TERRA S.A.



Gosto de ler notícias na internet. Quase todo dia entro na página da Folha Online, sessão de ciência e vejo as últimas novidades ali publicadas.

No dia 06 de novembro de 2001 não foi diferente. Porém, o conteúdo das manchetes "População está esgotando a água doce, alerta ONU" de JEREMY LOVELL da Reuters; "Liberar mulher para planejar família pode salvar Terra, diz ONU"; "Frear crescimento demográfico é opção para reduzir efeito estufa" e "Degradação de solo e desmatamento ameaçam América Latina" da France Presse, em Paris, trouxeram-me de imediato à mente um dos melhores e mais perturbadores filmes que já assisti: No Mundo de 2020 (Soylent Green, 73, EUA) dirigido por Richard Fleischer e estrelado pelo veterano Charlton Heston e o excelente Edward G. Robinson.

Esse filme fabuloso, quiçá premonitório (espero que não), taxado de pessimista, e mal compreendido, narra o cotidiano de um policial, vivido por Charlton Heston, no ano de 2022 num mundo superpopuloso e à beira do colapso ambiental total, que ao investigar o assassinato de um alto executivo da maior empresa alimentícia do mundo, depara-se com um mórbido segredo: o principal alimento da população (o soylent green do título), não é feito de algas como proclama a empresa do falecido executivo, mas sim de cadáveres ! - o mar já estava praticamente morto e a única matéria comestível era o próprio homem.

Perdoem-me por ter esclarecido o final do filme, mas a verdade é que faltam apenas 15 anos para essa ficção poder tornar-se realidade e, diante das manchetes supracitadas e de outras que lemos diariamente nos jornais, corremos o risco de mergulhar realmente nesse aterrador cenário se não agirmos depressa.

Muita coisa vem sendo feita por grupos (como o heróico Greenpeace) e até tentativas governamentais de chegar a um acordo sobre a emissão de gases para a atmosfera (protocolo de Kyoto; Convenção sobre Mudança Climática da ECO-92, realizada no Rio de Janeiro), a fim de evitar esse possível colapso ambiental da Terra. Infelizmente vemos poucos avançoes nesses casos.
Talvez até, seja tarde para reverter essa situação. Em todo caso, nunca devemos parar de tentar minimizar o estrago. É imprescindível deixarmos algo para nossos filhos e netos poderem sobreviver e terem a possibilidade de construir uma sociedade melhor do que a atual.
Autor: Henrique Montserrat Fernandez


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