''Boa Vontade'', segundo Immanuel Kant



Segundo o pensamento de Imannuel Kant, a boa vontade é a única coisa que pode ser considerada como boa em si mesma, absoluta e incondicionada, pois já dizia o pensador em seu livro Fundamentação da Metafísica dos Costumes: "De todas as coisas que podemos conceber neste mundo ou mesmo, de maneira geral, fora dele, não há nenhuma que possa ser considerada como boa sem restrição, salvo uma 'boa vontade'" (KANT, 1991). Isto porque a boa vontade, enquanto princípio que orienta as ações humanas, não vai buscar o seu valor num ato de caridade praticado com a intenção de obter benefícios pessoais. Por isso, o valor de uma boa vontade consiste, apenas, na pura intenção de praticar o bem. Quando a mesma intenção se afirma como um valor em si mesmo, independentemente das conseqüências, ela surge para nós como um bem absoluto e incondicionado. Desta maneira, não aplica a ela limites e qualidades, mas implica dizer que ela não sofre alterações, ou seja, ela é estável. Na obra Fundamentação da Metafísica dos costumes já dizia Kant:

A boa vontade não é boa pelo que produz e realiza, nem por facilitar o alcance de um fim que nos proponhamos, mas apenas pelo querer mesmo; isto quer dizer que ela é boa em si e que, considerada em si mesma, deve ser tida em preço infinitamente mais elevado que tudo quanto possa realizar-se por seu intermédio em proveito de alguma inclinação, ou mesmo, se se quiser, do conjunto de todas as inclinações (KANT, 1991).

A Boa vontade é o mais alto bem, mas não o único bem. Sendo assim, vale afirmar que existem outros bens considerados condicionados, ou seja, aquele que são diferentes do bem absoluto que é incondicionado. A Boa Vontade, como bem absoluto é teleológica, ou seja, mira um fim último. Segundo o filósofo, o valor absoluto de uma boa vontade é atributo da pura razão, pois esta deve produzir em nós a boa vontade.

Deste modo, percebemos que no pensamento kantiano a Boa Vontade não tem dependência de um fator externo, ela é um bem em si mesma. Ela não pode ser grande para uns e pequena para outros. Ela é incondicionada e deve ser regulamentada no homem pela razão.


Autor: Antônio Severino de Aguiar Neto


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