominado Seco do Saranzal, quatro barracas abandonadas, à margem direita, mais uma vez evidenciam que a espécie local de caucho que aqui se explora não tem sido capaz de garantir a subsistência daqueles que se dedica a sua exploração (Coudreau, apud, Monteiro, 2006, p.02).

As habitações eram temporárias, pois a exploração do caucho era predatória, ou seja, a arvore era sacrificada. Além disso, o extrativismo era sazonal. Eles ainda tinham que ter muito cuidado para não ser surpreendido por bravo indígenas que habitavam a floresta. Por isso, estes sujeitos não permaneciam muito tempo na mesma barraca.

O extrativismo se sobressai em relação agricultura camponesa. O próprio Burgo Agrícola do Itacaiúnas foi um fracasso pelo fato do extrativismo vegetal do caucho ser mais rentável do que a agricultura camponesa. No entanto, os sujeitos que ocuparam as margens dos rios tinham seus roçados. Mesmos aqueles que se dedicavam ao extrativismo. Todos mantinham uma relação larga com o extrativismo vegetal e animal, sendo que este último consistia na pratica de mariscar9.

Portanto, no final do século XIX e mais na primeira metade do século XX no território que compreende o vale dos: Parauapebas e Itacaiúnas, as atividades econômicas que predominaram estavam diretamente relacionadas ao extrativismo vegetal: do caucho e castanha. Sendo que o extrativismo da castanha perdurou por todo o século passado. Sem dúvidas foi durante o período 1920-1980, o principal produto extraído nas matas de terra firme onde hoje se encontra o município de Parauapebas. É evidente que quando Coudreau navegou pelos rios Itacaiúnas e Parauapebas, não consegue associar as anomalias geológicas à existência de algum tipo de minério. Os caucheiros, castanheiros e mariscadores que exploravam a região, por não terem conhecimento geocientífico, também não conseguiriam identificar na Serra dos Carajás qualquer anomalia que o levasse a imaginar a presença de minérios. Nem mesmo a presença de savanas metalóficas no platô da serra. Ficando, então, o feito da "descoberta" da mina de Carajás à equipe de pesquisadores do geólogo Breno Augusto dos Santos em junho de 1967.

1.3 Carajás: "a descoberta" e a extração mineral

A "descoberta" da jazida de ferro do Carajás não foi fruto do acaso. Já havia na década de 1960 um grupo de pesquisadores a serviço de uma mineradora norte americana United States Steel que buscavam encontrar manganês, mais descobrem minério de ferro na Amazônia Oriental. Naquela época ao sobrevoar a Amazônia os pesquisadores só visualizavam floresta. Mas, no alto da Serra dos Carajás, são observados a presença uma vegetação xerófila, típica de área onde há minérios. Isso, faz com que ele pousasse em uma clareira o helicóptero, deparando, então, com uma grande montanha de minério de ferro (Mayrink, 2002, p. 122-123).

É evidente que a mineradora United States Steel já sabia que havia minério de ferro nas serras do sudeste do Pará. Isso, desde a década de 1940. A descoberta da Serra dos Carajás não foi fruto do acaso, pois a Mineradora Norte Americana em plena Guerra Fria estava fazendo levantamento geológico, não só na Amazônia como em outras regiões em busca de encontrar novas reservas minerais.

"[...] A busca de minérios vinha lá de muito antes, e, nos anos quarenta (1940), o manganês da Serra do Navio, no Amapá, já despertava o interesse de mineradores norte-americanos. Quando soube da existência de ferro no sul do Pará, a United States Steel ficou entre a excitação da descoberta e a preocupação de ser detentora dos direitos de uma área tão grande em um país estrangeiro. Estava correta. As pressões do governo brasileiro obrigaram a United States Steel a se associar com a Vale do Rio Doce, que, de imediato, entrou no projeto meio hesitante, mas que, rapidamente, percebeu sua importância" (Mayrink, 2002, p. 123).

Desde o início da associação entre a Vale do Rio Doce e U.S.Steel houve conflito de interesses entre ambas. Essa associação recebeu o nome de Amza Amazônia Mineração. Essa associação teve vida curta, de 1970 a 1977, quando a estatal Vale do Rio Doce pagou 50 milhões de dólares pelos 49% que pertenciam a U.S.Steel. A partir de então, o Governo Federal implanta no coração da Amazônia o Projeto Grande Carajás, tendo a estatal Companhia Vale do Rio Doce a tarefa de construir a infra-estruturação (ferrovias, portos, aeroportos, estradas, núcleo urbanos,) necessária para promover a exploração, a comercialização e o transporte dos minérios. O Estado em 1997 sobre a alegação de que a empresa estava causando prejuízos aos cofres públicos, devido a sua má gestão, o presidente Fernando Henrique Cardoso privatiza a Companhia Vale do Rio Doce.

1.4 Mineração: a principal atividade econômica da região

Na economia mundial o setor de comércios e serviços é o que gera mais emprego. No município de Parauapebas, o extrativismo mineral é uma atividade econômica geradora de divisas para o Município, Estado e União.

Segundo, os dados IBGE Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística e da Secretaria de Estado de Planejamento, Orçamento e Finanças do Pará, o PIB (Produto Interno Bruto) dos municípios brasileiros concernente ao período de 2002 a 2005. Os municípios do Estado Pará com o melhor PIB per capita10 são aquele em que as suas economias gravitam em torno da mineração, ou seja, tem como vocação à mineração.

Fonte: Dados IBGE: 2007, apud. O liberal. 20.12.2007.

A cidade Canaã dos Carajás tem a melhor renda per capita do Estado. Seguido Barcarena e Parauapebas ocupando o terceiro lugar, conforme os dados oficiais. É bom ressaltar que na cidade Parauapebas localiza-se a maior província mineral do planeta, sua economia gravita em torno do extrativismo mineral. Isso faz com que a região do Sudeste Paraense ocupasse no ano de 2005 o 1º lugar na participação do PIB per capita com R$12,606. Sendo que o PIB per capita de Parauapebas em 2007 foi de (R$ 29.114). Isso, segundo os dados do IBGE.

Para quem é de outra região do Brasil, pode imaginar que aqui é um local como os melhores indicadores sociais e econômicos da Região Norte. Mas, essa riqueza gerada pela exploração dos recursos minerais e naturais existentes na região fica nas mãos dos acionistas da Companhia Vale e de outros grupos econômicos presentes aqui. Ou seja, a riqueza provinda do extrativismo: mineral e natural fica com uma pequena parcela de indivíduos que são acionistas da Grande Mineradora. Todavia, existe uma falsa ilusão para quem vive fora da região, que aqui seja um lugar perfeito para o indivíduo se estabelecer. Na verdade, tudo tem o seu preço. O salário pago a um proletário na região de influência do Programa Grande Carajás, dar apenas para atender as suas necessidades básicas, pois o custo de vida, em especial em Parauapebas é elevadíssimo, principalmente, a moradia.

A especulação imobiliária é um problema que precisa ser resolvido o mais breve possível. A periferia da cidade de Parauapebas se caracteriza por uma grande quantidade de cortiços de madeira. Nestes moram aqueles indivíduos que buscam uma colocação no mercado de trabalho. Ou aqueles indivíduos que têm renda muito baixa. Esses cortiços de madeira, geralmente, são habitados por trabalhadores de firmas que prestam serviços no período pouco chuvoso, ou seja, são trabalhadores sazonais que ficam na cidade enquanto estão fichados11. Quando começa o período chuvoso (dezembro à maio) grande parte desses operários são dispensados. Alguns retornam para sua terra natal, outros ficam vivendo de com o seguro desemprego e de pequenos bicos. As condições de higiene nestas moradias são mínimas, em alguns existem semelhanças com as condições dos cortiços das cidades industriais do início do século passado. Ou seja, o ambiente é insalubre.

A questão da moradia na cidade está relação ao crescimento populacional que é 18% ao ano. A moradia é agravada naquela cidade pela especulação imobiliária, bem como, pela falta de documento de posse dos lotes urbano, muitos são ilegais, além de não possuírem condições mínimas.

Os problemas sociais e econômicos de outras regiões do País são transferidos para cá. Pois os indivíduos que são lupemproletários vêm para a cidade em busca de empregos. Muitos conseguem de imediato e vão morar na periferia da cidade.

Neste contexto, é bom notar que os proletários que vendem sua mão-de-obra a mineradora não se apropria da riqueza gerada por ela. Para entender por que isso acontece é só observar que o capital de uma empresa é gerado pela mais-valia12. Ou seja, o crescimento das grandes empresas apóia-se em uma violenta exploração dos trabalhadores.

Por outro lado, o Estado do Pará registra maior expansão indústria, isso graças aos investimentos da Companhia Vale que colaboraram para o crescimento de 13,7%, da economia paraense no ano de 2007 segundo o IBGE. É evidente que esse crescimento foi registrado devido à expansão da industrial da mineração. Já as condições e a posição da economia é que determina a posição de uma empresa no modo de produção capitalista. Neste contexto, é bom notar que a condição da força de trabalho dessa indústria, se caracteriza por receber salários de baixo valor. Baixo valor da força de trabalho que se expressa, também pela precarização e terceirização do trabalho, péssimas e violentas condições de trabalho, em algum momento desrespeito aos direitos trabalhistas, como são observados milhares de ações trabalhalistas que tramitam no fórum local.

Por outro lado, a Vale é a maior produtora e exportadora do mundo de minério de ferro e níquel, também extrai e comercializa carvão, alumina, alumínio, bauxita, manganês, cobre, potássio, caulim e ferro ligas e outros. Detentora da maior malha ferroviária do Brasil (9.890 quilômetros de extensão). Responsável por 16% de toda movimentação nacional de cargas e 30% da atividade dos portos brasileiros (Revista Carta Capital de 24/10/2007).

Os lucros da Vale cresceram 55% no ano de 2007, só a mina N4 que foi projetada para produzir 25 milhões de toneladas tem a previsão de produzir mais 130 mil toneladas em 2008 de ferro, quase metade da produção recorde que a Mineradora está planejando para todo país, que é de 325 milhões de toneladas, segundo dados do Departamento Nacional de Pesquisa MIneral. A Companhia Vale vem se preparando para lançar o megatem com 300 vagões e quatro locomotivas na Estrada de Ferro Carajás e, com capacidade de transportar 34 mil toneladas de minérios. Segundo Mauro Neves gestor de Planejamento e Desenvolvimento Logístico da Empresa. A previsão para as reservas de Carajás é de uma produção em 2012 de 225 milhões de toneladas o dobro da produção prevista de para 2008. Todos os dias o maior trem do planeta transporta por quase 900 quilômetros minérios até o porto da Ponta da Madeira, na ilha de São Luís, no litoral do Maranhão. Daí, o mais puro minério de ferro consegue alcançar o mercado mundial; 60% dele rumo à China e ao Japão, os maiores compradores, a 20 mil quilômetros de distância.

Quantos empregos a atividade da mineração gera na região? Quem é agraciado com estes portos de trabalho?

Aproximadamente 23 mil pessoas trabalham atualmente em Carajás, apenas 10% é de contratados diretamente pela Vale. Segundo o SGB (Serviço Geológico Brasileiro) a indústria da mineração gerou no Brasil no ano de 2006 131 mil empregos diretos. Para a SGB na cadeia produtiva mineral o efeito e multiplicador de 1:13 no setor mineral, ou seja, para cada posto de emprego no setor mineral são criados 13 outras vagas ao longe de toda a cadeia produtiva. Deste modo, se multiplicamos os 23x13, então 299.000 empregos gerados. No entanto, é bom notar que a maior parte destes postos de trabalho, não são gerados ao longo da Estrada de Ferro Carajás, mas do outro lado do mundo.

Atualmente, mais de 20 mil trabalhadores foram recrutados por 175 empreiteiros, que terceirizaram a maior parte dos serviços, sobretudo os mais pesados e menos qualificados. Esses proletários trabalham em turnos de oito horas. Os intervalos para descanso e convivência familiar são prejudicados e reduzidos porque os empregados perdem duas horas indo ou voltando para suas casas. À distância, no caso dos trabalhadores que moram fora do núcleo residencial de Carajás, passam de 30 quilômetros. Por isso, tem que sair mais cedo de as residências para se deslocar até o trabalho.

Segundo um representante dos metalúrgicos do Sindicato Metalbase, a mão-de-obra usada na mineração é fácil de ser recrutada, por este motivo às categorias recebe um salário muito baixo. Um metalúrgico, por exemplo, tem piso salarial de R$800,00, conforme acordos entre patrão e sindicatos. É claro que com os demais benefícios que o trabalhador recebe este salário se multiplica.

O extrativismo mineral tem relação direta com outras atividades econômicas, como o extrativismo da madeira e a produção de carvão vegetal usado com matriz energética para a produção do ferro-gusa na Amazônia Oriental.

1.5 O extrativismo da madeira e as questões socioambientais

Os problemas socioambientais que afetam o Sudeste Paraense são diversos: entre tantos destaco o avanço do desmatamento, o trabalho escravo e degradante nas carvoarias, a poluição das águas e dos solos em decorrência da extração mineral, agropecuária e de outras atividades econômicas, isso apenas para citar alguns, mas existem muitos outros, tanto no campo como na cidade.

Em Parauapebas e nas demais cidades do Sudeste do Pará, as carvoarias encontram-se ao lado das serrarias. Na cadeia produtiva da madeira o carvojamento e a pecuária estão relacionados. O madeireiro entra na floresta e retira a madeira que serve para ser utilizada na serraria, depois na mesma área os homens de um pecuarista retiram as árvores de menor diâmetro que são serradas e transformadas em carvão, e por último são plantadas as gramíneas, depois disto, é introduzido à pecuária bovina. Esse modelo de produção ainda é realizado em alguns municípios do Pará, mesmo havendo fiscalização por parte de órgãos do Estado.

Nas carvoarias da região as pessoas que trabalham nesta atividade encontram-se numa situação de trabalho degradante tanto nos aspectos sociais como ambientais.

Os impactos sociais, ambientais e econômicos causados pela atividade carvojamento no Sudeste Paraense têm possibilitado o enriquecimento de uma parcela minúscula da sociedade, enquanto isso, o homem que vende sua força de trabalho, encontra-se cada vez mais pauperizado pelo sistema capitalista de produção. Ou seja, para o capitalismo o trabalhador precisa receber o necessário para a sua subsistência. Caso contrário, ele deixa de ser proletário, para então, passar a ser um burguês.

A degradação nas carvoarias dar-se-á, tanto do homem como do ambiente. A discussão em torno da questão ambiental na Amazônia, ou seja, sobre o futuro, não gravitam apenas em torno da defesa dos recursos naturais, minerais, mais em defesa da própria humanidade. Os danos que os grandes empreendimentos econômicos vêm causando a população e ao ambiente são enormes.

Nas observações feitas nas carvoarias, constatamos que o trabalho realizado pelos carvoeiros é feito sem nenhum cuidado com o as questões socioambientais. Esses homens encontram-se alienados ao trabalho que não percebem a situação pauperizante em que se encontram. Não há apenas a exploração do homem pelo próprio homem, mais a exploração dos recursos naturais de maneira predatória. Segundo um trabalhador de uma carvoaria com quem conversamos. Ele nos informou que: [...] Não é bom trabalhar com carvão, pois a fumaça deixa a gente sufocado". Além disso, este mesmo sujeito, nos contou que a fumaça provoca desmaio quando é muito intensa na carvoaria.

Desta forma, o economista Roberto Santos define o modo de produção capitalista na Amazônia:

[...] O capitalismo e seus agentes executam com completa insensibilidade as operações reputados necessárias contra as sociedades cujo aparelho de defesa seja frágil. Se for preciso, para atingir os alvos do regime, lançar mão dos meios ilegítimos, as normas mais elementares do convívio humano passam a ser violadas. Se for preciso injustiçar, haverá injustiças; se for preciso derrubar valores de autopreservação, eles serão derrubados; se for preciso matar, haverá mortes; se for preciso saquear, haverá saques, e assim por diante (Santos, 1980, p. 161).

Como vimos, o sistema capitalista de produção utiliza os meios disponíveis a fim de promover a espoliação do homem. As ferramentas que modo de produção se apropria para explorar o trabalhador tem com base uma superestrutura jurídica. Por isso, se for preciso ele derruba valores e conceito para legitimar a espoliação do ser humano, este serão demolidos. "[...] A ética que o sistema capitalista tem utilizado na Amazônia, fundamentam-se na ganância e no desejo de acumulação cada vez mais de capital, onde o forte domina o fraco, isso possibilitou o enriquecimento de uma pequena parcela da população na Amazônia" (Santos, 1980, p. 162).

Portanto, é essa ética que possibilita a apropriação do excedente da produção pelos donos dos meios de produção. O capital acumulado pelo o burguês é conseqüência das horas de trabalhado não pago ao proletário.

    1. A produção de carvão vegetal para o Distrito Siderúrgico da Amazônia Oriental.

A produção do carvão vegetal na Amazônia Oriental, está relacionada com outras atividades econômicas como: a agropecuária, atividade madeireira e a agricultura familiar13. Os proprietários de terras das proximidades do corredor sídero-metalúrgico costumam vender a madeira dos pastos que estão se decompondo para os donos de carvoarias.

No entanto, a grande maioria é proveniente de áreas de projetos de assentamentos, projetos agropecuários e de manejo florestal das serrarias. A origem da biomassa a ser carbonizada pelas carvoarias e transformada em carvão, vem das mais diversas fontes. A procura pelo carvão vegetal tem crescido tanto que as serrarias, atualmente, já não conseguem fornecer sarrafos suficientes para as carvoarias, sendo necessário à derrubada de madeira em áreas de floresta virgem, somente para serem carbonizadas e transformadas em carvão. Numa conversa que tivemos com um caminhoneiro que transporta carvão vegetal para as siderúrgicas de Marabá, ele relatou que alguns donos de terras estão derrubando a mata e vendendo a madeira para as carvoarias transformarem em carvão. Eles retiram apenas a madeira da área desmatada, e o solo não é utilizado para o plantio de nenhum tipo de cultura. Questionado sobre a fiscalização ambiental, fui informado que como essas áreas são de difícil acesso; os fiscais não aparecem para multá-los . Além disso, há o jeitinho brasileiro quando o caminho carregado de carvão é parado pela fiscalização.

A produção de carvão vegetal tem se tornado um negócio rentável para algumas pessoas. Alguns fazendeiros da região, através da figura do gato contratam mão-de-obra para roçar, derrubar e retirar a lenha para serem transformadas em carvão. Após este trabalho é plantado o capim para a criação de gado bovino.

Os salários gerados pela produção de carvão vegetal são baixos. Além disso, os proletários estão constantemente se expondo a problemas de saúde, pois trabalham em ambientes muito quentes e poluídos pela fumaça da carbonização da madeira. Constatamos também, que poucos possuem registros em Carteira de Trabalho e Previdência Social, ou seja, o empregador além de expor o proletário a situação de trabalho degradante, não oferece as garantias trabalhistas.

Deste modo, relata Monteiro, condições de trabalho nas carvoarias da região:

"[...] As condições de trabalho, a estabilidade no emprego e os valores da renumeração dos empregos gerados pela produção de carvão são péssimos; , a qualidade de vida destes trabalhadores e as condições de moradias, (...) as contratações são temporárias, não contam com garantias previdenciárias e trabalhistas, além de estarem sujeitos a mecanismos coercitivos de imobilização da força de trabalho" (1998: p, 193).

Isso foi constatado, na pesquisa feita com os trabalhadores das carvoarias que entrevistamos. Durante a pesquisa constamos à situação de insalubridade em que esse trabalho se submete para vender sua força de trabalho. A fumaça da queima da madeira e a poeira do carvão são as principais formas de poluição de ambiente. Quando a fiscalização dos órgãos oficiais falham, esse carvão vegetal produzido na região, ainda recebe a certificação de carvão cidadão.

Na produção de carvão vegetal, o trabalhador encontra-se preso à produção, não existindo de fato um salário fixado pela categoria. Isso é observado nos acordos verbais, feito entre carvoeiros e fazendeiros, como afirma Monteiro:

"[...] existe uma combinação do carvoeiro com o fazendeiro que constrói os fornos, cede um trator, ou caminhão toco para o transporte da lenha, mas a administração de todo o processo de carbonização cabe ao carvoeiro, que recebe 15% do volume do carvão produzido pela carvoaria. Os custos com o corte e transporte da lenha são de responsabilidade do dono da fazenda, e os com a carbonização da madeira, de responsabilidade do carvoeiro" (1998: p. 211).

As serrarias, em geral fornecem também, madeira para as carvoarias, mas, neste caso, quando o proprietário não possui sua própria carvoaria. Assim sendo, ele faz acordo com um produtor de carvão vegetal que passa então a limpar o pátio da serraria, retirando todo os resíduos de madeira que servem para ser carbonizados e transformados em carvão vegetal. Na fala se seu Antonio, uma das pessoas que conversamos numa carvoaria. Ele nos afirmou que a carvoaria que ele trabalha, tem um contrato com três serrarias, onde são pago R$1.000,00 por mês para cada serraria fornecer os resíduos de madeira. Sendo que, o dono de cada carvoaria se responsabiliza pelo transporte dos resíduos até o local da queima. Segundo o informante, esta carvoaria produz por mês 24 caminhões de carvão, sendo que cada caminhão transporta 60 metros cúbicos, e, que o metro cúbico do carvão vegetal é comprado pelas siderúrgicas de Marabá por uma média de R$78.00 cada. Se multiplicarmos 24X60=1440 metros cúbicos de carvão mês, multiplicando os 1440m x R$78 = R$112.320,00, esse é o faturamento bruto do dono da carvoaria pesquisada. De acordo com Carneiro:

"[...] De 1 hectare de floresta, em termos médios, extraem-se 30 toneladas de madeira útil para as serrarias, dos quais 2/3 convertem-se em resíduos, destas 20 toneladas de resíduos, em média, apenas 6 toneladas são utilizadas na produção de carvão" (CARNEIRO p. 168,1994).

Em geral, um caminhão carregado transporta 15 toneladas. Das 6 toneladas de resíduos de madeira que servem para serem transformados em carvão depois de carbonizados restam apenas 1 tonelada, ou seja, para cada caminhão de carvão vegetal produzido a partir de resíduos de madeira são necessários 60 hectares de floresta. Este é o preço do desenvolvimento, que tem destruído a floresta e gerado riqueza para poucos.

O carvão vegetal é largamente utilizado pela indústria siderúrgica da região, sendo que para produzir uma tonelada de ferro-gusa são necessário em média 0,8 tonelada de carvão vegetal. IDESP (Instituto de Desenvolvimento Econômico e Social do Pará, 1988). A Amazônia possui grande abundância de biomassa vegetal, daí, os grandes empreendimentos econômicos ligados a transformação ferro em gusa terem sido implantado na região, sem o cuidado de desenvolver a região de forma sustentável. É necessário compreendermos que o ambiente está integrado por processos, naturais, físicos, econômicos e sociais.

Os Grandes Projetos implantados na Amazônia não levaram em conta as especificidades da região. Os problemas sociais, econômicos e ambientais presente, hoje na região têm relação direta como o modelo de ocupação, que não reconheciam os caboclos e camponeses presentes há década. Pensar o desenvolvimento de uma região sem considerar a influência do estranho sobre os habitantes foi um das atitudes mais desastrosa e etnocêntrica.

A população Amazônica necessita urgentemente, de maneira dialética participar do reordenamento dos espaços econômicos, sociais e ambientais. Este paradigma de desenvolvimento e ocupação pensado e implantado na região, não privilegia a população regional, mais apenas ao grande capital. Se a destruição ambiental continuar a esse nível, dentro de pouco tempo a floresta será reduzida a pequenas ilhas de mata sobre o domínio do Estado, ou a reservas particulares.

Portanto, é através do discurso de segurança e desenvolvimento nacional, de integrar para não entregar, promove-se a implantação de projetos dos mais diversos, como a abertura de rodovias, doação de terras a grandes grupos econômicos. O Programa Grande Carajás é implantado na região, e juntamente com ele os demais projetos que interligam. O discurso de segurança nacional; facilitam e agilizam a exploração dos recursos naturais e minerais da região. Falando em nome de da segurança e do desenvolvimento nacional, promoveram um grande processo de colonização, ocupação e exploração das riquezas da Amazônia, já verificado pela história econômica regional. Por trás do discurso de defender as fronteiras do país, encontrava-se a necessidade de conhecer e viabilizar a apropriação das riquezas minerais e naturais existentes na região. Todos os projetos implantados pelo Estado e pela iniciativa privada tinham e têm como objetivos facilitar a exploração dos recursos naturais e minerais existentes na Amazônia. Se hoje existe uma grande quantidade de problemas sociais, econômicos e ambientais, isso são conseqüências das políticas que incentivaram grandes projetos econômicos ligadas à agropecuária, mineração e a colonização. Os projetos de colonização que deram passam a fornecer força de trabalho para os projetos de mineração. O colono que foi abandonado em seu lote migra para a cidade a vai trabalham em atividades econômicas que tem estão ligadas à mineração ou se alistaram nos movimentos sociais, e atual lutam de maneira organizado por melhores condições de subsistência.

  1. Produção da agricultura familiar no município de Parauapebas

A produção agrícola familiar no município de Parauapebas vem se destacando, principalmente após a implantação de política de mecanização do campo com o apóio da Secretaria Municipal de Produção Rural. Existe uma patrulha de mecanização que atende as famílias de camponeses assentados pelas reforma agrária na região.

Essa política de mecanização tem possibilitado o aumento da produção agrícola familiar e faz com que o camponês permaneça na zona rural. Para motivar o trabalhador camponês a Prefeitura tem promovido eventos como: o festival do milho; onde são apresentadas para o público as ações da Secretaria, bem como a produção rural do município.

O município vem se destacando como o maior produtor de melancia do Estado após a implantação dessa política de mecanização do campo. Além disso, existem outras frentes de trabalho como o PRONAF mulher, que incentiva a produção de frutas para atender a cooperativa de produção de polpa de frutas e a população local.

Por este projeto os técnicos da Secretaria discutem com agricultores e agricultoras a viabilidade do cultivo ou criação de pequenos animais. Daí, há o questionamento: O que estes atores sociais desejam cultivar ou criar? Um diferencial nesta política pública é fato do projeto não ser implantado de maneira vertical, mais sim, de maneira horizontal. Ou seja, há alteridade14 nas relações sociais entre a equipe de técnicos da Secretaria e aos camponeses e camponesas assistidas pelos projetos institucionais. Discutir com o camponês o que ele quer produzir é um diferencial da proposta da Secretaria de Produção Rural.

A evolução da área plantada com culturas agrícolas no município apresenta um progressivo aumento do cultivo de culturas temporárias como: milho, melancia, verduras, mandioca, feijão e arroz, etc.

A Secretaria de Produção Rural está estudando a implantação de casas de farinha comunitária em unidade de produção agrícola para as associações de produtores rurais. A cada 10 famílias será implantada uma unidade de produção de farinha. Com as casas de farinhas, existe a possibilidade da auto-suficiência na produção de produtos derivados da mandioca como: farinha, amido e outros. Ou seja, há uma tentativa de transformar o município num centro produtor de farinha e seus derivados. Já que boa parte da farinha e derivados consumidos em Parauapebas vem de municípios vizinhos.

O plantio de culturas temporária como as hortaliças (mandioca, cebolinha, abóbora, couve, alface, pepino, melão, melancia, pimentão, tomate, cheiro verde e abobrinhas) vêm ganhando espaço tanto em propriedade da zona rural, como em pequenos terrenos dentro perímetro urbano do município. É evidente que a produção de hortaliças é o principal produto da agricultura familiar em Parauapebas.

Com relação às culturas permanentes como: o cupuaçu, coco, pimenta, café e cacau, foram financiados pelo BASA (Banco da Amazônia), através do FNO (Fundo Constitucional do Norte) no final da década de 1980 e início da década de 1990. Essas culturas foram impostas aos agricultores, sem que houvesse feito um estudo para saber o que os solos poderiam produzir. Neste mesmo período os camponeses receberam financiamento de gado bovino (10 matrizes e um reprodutor). Pela proposta inicial esse gado seria produtor de leite, entretanto, as matrizes não eram de gado de raça. A idéia de produzir leite nestas pequenas propriedades ficou apenas no planejamento.

O financiamento de gado bovino para o agricultor familiar foi uma outra medida tomada de maneira vertical sem discorrer nas conseqüências que a pecuária poderia causar para a Amazônia. É bom notar que a pecuária promove a reconcentração de terras e expulsa o agricultor do campo. A pecuária em lote de 10 hectares é inviável e fere a legislação ambiental. Pois na Amazônia, o produtor rural é obrigado a conservar 80% da floresta na sua propriedade. O financiamento de gado não considerou a legislação ambiental.

Portanto, esses projetos planejados e implantados, nesta região a nossa ver não tinha o objetivo de manter o camponês em sua propriedade. Pois eles foram responsáveis pela concentração de terras e pelo empobrecimento dos solos, tendo em vista que a criação de gado bovino, nos molde que é praticado na Amazônia promove a perda dos nutrientes do solo, fazendo com que o camponês depois abandone sua propriedade e migre para outra atividade econômica. Ela também está relacionada com a destruição da Floresta Amazônica para a produção do carvão vegetal.

    1. A agropecuária no município de Parauapebas

A agropecuária é outra importante atividade econômica do município de Parauapebas. Como a primeira atividade econômica do município de Parauapebas foi o extrativismo do caucho e da castanha, quando o município ainda não existia, ou seja, pertencia a Marabá. Na década de 1930 quando Magalhães Barata através do Decreto Lei nº. 3.143, de 11/11/1938, do Governo do Estado do Pará, cada dono de castanhal deveria desmatar pelo menos 100 metros quadrados de castanhais e transformá-los em roçados ou em área de pastagem e plantar 200 novas de castanheiras, além de se responsabilizar em manter os igarapés e rios limpos para que as embarcações pudessem circular. Essa lei não permitia que uma pessoa arrendasse mais de um castanhal, no entanto, os comerciantes e políticos da região encontravam sempre um jeitinho para não cumprirem a legislação vigente. Assim sendo, desmatavam os castanhais, transformando-os em pastagem para a criação de bovino. Ainda, pelo mesmo decreto o indivíduo podia fazer apenas um aforamento de 4.350 hectares, mas isso não era respeitado (Da Matta & Laraia, 1978, p. 94).

No segundo mandato do governo de Zacarias de Assunção (1950-1954) é promulgado o Decreto Lei nº. 913, para favorece as oligarquias da castanha. Este decreto autoriza os seus aliados políticos através de aforamento a desmatar a floresta e começar a plantar capim. Trata-se do aforamento perpétuo de castanhais públicos, que neste Decreto, estabelece o limite mínimo que não pode ultrapassar uma légua quadrada (3.600 hectares). Uma política pública, foi uma das grandes responsáveis pela modificação do espaço físico e socioeconômico do Sudeste Paraense.

Essas medidas tomadas pelo governo do Estado do Pará incentivar a criação de gado bovino na região tinham como objetivo produzir carne bovina para atender o mercado de Belém. Na década de 1950 a carne consumida em Belém vinha do Marajó e do centro-sul do Brasil. Ou seja, a produção da agropecuária na região do Sudeste Paraense foi estimulada no passado pelo Estado através dos incentivos para a criação de gado bovino na região.

No final da década de 1970 quando a região que hoje compreende o município de Parauapebas, passavam pela ocupação mais intensa por pecuaristas, colonos e donos de serrarias. Naquela época, já existiam algumas frentes de ocupação promovida pelos atores sociais já citados. Essa ocupação, por criadores de gado, veio seguida com o extrativismo da castanha. Somente a partir da abertura da PA 275 e da implantação de projetos agropecuários e do Projeto Grande Carajás que as atividades ligadas à agropecuária se intensifica.

A região do Sul e Sudeste Paraense têm um rebanho bovino com 13 milhões de reses. O gado bovino criado pelos pequenos criadores, ou seja, agricultura familiar é voltada para atender ao mercado local. Esse gado comercializado no mercado local é, em sua maioria vacas. O boi produzido aqui não é para atender o consumidor local, mas a outros mercados. Transportado vivo para os matadouros de municípios como Eldorado e Marabá onde são abatidos. A carne semi-industrializada é distribuída para as regiões Nordeste e Sudeste do País. Se esse gado fosse abatido aqui no município, os empregos seriam gerados aqui, e não em outros municípios. O problema é que esses matadouros abatem uma média de 700 a 1200 reses por dia, os criadores do município não conseguem produzir uma quantia de gado necessária para receber um matadouro.

O Estado do Pará tem o quarto maior rebanho bovino do Brasil. Ou seja, são mais de vinte milhões de reses. Sendo o Estado da Amazônia com o maior rebanho bovino. Quanto a isso, a produção é destinada à região Nordeste, ao Centro-sul do País e a mercados internacionais como: a Venezuela e o Líbano. Por questões culturais, os libaneses compram o gado vivo da região, sendo que esse animal é abatido naquele País.

O capital gerado pelo petróleo da Venezuela tem feito com que aquela Nação compre quase todos os produtos que eles necessitam. Os municípios do Sudeste Paraense por estarem próximos daquele País estão se transformando em fornecedores de gado vivo. Parauapebas é um deles. Pois tem comercializado seu produto da pecuária com a Venezuela, em especial o gado. A outra parte da produção agropecuária é abatida e comercializada no município, e nas regiões: Nordeste e Sudeste. É importante notar que esse gado não é abatido em Parauapebas. Ou seja, estamos apenas gerando emprego no setor primário da produção. Precisamos agregar valor aos nossos produtos. O leite e derivados semi-industrializados na cidade de Parauapebas são comercializados no próprio município e nas cidades vizinhas.

Com relação a vacinação do gado bovino, o Estado do Pará foi divido em três áreas de criação de gado, sendo que Parauapebas fica na área 1 livre da febre aftosa. O Sul e Sudeste do Pará possuem 13,5 milhões de cabeças de gado ganharam  passe livre para a exportação de sua carne bovina. A chamada área 1 está livre de febre aftosa com vacinação, ou seja, mediante apresentação de certificado de imunização do rebanho.

A área 1 abrange 44 municípios do Sul do Estado e concentra 75% do rebanho do Pará, com municípios como São Félix do Xingu, que detém, sozinho, 1,5 milhão de rezes, cerca de 10% do rebanho da zona. Para, a ADEPA a área 1 está limitada pela rodovia Transamazônica (BR230) e comporta 13 milhões de cabeças de gado. "Esse reconhecimento da OIE é um ato de muito significado para a pecuária paraense", comemora Carlos Xavier, presidente da Federação da Agricultura e Pecuária do Pará (Faepa) e membro da Confederação Nacional da Agricultura e Pecuária (CNA). Para ele, a expansão das pastagens é possível porque "ainda há muito espaço" no Pará. "Temos as melhores condições para a pecuária, como elevada luminosidade, grande quantidade de água, um clima estável e o animal criado a capim."

Portanto, a área própria para atividade agrícola e agropecuária de Parauapebas é pequena. Cerca de 80% de sua área abrigada a FLONA compreende a Floresta Nacional do Carajás, Reserva Extrativista do Tapirapé, e reservas indígenas. Ou seja, é um espaço natural destinado à conservação. Além disso, a região tem áreas muito acidentadas e impróprias para a agropecuária. É na área da FLONA que a mineradora Vale tem permissão para explorar ferro, manganês, cobre, ouro e outros minérios.

  1. Comércios e Serviços

Numa economia de mercado os serviços e o comércio representam a maior parcela dos postos de trabalho. O trabalhador do comércio é um ator social de fácil treinamento, pois as lojas e supermercados recrutam indivíduos que necessitam entrar no mercado de trabalho. Esses indivíduos filhos da classe que estão em processo de ascensão. Alguns dos jovens e adultos entre começam a trabalhar muito cedo no comercio, não conseguem ascensão para um cargo de chefia, por não ter a formação exigida pelo mercado. Em Parauapebas, ainda é muito pequenas a parcela de trabalhadores que estão cursando o ensino superior, muitos jovens dão preferencial para a formação técnica pelo fator de ser rápida e de possibilitar a ascensão social e econômica.

O comércio é o setor da economia do município que apresenta os mais baixos salários. Segundo o presidente do Sindicato dos Trabalhadores do Comércio de Parauapebas, "[...] o trabalhador do comércio é a mão-de-obra mais barata da região; é explorada por alguns empresários que tratam seus trabalhadores como se trata um animal; humilham e acendiam moral na frente de cliente e de outros trabalhadores". Há também, grandes empreendedores que respeita seus colaboradores. Para esse empresários, o capital humano que está em seu empreendimento, também, é importante para o seu crescimento econômico e social na região.

Neste contexto, as atividades econômicas ligadas ao setor são responsáveis pela maior parcela dos postos de trabalhados gerados em Parauapebas. É claro que estes postos de trabalho são conseqüências da mineração, pois esta influência toda uma cadeia de atividades econômicas. Isso deste, o consumo de bens duráveis e não-duráveis. Todas as atividades econômicas presente na cidade de Parauapebas estão direta ou indiretamente ligadas à produção mineração. Alguns serviços são destinados exclusivamente para os operários da Companhia Vale. Uma parcela da população ainda trata de maneira especial os operários da Companhia Vale, por entender que estes indivíduos têm poder aquisitivo.

Na verdade, ainda há um tratamento diferenciado, o morador do núcleo ainda é visto por alguns indivíduos como alguém superior. Enquanto isso, os indivíduos que mora na cidade de Parauapebas são discriminados nas mais diversas situações, principalmente, quando tentam conseguir crédito para comprar alguns bens duráveis a prazo. Parte dos trabalhadores do comércio acredita que o indivíduo que trabalha na mineração deve ter tratamento especial ter poder aquisitivo superior.

Os serviços: bancário e telefonia móvel ainda precisam evolui muito na cidade, pois este são os campeões de reclamações. A quantidade de agências bancária instaladas no Município não consegue atender os clientes, de maneira eficiente. Há inúmeras reclamações destes serviços, principalmente, no início do mês, período em que são realizados o pagamento dos servidores públicos e funcionários das empresas prestados de serviços da Companhia Vale. Isso ocorre também, pelo fato de algumas agencias bancarias terem sido instaladas no Núcleo Urbano de Carajás, se as agências bancariam fossem distribuídas de acordo com a proporção de cada núcleo urbano, estes serviços seriam prestado com qualidade.

Preocupado em manter a beleza, auto-estima e a qualidade de vida muita gente têm buscado os serviços de estéticos. Estes serviços representam uma parcela significativa na cidade. Serviços como: salão de beleza e consultório dentário proporciona qualidade de vida e bem estar ao indivíduo, pois estes levantam a auto-estima das pessoas. É bom notar que estes serviços são oferecidos a uma pequena parcela da população que têm poder aquisitivo.

As atividades econômicas relacionada à alimentação deixam a desejar em relação à precariedade, improvisação e falta de higiene, pois existe um mercado informal espetinhos que se encontram por toda a cidade. Foi notando ainda durante as pesquisas de campo que na proximidade destes pontos de espetinhos existem pessoas que vivem da prostituição. Como existe um grande número de gente que chega constantemente à cidade em busca de oportunidade, muitas destas pessoas buscam na prostituição uma chance de subsistência. A exploração deste trabalha ocorre desde a instalação da cidade. É evidente que a Mineradora não iria aceitar que os pontos de prostituição sejam instalados no Núcleo Urbano do Carajás, por isso, juntamente, com toda essa gente que chega constantemente na cidade, as autoridades têm que administrar mais este problema social.

Além disso, os vendedores ambulantes ocupam as calçadas e outros espaços públicos. Estes atores sociais não conseguem ser absorvidos pelo exigente mercado de trabalho, sendo que para sobreviver necessitam trabalhar na informalidade. Percebe-se que a maioria dos produtos comercializados por estes atores sociais são piratas e não possuem garantia de assistência técnica especializada. Portanto, esta atividade econômica não gera arrecadação para o município. Apenas promove à ocupação dos espaços destinados a circulação e ao lazer do cidadão. Este mal necessário inviabiliza a circulação de pessoas nas agencias bancarias acarretando com isso as constantes saidinhas15.

3.1 Transporte e comunicação

O transporte coletivo do município é realizado por algumas cooperativas. Elas utilizam microônibus e vans para fazer o transporte das pessoas. Os ônibus são utilizados somente para transportar os operários da Companhia Vale e suas prestadoras e serviços, bem como, para levar os moradores e as demais pessoas que desejam se dirigir ao núcleo urbano de Carajás que fica afastado da cidade de Parauapebas.

O DMTT (Departamento Municipal de Trânsito e Transporte) vem desenvolvendo ações no sentido de reorganizar o transporte coletivo na cidade. A falta de consciência de parte da população e de alguns condutores são as causas da anomia existente no transporte coletivo de Parauapebas. Muitos condutores dos transportes coletivo da cidade não respeitam as leis de trânsito. Além disso, ainda existem os serviços de moto táxi que são oferecidos por algumas cooperativas de transporte alternativo. Além de precário, este serviço passa por um processo de regulamentação a nível federal, ou seja, ainda não é regulamentado. No entanto, a prefeitura através do DMTT tem feito concessão a algumas cooperativas para exercerem esta atividade.

O serviço de táxi é o mais organizado e eficiente do município, mesmo assim, alguns usuários reclamam à falta dos taxímetros nos veículos. Com isso, o preço da corrida precisa ser negociado com o condutor do veiculo pelo passageiro.

A cidade é corta por uma rodovia estadual, sendo que diariamente saem ônibus com destino a capital do Estado e para outras regiões do Brasil. Para as cidades regionais, o morador de Parauapebas tem a opção de transporte alternativo que é realizado por vans e microônibus. É um transporte rápido com pouco conforto. Além destes meios de transporte, há ainda o trem que possui uma tarifa social. É pelo transporte ferroviário que chega a maioria dos aventureiros a cidade de Parauapebas. Muitos destes não possuem qualificação profissional, sendo então assediado pelos movimentos sociais. Passando a engrossar o número de excluindo do mercado de trabalho e consumo. É bom notar que estes indivíduos sem qualificação profissional que chegam à cidade são impulsionados pela busca de oportunidade. Ou seja, não tiveram oportunidade profissional em sua terra e saem à procura.

Transporte aeroviário

Transporte aquaviário

Os serviços de comunicação são campeões de reclamações na cidade de Parauapebas. Há operadoras de telefonia que ficam horas sem sinal.

  1. Considerações Finais

As atividades predominantes no passado da região estavam relacionadas ao extrativismo vegetal, animal e mineral. Havia uma relação harmoniosa entre os extrativistas e o meio. A produção era voltada apenas para a sobrevivência das famílias. Não havendo preocupação com a acumulação de capital. Além disso, a região era habitada por índios bravos. Os brancos que aqui aparecia vinha em busca de caucho, castanha da Amazônia e de peles de animais.

A descoberta da jazida mineral do Carajás é que vai impulsionar a ocupação da microrregião do Carajás. Percebe-se que durante a Guerra Fria havia interesses dos norte americanos em encontrar novas reservas minerais, por isso, concluímos que a descoberta da jazida mineral do Carajás não foi fruto do acaso.

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1 Pós-graduado latu-sensu em Tecnologia, Linguagem e Educação Inclusiva pela Faculdade de Pedagogia da UFPA, período (2006-20008); Bacharel e Licenciado em Ciências Sociais com áreas de concentração de estudos em Sociologia pela UFPA no período (2001-2006); professor tutor presencial na Fundação UNITINS e EADCON nos cursos de Serviço Social, Administração, Ciências Contábeis e Letras; professor da disciplina Sociologia no Ensino Médio e docente das disciplinas Estudos Amazônicos, História Educação para a Cidadania e Geografia.

2 Licenciada Plena em Pedagogia (UEPA 1995-2000); docente da disciplina Estudos Amazônicos na rede pública de ensino.

3 O caminho ou estrada do boi foi aberto em 1874 pelo engenheiro Florêncio do Lago. O gado do sertão do Goiás e Maranhão era levado até Alcobaça no Pará. Caminho por onde os criadores de gado traziam o rebanho no final do século XIX e início do século passado para ser abatido, salgado e vendido para os homens que trabalhavam no extrativismo da borracha.

4 Utilizamos a denominação de Castanha da Amazônia por entendermos que a Bertholletia excelsa é encontrada em toda a Amazônia. No Estado do Acre ela é chamada de castanha do acre;no Amapá de castanha do Brasil e, quando ela foi exportada pela primeira vez no início do século XIX recebeu o nome de castanha do maranhão por ter sido exportada pelo porto de São Luiz no Estado do Maranhão.

5 O extrativismo mineral artesanal foi uma importante atividade econômica no século XX e possibilitou ainda a ocupação da região por famílias camponesas.

6 Árvore que produz uma borracha semelhante à seringueira. O caucho tem nome cientifico de castillôa elástica.

7 Era praticado por homens audaciosos que empenhavam na mata a fim de caçar onça e gato do mato. Esses animais eram mortos e suas peles eram comercializadas nas vilas e cidades da região ou na capital.

8 Pontal foi o primeiro nome dado a vila de Marabá. Local onde Francisco Coelho e Francisco Casimiro instalaram em 1896 o barracão Marabá, que deu origem à cidade Marabá.

9 Trabalho realizado por mariscador era um sujeito audacioso, que passava longos períodos na floresta, caçando onça, gato do mato e outros animais. Estes animais eram mortos, suas peles já secas eram comercializadas nas vilas e cidades da região, assim como, na capital do Estado do Pará.

10 É o produto interno bruto dividido pelo número de moradores de uma cidade ou região.

11 É ser contratado de Carteira de Trabalho e Previdência Social assinada.

12 Essa é a definição de mais-valia, segundo a dialética marxista. O excedente de valor produzido que não é devolvido ao trabalhador, portanto, apropriado pelo capitalista. O capital nasce e é determinado pelas relações de produção. Ele não é mágico.

13 A produção de carvão vegetal para o Complexo Siderúrgico de Marabá não acontece em todos os projetos de assentamentos da região. Apenas em alguns destes projetos de assentamentos há fornos produzido carvão vegetal. Isso pelo fato das associações exigirem dos seus assentados tenha compromisso com as questões socioambientais.

14 Relação em que há diálogo entre as partes, respeito, ou seja, reciprocidade entre os atores sociais.

15 As saidinhas consistem em assaltos aos clientes das agencias bancárias e ocorre quando o individuo infrator observa e repassa informações via celular para os seus comparsas. Assim o bando fica a espreita da futura vítima no lado de fora do banco e efetua o assalto.


Autor: ARÃO MARQUES DA SILVA


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